terça-feira, novembro 08, 2005

A propósito de mjcd.

Como psi - e qualquer dia não só... - a questão da reforma interessa-me sobremaneira.
Alguém disse que a reforma se começa a preparar dez a quinze anos antes. É verdade. A mortalidade, por exemplo, é maior do que o "esperado" no primeiro ano que se lhe segue. As depressões florescem. O mesmo se passa com a viuvez. Aí, com um efeito de género claro que "joga" com o último post: os homens caem com facilidade no isolamento porque eram as mulheres as mediadoras das redes de suporte afectivo.

51 comentários:

River disse...

Caro Professor, acredite ou não, todos os dias "religiosamente" venho ler o seu blog, e todos os dias me deslumbro :-)

Hoje resolvi pela primeira vez, escrever este comentário, porque o post que acabo de ler, ajudou mais um pouco a perceber o que se passou com o meu Pai quando a minha mãe partiu... E que influenciou toda a nossa vida (para sempre!)

Beijinhos para si e por favor continue a "alimentar-nos" a alma! :o)

PS. Já recomendei o su blog a meio mundo!

Julio Machado Vaz disse...

River,
O meu velho começou a morrer no primeiro dia em que não foi à Faculdade de Medicina.

amok_she disse...

(cheguei!, e ainda ñ li nada mais...pra trás!...é q este assunto interessa-me e muitooooo!)

...faz-me muita confusão perceber q os homens têm mt mais dificuldade em lidar com um desactivar do ritmo de vida...e se a reforma é um drama, ficar desempregado próximo da idade da reforma, mas ainda sem a ela poder chegar...é suicidário!

...depois, a juntar-se à confusão q me faz, no geral, somo o desespero da impotência por ñ descortinar senhuma saida q possa sugerir e/ou ajudar a levar a efeito...qd quem está em causa é uma pessoa mt próxima afectivamente...e eu, com a mania de q há solução para tudo, odeio sentir-me impotente...

amok_she disse...

..acho mesmo q esta é uma das raras vezes em q gostaria q me descobrissem uma receita milagrosa...ver alguém resvalar para o abismo, sem nada poder fazer, é desesperante...

Anónimo disse...

Para que não desanimem já, deixo aqui a experiência de meu pai. Desde que se reformou já não se queixa da falta de tempo para a música (a grande paixão)e os filmes (tantos). E lá vai dando a conhecer ao resto da família (quase toda atarefada) as novidades. Até os mais pequenos têm a sua dose de animação: às vezes não produzida pela Disney mas igualmente de qualidade e interesante.
É quase como um ancião "japonês". E como os japoneses sabem amar e respeitar os seus idosos verdadeiras fontes de sabedoria)!
Claro que ele é uma excepção, viúvo ainda jovem, criou filhos sózinho e apesar dos "erros", orgulho-me de ter sido educada a ouvir música deliciosa de: Moody Blues, Carlos Santana, Jethro Tull, Beatles, Pink Floyd e muitas outras e a ver cinema desde muito jovem.
Claro que há um pequeno pormenor: a actual mulher do meu pai é uns dias mais velha do que eu. E a diferença de idade deles é de 20 anos. Mas não me parece que a jovialidade dele passe por aí.
Tende fé, maralhal!
Boa noite

Anónimo disse...

Sem querer generalizar penso que esse "caminhar para o cemitério dos elefantes" faz-se por falta de objectivos extra-profissionais. Por outro modo, enquanto que vejo em vários países estrangeiros (os quais poderemos de certo modo localizar) velhos chamados gaiteiros viuvos ou não, que permanecem com alegria de viver (até pelas cores das roupas se revelam) aqui em Portugal a míséria do quotidiano leva-os a descontar os dias para a morte. Penso que isso é um dos reversos do machismo, muitas vezes essas mediadoras das redes de suporte afectivo eram umas serventes do seu egocentrismo

Anónimo disse...

Deixarei para outro dia um comentário mais geral a este blog, que fiquei a conhecer há pouco tempo, porque o tema pede que se deixem aqui uns exemplos felizes. Quem sabe, não poderão multiplicar-se por aí? De facto não há receitas para a felicidade depois da reforma, mas há formas de as pessoas não se deixarem abater pelo vazio e pelo "excesso de liberdade" que os ponteiros do relógio deixam a quem já não precisa de cumprir horários inflexíveis e extenuantes...
Uma dessas formas foi a encontrada pelos meus pais. A minha mãe, depois de deixar o ensino (básico - 2º ciclo), pôde finalmente dedicar-se a tempo inteiro à pintura, actividade com que sonhava desde os tempos de liceu. Devo dizer que lhe passaram de vez as famosas enxaquecas que a deixavam prostrada fins-de-semana a fio... e rejuvenesceu 10 anos ou mais! Curiosamente, acabou por voltar ao ensino, agora voluntário, numa Universidade da Terceira Idade. O meu pai, depois de se desligar de um negócio que mantinha há alguns anos, voltou a estudar, na Universidade da Terceira Idade (filosofia, antropologia, estética, etc.). Quase não vê e, por isso, demora, pelos padrões a que estava habituado, uma eternidade a perscrutar os livros, com o auxílio de uma lupa. No último fim-de-semana, brindou-me com uma pergunta: qual é a diferença entre "hermenêutica" e "exegese"?

