A lei de 94, agora corrigida, defendia que a finalidade do casamento era a procriação e por isso o comportamento dos maridos apenas traduzia "um exercício indevido dos direitos conjugais" e não violação. Edificante...
Quanto à violência dentro do casamento, com a taxa que temos de uso de lubrificantes na população lusa não me parece que seja preciso violência a sério. Muitas são as mulheres que sofrem em silêncio o "amor" que doi e que não se percebe pq doi, o tal Amor que era suposto ser a consumação do outro Amor :((((
No essencial são boas notícias. Alegremo-nos, portanto, com elas, apesar de alguns factos referidos no estudo das Nações Unidas e no inquérito do governo mexicano serem chocantes: -18% das vítimas de abuso sexual não sabiam que isto era crime. -47% das mulheres (todas) declararam ter sido vítimas de um destes tipos de violência: física, emocional, sexual ou económica. -84% das mulheres vítimas de violência doméstica não se queixam.
São ainda percentagens muito elevadas. Gostaria de saber quais são os dados portugueses actuais. Se alguém tiver conhecimento das estatísticas nacionais, peço que nos informe. É óbvio que a legislação só por si não chega e tem que ser acompanhada por uma mudança de mentalidades, mas este acórdão pioneiro com certeza que irá constituir um marco. Seria muito interessante saber qual a divulgação que teve na imprensa mexicana, se deu origem a debates, etc. (não nos podemos esquecer que estamos a ler uma reportagem norte-americana).
Há aspectos que me despertaram a atenção no post. O facto de a lei de 94 negar às mulheres o exercício da sua liberdade sexual, tratando-as ao fim e ao cabo como "propriedade" e não como seres humanos. Foi preciso esperar onze anos para que uma lei diga que as mulheres não perdem a sua liberdade sexual com o casamento!!! É salientado também no post que apesar de a lei agora aprovada ter sido um grande passo em frente, a ideia ainda dominante em termos sociais é de que a mulher deve ser subserviente em relação ao homem. Lá como cá. A mudança de mentalidades é sempre o mais complicado. Podemos ter as leis mais progressistas do mundo, se na prática não forem aplicadas de pouco adiantará.
Desculpem lá o testamento. Alguém pediu informações? Desta vez não consigo pôr aqui o link (sou naba) para a CIDM (Comissão para a Igualdade e para os direitos das Mulheres), que até já foi 1 Secretaria de Estado, imaginem!!! No tempo do Guterres, que se viu "forçad0" a dar ao assunto honras de topo na orgânica do governo por causa da presidência europeia de Portugal. Vergonha que só lhe ficou bem, e lhe convinha, porque na Europa todos os países dão grande relevância a esta questão da "igualdade dos géneros" (expressão politicamente correcta para sexos), perfilhando, por arrasto, a igualdade entre as raças, as culturas, etc, etc, Mentira? Não! Mal cessou a dita presidência, lá se foi a Secretaria de Estado!!!
Aqui fica:
A violência doméstica não é, infelizmente, um problema dos nossos dias, assim como não é um problema especialmente nacional. Muito pelo contrário, a sua prática atravessa os tempos, e o fenómeno tem características muito semelhantes em países cultural e geograficamente distintos, mais e menos desenvolvidos.
A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre entre membros de uma mesma família ou que partilham o mesmo espaço de habitação.
Estas circunstâncias fazem com que este seja um problema especialmente complexo, com facetas que entram na intimidade das famílias e das pessoas (agravado por não ter, regra geral, testemunhas, e ser exercida em espaços privados). Abordá-lo é delicado, combatê-lo é muito difícil. É verdade, no entanto, que mercê do grande interesse que as principais organizações internacionais têm dedicado a este tema nas últimas décadas, temos actualmente a consciência mais desperta para conhecer o problema e, consequentemente, para o enfrentar.
A violência mais comum é a exercida sobre as mulheres. Segundo o Conselho da Europa, a violência contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro, acidentes de viação e até a guerra. Este dado internacional, se relacionado com os indicadores disponíveis em Portugal (embora apenas indicativos e ainda a necessitar de confirmação mais rigorosa) que sugerem que mensalmente morrem mais de cinco mulheres por razões directas e indirectamente relacionadas com actos de violência doméstica, dá-nos uma fotografia de uma realidade que nos ofende na nossa dignidade humana enquanto pessoas, e na nossa condição de cidadãos portugueses.
No entanto, somos crescentemente confrontados com o aumento de situações de violência perpetrada, também, contra as crianças, as pessoas idosas e as mais frágeis, como é o caso dos cidadãos portadores de deficiência. Esta violência pode assumir diversas formas, que vão dos maus-tratos e espancamento até ao abuso sexual, violação, incesto, ameaças, intimidação e prisão domiciliária.
Não podemos ignorar, no entanto, que a grande maioria de situações que prefiguram casos de violência doméstica são ainda as exercidas sobre as mulheres pelo seu marido ou companheiro. Este tipo de violência doméstica tem significativas implicações políticas, sociais e até económicas e constituiu uma violação dos direitos humanos com raízes históricas e culturais. Na sua origem está, porém, a persistência de flagrantes desigualdades entre as mulheres e os homens.
A Constituição da República Portuguesa preconiza, no seu artigo 9º alínea b), entre as tarefas fundamentais do Estado a de "garantir os direitos e liberdades fundamentais e o respeito pelos princípios do Estado de direito democrático", assim como na sua alínea h), a de "promover a igualdade entre homens e mulheres". O princípio da igualdade (artigo 13º), e o direito à integridade pessoal (artigo 26º), entre outras disposições constitucionais, reforçam esta tutela que apesar de constitucionalmente protegida é sistematicamente violada.
A nível internacional, várias orientações (normativas e outras), e programas de acção têm sido adoptados no que toca à violência, nomeadamente doméstica. No âmbito das Nações Unidas, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, adoptada pela Assembleia Geral em 1979, deu um grande passo ao proibir todas as formas de discriminação contra as mulheres, nelas se incluindo a violência. Na mesma linha vai a Resolução nº 48/104, de 20 de Dezembro de 1993, contendo a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Igualmente determinantes foram a 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, Pequim, 1995 e Sessão extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas "Mulher 2000: Igualdade entre os Sexos, Desenvolvimento e Paz no Século XXI.
No entanto, merece um relevo particular a muito recente Resolução da Comissão dos Direitos Humanos, 2002/52, sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Também o Conselho da Europa abordou o assunto de diversos modos e desde há vários anos, tendo o Comité dos Ministros adoptado, a 30 de Abril de 2002, da Recomendação Rec ( 2000) 5 sobre a Protecção das Mulheres contra a Violência.
Por outro lado, várias presidências da União Europeia mostraram uma particular sensibilidade sobre a violência doméstica tendo sido adoptada várias recomendações nesta área, de que se destaca a Presidência Espanhola em 2002. Também em reunião de Dezembro do mesmo ano, do Conselho de Ministros do Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, realizada no final da Presidência Dinamarquesa, foram aprovados indicadores estatísticos na área da violência doméstica.
Estamos, pois, perante um problema velho para o qual urge encontrar respostas novas.
O II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica foi elaborado por um grupo de trabalho integrado por representantes dos vários ministérios mais directamente relacionados com esta área. Trata-se de um Plano ambicioso: tanto pelo número e características das medidas apresentadas que requerem, quase todas, a colaboração transversal entre diversos organismos públicos; como pelo rigoroso calendário que se propõe cumprir.
Está organizado em sete capítulos principais que se desdobram em várias medidas concretas, e tem como principal objecto de intervenção a violência doméstica exercida sobre as mulheres. O XV Governo Constitucional tem presente, como já ficou explícito, que também prefiguram situações de violência doméstica as praticadas sobre os homens, crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes.
No entanto, considerando que: > são as mulheres a grande maioria das vítimas de violência doméstica; > se conhece muito mal a realidade da violência praticada sobre crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes (lacuna que se procurará colmatar, em parte, ao longo do período de vigência deste Plano); > que é a Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres a dinamizadora deste Plano, sob a tutela do Ministro da Presidência; > que a CIDM não tem competências directas nas outras áreas que pressupõem situações de violência doméstica (crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes); > que a violência sobre as mulheres radica na persistente desigualdade de condições entre as mulheres e os homens, e que muito embora nela sejam também englobadas outras formas de violência sobre as mulheres (assédio, tráfico, etc.), é a violência doméstica que causa o maior número de mortes de mulheres entre os 16 e os 44 anos.
Por todas estas razões, o Governo apresenta este II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica focalizado, principalmente, na violência doméstica exercida sobre as mulheres.
A sociedade, mulheres e homens, partilha representações sociais sobre o género e as relações entre os géneros, em todos os estratos sociais e profissionais. Os testemunhos das mulheres são tidos como pouco credíveis pela sociedade em geral e, por isso, muitas mulheres sentem-se prisioneiras isoladas no seu mundo de violência. Muitas vezes, de vítimas transformam-se em acusadas; poucas acreditam na possibilidade de se libertarem da perseguição dos agressores ou de que estes venham a ser punidos. Suportam o insustentável na convicção de que estão a proteger os seus filhos, ignorando que, ao fazê-lo, estão a alimentar uma espiral de violência que levará a que alguns deles sejam mais tarde, novos agressores.
Não mais poderemos continuar a fechar os olhos a estes factos, sob pena de impedirmos Portugal de se afirmar como um país moderno, onde o respeito pelos direitos humanos esteja garantido, onde homens e mulheres partilhem entre si, em igualdade de circunstâncias, os direitos e deveres de cidadãos e cidadãs.
O II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica pretende mudar a situação vigente, marcando uma viragem no combate sem tréguas à violência doméstica sobre mulheres
Esqueci-me das aspas, quando citei. Não foi de propósito. A seguir a "aqui fica",deu para perceber que era 1 copy paste do II Plano Nacional para a Igualdade, onde se tenta (com maus resultados, infelizmente) fazer 1 mainstream desta política ao nível da acção do governo, das admisnistrações e da sociedade civil. A comunicação social tinha 1 enorme papel a desenvolver neste campo: para voltar ao exemplo espanhol. Mas não desempenha...
Vão ao www.cidm.pt para mais coisas, mas não esperem muitos números. Neste caso como noutros, as esttísticas são vagarosas e desactualizadas. Um dos grandes entraves da nossa administração e para quem trabalha nela. Precisam-se economistas!
"...é a violência doméstica que causa o maior número de mortes de mulheres entre os 16 e os 44 anos" (com "mais de 5 mortes mensais em Portugal"). Mais do que a guerra. Incrível.
Pelo que percebi, neste momento é a CIDM que deverá implementar este PNCVD juntamente com o ministro da Presidência. Isto estará a ser feito? E quais os aspectos concretos?
Concordo com o que diz, no fim do seu comentário, sobre a comunicação social. Por isso me perguntei qual a atitude da comunicação social mexicana.
Quanto à última frase, parece que não temos mesmo nenhuma queda para a matemática.:( Não estou a brincar com este facto. Acho preocupantes os resultados gerais relativos a esta disciplina.
É chocante, mas não mais que cá. Vivemos num país onde a lei existe mas não se faz cumprir. Vítimas de abusos, neste tema, há-as e não só nas classes mais desfavorecidas a quem se dariam atenuantes por desconhecimento da lei. Lei apenas no papel, já que, se vizinhos ligam á polícia e esta acorre ao chamado por desconhece ainda o motivo, são confrontados com a resposta pronta dos agentes de autoridade "entre marido e mulher não metas a colher". Lei assim é como vestir roupa lavada em corpo sujo. Há que primeiro educar. O papel fundamental caberia ás escolas, já que em casa, muitas vezes não é possivel. Impera ainda a lei do macho. Daí o silêncio de algumas vitimas o medo de contar á família. Por outro lado os homens que humilham são até galardoados com pela sociedade " Aquele usa chapéu em casa!" Nós mães e educadoras somos as principais culpadas. Chegamos a ser mais machistas que os próprios homens na educação que damos aos nossos filhos. MJ P. S. Este assunto é demasiado sério,mas para desanuviar vou colar aqui uma anedota que me enviaram há dias e que me parece enquadrada: "Mandam as regras que nunca se vai para um motel com a legítima. Pode causar sérias perturbações familiares.
Josefa não aguentou e teve de contar à sua amiga Lurdes: - O teu marido foi visto num motel. A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto. Depois pediu detalhes. - Quando? Onde? Com quem? - Ontem. No Discretu's. - Com quem? Com quem? - Isso eu não sei. - Mas como era a gaja? Era alta? Magra? Loira? Pernas boas? Rabo grande? Mamas arrebitadas... - Não sei, Lu. - O Carlos Alberto vai-mas pagar. Olaré, se me paga !! Quando o Carlos Alberto chegou em casa, a Lurdes anunciou que iria deixá-lo. E contou porquê. - Mas que história é essa, Lurdes? Então não te lembras quem era a mulher que estava comigo no motel, eras tu minha tonta !!! - Claro que me lembro !! Maldita hora em que eu aceitei ir lá ao Discretu's dar uma rapidinha! Toda a cidade já sabe que tu estiveste lá com uma gaja!!! Ainda bem que não me identificaram... - E agora? - Agora ?? Agora vou ter que te deixar !! É óbvio! É o que todas as minhas amigas estão à espera que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir. - Mas tu não foste enganada. Quem estava contigo era eu, o teu marido! - Mas isso é pormenor e elas não sabem disso! - Eu não acredito, Lurdes! Tu vais acabar o nosso casamento por causa disso? Pelo que as outras mulheres pensam ??? - Vou!
Mais tarde, já quando a Lurdes estava a sair de casa, com as malas, o Carlos Alberto chamou-a. Estava sombrio, taciturno... - Acabo de receber um telefonema - disse - Era o Mendes. - O que é que ele queria? - Fez mil rodeios, mas acabou por me contar. Disse que, como meu amigo,tinha que me contar. - O quê? - Que tu foste vista a sair do motel Discretu's ontem, com um homem, e que de certeza não foi coisa boa. - O homem eras tu! - Eu sei, mas eu não fui identificado. - Mas não lhe disseste que eras tu? - O quê? Para os meus amigos ficarem a pensar que vou a um motel com a minha própria mulher? Deus me livre de tal coisa!! - E então? - Desculpa, Lurdes, eu não queria, mas... - Mas o quê??? - Vou ter que te dar uma carga de porrada... "
Desculpe lá oh Júlio... mas quando refere o ano de 94, está mesmo a referir-se a 1994? É que se está.... BLOGA-SE! Ainda bem que já alteraram e eu nunca cheguei a saber, ...até porque o desconhecimento da lei parece que não abona a favor de ninguém..
God falhado, Sem querer ofender o Altíssimo nem chamar sobre mim a minha ruína só lhe queria lembrar que o artigo se refere ao México. Como ambos sabemos e o Manolo Heredia certamente lhe dirá em Portugal não há violência doméstica, há apenas mulheres que "dão cabo" da paciência dos maridos, obrigando-os a dar-lhes "cabo do canastro" ; )))))))))))))))))))
Li, com muita atenção, os comentários. Não me sinto com coragem para me alongar muito, mas... mesmo conhecendo a lei, mesmo quando uma mulher se dirige às entidades competentes (?!) para apresentar queixa de violência doméstica (que existe em todas as classes sociais, em todas as idades...)... é constrangedor sentir que até esses agentes da 'autoridade' (?!) olham de lado e sorriem disfarçadamente. Tem razão lusco_fusco... a educação e só ela, poderá mudar as mentalidades! Pelo respeito que merecemos e pela negação da vergonha em admitir que se foi vítima de violência doméstica.
Fiquem bem. O meu carinho para todos.
Nina
(Sinto que não disse nada de especial... nada... leiam apenas como um grito de 'basta', de quem sabe bem o que é aquilo de que aqui se fala.)
Eu não fiz comentários directos dos post dos 2 últimos dias. Mas há algo que gostaria de dizer. É sobre a tolerância. A aceitação do outro. A convivência com o outro. tudo isto tem sempre DOIS sentidos. Tolerar e aceitar não é só sobre o politicamente correcto. Embirro solenemente com este conceito do politicamente correcto. Também se tem de aceitar as opiniões contrárias às nossas. As ideias impõem-se, no debate, pelo que valem, pelo que consolidam e pelos resultados que produzem. Há que respeitar as liberdades de todos. E há, também, de consolidar os equilibrios entre as liberdades individuais. Dou um exemplo. Sobre a exibição dos afectos os meus filhos são indiferentes, mas para a minha mãe, com 80 anos, já não. Há aqui duas liberdades em colisão. A de quem exibe e a de quem não quer ser forçada a assistir à exibição. Como se conjugam as duas liberdades individuais? Exclui-se quem não está actualizado com o politicamente correcto do momento? Não se aceita uma opinião contrária, agredindo-se, como assisti em muitos comentários que li (alguns de muito mau gosto de facto) as pessoas com opiniões, que, embora "correctas", não deixam de ser intolerantes? Todo o mundo tem de ser de pensamento único? Isto já me preocupa mais do que a existência de opiniões ditas retrógadas. Como se reclama por tolerância quando não se a tem para com quem pensa de maneira diferente. Professor peço desculpa, pois sei que não gosta muito do termo tolerar. Mas preocupa-me que as liberdades individuais sejam postas em causa pela intolerância. E, perdoem-me, mas vi por aqui nos comentários muita intolerância, que não prenunciam nada de bom. E gostaria de lembrar que tudo tem duas vias, como no amor. Dar e retornar.
E não tem razão o Manolo ? Um gajo chega a casa "farto de vergar a mola", elas começam logo a "dar de cabra" e um homem só tem é que lhes "encher o cabaz".
Isto é violência doméstica ? Tá bem, tá... isto é castigo divino !
Mas é melhor não me dizeres nada, senão ainda arranjo maneira de também te exigir um pedido público de desculpas... ;-))
Sobre este post de hoje queria focar a conjugação da miséria, da ignorância, da deficiência (digo eu) cultural de muitas comunidades que potenciam os maus tratos sobre as mulheres no casamento com papel passado ou não.
Força(na mão)-de-lei, Ao som de Cubism de Kurt Rosenwinkel aqui na Anos 60 os teus poderes maléficos de provocação não conseguem penetrar na minha ZONE de boa disposição ; ))))))))) mas se começar a seguir uma cantoria francesa Kitsch já te vergo ; ))))))))))
Quanto ao pedido público de desculpas fica desde já feito:
Eu, Peter Maia, aka Noiseformind, aka Fode-me, Fode-me, Oh Sim, Fode-me Mais, Fode-meeeeeeeeeeeee declaro ter no dia ______________________ injuriado de forma excrecionante do supra-citado Fora-de-lei provocando um dislate da Lei de Compinchas Virtuais e sendo assim venho aqui humildemente expor-me ao opróbio, tomates, ovos podres,cuecas de fio-dental, bundas e bustos com que me queiram agredir ; )))))))))))))))))
... mas se começar a seguir uma cantoria francesa Kitsch já te vergo."
By the way, já ouviste a ópera que acabou de ser "desenhada" por Roger Waters ? Cada vez fica mais evidente por que razão os Pink Floyd foram mesmo os maiores !
(pronto... Graham Parker in da house, tudo muito melhor)
God, Sendo tu omnipresente é natural que as tuas palavras sejam sábias. Repara que na Tuga temos montes e montes de instrumentos legais, mas tudo está sujeito ao testemunho da vítima. Ou seja: um sujeito vê um homem a agredir a mulher, chama a polícia, verificam-se os maus tratos e abre-se o processo mas ELA TEM DE APRESENTAR QUEIXA!!! É a figura elegante do crime semi-público. A tramitação (vulgo burocracia) pode ser feita sem a autorização da pessoa mas sem o seu testemunho nada feito, a menos que os agentes da autoridade assistam. Portanto... parece-me evidente que não estámos assim tão separados do México ou de qq outra realidade subsariana (ou não tivessemos aqui uma forte comunidade genitalo-mutiladora da Guiné Bisau ; ))) )
Aliás, em casos de violação somos dos poucos países em que o exame genital e recolha de material genético do agressor ainda não têm prevalência na jurisprudência sobre o testemunho da vítima (o que leva o agressor a ver recompensada a pressão sobre a vítima na fase que antecede o julgamento.
Mundanças? O crime tem sido mais denunciado nas relações de namoro... mas por exemplo lembro-me que a APAV até Junho deste ano estava sem orçamento e em risco de fechar as portas das suas casas-santuário (que são praticamente as únicas existentes ;(((((( )
Mania esta de toda a gente ter opinião seja ela qual seja e acerca daquilo que for... Mas não basta tê-la. Tendo-a, aventa-se a mesma mesmo aos ouvidos dos outros como se o fogo na aldeia lavrasse terras e ceifasse vidas. Bale o sino do pároco enquanto o capelão foje pela janela. Ou não, ou afinal eram duas tipas, passe mudo o plebeu termo, mas jovens ou mulheres aqui já é fazer juizo. E disto não me esquivo, que se por aqui ando é por se me aparentarem em mim, por vezes, ainda que em esquisso, uns juizos e lembraduras. Mas que interessa? Eram duas, elas. E aparentemente beijavam-se. Uma à outra. E então?! Pediram sentença ou auxilio a alguém? Causaram dano ou dolo? Não se me afigura como. Deixai-as estar, que sendo paixão ou sendo amor ou apenas tonteria, feio.... feio... olhem, como no anúncio, feio é fumar. E que me perdoem o serôdio comentário.Também por ser tardio, pois.
Só uma mentalidade criada no Estado Novo e ainda mal digerida pelos filhos dos filhos do Estado Novo, explica a viol~encia doméstica e não só... Antes matar a mulher por infidelidade era um acto de honra...Sabiam? O juiz Homem tinha muita tolerância e normalmente apanhava pena suspensa... Só o tempo vai permitir mudar as mentalidades. Vão por mim FAD
Fad, Acho que estás um pouco desinformada sobre violência doméstica em termos de temporalidade ; )))))))))). A menina tem de passar aqui mais tempo. Olha o que de discutiu por estas bandas há uns tempos, olhe para esta dicussãozinha tirada das M-Files ; ) de: Terça-feira, Agosto 30, 2005
noiseformind disse...
Gonçalo, É CRIME PÚBLICO!!!
"Os maus tratos são considerados crime público desde 2000, o que impossibilita a vítima de retirar a queixa como acontecia anteriormente. Os processos nos tribunais quintuplicaram nos últimos cinco anos, mas grande parte não resultam em condenações. Em 2003, há 43% dos casos sem pessoas condenadas."
Mas o problema é que DEPENDE da confirmação da denúncia por causa da Vítima; ))))))))) e se a vítima diz que não foi nada... que fazer? Com as crianças é mais fácil pq a custódia pode ser transferida para o tribunal de menores. Mas um adulto não pode ser privado do seu direito de determinação e levado para um hospital para exames compulsivamente não é? Temos o mesmo problema na violação dentro do casamento ; (
Como vês quando falámos d"Estes Difíceis Amores" não é só o crime que conta... há o perdão, o carinho, o amor em que se tem esperança.
Portanto, Lúcia... á vem um cadinho tarde para o seu protesto em termos de presente ; ))))))))))))))
5:40 PM Manolo Heredia disse...
Se o "estalo" vem a seguir a um "buzinão", não tenho nada a opôr. Quem está mal que se mude, mas deixe-se de "buzinão"...
5:42 PM Lúcia disse...
É crime público, sim senhor. Mão à palmatória. Mas fica o protesto.
5:56 PM noiseformind noiseformind disse...
Eu disse quase Lúcia... eu disse quase... ; )))))))))))))))))))))) querias que dissesse "quase todos os casais tugalenses são muito felizes"? Pois... se a infidelidade não fosse tão comum talvez eu pusesse as coisas nesses termos mas que eu saiba "infidelidade" e "felicidade" não rimam em lado nenhum com "Amor" ; )))))))))) a menos que um deles não saiba, ou até que os dois não saibam das infidelidades um do outro. Descoberta a marosca é vê-los em "não te conheço" ou "não acredito" e em perseguições caninas pelo vestuário alheio. O problema aqui é que eles as matam, muitas vezes sem base de culpa. Elas matam ao fim de anos e anos de sofrimento e para proteger as crianças, eles matam ao fim de anos e anos de espancamentos num excesso à habitual e (horror!!!!!!!!!) corriqueira surra.
Mas Lúcia, se quer dizer que não, que é tudo lindo, que não há grande doses de maus tratos e que o pessoal quer é amar-se aí intensamente, B MY GUEST ; )))))))))))))))))))) aliás, as maiores detractoras das mulheres são as próprias mulheres. Olhando para as denúncias do crime de abusos físicos em 2004, a maior parte foi desencadeada por vizinhos. Onde estão aqui as denúncias das "amigas"? Idealizar é sempre um bom ponto de partida para menosprezar os problemas.
Manolo Heredia, INfelizmente, muito infelizmente, falaste como um "verdadeiro" homem. Daqueles fabricados por aí não se sabe bem onde nem como...
5:57 PM dKin disse...
De certeza q as pessoas q dizem, q com as férias "isto" melhora, são mulheres, ñ é Sr Professor? Só mesmo nós mulheres, tontinhas, é q temos esperança da melhoria de uma relação com mais tempo passado juntos, isto pq temos sempre esperança q as férias sejam dias românticos passados juntos e fazemos todo um filme na nossa cabeça das coisas q podiam acontecer... Mas q na realidade nunca acontecem! E lá voltamos mais desmoralizadas... Verdade ou mentira?!
5:58 PM noiseformind noiseformind disse...
Cá está uma deliciosa lista de "culpabilidades" que justificavam os maus tratos físicos de um marido invocados aquando de um divórcio; )))))))))
13) A autora gasta do dinheiro ganho por si sem dar conhecimento ao réu; 14) Autora e réu discutiam e quando isso acontecia aquela exaltava-se, por vezes, chamando "porco" ao réu; 15) Na residência a autora priva o réu de utilizar a casa de jantar e o quarto mantendo as portas fechadas, bem como o telefone, aspirador, frigorífico e outros utensílios. 16) A autora desde 1998 não cozinha para o réu nem lhe trata das roupas.
Não... não é de 1940... é de 2003 mesmo maralhos ; )))))))))))))))))))))))
Vejam bem... "ficou provado". Ou seja... é prova... portanto é admissível em julgmento... factor atributivo de culpa! Já imagino os vossos sorrisos se lessem ali "16) O autor desde 1998 não cozinha para a ré nem lhe trata das roupas" ; )))))))) digam lá... digam lá...?
6:04 PM noiseformind noiseformind disse...
10. a ofendida R confessou ao arguido que lhe era infiel e que até tinha feito um aborto por relações sexuais tidas com um vizinho; 11. não queria viver mais com ele; 12. já não gostava dele e tinha nojo do mesmo; 13. o arguido pegou na arma e disparou em direcção à ofendida R porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado.
Vejam bem esta sequÊncia, ela, quanto a mim e quem quiser que desdiga; )))))))))) mostra perfeitamente o que é "normal" na nossa sociedade. Ela confessa o adulrério, humilha-o, tinha nojo dele. Ele, Caim dos tempos modernos, não tolera a ofensa, não tolera a partida, antevê a humilhação e sente a castração e em vez de rebentar em lágrimas (que seria o 13 "normal" esperado para a mulher) explode em ira. Mas atenção, é uma explosão mecânica e não etéria. Não ensinámos os nossos meninos a lidar com as suas emoções, e elas explodem assim em torrentes... é a ponta do iceberg, é certo, imagem visível porque vai parar aos tribunais, mas entronca por aí abaixo até aos nossos recreios e lares com crianças ; )))))))))))))
" 13) A autora gasta do dinheiro ganho por si sem dar conhecimento ao réu; 14) Autora e réu discutiam e quando isso acontecia aquela exaltava-se, por vezes, chamando "porco" ao réu; 15) Na residência a autora priva o réu de utilizar a casa de jantar e o quarto mantendo as portas fechadas, bem como o telefone, aspirador, frigorífico e outros utensílios. 16) A autora desde 1998 não cozinha para o réu nem lhe trata das roupas.
Não... não é de 1940... é de 2003 mesmo maralhos ; )))))))))))))))))))))))"
BOA NOITE! Para ser sincera parece-me que este blog, pela extrema riqueza de conteúdos e devoção e assertividade dos participantes já merecia um livro. Falo por mim, que com imenso prazer li esta "viagem ao passado" feita nas asas da memória de mamute do Noise. Realmente este sítio faz pensar, contribui para dinamizar a massa cinzenta, é feito por pessoas que se preocupam com o real, com a actualidade além do soundbyte. Olhe Júlio: ADORO! Quanto à violência doméstica, o estatuto de crime semi-público origina imensos processos sem saída possível por falta de testemunho da vítima. Faz parte da nossa meia-modernidade fascista. Liberdade para alguns. Homens de classe média de preferência, pq as mulheres desunham-se a trabalhar para ganharem o mesmo que qq homem faz no seu horário 9h-17h. A mim, por exemplo, pedem-me regularmente para executar tarefas abaixo da minha posição na empresa em que trabalho. A desculpa? Os meus colegas homens estão a fazer coisas mais importantes, como por exemplo conversarem entre si!!! Engraçado como homens a conversar é sempre sobre trabalho e mulheres a conversar é logo olhado como coscuvilhice. Uma vergonha. Mas pronto, se calhar um dia ainda fundámos o Partido do Maralhal e tomámos conta do País. Pronto para ser Primeiro Ministro Professor??? ;)
E está a dar Georgia on My Mind cantada pelo Ray aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Sabe que adormeço com a sua música Júlio? Desligo o monitor e deixo estar as colunas na mesinha de cabeceira e o seu delicioso gosto musical embala-me pela noite dentro. E sei sempre que ao acordar tenho a mesma boa música com que adormeci.
Breves apontamentos fragmentados: Sim, é crime público. E daí? Quantos de nós denunciam o que se passa na casa do vizinho???? Violência doméstica: falamos só de violência física??? Casamento: contrato entre dois seres (de génese católica, entre nós, transposto para o domínio civil, sobretudo apto a regular/acautelar, patrimónios... Procriação: até hoje não se fazem meninos sem um homem e uma mulher, por mais manipulação e técnica que haja... Sexo, Sexo, Sexo...sexo aprendido, reaprendido, estimulado, paletes de experiências, seres humanos enlatados entre três , quatro, dezenas, quantos quiserem, desde que o prazer dê o tom... Eles e elas, eles e eles, elas e elas e uns com os outros.... tudo ao molho e fé em Deus.... Tanto se evolui.... (afinal, onde fica nisto tudo, a dignidade da pessoa humana?)
(vocações impróprias de cristãos assumidos :) ) Deus terá pensado: um dia, eles andam com eles, elas andam com elas, eles que andam com elas é para puro prazer e estudos científicos (com este fito não haverá mais guerras, é só estratégias de prazer)... assim, este mundo imperfeito que crei, acabará sem que eu tenha que intervir! Boa noite!
16) A autora desde 1998 não cozinha para o réu nem lhe trata das roupas.
..o quê???? isto dá direito a divórcio????...oh diabo, 'tou lixada! é q eu, desde q comecei com a mania das dietas, odeio cozinhar!...ai se o "reu" decide usar a lei...'tou lixada!...estou cá a pensar q o melhor é ver se descubro pr'ai uma daquelas "tias" q decidiu tornar-se empresária a fazer comidinha - caseira! - pra fora...:->
amok_she, Eu se fosse a ti voltava à cozinha e via se está tudo mesmo limpinho, não vá o Senhor da Casa fazer uma inspecção matinal ; ))))))))))))))
nãoseiquenickusar, Então se os gays o que mais querem é adoptar. E pelo que sei não falta aí criança abandonada (só no sistema português estão 44.000, pelo menos a julgar pelo que li de esguelha no Público de hoje), gente que as faz sem ter mínimas condições e que depois as abandonam. Portanto, não me parece que conceitos como parentalidade estejam dissociados do prazer. Aliás, a avaliar pela Sex Survey de 2005 o nosso problema é muito mais o prazer do que a reprodução ; )))))))) Temos casais hetero em verdadeiros calvários para a paternidade e temos casais homo nesse mesmo trilho. Não vejo o pq dos anseios de uns devem ser considerados egoístas e os dos outros altruístas. Os gays querem a criança para a deformar e os hetero para q? Toda a educação é deformação do indivíduo. Tanto se aprende a respeitar os mais velhos e a não roubar com um pai ou dois pais. Então que dizer das famílias mono-parentais? Tira-se os filhos ás mães pq só um parente não chega? Falta um pai e faz-se o q? Obriga-se a casamentos compulsivos do tipo "se não arranjar pai para essa criança tiramos-lhe o filho?" A tua indignação parece mais voltada para os que fazem sexo regularmente do que contra os que casam. Explica melhor isso e talvez a gente troque algumas ideias ; )))))))))
Isabel, Memória de MAMUTE??? Se me estás a chamar gordo tudo bem, ainda aceito. Mas se me estás a chamar extinto então terás que pedir desculpas públicas ou em opção aceito que no próximo encontro não tragas soutien (os teus mamilos ficam tão giros com o friooooooooooooooooooooooo) ; ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
JANTAR DO MURCON 17 DE DEZEMBRO NESTA SALINHA ACOLHEDORA PARA COMENTADORES DO BLOG MURCON LEITORES DA OBRA DO JULINHO GUILHERME ANÓNIMOS APRECIADORES DE BOA COMIDA EX CLIENTES DO PROFESSOR QUE QUEIRAM RECLAMAR DA TERAPIA FEITA HOMOSSEXUAIS HETEROSSEXUAIS (MESMO OS QUE ESTÃO AINDA NO ARMÁRIO) BISSEXUAIS TRISSEXUAIS MULTISSEXUAIS MEMBROS DO CLERO MEMBROS VAGINAS ETC... ETC... ETC... ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ HOMÓFOBICOS ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ SEGUINDO UM ESTUDO DA UNIVERSIDADE DE PUTLAMANICORNICH OS HOMOFÓBICOS FICARÃO A DISTÂNCIA SEGURA DOS RESTANTES COMENSAIS VISTO TER SIDO PROVADO QUE PESSOAS EXPOSTAS A OPINIÕES HOMOFÓBICAS PODEM DESENVOLVER OS MESMOS SINTOMAS ; )))))))))))))))))
CONVIDADO ESPECIAL: O ANÓNIMO QUE ESCREVE POEMAS PORNOGRÁFICOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ai além de cozinhar tb tem de se limpar??? oh deus m'a livre!..acho q quem pede o dovórcio sou eu!..se me tivessem lido essa lei qd assinei o papel..tinha dito logo q já ñ queria!...acho q é assim q eles nos levam ao engano...:->
Nuno Gonças, Olha que 54,5% das agressões domésticas acontecem no casamento. O que é a experimentação de uma tese conhecida desde S. Paulo: "mantende-vos solteiros" ; )))))))))))) E 65% acontecem na família nuclear. Estou para saber o que o nosso AJFRM irá dizer disto ; ))))))))))
Aliás, imagino já uma campanha a favor do casamento:
"54,5% das agressões em Portugal acontecem no casamento. Não queira ter a vida monótona dos 45,5% que ficam de fora!!! E mesmo que ele lhe bata, em média só a partir dos 35 é que isso é provável de acontecer!!!!!!!!!!!!!!!!"
Amok_she, As grilhetas deste mundo, São pois assim muitas, vãs, Não as tirámos ao deitar, Nem ao erguer nas manhãs...
She walked toward one of the aircraft's emergency exits with an unlit cigarette and a lighter in her hand and began tampering with the door, prosecutors said. But a flight attendant intervened and took Sellies back to her seat. Defense lawyer Helen Shilton told the court Sellies was terrified of flying and had taken sleeping tablets with alcohol before takeoff. Shilton said Sellies has no memory of what happened on the flight and that she has a history of sleepwalking.
Primeiro: O meu comentário acerca de " Economistas, precisam-se", é fundamentado. Em Portugal, faltam números em todas as áreas, embora o panoramam tenha melhorado substancialmente. E sobre isso atenção: quando falo em estatísticas, é em estatísticas credíveis e actuais, que supõem o funcionamneto permanente de equipas de trabalho e de observatórios. E no meio da escassez, o que há mais são pesquisas que de nada valem: não têm premissas seguras, são do tempo da guerra de 14 (o que é dizer de há 2, 3 ou 4 anos), não são indicadores fiáveis para um trabalho sério. Às vezes nem são os técnicos que têm a culpa, mas quem estabelece o enquadramento dos cálculos, de forma irreal. Ora, quando se fala de questões socialmente melindrosas, acautelem-se: o caso piora. As chamadas cifras negras são imensas. Outras vezes, é ao contrário: porque há que empolar, empola-se. E quem quer fazer reflexões fundamentadas, não tem suporte. Um exemplo: escolham um tema à sorte. Sugiro: acidentes de trabalho em Portugal. E vão comparar: os números do INE, os números do MTrabalho e SS, os números das Seguradoras.Ficarão embasbacados com a disparidade! E outro: os indicadores sobre a utilização do FSE em Portugal. Julgarão que estão, não num país civilizado, mas na República das bananas. E então? Desacredita-se da matemática? Não, esta nunca se engana. Desacredita-se da ciência estatística propriamente dita, tal como é praticada neste país.
Sou jurista. Cresci intelectualmente a volta de um tronco de conceitos fascinantes, mas especulativos. Isto é, onde o real é relativamente irrelevante, embora a disciplina se reclame da missão de o servir. E uma coisa aprendi na minha vida prática, em que tenho que viver diariamente em terreno de diálogos pluridsiciplinares (embora sentada numa poltrona, como todo o jurista. Há quem tenha cadeiras e banquitos...por enquanto!) É um desafio estimulante. Mas enfim: fui-me habituando a traçar as questões de maneira transversal e "cromática". E uma coisa aprendi de verdadeiramente novo (embora, dito assim, pareça um terrível lugar comum, perceptível para qualquer um): - o conhecimento empírico (opinativo e esclarecido...) algumas vezes dá-nos razão, a maior parte das vezes trai-nos em toda a linha. O auxílio dos números, feitos como deve ser, reserva-nos as maiores surpresas da vida. É uma disciplina a que todos deviam obedecer: perguntar antes de mais "aos números", depois de investigadas as fontes e as premissas. Tipo espírito científico de laboratório, de quem não tem ideias feitas. Dá direito a provocar 1 terramoto, pelo menos para um académico de humanidades como eu. ...Grande caminho a a percorrer.
Segundo: A violência doméstica (que não é a minha área de trabalho) vive a todos os níveis sociais. Qualquer médico que faz "bancos" o sabe. E quem "milita" nas hostes contra o fenómeno sofre exactamente o mesmo estigma que sofre, por exemplo, quem se bate pela liberdade de orientação sexual: Isto é: -num caso, coitada(o)s! Preocupam-se com estas coisas porque o marido lhe batia, ou o pai batia na mãe,ou o avô na avó! -no outro: coitad(a)s! Defendem os homossexuais porque no fundo são mesmo invertidos, de outra maneira...como teriam esta opinião e "teriam coragem?
E assim vão as causas cívicas em Potugal!
Terceiro: Em Portugal, é evidente que a radiografia é diferente da tratada no texto de JMV. No que ao direito respeita. Já no que respeita aos factos, só a cultura da igualdade mudará as coisas. E essa escasseia precisamente nos topos da pirâmide social: em baixo e em cima... (aliás, o grupo social do meio da pirâmide está em vias de extinção!) Quando, há 25 anos, fiz Medicina Legal na FDUC, o professor regente, catedrático da FMedª(eminente figura, do mais pós abrilista possível) deliciava parte da plateia masculina com os seus apartes sobre o crime de violação (+ ou - assim):"-Pois é, a vítima diz que não queria...A maior parte das vezes é treta! Não querias, não, berravas mas querias mesmo era aquilo, nós bem sabemos como é que é!"... Coro de risos... Já então, nos finais avançados dos 70's, isto me parecia uma aberração surrealista! Por isso, não desanimem: SÓ passaram 25 anos....o que é nada se pensarem bem! Havia quem saisse na sala, mas as mulheres então ainda estavam em minoria! Agora, se calhar nas mesmas salas das mesmas Faculdades (e diga-se em abono da verdade que com profs diferentes) já não estão: estão em maioria. E isso vai ser a maior REVOLUÇÃO SILENCIOSA a que se assistiu (impotente...para o caso de se querer remar contra a maré!)
Angie, as revoluções, silenciosas ou não, demoram gerações a fazer. Não vão muitos anos em que num programa com a Ana Drago, Daniel Sampaio e Luís Osório foi debatido um estudo feito numa secundária dos arredores de Lisboa em que as respostas ao inquérito sobre comportamentos eram no mínino esclarecedoras!! Tanto quanto a memória não falha, fica aqui o exemplo:
Pergunta: Como chamas a um rapaz que anda com várias raparigas? resposta (maoritária): garanhão. À mesma pergunta para o feminino as respostas maioritárias eram: cabra, fácil, puta!
Espantem-se agora: as respostas mais duras foram dadas por raparigas. Pois é! A educação (aquilo que se ouve em casa (e não só) e se vê) ainda tem muita influência. E, sem dúvida, que nós mulheres ainda continuamos a ser muito solidárias umas com as outras, ui se somos!... Noise (perdoa) mas se tivessemos uma comentadora aqui a dizer metade das barbaridades, palavrões e frases de cariz altamente sexual do Noise já tinha sido 'apedrejada' mas como ele é homem já não cai tão mal e até se lhe consegue achar graça (incluo-me). Bem tentamos educar os filhos de uma forma mais aberta (e as coisas estão bem melhores)mas ainda assim, somos traídos pela nossa própria educação e pelos valores que nos foram transmitidos. Aguardemos pacientemente....
• na maioria dos casos homens e mulheres vivam a sua sexualidade de maneira diferente.
• nos ‘tempos modernos’ a sexualidade ainda é avaliada frequentemente segundo os padrões de satisfação ou ideal masculinos.
• para esta mulher, uma possibilidade de sexo pode ser preferida por outras actividades ‘lúdicas’.
• pela análise das sociedades humanas, não se pode extrair um conjunto de parâmetros comuns sobre o que é considerado uma sexualidade satisfatória para homens e mulheres, em conjunto, ou separadamente.
Nota: 'estou a pensar na vivência do sexo como algo mais global, que pode ser uma experiência humanamente gratificante, sobre vários aspectos: físico, psicológico, emocional'
Considero muito interessante o modo claro, competente e amigável como nos expôe os seus conhecimentos e faz as suas avaliações. Os seus textos ajudam-me muito na aceitação deste espaço. Viva, por se manifestar e nos dar o prazer da sua companhia.
A lei mexicana de 94 foi agora corrigida mas, lá como cá - e como já aqui foi dito - são necessárias gerações para se experimentarem pequenas mudanças nos pressupostos e nos requintes de qualquer tipo de 'violência' e de 'prepotência'.
Porque não haveria de ser assim na relação sexual (de qualquer tipo)?
E a Lei, será que muda comportamentos tão atávicos?
Estive a ler aquele texto do tipo que matou a mulher a tiro de caçadeira e realmente parece-me coisa que pensei só acontecer no México:
"10. a ofendida R confessou ao arguido que lhe era infiel e que até tinha feito um aborto por relações sexuais tidas com um vizinho; 11. não queria viver mais com ele; 12. já não gostava dele e tinha nojo do mesmo; 13. o arguido pegou na arma e disparou em direcção à ofendida R porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado."
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
engraçado como o tribunal usa a palavra "violentado" para alguém que matou a mulher a tiro de caçadeira. Parece-me uma clara diminuição da violação sentida pela mulher, que lhe custou a própria vida.
Agradeço a sua resposta e entendo melhor a palavra 'exasperantes' do que a 'longos' porque, desta, não tenho uma percepção nítida - é que só vivemos umas poucas décadas e não conseguimos experimentar (ainda) o passado remoto (nem o futuro). Tudo se torna sempre muito exasperante em termos de (in)justiça ;)
GOOD MOOOOOOOOOOOORNING MARALHAL (e como parece que ele anda por aí) I LOVE THE SMELL OF MURCON IN THE MORNING
Florian, Na óptica da sociedade portuguesa uma mulher que se sente humilhada, diminuída, violentada, provocada,desesperada e perturbada chora. Já muito aqui se falou em role-genderização, que os homens antecipam a agressão e respondem a ela por antecipação associando-se a isto a forma como o "descontrolo" é visto de forma natural nos rapazes e a uma falta de educação nas raparigas. O mundo para a maior parte dos pais é uma zona de exploração para os filhos e um antro de perigos para as filhas.
Angie, Falaste tanto de números... por onde andam eles? Espero pacientemente ;))))))))
Esta mulher, (fazes-me lembrar a Gabriela Moita na escrita... já estou excitado só com a ideia... ficar excitado... lá está... "é de homem", (diria a publicidade à FHM) Pego só na última frase: "• pela análise das sociedades humanas, não se pode extrair um conjunto de parâmetros comuns sobre o que é considerado uma sexualidade satisfatória para homens e mulheres, em conjunto, ou separadamente."
Lamentavelmente olhando para dados da Global Sex Survey conseguem-se detectar parâmetros de satisfação femininos e masculinos. Nro de parceiros, sexo anal enquadrado em drafts de papéis de submissão sexual da mulher são elementos predominantes em países em que o prazer feminino é negligenciado e valorização do tempo do acto sexual e sua intensidade, preliminares, valorização do empowerment feminino, satisfação global com a vida sexual e variação de formas de estímulo não-penianas.
Os parâmetros de satisfação masculina são claramente quantitativos (nro de actos, nro de parceiros) e a sua predominância na avaliação geral do sexo próprios de países com desigualdades estruturais em termos de direitos salientes. Os parâmetros d satisfação feminina apresentam variações significativas de parceiro para parceiro sendo a avaliação mais subjectiva em países onde essas desiguldades grassem tornamdo-se mais objectiva à medida que verificámos o aumento de indicadores de satisfação real nos países onde as assimetrias entre género se esbatem. Mas isto sou eu a falar claro ; ) (não te preocupes Paula que o teu mail será religiosamente respondido na mesma apesar destas considerações gerais ; )))))))))))) )
Boss, Já aqui puxei do debate sobre a possível mexida na idade da criminalização da actividade sexual aos 18 anos. Se entre o pessoal com mais de 30 anos e o pessoal com menos de 16 anos a média de início da actividade sexual a nível mundial decresce 4,5 anos (dados tb da Global) e na própria Fernando Pessoa 89% das alunas caloiras (que teoricamente iniciam a vida sexual mais tarde que os rapazes) não eram virgens (com uma média de 19 anos de idade) em 2003 não correremos o risco de a lei "criar" num passe de mágica milhares de vítimas de abuso??? Na minha praxis com adolescentes a principal tipologia para as raparigas era "ela anda metida com um matulão de 18 anos e tem 13 anos, foi vítima de abuso, terá sequelas?" e a dos rapazes era "não tem amigas, anda sempre com rapazes, e na escola alertaram-me para que pode ser gay, há cura".
E já agora uma sugestão ;) e que tal se em cada comentário metessemos a música que estámos a ouvir no momento? Digo isto pq estou a ouvir Jimmy Hendrix em FIRE ; )))))))))))))) o que pode explicar grande parte da minha boa-disposição actual ; )))))))))))))))))))))))))
Infelizmente é tipico dos portugueses destruirem constantemente a imagem do país, ao fazerem isso só agravam mais a situação, devemos puxar mais pelos aspectos positivos e trabalhar para melhor o que está mal, todos nós temos a nossa quotazinha de responsabilidade em todos os problemas. Digo isto porque ando farto de ouvir em todo o lado frases como "Só mesmo em Portugal", "Isto é um atraso", "Estamos na cauda da europa", etc, etc,... O preocupante é que os problemas da violência doméstica atravessam todos os paises(ricos e pobres) e todas as culturas, por isso mesmo de (quase)impossivel irradicação porque faz parte da natureza humana.
(...) e na própria Fernando Pessoa 89% das alunas caloiras (que teoricamente iniciam a vida sexual mais tarde que os rapazes) não eram virgens (com uma média de 19 anos de idade) em 2003(...)
Noise, dá-me ideia que gostas muito de números e estaísticas, mas acho que é preciso ter certo cuidado com eles... sabes por acaso como é que chegaram a estes valores? sabes se fizeram testes médicos ou apenas perguntaram às raparigas?... é que uma coisa é aquilo que é dito, outra aquilo que efectivamente é feito...
não pretendo chegar a nada específico com esta nota, mas apenas lembrar que muitas vezes atrás de números aparentemente muito rigorosos há motivações várias que os falseiam.
engraçado como o tribunal usa a palavra "violentado" para alguém que matou a mulher a tiro de caçadeira. Parece-me uma clara diminuição da violação sentida pela mulher, que lhe custou a própria vida.