Quem disse que as pessoas morrem depois da reforma?

amok_she disse...

...o problema ñ é referir-se o q fazem os q enfrentam (melhor, ou pior) essa questão ...aliás, qd alguém se recusa a viver...quem consegue levá-lo a mudar de ideia?...o problema tb ñ se coloca tanto nessa suposta falta da "rede de afectos e/ou conhecidos" ...aqueles q decidem (se é q isso passa por decidir) resvalar para um qq abismo recusam tudo e todos...a pessoa a q me refiro é uma pessoa com uma bagagem cultural vastíssima, com uma capacidade de raciocínio e lucidez objectiva - coisa q se costuma associar ao macho dissociando da fêmea e q eu assumo!:-> - e no entanto...a depressão, a velha depressão, corrói tudo!...amizades, amores, conhecidos ...torna inútil todas aquelas capacidades desenvolvidas ao longo da vida...e desespera quem está próximo...

Zénite disse...

Aconselho-o a tratar da reforma enquanto é tempo, caro Prof.
Da maneira como as coisas caminham, se Soares for eleito PR, Sócrates não pensará duas vezes. A idade da reforma passará para os 87 anos, que será a idade com que Soares se reformará, se for eleito:

Anónimo disse...

Um dia pensei que quando me reformasse (por agora, ainda faltam uns aninhos valentes), uma das coisas - entre muitas outras - que iria ter tempo para fazer seria exactamente aquilo que eu fazia quando era puto e tinha todo o tempo do mundo: estar sempre por perto do Glorioso, ao ponto de nem sequer perder um treino.

Seria uma bonita forma de, na 3ª idade, voltar quase à infância... ;-))

O problema é que na lógica neo-liberal dos tempos que correm, nomeadamente na onda política de nos fazerem crer na inevitabilidade das coisas, "alguém" inventou que temos que trabalhar até aos 65 - 70 anos para se poder manter de pé o chamado Estado Social.

Conclusão: quando eu for reformado, não vou nunca poder ver os treinos do clube do meu coração. O mais próximo que posso conseguir, pelo menos em termos de analogia das palavras, é um lugar no Cemitério de Benfica. Até lá, ou melhor, quando eu já estiver a poucos anos da reforma, só espero que me deixem entrar de bengala na empresa !

Preparar / planear a reforma com 10 ou 15 anos de antecedência para quê ? O poder já preparou tudo sem nunca me ter consultado !

Anónimo disse...

Não sejas pessimista ò "transgressor", o pior que te pode acontecer é o teu coração não aguentar as emoções do Glorioso. Porque há vida para além da reforma, podes crer que há!

Anónimo disse...

Anonymous 11:29 PM

Há vida para além da reforma se houver tempo para gozar essa reforma. Agora com reformas aos 70 anos, mais vale largarem um gajo logo à porta da Mitra, no Poço do Bispo.

Com essa idade de reforma, um gajo não vai nunca ter tempo para confirmar se as mulheres eram, de facto, as tais mediadoras das redes de suporte afectivo... ;-))

Anónimo disse...

Isso confirma-se ao longo da vida, se se estiver atento, é claro!

Anónimo disse...

Anonymous 11:39 PM

Ainda bem que continua a haver gente cheia de certezas. E se essas certezas forem uma fiel exteriorização daquilo que se sente, melhor ainda !

O pior é quando não é exactamente assim...

Anónimo disse...

Tenho exemplos desde miúda (entre vivos e mortos) e isso ajuda.

amok_she disse...

fora-de-lei disse...

Anonymous 11:39 PM

Ainda bem que continua a haver gente cheia de certezas. E se essas certezas forem uma fiel exteriorização daquilo que se sente, melhor ainda !

O pior é quando não é exactamente assim...

11:44 PM


..adorei esta!...curto e duro!...qd eu preciso dum testamento - várias vezes repetido, aqui! - para andar há q "séculos" a dizer o mesmo...tesss, tesss

[o q me vale é esta música... hummmmm...hummmmm]:-)

Anónimo disse...

Pois eu, que sou mulher, estou mortinha por me reformar...e não vou cair nada na depressão. Nem pensar! É tão bom gozar a vida!!!

andorinha disse...