Não vejo que uma coisa impeça a outra... parece-me perfeitamente natural que alguém que foi traído sinta tudo isso associado... o que não legitima, obviamente, o assassínio de alguém.
Parece-me que há muita falta de conhecimento da realidade do país. Os comentários postos aqui por nós todos reflectem uma visão, naturalmente, da classe média mediana e alta, urbana e ecológica. A violência doméstica e sobre a mulher existe em qualquer camada social, mas quando conjugada com outros problemas de existência ou de sobrevivência, essa violência é potenciada. Uma viagem pelo país à margem dos centros das urbes explicita a realidade que não se alcança no conforto de um lar urbano e rodeados de aparelhos que nos trazem realidade que não sentimos.
sical, não sei se percebi bem, mas estás a dizer que nas zonas urbanas não há violência, ou que é menor??? Na zona onde moro é muito comum ouvir grandes brigas e a meter policia ao barulho, não acho que tenha a ver com geografia! Já vivi em várias cidades e aldeias e brigas sempre foi uma constante verificada.
Tem piada, o nível de exaltação com este tema é bastante menos ruidoso, será que há mais consenso ou a posição é a de que os cães ladram e a caravana passa. Se fôr assim é pena.
Nuno. Eu não disse isso. Peço desculpa se não me expressei bem. Eu referi-me às opiniões aqui expressas por nós todos. Há violência em todas as camadas sociais, pelo que em todos os locais, quer ao centro, quer na periferia ela é real. O que eu chamo a atenção, na sequência de um comentário que já fiz era sobre outras condições não sentidas pela classe média mediana e alta que potenciam ainda mais a violência doméstica, sobre as mulheres e sobre as crianças. E repito o que disse ontem: Sobre este post de hoje queria focar a conjugação da miséria, da ignorância, da deficiência (digo eu) cultural de muitas comunidades que potenciam os maus tratos sobre as mulheres no casamento com papel passado ou não.
Ontem vi uma reportagem, que não foi novidade para mim. Crianças, não abandonadas, mas ao deus dará. A envolvente familiar e social destas crianças é um drama que não vem nas revistas nem nas televisões onde se fala dos portugueses de sucesso, e só se mostra gente "linda" e com glamour. Nestes meios há álcool, pancadaria, falta da noção da existência de valores, promiscuidade, violência, muita, sobre mulheres e crianças. Nestes meios não há livros, música, arte, nem ocupação. Há só tempo, que sobra inútil, porque não têm nada válido onde se ocuparem. E há o mar, para reflectirem. Eu vi isto numa tv onde, não sendo boa, se faz serviço público, porque todos os habitantes, do arquipélago, podem constatar também as coisas más. Nos Açores.
O que eu chamo a atenção, na sequência de um comentário que já fiz era sobre outras condições não sentidas pela classe média mediana e alta que potenciam ainda mais a violência doméstica, sobre as mulheres e sobre as crianças.
Não sei se será bem assim, ou se pura e simplesmente se "vê" melhor a violência doméstica nas classes mais desfavorecidas porque é lá que se espera que ocorra mais... e é lá que a vergonha/humilhação associada à denúncia tem menos peso...
Desculpem o pragmatismo, mas pelo que vejo a divisão não é feita entre estúpidos e inteligentes como pensava, mas entre homo e hetero e ainda uma subdivisão entre aqueles que batem nos parceiros e nos outros. Pois que também acho que essa situação também existe nos gays. Já agora, para informação (:-)) não sou gay. Mas também não sou estúpido. Parabéns ao post do Prof. e ao RAM
É um facto que se vê melhor. Mas o que eu ando a dizer é que há factores que potenciam a violência doméstica. Mas tal não significa que nas classes altas e "cultas" não haja violência, se é que não é aí que se encontram as maiores violências sobre as mulheres, que vão muito para além da pancadaria.
Se calhar é só porque a ideia de uma certa violência está tão enraizada na nossa mentalidade que a achamos mais aceitável (e até justificável) do que a exclusão/marginalização a que são votados "os diferentes"... ao contrário do que acontece em relação aos homossexuais, aqui a "natureza humana" parece ser qualquer coisa abundante e violentamente tolerante.
porque é que dizes que potenciam? deves estar a pensar naquele velho ditado que diz que casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão... mas será que isso é necessariamente assim?
Lia Não é necessáriamente assim, nem tem que ser. A ausência de noção de valores, por exemplo, contribui muito para a violência doméstica. As situações e as razões são sempre diversas, embora tenham fios comuns. Eu conheci há muitos anos um casal, por acaso ambos médicos, em que a violência que ele exercia sobre ela era de espantar para todos os conhecidos. É óbvio que não era um ambiente carente material ou de noção valores que estava na base. Agora esta razão (sem razão) de violência conjugado com os outros problemas de carências de vária indole, agrava a violência, extensiva depois a toda a familia. As crianças são grandes vitimas de violência doméstica, que não vou aqui comentar. Nem vou dar exemplos de casos que conheço, tão aberrantes, que seria exaustivo em demasia, embora fossem interessantes para demonstrar +/- o que venho afirmando
Por mim, como já disse, vários post atrás, nenhuma. O que eu quiz dizer é que para mim, embora seja contra simplificações, as pessoas não podem ser iguais. E, caricaturando, só as consigo dividir em estúpidas e inteligentes. Já agora convém recordar o mal-entendido de Procrustes. Ele foi encarregado pelo Areópago de Atenas para investigar e solucionar as desigualdades entre os atenienses. Pragmáticamente ele construiu uma cama (bitola)e aos seus voluntários da experiência ele, ora cortou o excesso ora esticou-os até a medida padrão. Felizmente que foi indiciado pela procuradoria Geral da República e morto por Theseus. Moral da história : a igualdade dos homens tem muito que se lhe diga.
A violência doméstica é sempre o exorcismo da ansiedade, provocada por altos níveis de frustração. Frustração = diferença encontrada entre as expectativas e a realidade. Por isso a violência doméstica está sempre associada a baixos níveis de educação. Educação = cidadania + tolerância + respeito pelos outros . Há muita gente mal educada nas classes ditas "altas".
Faço minhas as palavras de Esta Mulher(9.36) acerca dos seus comentários. Sobre o seu terceiro ponto: os factos que relata excedem tudo o que poderia imaginar, para mais sendo o professor médico e tendo eles ocorrido já no fim da década de setenta. Antes de 74, era vulgar na Fac. de Direito da UL quando alguma aluna dizia um “disparate” numa aula ou num exame, alguns professores estenderem o braço, apontando para a Fac. de Letras, que fica do outro lado, e dizer:”minha senhora, o seu lugar é ali em frente”. Claro que isto não era dito aos rapazes, por mais burrinhos que fossem. Contudo, o que contou é de outro calibre. É uma autêntica vergonha o que se passava nessas aulas. Quanto a professores, a Fac. Direito da UL era praticamente uma coutada masculina onde apenas destoava a Prof. Magalhães Colaço a quem era reconhecida competência para fazer parte do júri nos exames para juiz, mas que não podia ela própria ser juiz por ser mulher. Pergunto-me qual será a percentagem actual de professoras catedráticas nas faculdades de Direito. Felizmente, como diz, as alunas já não estão em minoria. Espero que o número de professoras tenha também aumentado.
Bem, Sical... se calhar ainda não entendi bem o que queres dizer... acho que a carência material, principalmente a extrema, é por si só um factor de violência (ou sentido como violento e vitimizante)... mas daí a entender que agrave a violência vai uma certa distância - se calhar porque tenho um certo receio de que as condições externas sirvam de atenuante aos actos violentos, quando eu acho que não há absolutamente nada que os justifique.
(no minha pausa pós-prandial:)) - Gostei de ler os comentários e recordar a FDUC, onde também andei... - Veio-me à memória a tese do Prof. Orlando de Carvalho na sua "Teoria (crítica) do Direito" no se "Projecto Social Global". Era então, fácil apercebermo-nos de quão moroso e difícil é transformar valores em contra-valores, para que possam surgir novos valores (vigentes). Há um valor de base que jamais em qualquer tempo e sociedade, pode ser abolido: o do respeito pelo outro indivíduo! Por isso, tal como Orlando de Carvalho de quando em vez fazia nas suas orais de "reais" (dt.º das coisas), quando leio aqui certas coisas apetece-me parafraseá-lo: "olhe, sabe, foi brilhante!... Mas... venha cá para a próxima!" .... :))))
Mas, Conserto, ninguém pede que as pessoas sejam iguais, acho eu! O que se pede é o repeito pelas diferenças, para que cada pessoa possa ser como é... aliás, penso que é precisamente a não-aceitação e a não-integração da diferença que está na origem de muitos casos de violência, seja ela mais ou menos doméstica...
A violência doméstica é sempre o exorcismo da ansiedade, provocada por altos níveis de frustração.
é?
Não entendo aquele conceito de educação=cidadania+tolerância+respeito pelos outros... quero dizer: acho que se houver respeito pelos outros há "naturalmente" tolerância e cidadania...
Lia Não servem de atenuantes. Mas dão para entender muita coisa. Eu nunca falei em ausência de valores, mas de ausencia de noção de valores. Há muitoa anos, quando ainda havia tropa, havia uma situação que era de se pedir escusa do serviço por se ser amparo de familia. Para isso havia um burocrático processo. Dele constava que algum oficial, geralmente um aspirante inexperiente ia a casa do requerente averiguar da situação da familia. Acontece que na casa só estava a mãe com alguns filhos menores. Quando o aspirante miliciano a indagou da composição da familia é que foi a trapalhada. Porque um era filho da filha e do pai. outro era filho de dois irmãos, outro filho dela e de um filho. E explicou. Os homens quando chegam a casa "servem-se" como entendem. Lia, é a estes ambientes, que eu me refiro. Que, claro que não são classe média. Se isto existia há 25, 35 anos atrás, pode crer que ainda existe. E não é pelo facto de se terem urbanizado nos bairros sociais da câmara, que fez com o problema se tenha dissolvido. P.S. A Aspirante Miliciano jurou que nunca mais faria inquéritos de amparo de familia. E ninguém o obrigou.
Pamina (3.31): Todos os alunos desse tempo em que andei pela Faculdade (entrei já depois do 25.04.74, até porque as admissões no ano lectivo seguinte foram congeladas) se lembram destas aulas "teatrais" (não só por seram no teatro anatómico! Mas porque eram de facto de 1 histrionismo já lendário.... Os estudantes de direito eram aliás tratados arrogantemente, porque tinham que nos "gramar" contra vontade. Não esqueço alguns assistemtes da cadeira que eram óptimos, em certas aulas especiais, e nada tinham a ver com o dito regente (figura, aliás, que pertencia o + possível ao novo "estabishment", imaginem só). Por razões de cultura familiar, a Medicina Legal despertava-me o maior dos intereses, cruzando 2 disciplinas até aí pouco preocupadas uma com a outra. Mas não obtive, no fim, nem 1 olhar técnico (que bem teria sido útil e necessário se tivese seguido a magistratura) nem um olhar culturalmente enriquuecido sobre algumas importantes questões de direito penal. Descontadas as autópsias a que tive de assistir, e salvas alguma sraras e honrosas excepções, nada trouxe de novo para casa... Bem sei, de fonte segura, que hoje em dia o panorama é outro na mesma disciplina, felizmente.
Quanto às docentes mulheres: nesse tempo havia 2 em toda a faculdade. 1 que ninguém conhecia (investigadora) e outra, que não passou de assistente e acabou por sair. já agora, também lhe posso contar que a propósito desta, dizia outro eminente prof (este da minha faculdade de direito): -Só conheci 2 mulheres inteligentes na minha vida: a minha mãe e a Dra Fulana (a tal). Pela amostra, imaginam o calibre da dita professora: era excelente. Mas dentro de 5 ou 6 anos, a coisa muda radicalmente de figura: há imensas mulheres a concluir doutoramento, e na base de recrutamento para a carreira univª a percentagem de admissões de mulheres é já superior à dos homens. Mas a guerra não está ganha, longe disso. Lembram-se de alguém ligado à Saúde (já nem sem quem) ter defendido recentemente que deveria haver quotas nas admissões para as especialidades médicas? Porque havia trabalhos a desempenhar só por homens?! Inacreditável, mas é verdade. Por isso, toda a atenção é pouca...eles não desitem. Por mim, que sou mãe de 2 rapazes adolescentes a quem tento dar 1 cultura de igualdade entre os sexos não fundamentalista, também vos confesso: o meu ideal de sociedade não é o inverso daquele que vivi em criança e agora persiste disfarçadamente. Um mundo regido só por mulheres? Longe disso. Cairíamos no erro oposto e seria detestável! O meu ideal é um mundo equilibrado e fundado no mérito. Nada demais. Mas ainda utopia!
Pamina (3.31): Todos os alunos desse tempo em que andei pela Faculdade (entrei já depois do 25.04.74, até porque as admissões no ano lectivo seguinte foram congeladas) se lembram destas aulas "teatrais" (não só por seram no teatro anatómico! Mas porque eram de facto de 1 histrionismo já lendário.... Os estudantes de direito eram aliás tratados arrogantemente, porque tinham que nos "gramar" contra vontade. Não esqueço alguns assistemtes da cadeira que eram óptimos, em certas aulas especiais, e nada tinham a ver com o dito regente (figura, aliás, que pertencia o + possível ao novo "estabishment", imaginem só). Por razões de cultura familiar, a Medicina Legal despertava-me o maior dos intereses, cruzando 2 disciplinas até aí pouco preocupadas uma com a outra. Mas não obtive, no fim, nem 1 olhar técnico (que bem teria sido útil e necessário se tivese seguido a magistratura) nem um olhar culturalmente enriquuecido sobre algumas importantes questões de direito penal. Descontadas as autópsias a que tive de assistir, e salvas alguma sraras e honrosas excepções, nada trouxe de novo para casa... Bem sei, de fonte segura, que hoje em dia o panorama é outro na mesma disciplina, felizmente.
Quanto às docentes mulheres: nesse tempo havia 2 em toda a faculdade. 1 que ninguém conhecia (investigadora) e outra, que não passou de assistente e acabou por sair. já agora, também lhe posso contar que a propósito desta, dizia outro eminente prof (este da minha faculdade de direito): -Só conheci 2 mulheres inteligentes na minha vida: a minha mãe e a Dra Fulana (a tal). Pela amostra, imaginam o calibre da dita professora: era excelente. Mas dentro de 5 ou 6 anos, a coisa muda radicalmente de figura: há imensas mulheres a concluir doutoramento, e na base de recrutamento para a carreira univª a percentagem de admissões de mulheres é já superior à dos homens. Mas a guerra não está ganha, longe disso. Lembram-se de alguém ligado à Saúde (já nem sem quem) ter defendido recentemente que deveria haver quotas nas admissões para as especialidades médicas? Porque havia trabalhos a desempenhar só por homens?! Inacreditável, mas é verdade. Por isso, toda a atenção é pouca...eles não desitem. Por mim, que sou mãe de 2 rapazes adolescentes a quem tento dar 1 cultura de igualdade entre os sexos não fundamentalista, também vos confesso: o meu ideal de sociedade não é o inverso daquele que vivi em criança e agora persiste disfarçadamente. Um mundo regido só por mulheres? Longe disso. Cairíamos no erro oposto e seria detestável! O meu ideal é um mundo equilibrado e fundado no mérito. Nada demais. Mas ainda utopia!
Desculpa não ter respondido antes. Li com atenção o texto e as tuas questões e apoio a tua sugestão. Seria interessante que o Prof. JMV e/ou o Noise pegassem no assunto, especialmente nos pontos mais técnicos. Eu poderei apenas dizer o que me ocorreu, pois mas não possuo competência técnica específica, nem sei nada sobre estatísticas ou o que é cientificamente considerado "normal" ou "anormal":
1)Se homens e mulheres são pessoas que, intrinsecamente, em muitos aspectos são diferentes (não me parece que se possa questionar isto, certo?; E não estou a falar de anatomia) será que na maioria dos casos não é 'inevitável' que homens e mulheres vivam a sua sexualidade de maneira diferente? Ou será que se poderá cientificamente considerar unanimemente que uma sexualidade satisfatória seguirá sempre os mesmos padrões? Por exemplo, actividade sexual frequente, orgasmos obrigatórios, orgasmos múltiplos, variedade de parceir@s ou de práticas, etc, etc e Será que nos ‘tempos modernos’ (séc. 20/21), a sexualidade de homens e mulheres não é avaliada frequentemente segundo os padrões de satisfação ou ideal masculinos? Que mesmo as próprias mulheres muitas vezes reproduzem?Em vez de pergutarem a si próprias... O que eu desejo? O que é bom para mim? (parece-me aliás que a ciência, em cada época tem muitas vezes a tendência de dar uma visão uniformizadora/’monoorientada’ dos fenómenos; aliás o mesmo para a "ciência’ de oposição" como por exemplo o texto abaixo)
Como tu dizes, sendo diferentes é lógico que vivam a sexualidade também de maneira diferente. Acho natural (no sentido de explicável) que as mulheres tenham copiado certos padrões masculinos, o que evidentemente não quer dizer que isto seja bom. É como o fumar. Noutros tempos, em Portugal uma mulher não podia fumar em público, portanto, com uma maior liberdade das mulheres, o consumo do tabaco subiu em flecha. Penso que o fundamental aqui não seria tanto o prazer de fumar, mas o desejo de fazer "a statement". Acho que se passa o mesmo com a cópia de certos comportamentos sexuais (D.Juanismo feminino, por ex.).
2)Será que para as mulheres (também para os homens?!...) uma possibilidade de sexo poderá ser 'trocada' com prazer (ou preferida) por outras actividades 'lúdicas'?
No outro dia, durante uma refeição, ouvi um homem dizer (não foi no JSM):"vamos lá saborear a comida, porque afinal o que se leva de bom desta vida é o sexo e a comida." Eu pensei cá para comigo que era uma visão muito pobre. Para mim, o prazer sexual é "um" dos prazeres da vida e não o prazer máximo em absoluto, independentemente das circunstâncias.
3)Será que pela análise das sociedades humanas ao longo dos séculos, ou em várias civilizações (e não só as chamadas 'civilizações', mas também os chamados 'povos primitivos'), se é que existem tais estudos, se poderá extrair um conjunto de parâmetros comuns sobre o que é considerado uma sexualidade satisfatória? Para homens e mulheres, em conjunto, ou separadamente.
Acho esta questão interessantísssima. Como é óbvio não sei responder. Espero que o Prof. JMV e/ou o Noise o façam.
Gostaria ainda de salientar uma parte do texto que diz o seguinte: "Neste contexto, numa relação amorosa, a vertente sexual tem um protagonismo enorme relativamente a outras vertentes da vida a duas. Sem vida sexual activa (entendida da forma atrás descrita) é posta em causa a possibilidade de continuação da própria relação." Realmente, se não há sexo considera-se que não há fundamento para a relação/vida conjunta, mas não se não se tomam quaisquer refeições em comum, por exemplo. Será que isto faz mesmo sentido? Não consigo imaginar uma relação amorosa satisfatória, homo ou heterossexual, sem qualquer contacto físico. Nisto estaremos todos de acordo. Mas, a finalidade principal da vida em comum de 2 "parceiros/as amorosos/as" será praticar sexo (no sentido estrito)? Se não o praticarem, passam a ser "só" amigos/as ou continuam a ser amantes? Quando não há relações sexuais frequentes temos logo a tendência para pensar que algo está mal na relação. Será sempre assim ou poderá simplesmente acontecer que o sexo não é algo muito importante para esse casal? Neste texto específico, o referido parágrafo poderá inserir-se em "catequização" de oposição (=nos heteros tem uma importância exagerada, mas nas relações lésbicas não deverá ter)?
Espero que este debate continue, pois puseste à consideração de todos vários pontos que merecem ser discutidos.
NãoSeiQueNome Claro que o exercicio do poder é fascinante. Concordo plenamente.
Lia, Todos os que por aqui comentam, são de certeza classe média, mais baixa ou alta que seja. Não é a visão dos que não têm PC nem internet. Isto também faz alguma diferença.
dizia: O poder é fascinante. A violência, seja ela de que índole fôr, muitas vezes mais não é do que mais um dos aspectos nefastos de um exercício de poder mal dirigido. Aqui mesmo, neste espaço, quando assistimos a verberrações intelectuais, que a todo o custo se querem impôr, tendo como contraponto, em vez da difusão da pretensa informação, o apelidar de "ignorantes" ao outros, n~~ao lhes dando sequer o direito ao contraditório - é - implacávelmente, uma forma de violência!!! Aquela violência de que aqui se tem tratado é para combater ferozmente, por qualquer ser humano que se respeite a si próprio, mas, não é, afinal, nem exclusiva e quiçá a pior das violências...
A frase não é da minha autoria, mas é interessante: ´«O que faz mover o mundo é o sexo e o dinheiro, na conjugação do poder, suprema trindade da existência.» É discutivel, mas dá para reflectir
Lia c, É! Na esmagadora maioria dos casos quem bate no parceiro não o faz por prazer (isto vale para homens e para mulheres). Quando um indivíduo chega a casa se confronta com uma vivência completamente diferente daquela que imaginou / desejou, fica ansioso. O nível de ansiedade é tanto mais elevado quanta a perspectiva que esse alguém tem, de ter meios para vir a alterar a situação (autonomia). Quando os níveis de ansiedade atingem valores muito elevados, há os que dão cabeçadas na parede, há os que dão murros nas portas e, quando o diálogo com os parceiros do lar é apercebido pelo indivíduo como fonte de aumento da sua ansiedade, a tendência é para fazê-los calar a qualquer custo. É assim que acontecem as desgraças de um pai que matou um filho à pancada! Quanto mais lhe batia mais ele gritava. Ou seja, a violência é a forma encontrada pelo indivíduo para tentar inverter a escalada de ansiedade que cresce dentro de si e que o faz sofrer até níveis insuportáveis (cada pessoa tem o seu limiar de ansiedade aceitável antes-de-fazer-asneira). Ora a Educação, como foi definida atrás, facilita o controlo da ansiedade, pois o indivíduo repudia a violência. Se calhar é o indivíduo educado que dá com a cabeça na parede!
Sical, O que faz mover o mundo é o sexo. O dinheiro e o poder são corolários. A missão dos seres vivos por excelência é a procriação. Para procriar têm que sobreviver e para sobreviver têm que lutar pelos alimentos. O Dinheiro e o Poder são só meios de sobrevivência.
Digamos que o debate está animado e como convem , com forte participação feminina.:)) Muito já foi dito: défice legal de protecção à mulher, abuso do poder dos chamados" chefes de família",a violência doméstica não conhece classes sociais e principalmente ainda o "mar" de impunidades de crimes que estão por punir...
Os dados de violência doméstica em Portugal que o Nuno Goçalves apresentou e se alguem ainda tivesse dúvidas são bem claros: os alvos são praticamente e exclusivamente as mulheres. Tendo em conta que a lei até já nem é favorável aos homens dá que pensar das razões que ainda os possam levar a essas práticas! De facto existem os tais valores ditos tradicionais que estão tão interiorizados e enraizados nas mentalidades que serão necessárias a vinda de novas gerações para alterar esse estado de coisas. A cultura e a educação são sem dúvida elementos essenciais para o enquadramento e crescimento dos índivíduos e das sociedades mas isto evidentemente sem contar com as particulares psicológicas masculinas que levam a actuações comportamentais de agressividade bem mais primárias que as mulheres.... Contra isso não sei se haverá leis e mentalidades que nos valham:)))
Um belo dia, um ratinho ia a passear pelo campo, no seu PORSCHE, quando ouviu um grito de socorro. Ao verificar de onde vinha o grito, deparou-se com um cavalo caído num enorme e profundo buraco. Quando o cavalo viu o ratinho, começou a implorar:
- Por favor, Sr. Ratinho, tire-me daqui ! Eu já fiz tudo, mas não consigo sair deste buraco ! É muito fundo !!!
Rapidamente, o ratinho saiu do seu PORSCHE, abriu o porta-bagagens, pegou numa corda, amarrou-a ao pára-choques do PORSCHE e atirou a outra ponta para dentro do buraco, para que o cavalo a agarrasse com os dentes. Agilmente, o ratinho voltou para o PORSCHE, engatou a primeira, acelerou a fundo e puxou o cavalo para fora ! Assim que se viu a salvo, o cavalo ficou muito grato ao ratinho e disse-lhe que ficaria a dever-lhe aquele grande favor, por toda vida.
O tempo passou, e um belo dia o cavalo ia a galopar pelo campo quando ouviu ao longe um grito de socorro. Foi seguindo o som do grito, e encontrou o ratinho, que outrora o salvara, caído num enorme e profundo buraco. Quando o ratinho viu o cavalo, começou a implorar:
- Por favor, Sr. Cavalo, tire-me daqui ! Eu já fiz tudo, mas não consigo sair deste buraco !É muito fundo !!!
O cavalo, enquanto acalmava o ratinho com palavras doces, tentava desesperadamente alcançá-lo, mas não conseguia, pois o buraco era muito estreito. Quando já ia desistir, morto de tristeza por não conseguir salvar aquela criaturinha que o tinha ajudado a ele, teve uma grande ideia. Posicionou-se bem em cima do buraco, foi descendo o seu pénis no buraco e depois massajando-o para que ele crescesse e chegasse ao ratinho. O ratinho agarrou-se ao pénis do cavalo, foi subindo, subindo, subindo, subindo... e acabou por sair do buraco.
MORAL DA ESTÓRIA: Quem tem uma picha grande, não precisa de ter um PORSCHE...!
Continuo a achar que a violência doméstica toma corpo e ganha terreno a partir do primeiro perdão, por uma série de factores e falhas mas isso é outro assunto. Mas como ela existe, existe. Compete-nos denunciar esses casos e principalmente quando ela é praticada na frente de crianças, e neste caso vos garanto que uma simples denúncia a uma dessas linhas de protecção a crianças as coisas correm sobre rodas. Trabalhei alguns anos em fotografia e havia duas situações em que mal as pessoas entravam e sem falarem eu já sabia ao que vinham (qualquer coisa no olhar, não sei explicar): - Revelar rolos com fotografias mais “ousadas”. - Pedirem para serem fotografadas por terem sido alvo de violência. Era certinho que mais que uma vez por mês eu era testemunha silenciosa deste tipo de situações. Nas primeiras vezes, talvez até por desconforto meu, ficava apenas a digerir a situação, mas a partir de uma certa altura achei que bastava e comecei a fazer perguntas e mais perguntas e raramente deixava sair as pessoas sem que ali à minha frente fizessem um telefonema à APAV. A maioria eram mulheres sim, mas tive cinco casos de homens (elas também sabem bater, olá se sabem). Não sirvo de estatística, mas as classes sociais que me passaram pelas mãos foram a muito alta e a muito baixa. Pareceu-me que os métodos/objectos usados diferem um pouco também entre elas. Os que dão num daqueles acessos de momento (não querendo dizer que não seja por isso grave) dão onde calha; os “habitues” poupam a cara e na altura de verão, alguns, poupam os braços. A última pessoa que fotografei foi açoitada com um fio eléctrico. Quando se despiu à minha frente até fininhos me deu na barriga. Este caso foi praticado na frente de uma criança de 4 anos e em menos de dois meses o caso dessa mulher foi resolvido através da APAV conjuntamente com a linha SOS Criança se não estou em erro. Penso que este crime passou a semi-público ou público mesmo não tenho certeza. E sim é nossa obrigação intervir. Se há coisas que funcionam neste país, estas instituições são prova disso.
De novo a propósito do tema deste seu post, e porque os meus comentários me levaram de regresso aos bancos da universidade (onde supostamente ‘’aprendemos a aprender’’, através de uma cultura técnica que nunca deveria deixar de ser, justamente, ‘’universalista’’, mas não o é) gostava de lhe fazer uma pergunta. Se me quiser responder agradeço desde já:
- Alguma vez deu aulas na cadeira de Medicina Legal, num módulo que fosse dedicado a 1 abordagem sociológica dos problemas médico-legais?
Sei que a licenciatura em medicina tem 1 cadeira, salvo erro, de sociologia médica. Portanto, os estudantes acordam para essas realidades, de 1 forma ou outra. Mas os estudantes de direito não têm formação alguma que lhes abra os horizontes nessa matéria, e portanto farão a ML perdendo a única oportunidade de serem sensibilizados para o contexto social em que as questões médicas, e depois as legais, se inscrevem (crimes sexuais, desde logo) Em direito penal garantidamente que ninguém se preocupa com essa necessidade. Aliás, não se preocupam porque não é 1 necessidade!
Se de facto nunca deu, acho uma pena. Muito teriam os alunos a ganhar em o ouvir e portanto, garantidamente, a crescer em certas matérias.
Deixem-se de frescuras de não se quererem misturar. Deixem-se dessas mariquices-Hello Manolo ;-) de que a coisa perde a magia e etc. etc. Inscrevam-se caramba.
Inscrições ainda em falta: - Porty - Cláudia - Ram - Henrique Dória - Lobices - Menina Marota - Rataplan - PP - Lena - Grupo do José Gomes - E mais alguns que agora me escapa Vocês têm obrigação de ser reincidentes.
- Harryhaller - Escrevinhador - Fora da Lei - E - Amok E todos!!!
Estou a pensar candidatar-me a uma telenovela na televisão utilizando as histórias contadas pelos amigos Manolo e Anónimo das 5:08. Seria mais ou menos assim: Um cavalo que tinha um Porche estava casado com uma formiga. Quando a formiga estanpou o carro num buraco ele violou-a. Ao pricípio não houve problema, mas quando ela já estava farta começou aos berros. Ele (cavalo) coitado, enervou-se e teve de lhe aplicar o justo corretivo. Ela, acabou na Mitra, juntamente com uma série de reformados. Que haxam?
"A relação estatística entre violência familiar e problemas de consumo de álcool, problemas de comunicação familiar e predomínio de famílias disfuncionais foi significativa"
ameninadalua, "particulares psicológicas masculinas que levam a actuações comportamentais de agressividade bem mais primárias que as mulheres..." não será mais o facto de geralmente a superior força fisica do homem anular a agressividade das mulheres...
Tenho pena de só ter podido chegar agora porque o debate hoje foi interessante e esteve animado. Em relação a tudo o que li, queria só fazer algumas observações.
Pamina (3.31) Esses teus professores, deixa-me que te diga, eram muito preconceituosos. Eu andei na Fac. Letras e não me considero propriamente burra.:)))
angie(4.04) Concordo contigo. Apesar de haver mais mulheres no ensino superior, a guerra não está ganha, longe disso. "Toda a atenção é pouca...eles não desistem" Ai não desistem não... "Um mundo regido só por mulheres? Longe disso. Cairíamos no erro oposto e seria detestável!" Totalmente de acordo, não vamos substituir um fundamentalismo por outro.
manolo(4.41) "A missão dos seres vivos por excelência é a procriação." Continuo a não entender como consegues escrever estas barbaridades. Tu tens noção do que escreves??????
Yulunga(6.40) Desculpa lá:) mas vou ter que dizer isto. Penso que não deves tentar "forçar" as pessoas a comparecerem ao jantar. O anúncio do jantar é público, todas as informações são disponibilizadas a qualquer um, portanto as pessoas inscrevem-se se e quando quiserem.:) E ao referires essas pessoas, deixas de fora outras, o que é deselegante. Não te aborreças comigo por eu te estar a dizer isto, mas já sabes como eu sou,rapariga.:)
O facto das mulheres, geralmente, não brincarem com armas ou jogos de computador violentos, desde pequenas, mas sim com Barbies e estojinhos de maquilhagem, condiciona toda uma instintiva actuação futura. Elas podiam muito bem, limpar-lhes o sebo, quando eles estão a dormir, mas vão só revistar-lhe os bolsos, a ver se eles têm outra. Mais modernamente, coscuvilhar os números do telemóvel.
nuno gonçalves (7.13) Não sei se será. Os homens entre eles têm também comportamentos por vezes brutalmente agressivos. Acho que neste aspecto ( e não querendo generalizar) eles conseguem suplantar-nos, a nós, mulheres.
Não sou muito conhecedora de homens. Vivi com pai até tenra idade, conservo a imagem perfeita de homem, nesse ser magnífico que foi posto no meu caminho. Casei bastante cedo. A vivência que tive com o homem com quem casei foi uma lástima. Desde humilhações públicas a desdém. Psicologicamente (apesar de pouco inteligente) era açoitada com palavras como “ és gorda” entre outros mimos que dizia ser brincadeira. Queiramos ou não o nosso amor-próprio vai ganhando resistências. A névoa que nos cega não espera um D. Sebastião, mas vai-se munindo de artelharia. Sempre que era açoitada com esses mimos olhava-o e via o homem de 112kg em que se tornou chamar de “basulaque” alguém com menos de metade… Olha-se os filhos e pensa-se “não é razão para tomar uma atitude, afinal os filhos precisam do pai…”. O saco é grande, mas a cegueira passou, resta apenas uma convivência de tolerância além da nossa capacidade. Como sou pouco resistente a abusos destes não durou muito tempo. Passei a ser pouco tolerante com ele (não falo antes que ele era para mim outro filho já que o vestia, calçava e dava de comer, trabalhava mas não contribuía para as despesas domésticas e dele próprio). Certo dia fiz um ultimato. Dei-lhe um prazo para sair de casa já que estava a abusar do hotel e da hospedeira. Dei-lhe uns meses (de Fevereiro a Maio) para se decidir sobre algo que estava a prejudicar a nossa vida “familiar”( Ter resolvido residir no local de trabalho uns, 60km de distancia com automóvel para fazer a deslocação, foi o rebentar da bolha que estava a crescer há algum tempo, uma ausência com retorno ao fim de semana cheio de roupa suja… Era demais para mim!). Sempre que regressava da instância de férias injectava a filha, na época com 4 anos, que a mãe não gostava dele e que qualquer dia ia embora e ia para casa um senhor a quem não iria chamar pai mas sim tio. Estas coisas no meio de situações normais e a propósito de nada iam saindo á criança por comparações que a fazia com situações semelhantes que se nos deparavam na ausência dele. Aguentei até o fim do ultimato. Nesse dia, regressa o homem de fim de semana e logo o confronto com as afirmações que naqueles meses anda a fazer pela insegurança e cobardia que o veste, que era chegada a hora da partida e que eu exigia isso dele. O fim. Virei costas, morava num 5º andar com terraço, por sorte não transpus a soleira da porta da varanda da sala… Parei. Ele estava ali atirando contra mim um metro e oitenta e quatro e os 120kg. Fiquei pregada á parede, com um braço preso nas costas e um dos joelhos dele a prenderem as minhas pernas, a mão no meu ombro entrava na carne e a outra apertava o meu pescoço sem que eu me pudesse mover. A respiração já a fazia com dificuldade mas os meus lábios pronunciaram a palavra “mãe” , da boca saiu um “ronco cavernoso” sem sons decifráveis. Foi o suficiente. Ele leu os lábios ali bem perto e atenuou a pressão que me fez tossir uns segundos seguidos até que levei um valente estalo. Acordei do marasmo e virei fera. A minha mãe acorreu ao chamado sonoro do “ronco” aflita, sem saber reconhece-lo. Ficou atónita, como podia eu ter força para aquele monstro e só me mandava parar. Ele, “anjola”, com cara de santo atribuía-me a cena atirando-me as culpas. Cenas tristes… Sobrevivi, mas tenho consciência de que teria sido o meu fim. Foi o fim duma retaliação que durou 5 anos. Culminou atingindo a minha liberdade que fiz valer com a expulsão imediata da minha casa daquele ser repugnavel. Não fiz queixa. A minha filha sempre esteve primeiro, era o pai dela. Na terra onde morava e onde ele morava também fui a primeira mulher a separar-se do marido. Não foi fácil, amigos comuns, ruas comuns, filha comum… Acho os homens cobardes e inseguros. Uns tristes.
atras do pano nem imagina as ganas que tenho de teorizar sobre os homens com base na minha própria experiência de casada. Por motivos completamente diferentes, a conclusão a que (sem prever nunca) tive de chegar é a mesma: uns cobardes, uns "tristes", uns inseguros... Mas não podemos generalizar. Senão está tudo estragado: nem os filhos aguentam a nossa amargura, nem saberemos sequer educá-los (julgando-os pertencentes ao grupo dos " cobardes, tristes e inseguros"), nem a nossa porta fica aberta para nos reconciliarmos com a existência...e os homens. Compreendo o seu testemunho e não desvalorizo 1 cm o que passou. Mas acredite que (tal como na mulher não há esteriótipos), nos homens também não há. Posso sugerir-lhe que abra a porta?
Nuno Gonçalves "...não será mais o facto de geralmente a superior força fisica do homem anular a agressividade das mulheres..."
Não ...não será!.. e você sabe disso, porque quando o alvo da agressividade do homem é outro homem, a agressividade pode aumentar e ir até a excessos inesperados. As cadeias são bem demonstrativas disso; a relação de criminalidade entre a dos homens e das mulheres é bastante significativa. Mas com isto não estou por um lado a despenalizar as mulheres em conflito com os homens porque elas tambem quando agressivas não são "Flor que se cheire" e por outro não estou a renegar os verdadeiros encantos dos homens porque como todas nós mulheres sabemos, são uns queridos...:)))))
Obrigada angie. Já passaram muitos anos... Sei e já sabia que há HOMENS e Homens, mas sinceramente.. Abrir a porta não é fácil. Tenho mais aimgos homens que mulheres e tento nesse meu convivio alertá-los para o que está mal daquilo que conheço deles. Dou muito valor a esta minha liberdade que custou a reaver. Não queria a vida de nenhuma das minhas amigas casadas... Não fecho a porta mas também não a abro, velo-a :o)
andorinha e ameninadalua, ambas têm razão, simplesmente dava a sensação na frase que apenas os homens na presença de combinações de multiplos factores tinham uma agressividade mais primária, eu talvez quis puxar um pouco a fasquia para, vá lá, 80%-20%:))). Como disse, as mulheres irritadas também não são "flor que se cheire", mas eu não consigo viver sem flores:):):)
"Lamentavelmente olhando para dados da Global Sex Survey conseguem-se detectar parâmetros de satisfação femininos e masculinos. Nro de parceiros, sexo anal enquadrado em drafts de papéis de submissão sexual da mulher são elementos predominantes em países em que o prazer feminino é negligenciado e valorização do tempo do acto sexual e sua intensidade, preliminares, valorização do empowerment feminino, satisfação global com a vida sexual e variação de formas de estímulo não-penianas.
Os parâmetros de satisfação masculina são claramente quantitativos (nro de actos, nro de parceiros) e a sua predominância na avaliação geral do sexo próprios de países com desigualdades estruturais em termos de direitos salientes. Os parâmetros d satisfação feminina apresentam variações significativas de parceiro para parceiro sendo a avaliação mais subjectiva em países onde essas desiguldades grassem tornamdo-se mais objectiva à medida que verificámos o aumento de indicadores de satisfação real nos países onde as assimetrias entre género se esbatem. Mas isto sou eu a falar claro ; )"
As coisas que você consegue ver num monte de páginas Noiseformind. Pode ser mais específico nestas relações que sugeriu? Adorei esta passagem mas sinto-me bastante perdida (e totalmente impreparada) olhando para aquele montão de nros da pesquisa da Durex ;)
Andorinha... Andorinha... Quem não faz a mínima noção do que anda a fazer neste mundo é voçê! Pensa que lá porque é humana é mais do que os outros animais! mas não é, deixe-se de peneiras e aproveite a benèsse de seu humana para ler um pouco de ciência. Por exemplo "A Ideia Perigosa de Darwin", ou "O gene egoista". Se não souber o que são estes livros pergunte ao nosso confrade Noise. Ele, que é uma possoa culta, sabe com certeza.
Saí e cheguei tarde a casa, por isso não te respondi antes. Como sabes, eu também andei nessa depois da outra. Nessa altura, os professores falavam mesmo assim. Acho que muitos quase se sentiam "ofendidos" por uma mulher ter ousado não ir para Letras. A não ser que fosse super-brilhante.
Pamina, e os meninos do Tecnico vinham ao "santo sacrifício" da saída das meninas de Letras. Era "bem" ir assistir às aulas do Pr. Vitorino Nemésio, e do Prof. Cintra. e depois ir namorar para o relvado da cantina... que saudades...
Não era preciso responderes-me.:) Eu entendi o que querias dizer e o que pus em causa foi a mentalidade desses professores.
manolo (10.13)
Sim, realmente concordo consigo. Não devo ter a mínima noção do que ando aqui a fazer. Estou à espera que o manolo ou algum outro cérebro igualmente brilhante me esclareça. Estamos entendidos?
Paula, O que eu escrevi é apenas um dos aspectos que considero importante para explicar a violência doméstica. A violência é sempre um escape. Todo o ser vivo (Andorinha, eu disse ser-vivo, não disse homem) tem o chamado instinto de sobrevivência que se sobrepõe a todos os outros em caso de risco. A cultura serve para induzir o homem a refreear esse instinto em benifício da cooperação com os outros homens (em benefício da sociedade), sendo a religião só um exemplo dos ditames da cultura. Isto porque a Naturesa "sabe" que a cooperação mútua "paga" mais do que o egoismo para a sobrevivência dos cooperantes. Portanto, Paula, esses seus dizeres de "exprimir", "conversar" etc. são outra forma de referir a cooperação, são a socialização. Ser educado é ser socializado, é compreender os mecanismos da ansiedade e conseguir anulá-los antes que "a tampa salte".
Andorinha said... Yulunga, desculpa lá Yulunga said... Andorinha estás desculpada!
Andorinha said... Acho uma deselegância Yulunga said... Andorinha tomara que todas as deselegâncias fossem assim tão graves.
Andorinha said... Não te aborreças comigo, já sabes como sou. Yulunga said... Irra! Já disse que não aborreço, que estás desculpada e tudo e tudo. E já, já sei como és: Ou muito melga comigo ou muito preocupada com o que os outros pensam... Deselegância... Pffff...
Olha lá Passarita Não sei se reparaste mas tive o cuidado de colocar, no primeiro caso, e mais uns que me escapam e no segundo "E todos". Não por elegância, mas por ser mesmo assim; porque me daria um enorme prazer em que fossem todos. Claro que existem aqueles com quem criamos alguma empatia, mas também existem aqueles que até nem gostamos muito de ler, aqueles com quem discordamos de forma feroz, aqueles que até nos insultam e são precisamente esses que muitas das vezes dá mais pica conhecer. Sei muito bem que em relação a esta postura estamos em polos opostos. Mas se houvesse um nick que me dissesse após uma discussão brava, Yulunga tu és ...(censurado)nunca iria a esse jantar pois não tenho o menor prazer em conhecer-te, assumidamente lhe responderia: Pois tenho pena. Por mim faria o maior prazer em te conhecer.
Amok Eu não te coloquei na lista de reincidentes. Coloquei-te na outra, já reparaste? Na dos suplentes ;-)
Peço desculpa a: - Harryhaller - Escrevinhador - Fora da Lei - E Por ter chamado à lista onde os vossos nomes estão a dos suplentes, mas assim à pressa foi o que me ocorreu para responder à amok :-) Serão recompensados com muitas beijocas.
Tardia, mas aqui vai a resposta. Continuo a achar que não deves (nem tu nem ninguém) andar a pressionar o maralhal para irem ao jantar. Como eu disse ontem, toda a gente sabe que vai haver um jantar, onde e quando, portanto quem quiser inscreve-se, é tão simples quanto isto. Toda a gente é adulta e capaz de tomar decisões.
"...ou muito melga comigo ou muito preocupada com o que os outros pensam..." Não Yulunga, neste caso só estava a falar para ti, por isso foi a ti que eu "pedi" para não te aborreceres e isto porque gosto de ti, rapariga.:) Quanto ao que os outros pensam neste caso em concreto e em muitos outros, estou-me marimbando. Tenho mais em que pensar.
P.S. Podes ficar descansada - nunca mais te peço desculpas.:)
Mas se houvesse um nick que me dissesse após uma discussão brava, Yulunga tu és ...(censurado)nunca iria a esse jantar pois não tenho o menor prazer em conhecer-te, assumidamente lhe responderia: Pois tenho pena. Por mim faria o maior prazer em te conhecer.
...ai m'lher, 'tás-te a candidatar a algum posto de... "madre_teresa_do_murcon"!???? ;-)))... eu, como ñ sou nada, mas mesmo nada!, católica...nc dou a outra face!, nunca!...e ñ tenho a mínima pachorra para aturar certos tipos humanos!... desculpa lá, mas a minha boa acção "desse dia" ñ vai passar por aí, de todo!...:->
Não percebo estas gajas. Querem testosterona pra que um gajo possa fodê-las e consolá-las até vir a mulher da fava rica, e depois clamam da testosterona quando ela dá para a agressividade e a violência. Meninas, isto é assim: não há bela sem senão. Ou vocês julgam que isto (nós, o mundo) existe à custa de capados? Migas: têm de ir escolhendo os mais equilibrados, à vossa conta. É para isso que servem os namoros. Ou não? E agora para um outro que aqui é mal compreendido: o principal da vida não é a procriação, é a sobrevivência; sobrevivendo, procria-se; procriando-se sobrevive a humanidade. A natureza associou, nos humanos, procriação com prazer; os humanos tratam de dissociar a procriação do prazer. É até interessante como as meninas (e os meninos bichas) querem racionalizar e tornar tudo igual. A vida é não só diferença, mas desigualdade, e ainda bem. Doutro modo era tudo muito monótono. Mas há coisas irracionalizáveis e que existem como existem para além da razão. Nós não somos apenas seres racionais. Somos animais que tentam racionalizar o possível da irracionalidade que não podemos controlar (a começar pela irracionalidade dos nossos corpos e comportamentos). A química comanda a vida, e isso sabem as migas muito bem, porque é ela que lhes dá a segurança de foder quando querem sem o martírio da prenhez. E não me alongo, para não ser enfadonho.
122 comentários:
Fixe!
Obrigada ;-)
Yulunga,
Já te disse no post anterior - és mesmo preguiçosa.:)))
Pronto... pronto... ficámos (por minutos...) aqui os 3 numa menáge ; )
Quanto à violência dentro do casamento, com a taxa que temos de uso de lubrificantes na população lusa não me parece que seja preciso violência a sério. Muitas são as mulheres que sofrem em silêncio o "amor" que doi e que não se percebe pq doi, o tal Amor que era suposto ser a consumação do outro Amor :((((
Boa noite JMV e Maralhal,
No essencial são boas notícias. Alegremo-nos, portanto, com elas, apesar de alguns factos referidos no estudo das Nações Unidas e no inquérito do governo mexicano serem chocantes:
-18% das vítimas de abuso sexual não sabiam que isto era crime.
-47% das mulheres (todas) declararam ter sido vítimas de um destes tipos de violência: física, emocional, sexual ou económica.
-84% das mulheres vítimas de violência doméstica não se queixam.
São ainda percentagens muito elevadas. Gostaria de saber quais são os dados portugueses actuais. Se alguém tiver conhecimento das estatísticas nacionais, peço que nos informe.
É óbvio que a legislação só por si não chega e tem que ser acompanhada por uma mudança de mentalidades, mas este acórdão pioneiro com certeza que irá constituir um marco. Seria muito interessante saber qual a divulgação que teve na imprensa mexicana, se deu origem a debates, etc. (não nos podemos esquecer que estamos a ler uma reportagem norte-americana).
Há aspectos que me despertaram a atenção no post.
O facto de a lei de 94 negar às mulheres o exercício da sua liberdade sexual, tratando-as ao fim e ao cabo como "propriedade" e não como seres humanos.
Foi preciso esperar onze anos para que uma lei diga que as mulheres não perdem a sua liberdade sexual com o casamento!!!
É salientado também no post que apesar de a lei agora aprovada ter sido um grande passo em frente, a ideia ainda dominante em termos sociais é de que a mulher deve ser
subserviente em relação ao homem.
Lá como cá. A mudança de mentalidades é sempre o mais complicado. Podemos ter as leis mais progressistas do mundo, se na prática não forem aplicadas de pouco adiantará.
Desculpem lá o testamento.
Alguém pediu informações?
Desta vez não consigo pôr aqui o link (sou naba) para a CIDM (Comissão para a Igualdade e para os direitos das Mulheres), que até já foi 1 Secretaria de Estado, imaginem!!!
No tempo do Guterres, que se viu "forçad0" a dar ao assunto honras de topo na orgânica do governo por causa da presidência europeia de Portugal. Vergonha que só lhe ficou bem, e lhe convinha, porque na Europa todos os países dão grande relevância a esta questão da "igualdade dos géneros" (expressão politicamente correcta para sexos), perfilhando, por arrasto, a igualdade entre as raças, as culturas, etc, etc, Mentira? Não! Mal cessou a dita presidência, lá se foi a Secretaria de Estado!!!
Aqui fica:
A violência doméstica não é, infelizmente, um problema dos nossos dias, assim como não é um problema especialmente nacional. Muito pelo contrário, a sua prática atravessa os tempos, e o fenómeno tem características muito semelhantes em países cultural e geograficamente distintos, mais e menos desenvolvidos.
A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre entre membros de uma mesma família ou que partilham o mesmo espaço de habitação.
Estas circunstâncias fazem com que este seja um problema especialmente complexo, com facetas que entram na intimidade das famílias e das pessoas (agravado por não ter, regra geral, testemunhas, e ser exercida em espaços privados). Abordá-lo é delicado, combatê-lo é muito difícil. É verdade, no entanto, que mercê do grande interesse que as principais organizações internacionais têm dedicado a este tema nas últimas décadas, temos actualmente a consciência mais desperta para conhecer o problema e, consequentemente, para o enfrentar.
A violência mais comum é a exercida sobre as mulheres. Segundo o Conselho da Europa, a violência contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro, acidentes de viação e até a guerra. Este dado internacional, se relacionado com os indicadores disponíveis em Portugal (embora apenas indicativos e ainda a necessitar de confirmação mais rigorosa) que sugerem que mensalmente morrem mais de cinco mulheres por razões directas e indirectamente relacionadas com actos de violência doméstica, dá-nos uma fotografia de uma realidade que nos ofende na nossa dignidade humana enquanto pessoas, e na nossa condição de cidadãos portugueses.
No entanto, somos crescentemente confrontados com o aumento de situações de violência perpetrada, também, contra as crianças, as pessoas idosas e as mais frágeis, como é o caso dos cidadãos portadores de deficiência. Esta violência pode assumir diversas formas, que vão dos maus-tratos e espancamento até ao abuso sexual, violação, incesto, ameaças, intimidação e prisão domiciliária.
Não podemos ignorar, no entanto, que a grande maioria de situações que prefiguram casos de violência doméstica são ainda as exercidas sobre as mulheres pelo seu marido ou companheiro. Este tipo de violência doméstica tem significativas implicações políticas, sociais e até económicas e constituiu uma violação dos direitos humanos com raízes históricas e culturais. Na sua origem está, porém, a persistência de flagrantes desigualdades entre as mulheres e os homens.
A Constituição da República Portuguesa preconiza, no seu artigo 9º alínea b), entre as tarefas fundamentais do Estado a de "garantir os direitos e liberdades fundamentais e o respeito pelos princípios do Estado de direito democrático", assim como na sua alínea h), a de "promover a igualdade entre homens e mulheres". O princípio da igualdade (artigo 13º), e o direito à integridade pessoal (artigo 26º), entre outras disposições constitucionais, reforçam esta tutela que apesar de constitucionalmente protegida é sistematicamente violada.
A nível internacional, várias orientações (normativas e outras), e programas de acção têm sido adoptados no que toca à violência, nomeadamente doméstica. No âmbito das Nações Unidas, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, adoptada pela Assembleia Geral em 1979, deu um grande passo ao proibir todas as formas de discriminação contra as mulheres, nelas se incluindo a violência. Na mesma linha vai a Resolução nº 48/104, de 20 de Dezembro de 1993, contendo a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Igualmente determinantes foram a 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, Pequim, 1995 e Sessão extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas "Mulher 2000: Igualdade entre os Sexos, Desenvolvimento e Paz no Século XXI.
No entanto, merece um relevo particular a muito recente Resolução da Comissão dos Direitos Humanos, 2002/52, sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Também o Conselho da Europa abordou o assunto de diversos modos e desde há vários anos, tendo o Comité dos Ministros adoptado, a 30 de Abril de 2002, da Recomendação Rec ( 2000) 5 sobre a Protecção das Mulheres contra a Violência.
Por outro lado, várias presidências da União Europeia mostraram uma particular sensibilidade sobre a violência doméstica tendo sido adoptada várias recomendações nesta área, de que se destaca a Presidência Espanhola em 2002. Também em reunião de Dezembro do mesmo ano, do Conselho de Ministros do Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, realizada no final da Presidência Dinamarquesa, foram aprovados indicadores estatísticos na área da violência doméstica.
Estamos, pois, perante um problema velho para o qual urge encontrar respostas novas.
O II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica foi elaborado por um grupo de trabalho integrado por representantes dos vários ministérios mais directamente relacionados com esta área. Trata-se de um Plano ambicioso: tanto pelo número e características das medidas apresentadas que requerem, quase todas, a colaboração transversal entre diversos organismos públicos; como pelo rigoroso calendário que se propõe cumprir.
Está organizado em sete capítulos principais que se desdobram em várias medidas concretas, e tem como principal objecto de intervenção a violência doméstica exercida sobre as mulheres. O XV Governo Constitucional tem presente, como já ficou explícito, que também prefiguram situações de violência doméstica as praticadas sobre os homens, crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes.
No entanto, considerando que:
> são as mulheres a grande maioria das vítimas de violência doméstica;
> se conhece muito mal a realidade da violência praticada sobre crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes (lacuna que se procurará colmatar, em parte, ao longo do período de vigência deste Plano);
> que é a Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres a dinamizadora deste Plano, sob a tutela do Ministro da Presidência;
> que a CIDM não tem competências directas nas outras áreas que pressupõem situações de violência doméstica (crianças, pessoas idosas e pessoas deficientes);
> que a violência sobre as mulheres radica na persistente desigualdade de condições entre as mulheres e os homens, e que muito embora nela sejam também englobadas outras formas de violência sobre as mulheres (assédio, tráfico, etc.), é a violência doméstica que causa o maior número de mortes de mulheres entre os 16 e os 44 anos.
Por todas estas razões, o Governo apresenta este II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica focalizado, principalmente, na violência doméstica exercida sobre as mulheres.
A sociedade, mulheres e homens, partilha representações sociais sobre o género e as relações entre os géneros, em todos os estratos sociais e profissionais. Os testemunhos das mulheres são tidos como pouco credíveis pela sociedade em geral e, por isso, muitas mulheres sentem-se prisioneiras isoladas no seu mundo de violência. Muitas vezes, de vítimas transformam-se em acusadas; poucas acreditam na possibilidade de se libertarem da perseguição dos agressores ou de que estes venham a ser punidos. Suportam o insustentável na convicção de que estão a proteger os seus filhos, ignorando que, ao fazê-lo, estão a alimentar uma espiral de violência que levará a que alguns deles sejam mais tarde, novos agressores.
Não mais poderemos continuar a fechar os olhos a estes factos, sob pena de impedirmos Portugal de se afirmar como um país moderno, onde o respeito pelos direitos humanos esteja garantido, onde homens e mulheres partilhem entre si, em igualdade de circunstâncias, os direitos e deveres de cidadãos e cidadãs.
O II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica pretende mudar a situação vigente, marcando uma viragem no combate sem tréguas à violência doméstica sobre mulheres
Esqueci-me das aspas, quando citei.
Não foi de propósito.
A seguir a "aqui fica",deu para perceber que era 1 copy paste do II Plano Nacional para a Igualdade, onde se tenta (com maus resultados, infelizmente) fazer 1 mainstream desta política ao nível da acção do governo, das admisnistrações e da sociedade civil.
A comunicação social tinha 1 enorme papel a desenvolver neste campo: para voltar ao exemplo espanhol. Mas não desempenha...
Vão ao www.cidm.pt para mais coisas, mas não esperem muitos números.
Neste caso como noutros, as esttísticas são vagarosas e desactualizadas. Um dos grandes entraves da nossa administração e para quem trabalha nela.
Precisam-se economistas!
Angie (8.04 e 8.11),
Obrigada.:)
"...é a violência doméstica que causa o maior número de mortes de mulheres entre os 16 e os 44 anos" (com "mais de 5 mortes mensais em Portugal"). Mais do que a guerra. Incrível.
Pelo que percebi, neste momento é a CIDM que deverá implementar este PNCVD juntamente com o ministro da Presidência. Isto estará a ser feito? E quais os aspectos concretos?
Concordo com o que diz, no fim do seu comentário, sobre a comunicação social. Por isso me perguntei qual a atitude da comunicação social mexicana.
Quanto à última frase, parece que não temos mesmo nenhuma queda para a matemática.:(
Não estou a brincar com este facto. Acho preocupantes os resultados gerais relativos a esta disciplina.
É chocante, mas não mais que cá. Vivemos num país onde a lei existe mas não se faz cumprir. Vítimas de abusos, neste tema, há-as e não só nas classes mais desfavorecidas a quem se dariam atenuantes por desconhecimento da lei.
Lei apenas no papel, já que, se vizinhos ligam á polícia e esta acorre ao chamado por desconhece ainda o motivo, são confrontados com a resposta pronta dos agentes de autoridade "entre marido e mulher não metas a colher".
Lei assim é como vestir roupa lavada em corpo sujo. Há que primeiro educar. O papel fundamental caberia ás escolas, já que em casa, muitas vezes não é possivel.
Impera ainda a lei do macho. Daí o silêncio de algumas vitimas o medo de contar á família. Por outro lado os homens que humilham são até galardoados com pela sociedade " Aquele usa chapéu em casa!"
Nós mães e educadoras somos as principais culpadas. Chegamos a ser mais machistas que os próprios homens na educação que damos aos nossos filhos.
MJ
P. S. Este assunto é demasiado sério,mas para desanuviar vou colar aqui uma anedota que me enviaram há dias e que me parece enquadrada:
"Mandam as regras que nunca se vai para um motel com a legítima. Pode causar sérias perturbações familiares.
Josefa não aguentou e teve de contar à sua amiga Lurdes:
- O teu marido foi visto num motel.
A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto. Depois pediu detalhes.
- Quando? Onde? Com quem?
- Ontem. No Discretu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei.
- Mas como era a gaja? Era alta? Magra? Loira? Pernas boas? Rabo grande? Mamas arrebitadas...
- Não sei, Lu.
- O Carlos Alberto vai-mas pagar. Olaré, se me paga !!
Quando o Carlos Alberto chegou em casa, a Lurdes anunciou que iria deixá-lo.
E contou porquê.
- Mas que história é essa, Lurdes? Então não te lembras quem era a mulher que estava comigo no motel, eras tu minha tonta !!!
- Claro que me lembro !! Maldita hora em que eu aceitei ir lá ao Discretu's dar uma rapidinha! Toda a cidade já sabe que tu estiveste lá com uma gaja!!!
Ainda bem que não me identificaram...
- E agora?
- Agora ?? Agora vou ter que te deixar !! É óbvio! É o que todas as minhas amigas estão à espera que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.
- Mas tu não foste enganada. Quem estava contigo era eu, o teu marido!
- Mas isso é pormenor e elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Lurdes! Tu vais acabar o nosso casamento por causa disso?
Pelo que as outras mulheres pensam ???
- Vou!
Mais tarde, já quando a Lurdes estava a sair de casa, com as malas, o Carlos Alberto chamou-a. Estava sombrio, taciturno...
- Acabo de receber um telefonema - disse - Era o Mendes.
- O que é que ele queria?
- Fez mil rodeios, mas acabou por me contar. Disse que, como meu amigo,tinha que me contar.
- O quê?
- Que tu foste vista a sair do motel Discretu's ontem, com um homem, e que de certeza não foi coisa boa.
- O homem eras tu!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Mas não lhe disseste que eras tu?
- O quê? Para os meus amigos ficarem a pensar que vou a um motel com a minha própria mulher? Deus me livre de tal coisa!!
- E então?
- Desculpa, Lurdes, eu não queria, mas...
- Mas o quê???
- Vou ter que te dar uma carga de porrada... "
Desculpe lá oh Júlio... mas quando refere o ano de 94, está mesmo a referir-se a 1994? É que se está.... BLOGA-SE! Ainda bem que já alteraram e eu nunca cheguei a saber, ...até porque o desconhecimento da lei parece que não abona a favor de ninguém..
Cara Lotús,
Sim, o ano é MESMO 1994.
Lamentavelmente...
Eu acho é uma grande palhaçada todo este choque.
Então na Inglaterra, no estudo deste ano do ICM, 1 em cada três britânicos achava que as mulheres eram responsáveis por serem violadas! Tipo, em que país é que toda esta gente chocada vive? Já era tempo de deixarmos o choque e passarmos à indignação e à vergonha. Reservo o meu choque para as verdades que vou descobrindo no dia a dia : ))))))))
God falhado,
Sem querer ofender o Altíssimo nem chamar sobre mim a minha ruína só lhe queria lembrar que o artigo se refere ao México. Como ambos sabemos e o Manolo Heredia certamente lhe dirá em Portugal não há violência doméstica, há apenas mulheres que "dão cabo" da paciência dos maridos, obrigando-os a dar-lhes "cabo do canastro" ; )))))))))))))))))))
Dados estatisticos de 2003 de violência doméstica em portugal
Boa Noite a todos...
Li, com muita atenção, os comentários. Não me sinto com coragem para me alongar muito, mas... mesmo conhecendo a lei, mesmo quando uma mulher se dirige às entidades competentes (?!) para apresentar queixa de violência doméstica (que existe em todas as classes sociais, em todas as idades...)... é constrangedor sentir que até esses agentes da 'autoridade' (?!) olham de lado e sorriem disfarçadamente.
Tem razão lusco_fusco... a educação e só ela, poderá mudar as mentalidades!
Pelo respeito que merecemos e pela negação da vergonha em admitir que se foi vítima de violência doméstica.
Fiquem bem. O meu carinho para todos.
Nina
(Sinto que não disse nada de especial... nada... leiam apenas como um grito de 'basta', de quem sabe bem o que é aquilo de que aqui se fala.)
Eu não fiz comentários directos dos post dos 2 últimos dias. Mas há algo que gostaria de dizer. É sobre a tolerância. A aceitação do outro. A convivência com o outro. tudo isto tem sempre DOIS sentidos.
Tolerar e aceitar não é só sobre o politicamente correcto. Embirro solenemente com este conceito do politicamente correcto. Também se tem de aceitar as opiniões contrárias às nossas. As ideias impõem-se, no debate, pelo que valem, pelo que consolidam e pelos resultados que produzem. Há que respeitar as liberdades de todos. E há, também, de consolidar os equilibrios entre as liberdades individuais. Dou um exemplo. Sobre a exibição dos afectos os meus filhos são indiferentes, mas para a minha mãe, com 80 anos, já não. Há aqui duas liberdades em colisão. A de quem exibe e a de quem não quer ser forçada a assistir à exibição. Como se conjugam as duas liberdades individuais? Exclui-se quem não está actualizado com o politicamente correcto do momento? Não se aceita uma opinião contrária, agredindo-se, como assisti em muitos comentários que li (alguns de muito mau gosto de facto) as pessoas com opiniões, que, embora "correctas", não deixam de ser intolerantes? Todo o mundo tem de ser de pensamento único? Isto já me preocupa mais do que a existência de opiniões ditas retrógadas. Como se reclama por tolerância quando não se a tem para com quem pensa de maneira diferente. Professor peço desculpa, pois sei que não gosta muito do termo tolerar. Mas preocupa-me que as liberdades individuais sejam postas em causa pela intolerância. E, perdoem-me, mas vi por aqui nos comentários muita intolerância, que não prenunciam nada de bom.
E gostaria de lembrar que tudo tem duas vias, como no amor. Dar e retornar.
noiseformind 10:14 PM
E não tem razão o Manolo ? Um gajo chega a casa "farto de vergar a mola", elas começam logo a "dar de cabra" e um homem só tem é que lhes "encher o cabaz".
Isto é violência doméstica ? Tá bem, tá... isto é castigo divino !
Mas é melhor não me dizeres nada, senão ainda arranjo maneira de também te exigir um pedido público de desculpas... ;-))
Sobre este post de hoje queria focar a conjugação da miséria, da ignorância, da deficiência (digo eu) cultural de muitas comunidades que potenciam os maus tratos sobre as mulheres no casamento com papel passado ou não.
Força(na mão)-de-lei,
Ao som de Cubism de Kurt Rosenwinkel aqui na Anos 60 os teus poderes maléficos de provocação não conseguem penetrar na minha ZONE de boa disposição ; ))))))))) mas se começar a seguir uma cantoria francesa Kitsch já te vergo ; ))))))))))
Quanto ao pedido público de desculpas fica desde já feito:
Eu, Peter Maia, aka Noiseformind, aka Fode-me, Fode-me, Oh Sim, Fode-me Mais, Fode-meeeeeeeeeeeee
declaro ter no dia ______________________ injuriado de forma excrecionante do supra-citado Fora-de-lei provocando um dislate da Lei de Compinchas Virtuais e sendo assim venho aqui humildemente expor-me ao opróbio, tomates, ovos podres,cuecas de fio-dental, bundas e bustos com que me queiram agredir ; )))))))))))))))))
(meu caro, PIOR! Começou a tocar Bee Gees!!!)
The God That Failed 10:34 PM
"Esta pergunta é especialmente para a menina noiseformind:"
Menina noiseformind ? Menina ??? Mas que falha divina...!
Sai um pedido público de desculpas para a mesa do canto !
noiseformind 10:41 PM
... mas se começar a seguir uma cantoria francesa Kitsch já te vergo."
By the way, já ouviste a ópera que acabou de ser "desenhada" por Roger Waters ? Cada vez fica mais evidente por que razão os Pink Floyd foram mesmo os maiores !
Não é uma gaja é um gajo e é paneleiro. É como o Castelo Branco gosta de se disfarçar de gaja.
(pronto... Graham Parker in da house, tudo muito melhor)
God,
Sendo tu omnipresente é natural que as tuas palavras sejam sábias. Repara que na Tuga temos montes e montes de instrumentos legais, mas tudo está sujeito ao testemunho da vítima. Ou seja: um sujeito vê um homem a agredir a mulher, chama a polícia, verificam-se os maus tratos e abre-se o processo mas ELA TEM DE APRESENTAR QUEIXA!!! É a figura elegante do crime semi-público. A tramitação (vulgo burocracia) pode ser feita sem a autorização da pessoa mas sem o seu testemunho nada feito, a menos que os agentes da autoridade assistam. Portanto... parece-me evidente que não estámos assim tão separados do México ou de qq outra realidade subsariana (ou não tivessemos aqui uma forte comunidade genitalo-mutiladora da Guiné Bisau ; ))) )
Aliás, em casos de violação somos dos poucos países em que o exame genital e recolha de material genético do agressor ainda não têm prevalência na jurisprudência sobre o testemunho da vítima (o que leva o agressor a ver recompensada a pressão sobre a vítima na fase que antecede o julgamento.
Mundanças? O crime tem sido mais denunciado nas relações de namoro... mas por exemplo lembro-me que a APAV até Junho deste ano estava sem orçamento e em risco de fechar as portas das suas casas-santuário (que são praticamente as únicas existentes ;(((((( )
fora-de-lei,
TOTALMENTE!!!!!!!!!!!!!!!! : )))))))))))))))))))
Mania esta de toda a gente ter opinião seja ela qual seja e acerca daquilo que for...
Mas não basta tê-la. Tendo-a, aventa-se a mesma mesmo aos ouvidos dos outros como se o fogo na aldeia lavrasse terras e ceifasse vidas.
Bale o sino do pároco enquanto o capelão foje pela janela.
Ou não, ou afinal eram duas tipas, passe mudo o plebeu termo, mas jovens ou mulheres aqui já é fazer juizo. E disto não me esquivo, que se por aqui ando é por se me aparentarem em mim, por vezes, ainda que em esquisso, uns juizos e lembraduras. Mas que interessa?
Eram duas, elas. E aparentemente beijavam-se. Uma à outra. E então?! Pediram sentença ou auxilio a alguém? Causaram dano ou dolo? Não se me afigura como.
Deixai-as estar, que sendo paixão ou sendo amor ou apenas tonteria, feio.... feio... olhem, como no anúncio, feio é fumar.
E que me perdoem o serôdio comentário.Também por ser tardio, pois.
Só uma mentalidade criada no Estado Novo e ainda mal digerida pelos filhos dos filhos do Estado Novo, explica a viol~encia doméstica e não só...
Antes matar a mulher por infidelidade era um acto de honra...Sabiam? O juiz Homem tinha muita tolerância e normalmente apanhava pena suspensa...
Só o tempo vai permitir mudar as mentalidades.
Vão por mim
FAD
Apoiado! Abaixo os paneleiros!
Fad,
Acho que estás um pouco desinformada sobre violência doméstica em termos de temporalidade ; )))))))))). A menina tem de passar aqui mais tempo. Olha o que de discutiu por estas bandas há uns tempos, olhe para esta dicussãozinha tirada das M-Files ; ) de: Terça-feira, Agosto 30, 2005
noiseformind disse...
Gonçalo, É CRIME PÚBLICO!!!
"Os maus tratos são considerados crime público desde 2000, o que impossibilita a vítima de retirar a queixa como acontecia anteriormente. Os processos nos tribunais quintuplicaram nos últimos cinco anos, mas grande parte não resultam em condenações. Em 2003, há 43% dos casos sem pessoas condenadas."
Mas o problema é que DEPENDE da confirmação da denúncia por causa da Vítima; ))))))))) e se a vítima diz que não foi nada... que fazer?
Com as crianças é mais fácil pq a custódia pode ser transferida para o tribunal de menores. Mas um adulto não pode ser privado do seu direito de determinação e levado para um hospital para exames compulsivamente não é? Temos o mesmo problema na violação dentro do casamento ; (
Como vês quando falámos d"Estes Difíceis Amores" não é só o crime que conta... há o perdão, o carinho, o amor em que se tem esperança.
Portanto, Lúcia... á vem um cadinho tarde para o seu protesto em termos de presente ; ))))))))))))))
5:40 PM
Manolo Heredia disse...
Se o "estalo" vem a seguir a um "buzinão", não tenho nada a opôr. Quem está mal que se mude, mas deixe-se de "buzinão"...
5:42 PM
Lúcia disse...
É crime público, sim senhor. Mão à palmatória. Mas fica o protesto.
5:56 PM
noiseformind
noiseformind disse...
Eu disse quase Lúcia... eu disse quase... ; )))))))))))))))))))))) querias que dissesse "quase todos os casais tugalenses são muito felizes"? Pois... se a infidelidade não fosse tão comum talvez eu pusesse as coisas nesses termos mas que eu saiba "infidelidade" e "felicidade" não rimam em lado nenhum com "Amor" ; )))))))))) a menos que um deles não saiba, ou até que os dois não saibam das infidelidades um do outro. Descoberta a marosca é vê-los em "não te conheço" ou "não acredito" e em perseguições caninas pelo vestuário alheio. O problema aqui é que eles as matam, muitas vezes sem base de culpa. Elas matam ao fim de anos e anos de sofrimento e para proteger as crianças, eles matam ao fim de anos e anos de espancamentos num excesso à habitual e (horror!!!!!!!!!) corriqueira surra.
Mas Lúcia, se quer dizer que não, que é tudo lindo, que não há grande doses de maus tratos e que o pessoal quer é amar-se aí intensamente, B MY GUEST ; )))))))))))))))))))) aliás, as maiores detractoras das mulheres são as próprias mulheres. Olhando para as denúncias do crime de abusos físicos em 2004, a maior parte foi desencadeada por vizinhos. Onde estão aqui as denúncias das "amigas"? Idealizar é sempre um bom ponto de partida para menosprezar os problemas.
Manolo Heredia,
INfelizmente, muito infelizmente, falaste como um "verdadeiro" homem. Daqueles fabricados por aí não se sabe bem onde nem como...
5:57 PM
dKin disse...
De certeza q as pessoas q dizem, q com as férias "isto" melhora, são mulheres, ñ é Sr Professor?
Só mesmo nós mulheres, tontinhas, é q temos esperança da melhoria de uma relação com mais tempo passado juntos, isto pq temos sempre esperança q as férias sejam dias românticos passados juntos e fazemos todo um filme na nossa cabeça das coisas q podiam acontecer... Mas q na realidade nunca acontecem!
E lá voltamos mais desmoralizadas...
Verdade ou mentira?!
5:58 PM
noiseformind
noiseformind disse...
Cá está uma deliciosa lista de "culpabilidades" que justificavam os maus tratos físicos de um marido invocados aquando de um divórcio; )))))))))
13) A autora gasta do dinheiro ganho por si sem dar conhecimento ao réu;
14) Autora e réu discutiam e quando isso acontecia aquela exaltava-se, por vezes, chamando "porco" ao réu;
15) Na residência a autora priva o réu de utilizar a casa de jantar e o quarto mantendo as portas fechadas, bem como o telefone, aspirador, frigorífico e outros utensílios.
16) A autora desde 1998 não cozinha para o réu nem lhe trata das roupas.
Não... não é de 1940... é de 2003 mesmo maralhos ; )))))))))))))))))))))))
Vejam bem... "ficou provado". Ou seja... é prova... portanto é admissível em julgmento... factor atributivo de culpa! Já imagino os vossos sorrisos se lessem ali "16) O autor desde 1998 não cozinha para a ré nem lhe trata das roupas" ; )))))))) digam lá... digam lá...?
6:04 PM
noiseformind
noiseformind disse...
10. a ofendida R confessou ao arguido que lhe era infiel e que até tinha feito um aborto por relações sexuais tidas com um vizinho;
11. não queria viver mais com ele;
12. já não gostava dele e tinha nojo do mesmo;
13. o arguido pegou na arma e disparou em direcção à ofendida R porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado.
Vejam bem esta sequÊncia, ela, quanto a mim e quem quiser que desdiga; )))))))))) mostra perfeitamente o que é "normal" na nossa sociedade. Ela confessa o adulrério, humilha-o, tinha nojo dele. Ele, Caim dos tempos modernos, não tolera a ofensa, não tolera a partida, antevê a humilhação e sente a castração e em vez de rebentar em lágrimas (que seria o 13 "normal" esperado para a mulher) explode em ira. Mas atenção, é uma explosão mecânica e não etéria. Não ensinámos os nossos meninos a lidar com as suas emoções, e elas explodem assim em torrentes... é a ponta do iceberg, é certo, imagem visível porque vai parar aos tribunais, mas entronca por aí abaixo até aos nossos recreios e lares com crianças ; )))))))))))))
" 13) A autora gasta do dinheiro ganho por si sem dar conhecimento ao réu;
14) Autora e réu discutiam e quando isso acontecia aquela exaltava-se, por vezes, chamando "porco" ao réu;
15) Na residência a autora priva o réu de utilizar a casa de jantar e o quarto mantendo as portas fechadas, bem como o telefone, aspirador, frigorífico e outros utensílios.
16) A autora desde 1998 não cozinha para o réu nem lhe trata das roupas.
Não... não é de 1940... é de 2003 mesmo maralhos ; )))))))))))))))))))))))"
: ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
BOA NOITE!
Para ser sincera parece-me que este blog, pela extrema riqueza de conteúdos e devoção e assertividade dos participantes já merecia um livro. Falo por mim, que com imenso prazer li esta "viagem ao passado" feita nas asas da memória de mamute do Noise. Realmente este sítio faz pensar, contribui para dinamizar a massa cinzenta, é feito por pessoas que se preocupam com o real, com a actualidade além do soundbyte. Olhe Júlio: ADORO!
Quanto à violência doméstica, o estatuto de crime semi-público origina imensos processos sem saída possível por falta de testemunho da vítima. Faz parte da nossa meia-modernidade fascista. Liberdade para alguns. Homens de classe média de preferência, pq as mulheres desunham-se a trabalhar para ganharem o mesmo que qq homem faz no seu horário 9h-17h. A mim, por exemplo, pedem-me regularmente para executar tarefas abaixo da minha posição na empresa em que trabalho. A desculpa? Os meus colegas homens estão a fazer coisas mais importantes, como por exemplo conversarem entre si!!! Engraçado como homens a conversar é sempre sobre trabalho e mulheres a conversar é logo olhado como coscuvilhice. Uma vergonha. Mas pronto, se calhar um dia ainda fundámos o Partido do Maralhal e tomámos conta do País. Pronto para ser Primeiro Ministro Professor??? ;)
E está a dar Georgia on My Mind cantada pelo Ray aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Sabe que adormeço com a sua música Júlio? Desligo o monitor e deixo estar as colunas na mesinha de cabeceira e o seu delicioso gosto musical embala-me pela noite dentro. E sei sempre que ao acordar tenho a mesma boa música com que adormeci.
Breves apontamentos fragmentados:
Sim, é crime público. E daí? Quantos de nós denunciam o que se passa na casa do vizinho????
Violência doméstica: falamos só de violência física???
Casamento: contrato entre dois seres (de génese católica, entre nós, transposto para o domínio civil, sobretudo apto a regular/acautelar, patrimónios...
Procriação: até hoje não se fazem meninos sem um homem e uma mulher, por mais manipulação e técnica que haja...
Sexo, Sexo, Sexo...sexo aprendido, reaprendido, estimulado, paletes de experiências, seres humanos enlatados entre três , quatro, dezenas, quantos quiserem, desde que o prazer dê o tom...
Eles e elas, eles e eles, elas e elas e uns com os outros.... tudo ao molho e fé em Deus....
Tanto se evolui....
(afinal, onde fica nisto tudo, a dignidade da pessoa humana?)
(vocações impróprias de cristãos assumidos :) )
Deus terá pensado: um dia, eles andam com eles, elas andam com elas, eles que andam com elas é para puro prazer e estudos científicos (com este fito não haverá mais guerras, é só estratégias de prazer)... assim, este mundo imperfeito que crei, acabará sem que eu tenha que intervir!
Boa noite!
16) A autora desde 1998 não cozinha para o réu nem lhe trata das roupas.
..o quê???? isto dá direito a divórcio????...oh diabo, 'tou lixada! é q eu, desde q comecei com a mania das dietas, odeio cozinhar!...ai se o "reu" decide usar a lei...'tou lixada!...estou cá a pensar q o melhor é ver se descubro pr'ai uma daquelas "tias" q decidiu tornar-se empresária a fazer comidinha - caseira! - pra fora...:->
amok_she,
Eu se fosse a ti voltava à cozinha e via se está tudo mesmo limpinho, não vá o Senhor da Casa fazer uma inspecção matinal ; ))))))))))))))
nãoseiquenickusar,
Então se os gays o que mais querem é adoptar. E pelo que sei não falta aí criança abandonada (só no sistema português estão 44.000, pelo menos a julgar pelo que li de esguelha no Público de hoje), gente que as faz sem ter mínimas condições e que depois as abandonam. Portanto, não me parece que conceitos como parentalidade estejam dissociados do prazer. Aliás, a avaliar pela Sex Survey de 2005 o nosso problema é muito mais o prazer do que a reprodução ; ))))))))
Temos casais hetero em verdadeiros calvários para a paternidade e temos casais homo nesse mesmo trilho. Não vejo o pq dos anseios de uns devem ser considerados egoístas e os dos outros altruístas. Os gays querem a criança para a deformar e os hetero para q? Toda a educação é deformação do indivíduo. Tanto se aprende a respeitar os mais velhos e a não roubar com um pai ou dois pais. Então que dizer das famílias mono-parentais? Tira-se os filhos ás mães pq só um parente não chega? Falta um pai e faz-se o q? Obriga-se a casamentos compulsivos do tipo "se não arranjar pai para essa criança tiramos-lhe o filho?"
A tua indignação parece mais voltada para os que fazem sexo regularmente do que contra os que casam. Explica melhor isso e talvez a gente troque algumas ideias ; )))))))))
Isabel,
Memória de MAMUTE???
Se me estás a chamar gordo tudo bem, ainda aceito. Mas se me estás a chamar extinto então terás que pedir desculpas públicas ou em opção aceito que no próximo encontro não tragas soutien (os teus mamilos ficam tão giros com o friooooooooooooooooooooooo) ; ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
JANTAR DO MURCON
17 DE DEZEMBRO NESTA SALINHA ACOLHEDORA
PARA COMENTADORES DO BLOG MURCON
LEITORES DA OBRA DO JULINHO GUILHERME
ANÓNIMOS
APRECIADORES DE BOA COMIDA
EX CLIENTES DO PROFESSOR QUE QUEIRAM RECLAMAR DA TERAPIA FEITA
HOMOSSEXUAIS
HETEROSSEXUAIS (MESMO OS QUE ESTÃO AINDA NO ARMÁRIO)
BISSEXUAIS
TRISSEXUAIS
MULTISSEXUAIS
MEMBROS DO CLERO
MEMBROS
VAGINAS
ETC...
ETC...
ETC...
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
HOMÓFOBICOS
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
SEGUINDO UM ESTUDO DA UNIVERSIDADE DE PUTLAMANICORNICH OS HOMOFÓBICOS FICARÃO A DISTÂNCIA SEGURA DOS RESTANTES COMENSAIS VISTO TER SIDO PROVADO QUE PESSOAS EXPOSTAS A OPINIÕES HOMOFÓBICAS PODEM DESENVOLVER OS MESMOS SINTOMAS ; )))))))))))))))))
CONVIDADO ESPECIAL:
O ANÓNIMO QUE ESCREVE POEMAS PORNOGRÁFICOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
AINDA BEM QUE EU NÃO FUMO!!!!!!!!!!!!!!!!!
ai além de cozinhar tb tem de se limpar??? oh deus m'a livre!..acho q quem pede o dovórcio sou eu!..se me tivessem lido essa lei qd assinei o papel..tinha dito logo q já ñ queria!...acho q é assim q eles nos levam ao engano...:->
Nuno Gonças,
Olha que 54,5% das agressões domésticas acontecem no casamento. O que é a experimentação de uma tese conhecida desde S. Paulo: "mantende-vos solteiros" ; ))))))))))))
E 65% acontecem na família nuclear. Estou para saber o que o nosso AJFRM irá dizer disto ; ))))))))))
Aliás, imagino já uma campanha a favor do casamento:
"54,5% das agressões em Portugal acontecem no casamento. Não queira ter a vida monótona dos 45,5% que ficam de fora!!! E mesmo que ele lhe bata, em média só a partir dos 35 é que isso é provável de acontecer!!!!!!!!!!!!!!!!"
Amok_she,
As grilhetas deste mundo,
São pois assim muitas, vãs,
Não as tirámos ao deitar,
Nem ao erguer nas manhãs...
; ))))))))))))))))))))))))))
She walked toward one of the aircraft's emergency exits with an unlit cigarette and a lighter in her hand and began tampering with the door, prosecutors said. But a flight attendant intervened and took Sellies back to her seat.
Defense lawyer Helen Shilton told the court Sellies was terrified of flying and had taken sleeping tablets with alcohol before takeoff. Shilton said Sellies has no memory of what happened on the flight and that she has a history of sleepwalking.
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol
Só faltou abrir mesmo a porta para ela deixar definitivamente de fumar
noiseformind disse...
Amok_she,
As grilhetas deste mundo,
São pois assim muitas, vãs,
Não as tirámos ao deitar,
Nem ao erguer nas manhãs...
...porra!, a fazeres "poemas" destes antes te quero a..."ofender-me", irrrra!
:->
Primeiro:
O meu comentário acerca de " Economistas, precisam-se", é fundamentado. Em Portugal, faltam números em todas as áreas, embora o panoramam tenha melhorado substancialmente. E sobre isso atenção: quando falo em estatísticas, é em estatísticas credíveis e actuais, que supõem o funcionamneto permanente de equipas de trabalho e de observatórios.
E no meio da escassez, o que há mais são pesquisas que de nada valem: não têm premissas seguras, são do tempo da guerra de 14 (o que é dizer de há 2, 3 ou 4 anos), não são indicadores fiáveis para um trabalho sério. Às vezes nem são os técnicos que têm a culpa, mas quem estabelece o enquadramento dos cálculos, de forma irreal.
Ora, quando se fala de questões socialmente melindrosas, acautelem-se: o caso piora.
As chamadas cifras negras são imensas.
Outras vezes, é ao contrário: porque há que empolar, empola-se. E quem quer fazer reflexões fundamentadas, não tem suporte.
Um exemplo: escolham um tema à sorte.
Sugiro: acidentes de trabalho em Portugal. E vão comparar: os números do INE, os números do MTrabalho e SS, os números das Seguradoras.Ficarão embasbacados com a disparidade!
E outro: os indicadores sobre a utilização do FSE em Portugal. Julgarão que estão, não num país civilizado, mas na República das bananas.
E então?
Desacredita-se da matemática?
Não, esta nunca se engana.
Desacredita-se da ciência estatística propriamente dita, tal como é praticada neste país.
Sou jurista.
Cresci intelectualmente a volta de um tronco de conceitos fascinantes, mas especulativos.
Isto é, onde o real é relativamente irrelevante, embora a disciplina se reclame da missão de o servir.
E uma coisa aprendi na minha vida prática, em que tenho que viver diariamente em terreno de diálogos pluridsiciplinares
(embora sentada numa poltrona, como todo o jurista. Há quem tenha cadeiras e banquitos...por enquanto!)
É um desafio estimulante.
Mas enfim: fui-me habituando a traçar as questões de maneira transversal e "cromática".
E uma coisa aprendi de verdadeiramente novo (embora, dito assim, pareça um terrível lugar comum, perceptível para qualquer um):
- o conhecimento empírico (opinativo e esclarecido...) algumas vezes dá-nos razão, a maior parte das vezes trai-nos em toda a linha.
O auxílio dos números, feitos como deve ser, reserva-nos as maiores surpresas da vida.
É uma disciplina a que todos deviam obedecer: perguntar antes de mais "aos números", depois de investigadas as fontes e as premissas.
Tipo espírito científico de laboratório, de quem não tem ideias feitas.
Dá direito a provocar 1 terramoto, pelo menos para um académico de humanidades como eu.
...Grande caminho a a percorrer.
Segundo:
A violência doméstica (que não é a minha área de trabalho) vive a todos os níveis sociais. Qualquer médico que faz "bancos" o sabe.
E quem "milita" nas hostes contra o fenómeno sofre exactamente o mesmo estigma que sofre, por exemplo, quem se bate pela liberdade de orientação sexual:
Isto é:
-num caso, coitada(o)s! Preocupam-se com estas coisas porque o marido lhe batia, ou o pai batia na mãe,ou o avô na avó!
-no outro: coitad(a)s! Defendem os homossexuais porque no fundo são mesmo invertidos, de outra maneira...como teriam esta opinião e "teriam coragem?
E assim vão as causas cívicas em Potugal!
Terceiro:
Em Portugal, é evidente que a radiografia é diferente da tratada no texto de JMV. No que ao direito respeita.
Já no que respeita aos factos, só a cultura da igualdade mudará as coisas. E essa escasseia precisamente nos topos da pirâmide social: em baixo e em cima...
(aliás, o grupo social do meio da pirâmide está em vias de extinção!)
Quando, há 25 anos, fiz Medicina Legal na FDUC, o professor regente, catedrático da FMedª(eminente figura, do mais pós abrilista possível) deliciava parte da plateia masculina com os seus apartes sobre o crime de violação (+ ou - assim):"-Pois é, a vítima diz que não queria...A maior parte das vezes é treta! Não querias, não, berravas mas querias mesmo era aquilo, nós bem sabemos como é que é!"... Coro de risos...
Já então, nos finais avançados dos 70's, isto me parecia uma aberração surrealista!
Por isso, não desanimem: SÓ passaram 25 anos....o que é nada se pensarem bem!
Havia quem saisse na sala, mas as mulheres então ainda estavam em minoria!
Agora, se calhar nas mesmas salas das mesmas Faculdades (e diga-se em abono da verdade que com profs diferentes) já não estão: estão em maioria.
E isso vai ser a maior REVOLUÇÃO SILENCIOSA a que se assistiu (impotente...para o caso de se querer remar contra a maré!)
Angie,
as revoluções, silenciosas ou não, demoram gerações a fazer. Não vão muitos anos em que num programa com a Ana Drago, Daniel Sampaio e Luís Osório foi debatido um estudo feito numa secundária dos arredores de Lisboa em que as respostas ao inquérito sobre comportamentos eram no mínino esclarecedoras!! Tanto quanto a memória não falha, fica aqui o exemplo:
Pergunta: Como chamas a um rapaz que anda com várias raparigas?
resposta (maoritária): garanhão.
À mesma pergunta para o feminino as respostas maioritárias eram: cabra, fácil, puta!
Espantem-se agora: as respostas mais duras foram dadas por raparigas.
Pois é! A educação (aquilo que se ouve em casa (e não só) e se vê) ainda tem muita influência. E, sem dúvida, que nós mulheres ainda continuamos a ser muito solidárias umas com as outras, ui se somos!...
Noise (perdoa) mas se tivessemos uma comentadora aqui a dizer metade das barbaridades, palavrões e frases de cariz altamente sexual do Noise já tinha sido 'apedrejada' mas como ele é homem já não cai tão mal e até se lhe consegue achar graça (incluo-me).
Bem tentamos educar os filhos de uma forma mais aberta (e as coisas estão bem melhores)mas ainda assim, somos traídos pela nossa própria educação e pelos valores que nos foram transmitidos.
Aguardemos pacientemente....
Paula
Agradeço o desafio estatístico ;)
Eis as minhas respostas a ele:
• na maioria dos casos homens e mulheres vivam a sua sexualidade de maneira diferente.
• nos ‘tempos modernos’ a sexualidade ainda é avaliada frequentemente segundo os padrões de satisfação ou ideal masculinos.
• para esta mulher, uma possibilidade de sexo pode ser preferida por outras actividades ‘lúdicas’.
• pela análise das sociedades humanas, não se pode extrair um conjunto de parâmetros comuns sobre o que é considerado uma sexualidade satisfatória para homens e mulheres, em conjunto, ou separadamente.
Nota: 'estou a pensar na vivência do sexo como algo mais global, que pode ser uma experiência humanamente gratificante, sobre vários aspectos: físico, psicológico, emocional'
Angie
Considero muito interessante o modo claro, competente e amigável como nos expôe os seus conhecimentos e faz as suas avaliações.
Os seus textos ajudam-me muito na aceitação deste espaço.
Viva, por se manifestar e nos dar o prazer da sua companhia.
JMV
A lei mexicana de 94 foi agora corrigida mas, lá como cá - e como já aqui foi dito - são necessárias gerações para se experimentarem pequenas mudanças nos pressupostos e nos requintes de qualquer tipo de 'violência' e de 'prepotência'.
Porque não haveria de ser assim na relação sexual (de qualquer tipo)?
E a Lei, será que muda comportamentos tão atávicos?
O que vale é que o Noiseformind é espadaúdo. Com tanto tipo sem cara a dar-lhe nas costas se fosse gaja já tinha mandado isto ás urtigas lol
esta mulher,
Tem razão, a lei não entra nas relações como no Diário da República:(, estes processos de mudança são longos e exasperantes.
Estive a ler aquele texto do tipo que matou a mulher a tiro de caçadeira e realmente parece-me coisa que pensei só acontecer no México:
"10. a ofendida R confessou ao arguido que lhe era infiel e que até tinha feito um aborto por relações sexuais tidas com um vizinho;
11. não queria viver mais com ele;
12. já não gostava dele e tinha nojo do mesmo;
13. o arguido pegou na arma e disparou em direcção à ofendida R porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado."
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
porque se sentiu humilhado, diminuído, violentado, provocado, desesperado e perturbado
engraçado como o tribunal usa a palavra "violentado" para alguém que matou a mulher a tiro de caçadeira. Parece-me uma clara diminuição da violação sentida pela mulher, que lhe custou a própria vida.
JMV
Agradeço a sua resposta e entendo melhor a palavra 'exasperantes' do que a 'longos' porque, desta, não tenho uma percepção nítida - é que só vivemos umas poucas décadas e não conseguimos experimentar (ainda) o passado remoto (nem o futuro).
Tudo se torna sempre muito exasperante em termos de (in)justiça ;)
GOOD MOOOOOOOOOOOORNING MARALHAL (e como parece que ele anda por aí) I LOVE THE SMELL OF MURCON IN THE MORNING
Florian,
Na óptica da sociedade portuguesa uma mulher que se sente humilhada, diminuída, violentada, provocada,desesperada e perturbada chora. Já muito aqui se falou em role-genderização, que os homens antecipam a agressão e respondem a ela por antecipação associando-se a isto a forma como o "descontrolo" é visto de forma natural nos rapazes e a uma falta de educação nas raparigas. O mundo para a maior parte dos pais é uma zona de exploração para os filhos e um antro de perigos para as filhas.
Angie,
Falaste tanto de números... por onde andam eles? Espero pacientemente ;))))))))
Esta mulher, (fazes-me lembrar a Gabriela Moita na escrita... já estou excitado só com a ideia... ficar excitado... lá está... "é de homem", (diria a publicidade à FHM)
Pego só na última frase:
"• pela análise das sociedades humanas, não se pode extrair um conjunto de parâmetros comuns sobre o que é considerado uma sexualidade satisfatória para homens e mulheres, em conjunto, ou separadamente."
Lamentavelmente olhando para dados da Global Sex Survey conseguem-se detectar parâmetros de satisfação femininos e masculinos. Nro de parceiros, sexo anal enquadrado em drafts de papéis de submissão sexual da mulher são elementos predominantes em países em que o prazer feminino é negligenciado e valorização do tempo do acto sexual e sua intensidade, preliminares, valorização do empowerment feminino, satisfação global com a vida sexual e variação de formas de estímulo não-penianas.
Os parâmetros de satisfação masculina são claramente quantitativos (nro de actos, nro de parceiros) e a sua predominância na avaliação geral do sexo próprios de países com desigualdades estruturais em termos de direitos salientes. Os parâmetros d satisfação feminina apresentam variações significativas de parceiro para parceiro sendo a avaliação mais subjectiva em países onde essas desiguldades grassem tornamdo-se mais objectiva à medida que verificámos o aumento de indicadores de satisfação real nos países onde as assimetrias entre género se esbatem. Mas isto sou eu a falar claro ; ) (não te preocupes Paula que o teu mail será religiosamente respondido na mesma apesar destas considerações gerais ; )))))))))))) )
Boss,
Já aqui puxei do debate sobre a possível mexida na idade da criminalização da actividade sexual aos 18 anos. Se entre o pessoal com mais de 30 anos e o pessoal com menos de 16 anos a média de início da actividade sexual a nível mundial decresce 4,5 anos (dados tb da Global) e na própria Fernando Pessoa 89% das alunas caloiras (que teoricamente iniciam a vida sexual mais tarde que os rapazes) não eram virgens (com uma média de 19 anos de idade) em 2003 não correremos o risco de a lei "criar" num passe de mágica milhares de vítimas de abuso??? Na minha praxis com adolescentes a principal tipologia para as raparigas era "ela anda metida com um matulão de 18 anos e tem 13 anos, foi vítima de abuso, terá sequelas?" e a dos rapazes era "não tem amigas, anda sempre com rapazes, e na escola alertaram-me para que pode ser gay, há cura".
E já agora uma sugestão ;) e que tal se em cada comentário metessemos a música que estámos a ouvir no momento?
Digo isto pq estou a ouvir Jimmy Hendrix em FIRE ; )))))))))))))) o que pode explicar grande parte da minha boa-disposição actual ; )))))))))))))))))))))))))
Se vão segregar os homofóbicos então não vou ao Jantar :(
.
Infelizmente é tipico dos portugueses destruirem constantemente a imagem do país, ao fazerem isso só agravam mais a situação, devemos puxar mais pelos aspectos positivos e trabalhar para melhor o que está mal, todos nós temos a nossa quotazinha de responsabilidade em todos os problemas. Digo isto porque ando farto de ouvir em todo o lado frases como "Só mesmo em Portugal", "Isto é um atraso", "Estamos na cauda da europa", etc, etc,...
O preocupante é que os problemas da violência doméstica atravessam todos os paises(ricos e pobres) e todas as culturas, por isso mesmo de (quase)impossivel irradicação porque faz parte da natureza humana.
(...) e na própria Fernando Pessoa 89% das alunas caloiras (que teoricamente iniciam a vida sexual mais tarde que os rapazes) não eram virgens (com uma média de 19 anos de idade) em 2003(...)
Noise, dá-me ideia que gostas muito de números e estaísticas, mas acho que é preciso ter certo cuidado com eles... sabes por acaso como é que chegaram a estes valores? sabes se fizeram testes médicos ou apenas perguntaram às raparigas?... é que uma coisa é aquilo que é dito, outra aquilo que efectivamente é feito...
não pretendo chegar a nada específico com esta nota, mas apenas lembrar que muitas vezes atrás de números aparentemente muito rigorosos há motivações várias que os falseiam.
Bjs
engraçado como o tribunal usa a palavra "violentado" para alguém que matou a mulher a tiro de caçadeira. Parece-me uma clara diminuição da violação sentida pela mulher, que lhe custou a própria vida.
Não vejo que uma coisa impeça a outra... parece-me perfeitamente natural que alguém que foi traído sinta tudo isso associado... o que não legitima, obviamente, o assassínio de alguém.
Parece-me que há muita falta de conhecimento da realidade do país. Os comentários postos aqui por nós todos reflectem uma visão, naturalmente, da classe média mediana e alta, urbana e ecológica.
A violência doméstica e sobre a mulher existe em qualquer camada social, mas quando conjugada com outros problemas de existência ou de sobrevivência, essa violência é potenciada. Uma viagem pelo país à margem dos centros das urbes explicita a realidade que não se alcança no conforto de um lar urbano e rodeados de aparelhos que nos trazem realidade que não sentimos.
sical,
não sei se percebi bem, mas estás a dizer que nas zonas urbanas não há violência, ou que é menor???
Na zona onde moro é muito comum ouvir grandes brigas e a meter policia ao barulho, não acho que tenha a ver com geografia! Já vivi em várias cidades e aldeias e brigas sempre foi uma constante verificada.
Tem piada, o nível de exaltação com este tema é bastante menos ruidoso, será que há mais consenso ou a posição é a de que os cães ladram e a caravana passa. Se fôr assim é pena.
Nuno.
Eu não disse isso. Peço desculpa se não me expressei bem.
Eu referi-me às opiniões aqui expressas por nós todos.
Há violência em todas as camadas sociais, pelo que em todos os locais, quer ao centro, quer na periferia ela é real.
O que eu chamo a atenção, na sequência de um comentário que já fiz era sobre outras condições não sentidas pela classe média mediana e alta que potenciam ainda mais a violência doméstica, sobre as mulheres e sobre as crianças. E repito o que disse ontem: Sobre este post de hoje queria focar a conjugação da miséria, da ignorância, da deficiência (digo eu) cultural de muitas comunidades que potenciam os maus tratos sobre as mulheres no casamento com papel passado ou não.
Ontem vi uma reportagem, que não foi novidade para mim. Crianças, não abandonadas, mas ao deus dará.
A envolvente familiar e social destas crianças é um drama que não vem nas revistas nem nas televisões onde se fala dos portugueses de sucesso, e só se mostra gente "linda" e com glamour.
Nestes meios há álcool, pancadaria, falta da noção da existência de valores, promiscuidade, violência, muita, sobre mulheres e crianças. Nestes meios não há livros, música, arte, nem ocupação. Há só tempo, que sobra inútil, porque não têm nada válido onde se ocuparem. E há o mar, para reflectirem.
Eu vi isto numa tv onde, não sendo boa, se faz serviço público, porque todos os habitantes, do arquipélago, podem constatar também as coisas más. Nos Açores.
O que eu chamo a atenção, na sequência de um comentário que já fiz era sobre outras condições não sentidas pela classe média mediana e alta que potenciam ainda mais a violência doméstica, sobre as mulheres e sobre as crianças.
Não sei se será bem assim, ou se pura e simplesmente se "vê" melhor a violência doméstica nas classes mais desfavorecidas porque é lá que se espera que ocorra mais... e é lá que a vergonha/humilhação associada à denúncia tem menos peso...
Desculpem o pragmatismo, mas pelo que vejo a divisão não é feita entre estúpidos e inteligentes como pensava, mas entre homo e hetero e ainda uma subdivisão entre aqueles que batem nos parceiros e nos outros. Pois que também acho que essa situação também existe nos gays. Já agora, para informação (:-)) não sou gay. Mas também não sou estúpido.
Parabéns ao post do Prof. e ao RAM
É um facto que se vê melhor. Mas o que eu ando a dizer é que há factores que potenciam a violência doméstica. Mas tal não significa que nas classes altas e "cultas" não haja violência, se é que não é aí que se encontram as maiores violências sobre as mulheres, que vão muito para além da pancadaria.
Conserto 12:14
Se calhar é só porque a ideia de uma certa violência está tão enraizada na nossa mentalidade que a achamos mais aceitável (e até justificável) do que a exclusão/marginalização a que são votados "os diferentes"... ao contrário do que acontece em relação aos homossexuais, aqui a "natureza humana" parece ser qualquer coisa abundante e violentamente tolerante.
porque é que dizes que potenciam? deves estar a pensar naquele velho ditado que diz que casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão... mas será que isso é necessariamente assim?
Bjs
e não percebi a que propósito vem o teu último comentário, Conserto... (decididamente faço parte dos estúpidos!)
Já agora por curiosidade. E dos gays?
dos gays não, porquê? parece?
e já agora por curiosidade: que diferença fazia se fizesse?
Lia
Não é necessáriamente assim, nem tem que ser. A ausência de noção de valores, por exemplo, contribui muito para a violência doméstica. As situações e as razões são sempre diversas, embora tenham fios comuns. Eu conheci há muitos anos um casal, por acaso ambos médicos, em que a violência que ele exercia sobre ela era de espantar para todos os conhecidos. É óbvio que não era um ambiente carente material ou de noção valores que estava na base. Agora esta razão (sem razão) de violência conjugado com os outros problemas de carências de vária indole, agrava a violência, extensiva depois a toda a familia. As crianças são grandes vitimas de violência doméstica, que não vou aqui comentar. Nem vou dar exemplos de casos que conheço, tão aberrantes, que seria exaustivo em demasia, embora fossem interessantes para demonstrar +/- o que venho afirmando
Por mim, como já disse, vários post atrás, nenhuma.
O que eu quiz dizer é que para mim, embora seja contra simplificações, as pessoas não podem ser iguais. E, caricaturando, só as consigo dividir em estúpidas e inteligentes.
Já agora convém recordar o mal-entendido de Procrustes.
Ele foi encarregado pelo Areópago de Atenas para investigar e solucionar as desigualdades entre os atenienses. Pragmáticamente ele construiu uma cama (bitola)e aos seus voluntários da experiência ele, ora cortou o excesso ora esticou-os até a medida padrão.
Felizmente que foi indiciado pela procuradoria Geral da República e morto por Theseus.
Moral da história : a igualdade dos homens tem muito que se lhe diga.
A violência doméstica é sempre o exorcismo da ansiedade, provocada por altos níveis de frustração.
Frustração = diferença encontrada entre as expectativas e a realidade.
Por isso a violência doméstica está sempre associada a baixos níveis de educação.
Educação = cidadania + tolerância + respeito pelos outros .
Há muita gente mal educada nas classes ditas "altas".
Angie (3.51),
Faço minhas as palavras de Esta Mulher(9.36) acerca dos seus comentários.
Sobre o seu terceiro ponto: os factos que relata excedem tudo o que poderia imaginar, para mais sendo o professor médico e tendo eles ocorrido já no fim da década de setenta.
Antes de 74, era vulgar na Fac. de Direito da UL quando alguma aluna dizia um “disparate” numa aula ou num exame, alguns professores estenderem o braço, apontando para a Fac. de Letras, que fica do outro lado, e dizer:”minha senhora, o seu lugar é ali em frente”. Claro que isto não era dito aos rapazes, por mais burrinhos que fossem. Contudo, o que contou é de outro calibre. É uma autêntica vergonha o que se passava nessas aulas.
Quanto a professores, a Fac. Direito da UL era praticamente uma coutada masculina onde apenas destoava a Prof. Magalhães Colaço a quem era reconhecida competência para fazer parte do júri nos exames para juiz, mas que não podia ela própria ser juiz por ser mulher.
Pergunto-me qual será a percentagem actual de professoras catedráticas nas faculdades de Direito. Felizmente, como diz, as alunas já não estão em minoria. Espero que o número de professoras tenha também aumentado.
Bem, Sical... se calhar ainda não entendi bem o que queres dizer... acho que a carência material, principalmente a extrema, é por si só um factor de violência (ou sentido como violento e vitimizante)... mas daí a entender que agrave a violência vai uma certa distância - se calhar porque tenho um certo receio de que as condições externas sirvam de atenuante aos actos violentos, quando eu acho que não há absolutamente nada que os justifique.
(no minha pausa pós-prandial:))
- Gostei de ler os comentários e recordar a FDUC, onde também andei...
- Veio-me à memória a tese do Prof. Orlando de Carvalho na sua "Teoria (crítica) do Direito" no se "Projecto Social Global". Era então, fácil apercebermo-nos de quão moroso e difícil é transformar valores em contra-valores, para que possam surgir novos valores (vigentes).
Há um valor de base que jamais em qualquer tempo e sociedade, pode ser abolido: o do respeito pelo outro indivíduo!
Por isso, tal como Orlando de Carvalho de quando em vez fazia nas suas orais de "reais" (dt.º das coisas), quando leio aqui certas coisas apetece-me parafraseá-lo: "olhe, sabe, foi brilhante!... Mas... venha cá para a próxima!"
....
:))))
Mas, Conserto, ninguém pede que as pessoas sejam iguais, acho eu! O que se pede é o repeito pelas diferenças, para que cada pessoa possa ser como é... aliás, penso que é precisamente a não-aceitação e a não-integração da diferença que está na origem de muitos casos de violência, seja ela mais ou menos doméstica...
A violência doméstica é sempre o exorcismo da ansiedade, provocada por altos níveis de frustração.
é?
Não entendo aquele conceito de educação=cidadania+tolerância+respeito pelos outros... quero dizer: acho que se houver respeito pelos outros há "naturalmente" tolerância e cidadania...
Só mais um pequeno apontamento:
O poder é fascinante. A vio
Lia
Não servem de atenuantes. Mas dão para entender muita coisa. Eu nunca falei em ausência de valores, mas de ausencia de noção de valores.
Há muitoa anos, quando ainda havia tropa, havia uma situação que era de se pedir escusa do serviço por se ser amparo de familia. Para isso havia um burocrático processo. Dele constava que algum oficial, geralmente um aspirante inexperiente ia a casa do requerente averiguar da situação da familia. Acontece que na casa só estava a mãe com alguns filhos menores. Quando o aspirante miliciano a indagou da composição da familia é que foi a trapalhada. Porque um era filho da filha e do pai. outro era filho de dois irmãos, outro filho dela e de um filho. E explicou. Os homens quando chegam a casa "servem-se" como entendem.
Lia, é a estes ambientes, que eu me refiro. Que, claro que não são classe média. Se isto existia há 25, 35 anos atrás, pode crer que ainda existe. E não é pelo facto de se terem urbanizado nos bairros sociais da câmara, que fez com o problema se tenha dissolvido.
P.S. A Aspirante Miliciano jurou que nunca mais faria inquéritos de amparo de familia. E ninguém o obrigou.
Pamina (3.31):
Todos os alunos desse tempo em que andei pela Faculdade
(entrei já depois do 25.04.74, até porque as admissões no ano lectivo seguinte foram congeladas)
se lembram destas aulas "teatrais" (não só por seram no teatro anatómico! Mas porque eram de facto de 1 histrionismo já lendário.... Os estudantes de direito eram aliás tratados arrogantemente, porque tinham que nos "gramar" contra vontade. Não esqueço alguns assistemtes da cadeira que eram óptimos, em certas aulas especiais, e nada tinham a ver com o dito regente (figura, aliás, que pertencia o + possível ao novo "estabishment", imaginem só).
Por razões de cultura familiar, a Medicina Legal despertava-me o maior dos intereses, cruzando 2 disciplinas até aí pouco preocupadas uma com a outra.
Mas não obtive, no fim, nem 1 olhar técnico (que bem teria sido útil e necessário se tivese seguido a magistratura) nem um olhar culturalmente enriquuecido sobre algumas importantes questões de direito penal. Descontadas as autópsias a que tive de assistir, e salvas alguma sraras e honrosas excepções, nada trouxe de novo para casa...
Bem sei, de fonte segura, que hoje em dia o panorama é outro na mesma disciplina, felizmente.
Quanto às docentes mulheres: nesse tempo havia 2 em toda a faculdade. 1 que ninguém conhecia (investigadora) e outra, que não passou de assistente e acabou por sair.
já agora, também lhe posso contar que a propósito desta, dizia outro eminente prof (este da minha faculdade de direito): -Só conheci 2 mulheres inteligentes na minha vida: a minha mãe e a Dra Fulana (a tal).
Pela amostra, imaginam o calibre da dita professora: era excelente.
Mas dentro de 5 ou 6 anos, a coisa muda radicalmente de figura: há imensas mulheres a concluir doutoramento, e na base de recrutamento para a carreira univª a percentagem de admissões de mulheres é já superior à dos homens.
Mas a guerra não está ganha, longe disso.
Lembram-se de alguém ligado à Saúde (já nem sem quem) ter defendido recentemente que deveria haver quotas nas admissões para as especialidades médicas? Porque havia trabalhos a desempenhar só por homens?! Inacreditável, mas é verdade. Por isso, toda a atenção é pouca...eles não desitem.
Por mim, que sou mãe de 2 rapazes adolescentes a quem tento dar 1 cultura de igualdade entre os sexos não fundamentalista, também vos confesso: o meu ideal de sociedade não é o inverso daquele que vivi em criança e agora persiste disfarçadamente. Um mundo regido só por mulheres? Longe disso. Cairíamos no erro oposto e seria detestável!
O meu ideal é um mundo equilibrado e fundado no mérito.
Nada demais.
Mas ainda utopia!
Pamina (3.31):
Todos os alunos desse tempo em que andei pela Faculdade
(entrei já depois do 25.04.74, até porque as admissões no ano lectivo seguinte foram congeladas)
se lembram destas aulas "teatrais" (não só por seram no teatro anatómico! Mas porque eram de facto de 1 histrionismo já lendário.... Os estudantes de direito eram aliás tratados arrogantemente, porque tinham que nos "gramar" contra vontade. Não esqueço alguns assistemtes da cadeira que eram óptimos, em certas aulas especiais, e nada tinham a ver com o dito regente (figura, aliás, que pertencia o + possível ao novo "estabishment", imaginem só).
Por razões de cultura familiar, a Medicina Legal despertava-me o maior dos intereses, cruzando 2 disciplinas até aí pouco preocupadas uma com a outra.
Mas não obtive, no fim, nem 1 olhar técnico (que bem teria sido útil e necessário se tivese seguido a magistratura) nem um olhar culturalmente enriquuecido sobre algumas importantes questões de direito penal. Descontadas as autópsias a que tive de assistir, e salvas alguma sraras e honrosas excepções, nada trouxe de novo para casa...
Bem sei, de fonte segura, que hoje em dia o panorama é outro na mesma disciplina, felizmente.
Quanto às docentes mulheres: nesse tempo havia 2 em toda a faculdade. 1 que ninguém conhecia (investigadora) e outra, que não passou de assistente e acabou por sair.
já agora, também lhe posso contar que a propósito desta, dizia outro eminente prof (este da minha faculdade de direito): -Só conheci 2 mulheres inteligentes na minha vida: a minha mãe e a Dra Fulana (a tal).
Pela amostra, imaginam o calibre da dita professora: era excelente.
Mas dentro de 5 ou 6 anos, a coisa muda radicalmente de figura: há imensas mulheres a concluir doutoramento, e na base de recrutamento para a carreira univª a percentagem de admissões de mulheres é já superior à dos homens.
Mas a guerra não está ganha, longe disso.
Lembram-se de alguém ligado à Saúde (já nem sem quem) ter defendido recentemente que deveria haver quotas nas admissões para as especialidades médicas? Porque havia trabalhos a desempenhar só por homens?! Inacreditável, mas é verdade. Por isso, toda a atenção é pouca...eles não desitem.
Por mim, que sou mãe de 2 rapazes adolescentes a quem tento dar 1 cultura de igualdade entre os sexos não fundamentalista, também vos confesso: o meu ideal de sociedade não é o inverso daquele que vivi em criança e agora persiste disfarçadamente. Um mundo regido só por mulheres? Longe disso. Cairíamos no erro oposto e seria detestável!
O meu ideal é um mundo equilibrado e fundado no mérito.
Nada demais.
Mas ainda utopia!
Paula (10.50),
Desculpa não ter respondido antes. Li com atenção o texto e as tuas questões e apoio a tua sugestão. Seria interessante que o Prof. JMV e/ou o Noise pegassem no assunto, especialmente nos pontos mais técnicos. Eu poderei apenas dizer o que me ocorreu, pois mas não possuo competência técnica específica, nem sei nada sobre estatísticas ou o que é cientificamente considerado "normal" ou "anormal":
1)Se homens e mulheres são pessoas que, intrinsecamente, em muitos aspectos são diferentes (não me parece que se possa questionar isto, certo?; E não estou a falar de anatomia) será que na maioria dos casos não é 'inevitável' que homens e mulheres vivam a sua sexualidade de maneira diferente? Ou será que se poderá cientificamente considerar unanimemente que uma sexualidade satisfatória seguirá sempre os mesmos padrões? Por exemplo, actividade sexual frequente, orgasmos obrigatórios, orgasmos múltiplos, variedade de parceir@s ou de práticas, etc, etc
e
Será que nos ‘tempos modernos’ (séc. 20/21), a sexualidade de homens e mulheres não é avaliada frequentemente segundo os padrões de satisfação ou ideal masculinos? Que mesmo as próprias mulheres muitas vezes reproduzem?Em vez de pergutarem a si próprias... O que eu desejo? O que é bom para mim?
(parece-me aliás que a ciência, em cada época tem muitas vezes a tendência de dar uma visão uniformizadora/’monoorientada’ dos fenómenos; aliás o mesmo para a "ciência’ de oposição" como por exemplo o texto abaixo)
Como tu dizes, sendo diferentes é lógico que vivam a sexualidade também de maneira diferente.
Acho natural (no sentido de explicável) que as mulheres tenham copiado certos padrões masculinos, o que evidentemente não quer dizer que isto seja bom. É como o fumar. Noutros tempos, em Portugal uma mulher não podia fumar em público, portanto, com uma maior liberdade das mulheres, o consumo do tabaco subiu em flecha. Penso que o fundamental aqui não seria tanto o prazer de fumar, mas o desejo de fazer "a statement". Acho que se passa o mesmo com a cópia de certos comportamentos sexuais (D.Juanismo feminino, por ex.).
2)Será que para as mulheres (também para os homens?!...) uma possibilidade de sexo poderá ser 'trocada' com prazer (ou preferida) por outras actividades 'lúdicas'?
No outro dia, durante uma refeição, ouvi um homem dizer (não foi no JSM):"vamos lá saborear a comida, porque afinal o que se leva de bom desta vida é o sexo e a comida." Eu pensei cá para comigo que era uma visão muito pobre. Para mim, o prazer sexual é "um" dos prazeres da vida e não o prazer máximo em absoluto, independentemente das circunstâncias.
3)Será que pela análise das sociedades humanas ao longo dos séculos, ou em várias civilizações (e não só as chamadas 'civilizações', mas também os chamados 'povos primitivos'), se é que existem tais estudos, se poderá extrair um conjunto de parâmetros comuns sobre o que é considerado uma sexualidade satisfatória? Para homens e mulheres, em conjunto, ou separadamente.
Acho esta questão interessantísssima. Como é óbvio não sei responder. Espero que o Prof. JMV e/ou o Noise o façam.
Gostaria ainda de salientar uma parte do texto que diz o seguinte:
"Neste contexto, numa relação amorosa, a vertente sexual tem um protagonismo enorme relativamente a outras vertentes da vida a duas. Sem vida sexual activa (entendida da forma atrás descrita) é posta em causa a possibilidade de continuação da própria relação."
Realmente, se não há sexo considera-se que não há fundamento para a relação/vida conjunta, mas não se não se tomam quaisquer refeições em comum, por exemplo.
Será que isto faz mesmo sentido? Não consigo imaginar uma relação amorosa satisfatória, homo ou heterossexual, sem qualquer contacto físico. Nisto estaremos todos de acordo. Mas, a finalidade principal da vida em comum de 2 "parceiros/as amorosos/as" será praticar sexo (no sentido estrito)? Se não o praticarem, passam a ser "só" amigos/as ou continuam a ser amantes?
Quando não há relações sexuais frequentes temos logo a tendência para pensar que algo está mal na relação. Será sempre assim ou poderá simplesmente acontecer que o sexo não é algo muito importante para esse casal?
Neste texto específico, o referido parágrafo poderá inserir-se em "catequização" de oposição (=nos heteros tem uma importância exagerada, mas nas relações lésbicas não deverá ter)?
Espero que este debate continue, pois puseste à consideração de todos vários pontos que merecem ser discutidos.
NãoSeiQueNome
Claro que o exercicio do poder é fascinante. Concordo plenamente.
Lia, Todos os que por aqui comentam, são de certeza classe média, mais baixa ou alta que seja. Não é a visão dos que não têm PC nem internet. Isto também faz alguma diferença.
dizia:
O poder é fascinante. A violência, seja ela de que índole fôr, muitas vezes mais não é do que mais um dos aspectos nefastos de um exercício de poder mal dirigido.
Aqui mesmo, neste espaço, quando assistimos a verberrações intelectuais, que a todo o custo se querem impôr, tendo como contraponto, em vez da difusão da pretensa informação, o apelidar de "ignorantes" ao outros, n~~ao lhes dando sequer o direito ao contraditório - é - implacávelmente, uma forma de violência!!!
Aquela violência de que aqui se tem tratado é para combater ferozmente, por qualquer ser humano que se respeite a si próprio, mas, não é, afinal, nem exclusiva e quiçá a pior das violências...
A frase não é da minha autoria, mas é interessante:
´«O que faz mover o mundo é o sexo e o dinheiro, na conjugação do poder, suprema trindade da existência.»
É discutivel, mas dá para reflectir
Lia c,
É!
Na esmagadora maioria dos casos quem bate no parceiro não o faz por prazer (isto vale para homens e para mulheres).
Quando um indivíduo chega a casa se confronta com uma vivência completamente diferente daquela que imaginou / desejou, fica ansioso. O nível de ansiedade é tanto mais elevado quanta a perspectiva que esse alguém tem, de ter meios para vir a alterar a situação (autonomia).
Quando os níveis de ansiedade atingem valores muito elevados, há os que dão cabeçadas na parede, há os que dão murros nas portas e, quando o diálogo com os parceiros do lar é apercebido pelo indivíduo como fonte de aumento da sua ansiedade, a tendência é para fazê-los calar a qualquer custo. É assim que acontecem as desgraças de um pai que matou um filho à pancada! Quanto mais lhe batia mais ele gritava.
Ou seja, a violência é a forma encontrada pelo indivíduo para tentar inverter a escalada de ansiedade que cresce dentro de si e que o faz sofrer até níveis insuportáveis (cada pessoa tem o seu limiar de ansiedade aceitável antes-de-fazer-asneira).
Ora a Educação, como foi definida atrás, facilita o controlo da ansiedade, pois o indivíduo repudia a violência. Se calhar é o indivíduo educado que dá com a cabeça na parede!
Sical,
O que faz mover o mundo é o sexo. O dinheiro e o poder são corolários.
A missão dos seres vivos por excelência é a procriação. Para procriar têm que sobreviver e para sobreviver têm que lutar pelos alimentos.
O Dinheiro e o Poder são só meios de sobrevivência.
Digamos que o debate está animado e como convem , com forte participação feminina.:))
Muito já foi dito: défice legal de protecção à mulher, abuso do poder dos chamados" chefes de família",a violência doméstica não conhece classes sociais e principalmente ainda o "mar" de impunidades de crimes que estão por punir...
Os dados de violência doméstica em Portugal que o Nuno Goçalves apresentou e se alguem ainda tivesse dúvidas são bem claros: os alvos são praticamente e exclusivamente as mulheres. Tendo em conta que a lei até já nem é favorável aos homens dá que pensar das razões que ainda os possam levar a essas práticas!
De facto existem os tais valores ditos tradicionais que estão tão interiorizados e enraizados nas mentalidades que serão necessárias a vinda de novas gerações para alterar esse estado de coisas.
A cultura e a educação são sem dúvida elementos essenciais para o enquadramento e crescimento dos índivíduos e das sociedades mas isto evidentemente sem contar com as particulares psicológicas masculinas que levam a actuações comportamentais de agressividade bem mais primárias que as mulheres.... Contra isso não sei se haverá leis e mentalidades que nos valham:)))
FÁBULA DO RATINHO
Um belo dia, um ratinho ia a passear pelo campo, no seu PORSCHE, quando ouviu um grito de socorro. Ao verificar de onde vinha o grito, deparou-se com um cavalo caído num enorme e profundo buraco. Quando o cavalo viu o ratinho, começou a implorar:
- Por favor, Sr. Ratinho, tire-me daqui ! Eu já fiz tudo, mas não consigo sair deste buraco ! É muito fundo !!!
Rapidamente, o ratinho saiu do seu PORSCHE, abriu o porta-bagagens, pegou numa corda, amarrou-a ao pára-choques do PORSCHE e atirou a outra ponta para dentro do buraco, para que o cavalo a agarrasse com os dentes. Agilmente, o ratinho voltou para o PORSCHE, engatou a primeira, acelerou a fundo e puxou o cavalo para fora ! Assim que se viu a salvo, o cavalo ficou muito grato ao ratinho e disse-lhe que ficaria a dever-lhe aquele grande favor, por toda vida.
O tempo passou, e um belo dia o cavalo ia a galopar pelo campo quando ouviu ao longe um grito de socorro. Foi seguindo o som do grito, e encontrou o ratinho, que outrora o salvara, caído num enorme e profundo buraco. Quando o ratinho viu o cavalo, começou a implorar:
- Por favor, Sr. Cavalo, tire-me daqui ! Eu já fiz tudo, mas não consigo sair deste buraco !É muito fundo !!!
O cavalo, enquanto acalmava o ratinho com palavras doces, tentava desesperadamente alcançá-lo, mas não conseguia, pois o buraco era muito estreito. Quando já ia desistir, morto de tristeza por não conseguir salvar aquela criaturinha que o tinha ajudado a ele, teve uma grande ideia. Posicionou-se bem em cima do buraco, foi descendo o seu pénis no buraco e depois massajando-o para que ele crescesse e chegasse ao ratinho. O ratinho agarrou-se ao pénis do cavalo, foi subindo, subindo, subindo, subindo... e acabou por sair do buraco.
MORAL DA ESTÓRIA: Quem tem uma picha grande, não precisa de ter um PORSCHE...!
Bom dia maralhal.
Continuo a achar que a violência doméstica toma corpo e ganha terreno a partir do primeiro perdão, por uma série de factores e falhas mas isso é outro assunto.
Mas como ela existe, existe.
Compete-nos denunciar esses casos e principalmente quando ela é praticada na frente de crianças, e neste caso vos garanto que uma simples denúncia a uma dessas linhas de protecção a crianças as coisas correm sobre rodas.
Trabalhei alguns anos em fotografia e havia duas situações em que mal as pessoas entravam e sem falarem eu já sabia ao que vinham (qualquer coisa no olhar, não sei explicar):
- Revelar rolos com fotografias mais “ousadas”.
- Pedirem para serem fotografadas por terem sido alvo de violência.
Era certinho que mais que uma vez por mês eu era testemunha silenciosa deste tipo de situações.
Nas primeiras vezes, talvez até por desconforto meu, ficava apenas a digerir a situação, mas a partir de uma certa altura achei que bastava e comecei a fazer perguntas e mais perguntas e raramente deixava sair as pessoas sem que ali à minha frente fizessem um telefonema à APAV.
A maioria eram mulheres sim, mas tive cinco casos de homens (elas também sabem bater, olá se sabem).
Não sirvo de estatística, mas as classes sociais que me passaram pelas mãos foram a muito alta e a muito baixa. Pareceu-me que os métodos/objectos usados diferem um pouco também entre elas.
Os que dão num daqueles acessos de momento (não querendo dizer que não seja por isso grave) dão onde calha; os “habitues” poupam a cara e na altura de verão, alguns, poupam os braços.
A última pessoa que fotografei foi açoitada com um fio eléctrico. Quando se despiu à minha frente até fininhos me deu na barriga. Este caso foi praticado na frente de uma criança de 4 anos e em menos de dois meses o caso dessa mulher foi resolvido através da APAV conjuntamente com a linha SOS Criança se não estou em erro.
Penso que este crime passou a semi-público ou público mesmo não tenho certeza.
E sim é nossa obrigação intervir.
Se há coisas que funcionam neste país, estas instituições são prova disso.
PROF. JÚLIO MACHADO VAZ:
De novo a propósito do tema deste seu post, e porque os meus comentários me levaram de regresso aos bancos da universidade (onde supostamente ‘’aprendemos a aprender’’, através de uma cultura técnica que nunca deveria deixar de ser, justamente, ‘’universalista’’, mas não o é)
gostava de lhe fazer uma pergunta.
Se me quiser responder agradeço desde já:
- Alguma vez deu aulas na cadeira de Medicina Legal, num módulo que fosse dedicado a 1 abordagem sociológica dos problemas médico-legais?
Sei que a licenciatura em medicina tem 1 cadeira, salvo erro, de sociologia médica. Portanto, os estudantes acordam para essas realidades, de 1 forma ou outra.
Mas os estudantes de direito não têm formação alguma que lhes abra os horizontes nessa matéria, e portanto farão a ML perdendo a única oportunidade de serem sensibilizados para o contexto social em que as questões médicas, e depois as legais, se inscrevem (crimes sexuais, desde logo)
Em direito penal garantidamente que ninguém se preocupa com essa necessidade. Aliás, não se preocupam porque não é 1 necessidade!
Se de facto nunca deu, acho uma pena. Muito teriam os alunos a ganhar em o ouvir e portanto, garantidamente, a crescer em certas matérias.
ajfrm
Há situações e pessoas que não se toleram sequer.
Ah...
E não se esqueçam
JANTAR DO MURCON
17 DE DEZEMBRO
Deixem-se de frescuras de não se quererem misturar.
Deixem-se dessas mariquices-Hello Manolo ;-) de que a coisa perde a magia e etc. etc.
Inscrevam-se caramba.
Inscrições ainda em falta:
- Porty
- Cláudia
- Ram
- Henrique Dória
- Lobices
- Menina Marota
- Rataplan
- PP
- Lena
- Grupo do José Gomes
- E mais alguns que agora me escapa
Vocês têm obrigação de ser reincidentes.
- Harryhaller
- Escrevinhador
- Fora da Lei
- E
- Amok
E todos!!!
Vai valer a pena.
Até depois maralhal.
Boas blogadas.
Estou a pensar candidatar-me a uma telenovela na televisão utilizando as histórias contadas pelos amigos Manolo e Anónimo das 5:08. Seria mais ou menos assim: Um cavalo que tinha um Porche estava casado com uma formiga. Quando a formiga estanpou o carro num buraco ele violou-a. Ao pricípio não houve problema, mas quando ela já estava farta começou aos berros. Ele (cavalo) coitado, enervou-se e teve de lhe aplicar o justo corretivo. Ela, acabou na Mitra, juntamente com uma série de reformados.
Que haxam?
segundo este estudo
"A relação estatística entre violência familiar e problemas de consumo de álcool, problemas de comunicação familiar e predomínio de famílias disfuncionais foi significativa"
ameninadalua,
"particulares psicológicas masculinas que levam a actuações comportamentais de agressividade bem mais primárias que as mulheres..."
não será mais o facto de geralmente a superior força fisica do homem anular a agressividade das mulheres...
Boa noite.
Tenho pena de só ter podido chegar agora porque o debate hoje foi interessante e esteve animado.
Em relação a tudo o que li, queria só fazer algumas observações.
Pamina (3.31)
Esses teus professores, deixa-me que te diga, eram muito preconceituosos. Eu andei na Fac. Letras e não me considero propriamente burra.:)))
angie(4.04)
Concordo contigo. Apesar de haver mais mulheres no ensino superior, a guerra não está ganha, longe disso.
"Toda a atenção é pouca...eles não desistem"
Ai não desistem não...
"Um mundo regido só por mulheres? Longe disso. Cairíamos no erro oposto e seria detestável!"
Totalmente de acordo, não vamos substituir um fundamentalismo por outro.
manolo(4.41)
"A missão dos seres vivos por excelência é a procriação."
Continuo a não entender como consegues escrever estas barbaridades.
Tu tens noção do que escreves??????
Yulunga(6.40)
Desculpa lá:) mas vou ter que dizer isto. Penso que não deves tentar "forçar" as pessoas a comparecerem ao jantar. O anúncio do jantar é público, todas as informações são disponibilizadas a qualquer um, portanto as pessoas inscrevem-se se e quando quiserem.:)
E ao referires essas pessoas, deixas de fora outras, o que é deselegante.
Não te aborreças comigo por eu te estar a dizer isto, mas já sabes como eu sou,rapariga.:)
O facto das mulheres, geralmente, não brincarem com armas ou jogos de computador violentos, desde pequenas, mas sim com Barbies e estojinhos de maquilhagem, condiciona toda uma instintiva actuação futura.
Elas podiam muito bem, limpar-lhes o sebo, quando eles estão a dormir, mas vão só revistar-lhe os bolsos, a ver se eles têm outra. Mais modernamente, coscuvilhar os números do telemóvel.
nuno gonçalves (7.13)
Não sei se será.
Os homens entre eles têm também comportamentos por vezes brutalmente agressivos. Acho que neste aspecto ( e não querendo generalizar) eles conseguem suplantar-nos, a nós, mulheres.
Não sou muito conhecedora de homens. Vivi com pai até tenra idade, conservo a imagem perfeita de homem, nesse ser magnífico que foi posto no meu caminho. Casei bastante cedo. A vivência que tive com o homem com quem casei foi uma lástima. Desde humilhações públicas a desdém. Psicologicamente (apesar de pouco inteligente) era açoitada com palavras como “ és gorda” entre outros mimos que dizia ser brincadeira. Queiramos ou não o nosso amor-próprio vai ganhando resistências. A névoa que nos cega não espera um D. Sebastião, mas vai-se munindo de artelharia. Sempre que era açoitada com esses mimos olhava-o e via o homem de 112kg em que se tornou chamar de “basulaque” alguém com menos de metade… Olha-se os filhos e pensa-se “não é razão para tomar uma atitude, afinal os filhos precisam do pai…”. O saco é grande, mas a cegueira passou, resta apenas uma convivência de tolerância além da nossa capacidade. Como sou pouco resistente a abusos destes não durou muito tempo. Passei a ser pouco tolerante com ele (não falo antes que ele era para mim outro filho já que o vestia, calçava e dava de comer, trabalhava mas não contribuía para as despesas domésticas e dele próprio). Certo dia fiz um ultimato. Dei-lhe um prazo para sair de casa já que estava a abusar do hotel e da hospedeira. Dei-lhe uns meses (de Fevereiro a Maio) para se decidir sobre algo que estava a prejudicar a nossa vida “familiar”( Ter resolvido residir no local de trabalho uns, 60km de distancia com automóvel para fazer a deslocação, foi o rebentar da bolha que estava a crescer há algum tempo, uma ausência com retorno ao fim de semana cheio de roupa suja… Era demais para mim!). Sempre que regressava da instância de férias injectava a filha, na época com 4 anos, que a mãe não gostava dele e que qualquer dia ia embora e ia para casa um senhor a quem não iria chamar pai mas sim tio. Estas coisas no meio de situações normais e a propósito de nada iam saindo á criança por comparações que a fazia com situações semelhantes que se nos deparavam na ausência dele. Aguentei até o fim do ultimato. Nesse dia, regressa o homem de fim de semana e logo o confronto com as afirmações que naqueles meses anda a fazer pela insegurança e cobardia que o veste, que era chegada a hora da partida e que eu exigia isso dele. O fim. Virei costas, morava num 5º andar com terraço, por sorte não transpus a soleira da porta da varanda da sala… Parei. Ele estava ali atirando contra mim um metro e oitenta e quatro e os 120kg. Fiquei pregada á parede, com um braço preso nas costas e um dos joelhos dele a prenderem as minhas pernas, a mão no meu ombro entrava na carne e a outra apertava o meu pescoço sem que eu me pudesse mover. A respiração já a fazia com dificuldade mas os meus lábios pronunciaram a palavra “mãe” , da boca saiu um “ronco cavernoso” sem sons decifráveis. Foi o suficiente. Ele leu os lábios ali bem perto e atenuou a pressão que me fez tossir uns segundos seguidos até que levei um valente estalo. Acordei do marasmo e virei fera. A minha mãe acorreu ao chamado sonoro do “ronco” aflita, sem saber reconhece-lo. Ficou atónita, como podia eu ter força para aquele monstro e só me mandava parar. Ele, “anjola”, com cara de santo atribuía-me a cena atirando-me as culpas. Cenas tristes… Sobrevivi, mas tenho consciência de que teria sido o meu fim.
Foi o fim duma retaliação que durou 5 anos. Culminou atingindo a minha liberdade que fiz valer com a expulsão imediata da minha casa daquele ser repugnavel.
Não fiz queixa. A minha filha sempre esteve primeiro, era o pai dela. Na terra onde morava e onde ele morava também fui a primeira mulher a separar-se do marido. Não foi fácil, amigos comuns, ruas comuns, filha comum…
Acho os homens cobardes e inseguros. Uns tristes.
atras do pano
nem imagina as ganas que tenho de teorizar sobre os homens com base na minha própria experiência de casada.
Por motivos completamente diferentes, a conclusão a que (sem prever nunca) tive de chegar é a mesma: uns cobardes, uns "tristes", uns inseguros...
Mas não podemos generalizar.
Senão está tudo estragado: nem os filhos aguentam a nossa amargura, nem saberemos sequer educá-los (julgando-os pertencentes ao grupo dos " cobardes, tristes e inseguros"), nem a nossa porta fica aberta para nos reconciliarmos com a existência...e os homens.
Compreendo o seu testemunho e não desvalorizo 1 cm o que passou.
Mas acredite que (tal como na mulher não há esteriótipos), nos homens também não há.
Posso sugerir-lhe que abra a porta?
Nuno Gonçalves
"...não será mais o facto de geralmente a superior força fisica do homem anular a agressividade das mulheres..."
Não ...não será!.. e você sabe disso, porque quando o alvo da agressividade do homem é outro homem, a agressividade pode aumentar e ir até a excessos inesperados. As cadeias são bem demonstrativas disso; a relação de criminalidade entre a dos homens e das mulheres é bastante significativa.
Mas com isto não estou por um lado a despenalizar as mulheres em conflito com os homens porque elas tambem quando agressivas não são "Flor que se cheire" e por outro não estou a renegar os verdadeiros encantos dos homens porque como todas nós mulheres sabemos, são uns queridos...:)))))
Obrigada angie.
Já passaram muitos anos... Sei e já sabia que há HOMENS e Homens, mas sinceramente.. Abrir a porta não é fácil. Tenho mais aimgos homens que mulheres e tento nesse meu convivio alertá-los para o que está mal daquilo que conheço deles. Dou muito valor a esta minha liberdade que custou a reaver.
Não queria a vida de nenhuma das minhas amigas casadas...
Não fecho a porta mas também não a abro, velo-a :o)
andorinha e ameninadalua,
ambas têm razão, simplesmente dava a sensação na frase que apenas os homens na presença de combinações de multiplos factores tinham uma agressividade mais primária, eu talvez quis puxar um pouco a fasquia para, vá lá, 80%-20%:))).
Como disse, as mulheres irritadas também não são "flor que se cheire", mas eu não consigo viver sem flores:):):)
Anônimo disse...
(...)
9:00 AM
...um bom exemplo de como é idiota achar-se q todos os anônimos são...idiotas!:->
...olha maria yul, retira lá o meu amok da lista dos reincidentes pq eu nunca! estive presente em nenhum, caraças!...q calúnia!!!!
:->
...e claro q acho q ñ deves forçar ninguém!!!:-> ...ñ vá alguma alminha dar o dito por ñ dito e provocar azias e indigestões...:->:->
"Lamentavelmente olhando para dados da Global Sex Survey conseguem-se detectar parâmetros de satisfação femininos e masculinos. Nro de parceiros, sexo anal enquadrado em drafts de papéis de submissão sexual da mulher são elementos predominantes em países em que o prazer feminino é negligenciado e valorização do tempo do acto sexual e sua intensidade, preliminares, valorização do empowerment feminino, satisfação global com a vida sexual e variação de formas de estímulo não-penianas.
Os parâmetros de satisfação masculina são claramente quantitativos (nro de actos, nro de parceiros) e a sua predominância na avaliação geral do sexo próprios de países com desigualdades estruturais em termos de direitos salientes. Os parâmetros d satisfação feminina apresentam variações significativas de parceiro para parceiro sendo a avaliação mais subjectiva em países onde essas desiguldades grassem tornamdo-se mais objectiva à medida que verificámos o aumento de indicadores de satisfação real nos países onde as assimetrias entre género se esbatem. Mas isto sou eu a falar claro ; )"
As coisas que você consegue ver num monte de páginas Noiseformind. Pode ser mais específico nestas relações que sugeriu? Adorei esta passagem mas sinto-me bastante perdida (e totalmente impreparada) olhando para aquele montão de nros da pesquisa da Durex ;)
Andorinha... Andorinha...
Quem não faz a mínima noção do que anda a fazer neste mundo é voçê!
Pensa que lá porque é humana é mais do que os outros animais! mas não é, deixe-se de peneiras e aproveite a benèsse de seu humana para ler um pouco de ciência. Por exemplo "A Ideia Perigosa de Darwin", ou "O gene egoista".
Se não souber o que são estes livros pergunte ao nosso confrade Noise. Ele, que é uma possoa culta, sabe com certeza.
Andorinha (7.28),
Saí e cheguei tarde a casa, por isso não te respondi antes.
Como sabes, eu também andei nessa depois da outra. Nessa altura, os professores falavam mesmo assim. Acho que muitos quase se sentiam "ofendidos" por uma mulher ter ousado não ir para Letras. A não ser que fosse super-brilhante.
Pamina,
e os meninos do Tecnico vinham ao "santo sacrifício" da saída das meninas de Letras. Era "bem" ir assistir às aulas do Pr. Vitorino Nemésio, e do Prof. Cintra. e depois ir namorar para o relvado da cantina... que saudades...
Pamina (10.15)
Não era preciso responderes-me.:)
Eu entendi o que querias dizer e o que pus em causa foi a mentalidade desses professores.
manolo (10.13)
Sim, realmente concordo consigo. Não devo ter a mínima noção do que ando aqui a fazer.
Estou à espera que o manolo ou algum outro cérebro igualmente brilhante me esclareça.
Estamos entendidos?
andorinha,
Aceito! marquemos a data, o local e a hora!
Conserto 6:47 PM
"Que haxam?"
Eu haxo que seria musicalmente espectacular... um verdadeiro conserto!
Paula,
O que eu escrevi é apenas um dos aspectos que considero importante para explicar a violência doméstica. A violência é sempre um escape. Todo o ser vivo (Andorinha, eu disse ser-vivo, não disse homem) tem o chamado instinto de sobrevivência que se sobrepõe a todos os outros em caso de risco. A cultura serve para induzir o homem a refreear esse instinto em benifício da cooperação com os outros homens (em benefício da sociedade), sendo a religião só um exemplo dos ditames da cultura. Isto porque a Naturesa "sabe" que a cooperação mútua "paga" mais do que o egoismo para a sobrevivência dos cooperantes.
Portanto, Paula, esses seus dizeres de "exprimir", "conversar" etc. são outra forma de referir a cooperação, são a socialização.
Ser educado é ser socializado, é compreender os mecanismos da ansiedade e conseguir anulá-los antes que "a tampa salte".
andorinha,
confesse que ficou irritada por eu ter dirigido aquelas palavras à sua amiga Pamina! (voltei atrás, reli tudo, e reconstitui o crime)!
manolo (11.32)
Por amor de Deus!!!!!!
Irritada pelas palavras que dirigiste à Pamina?
Não tens que ser antipático com as outras pessoas como és comigo.:)
P.S. Eu sei que todo o ser vivo tem o chamado instinto de sobrevivência, não precisas de estar com piadinhas .:)
Andorinha said...
Yulunga, desculpa lá
Yulunga said...
Andorinha estás desculpada!
Andorinha said...
Acho uma deselegância
Yulunga said...
Andorinha tomara que todas as deselegâncias fossem assim tão graves.
Andorinha said...
Não te aborreças comigo, já sabes como sou.
Yulunga said...
Irra! Já disse que não aborreço, que estás desculpada e tudo e tudo.
E já, já sei como és: Ou muito melga comigo ou muito preocupada com o que os outros pensam... Deselegância... Pffff...
Olha lá Passarita
Não sei se reparaste mas tive o cuidado de colocar, no primeiro caso, e mais uns que me escapam e no segundo "E todos".
Não por elegância, mas por ser mesmo assim; porque me daria um enorme prazer em que fossem todos.
Claro que existem aqueles com quem criamos alguma empatia, mas também existem aqueles que até nem gostamos muito de ler, aqueles com quem discordamos de forma feroz, aqueles que até nos insultam e são precisamente esses que muitas das vezes dá mais pica conhecer.
Sei muito bem que em relação a esta postura estamos em polos opostos. Mas se houvesse um nick que me dissesse após uma discussão brava, Yulunga tu és ...(censurado)nunca iria a esse jantar pois não tenho o menor prazer em conhecer-te, assumidamente lhe responderia: Pois tenho pena. Por mim faria o maior prazer em te conhecer.
Amok
Eu não te coloquei na lista de reincidentes.
Coloquei-te na outra, já reparaste?
Na dos suplentes ;-)
Peço desculpa a:
- Harryhaller
- Escrevinhador
- Fora da Lei
- E
Por ter chamado à lista onde os vossos nomes estão a dos suplentes, mas assim à pressa foi o que me ocorreu para responder à amok :-)
Serão recompensados com muitas beijocas.
Inscrevam-se todos no jantar e mainada.
Yulunga (2.40)
Tardia, mas aqui vai a resposta.
Continuo a achar que não deves (nem tu nem ninguém) andar a pressionar o maralhal para irem ao jantar.
Como eu disse ontem, toda a gente sabe que vai haver um jantar, onde e quando, portanto quem quiser inscreve-se, é tão simples quanto isto. Toda a gente é adulta e capaz de tomar decisões.
"...ou muito melga comigo ou muito preocupada com o que os outros pensam..."
Não Yulunga, neste caso só estava a falar para ti, por isso foi a ti que eu "pedi" para não te aborreceres e isto porque gosto de ti, rapariga.:)
Quanto ao que os outros pensam neste caso em concreto e em muitos outros, estou-me marimbando.
Tenho mais em que pensar.
P.S. Podes ficar descansada - nunca mais te peço desculpas.:)
Mas se houvesse um nick que me dissesse após uma discussão brava, Yulunga tu és ...(censurado)nunca iria a esse jantar pois não tenho o menor prazer em conhecer-te, assumidamente lhe responderia: Pois tenho pena. Por mim faria o maior prazer em te conhecer.
...ai m'lher, 'tás-te a candidatar a algum posto de... "madre_teresa_do_murcon"!???? ;-)))... eu, como ñ sou nada, mas mesmo nada!, católica...nc dou a outra face!, nunca!...e ñ tenho a mínima pachorra para aturar certos tipos humanos!... desculpa lá, mas a minha boa acção "desse dia" ñ vai passar por aí, de todo!...:->
Não percebo estas gajas. Querem testosterona pra que um gajo possa fodê-las e consolá-las até vir a mulher da fava rica, e depois clamam da testosterona quando ela dá para a agressividade e a violência.
Meninas, isto é assim: não há bela sem senão. Ou vocês julgam que isto (nós, o mundo) existe à custa de capados?
Migas: têm de ir escolhendo os mais equilibrados, à vossa conta. É para isso que servem os namoros. Ou não?
E agora para um outro que aqui é mal compreendido: o principal da vida não é a procriação, é a sobrevivência; sobrevivendo, procria-se; procriando-se sobrevive a humanidade.
A natureza associou, nos humanos, procriação com prazer; os humanos tratam de dissociar a procriação do prazer.
É até interessante como as meninas (e os meninos bichas) querem racionalizar e tornar tudo igual. A vida é não só diferença, mas desigualdade, e ainda bem. Doutro modo era tudo muito monótono. Mas há coisas irracionalizáveis e que existem como existem para além da razão. Nós não somos apenas seres racionais. Somos animais que tentam racionalizar o possível da irracionalidade que não podemos controlar (a começar pela irracionalidade dos nossos corpos e comportamentos). A química comanda a vida, e isso sabem as migas muito bem, porque é ela que lhes dá a segurança de foder quando querem sem o martírio da prenhez.
E não me alongo, para não ser enfadonho.
Enviar um comentário