A questão da reforma é de primordial importância para todos, mas confesso que no meu caso pessoal ainda não penso muito nisso. Não sei como a irei encarar e neste momento isso também não me preocupa.
Penso que o que muitas vezes aflige e transtorna as pessoas é a passagem abrupta da vida activa para a situação de reforma. Dum dia para o outro uma mudança radical no estilo de vida. Isto pode ser muito complicado e nem sempre se consegue enfrentar esta situação da melhor forma.
Tenho o exemplo do meu pai que toda a vida foi uma pessoa extremamente activa e que quando se reformou, já lá vão perto de vinte anos, passou por momentos de grande depressão. Até conseguir arranjar alternativas e adaptar-se à sua nova vida pós-laboral foi complicado.
Se não dispusermos das tais redes de suporte afectivo serão tempos difíceis. Concordo que nós mulheres estamos mais bem armadilhadas para fugir ao isolamento em que muitos homens se encerram quando se reformam.
O ideal seria que as pessoas fossem reduzindo o período de trabalho diário e se fossem gradualmente adaptando a essa nova fase da vida, que poderá também ser bastante gratificante se a soubermos aproveitar e tirar o melhor partido dela.
Tenho uma amiga alemã sensivelmente da minha idade que está desde há um ano na situação de pré-reforma trabalhando dois ou três dias por semana com uma redução muito pouco significativa no vencimento o que lhe permite ter bastante tempo livre para todas as diversas actividades que gosta de realizar.
Está feliz da vida e quando se reformar definitivamente daqui a uns anos vai-lhe ser, em princípio, muito mais fácil organizar a sua vida pós-laboral sem sobressaltos nem depressões.
Penso que esse poderia ser um caminho a seguir.

noiseformind disse...

Jú,
Marketing de primeira : )))))))) Sabes que a audiência é maioritariamente velhosa e portanto as visitas disparam, em busca de alguma simpatia quando começas a falar das tuas (potenciais, tenho a certeza) cãs. E então se vieres com nros que o Maralhal outunal possa contrariar com o seu testemunho de vida, orgulhosamente, AINDA MELHOR ; ))))))))))))))

Em relação à reforma a minha perspectiva é um pouco diferente da que tem sido aqui apresentada. Em primeiro lugar pelo tempo em que irá ocorrer. Aos 40 anos considero-me reformado. Limitar-me-ei a viajar, tenho na minha lista de "must visit places" cerca de 145 lugares de todo imperdíveis e se os quero visiar todos com o tempo que merecem, incluindo ficar por perto deles uns meses, tenho de começar por essa idade. Sozinho? Acompanhado? Não faço a mínima ideia, nem me preocupa. Mas aos 40 anos não quero pensar em horários, compromissos, estudos, pesquisas. Nã nã nã. Leituras, jogos de computador e sexo serão as 3 grandes prioridades dessa fase da minha vida, que espero seja uma verdadeira idade de Ouro e descoberta. Uns mails com o pessoal, uns negócios distantes e de rendimento certo (talvez continuar a apostar no Chelsea, incluindo quando é para ele perder ; )))))))) ), uns desportos de equipa e risco elevados (a vela, sem dúvida) e lá vou eu. Acho que a realização profissional é uma meta estupidamente empolada. Dou o exemplo do comércio de pedras preciosas. Uma simples safira de 5ct (equivale a 1 grama) de boa qualidade pode ser comprada à saída de uma mina em Mogok por uma grade de cervejas ou uma televisão e vendida num fabricante de joias asiático por 20.000 dólares depois de facetada, que a irá revender a 40.000 ou mais dólares.

Ou seja, caríssimos, demasiadas pessoas vivem em canseiras demasiado distantes do risco real de garantir em pouco tempo os meios para viverem por um período de vida substancial sem nenhuma actividade. Toda a gente entrega o dinheiro ao estado esperando que em 30 anos o estado transforme 30% do ordenado em 95%, o que eu acho, no modelo actual, absurdo. Toda a gente quer dinheirinho para a reforma, são "direitos adquiridos", não interessa que tenham sido construídos baseados em modelos demográficos absurdos, não interessa que hoje em dia compremos coisas feitas na China e não nos nossos países como antigamente. Não interessa que o Estado seja praticamente o única garante de uma classe média-alta altamente consumista e endividada (com direito a local privilegiado de atendimento na CGD) enquanto que a maior parte das unidades produtivas se transferem para o estrangeiro. Enfim, toda a gente espera que o Estado cumpra uma promessa feita 30 anos atrás quando as pessoas compram quase todos os seus bens a países estrangeiros. Quer dizer... não vejo pq é que o Estado tenha de cumprir esse papel se as poupanças das pessoas não existem. Aliás, um dos factores que mantinha o nosso risco de crédito internacional baixo eram as nossas elevadas poupanças? Que é feito delas? Ainda em meados dos 80 éramos os países com mais poupança da Europa. Hoje em dia cada tuga suporta em média sobre os seus pesos 118% de dívida. É mais uma conta-ordenado, é mais um carrinho, mais uma casa, e lá se vai a poupança. Poupança? Para q? Mas alguém se preocupa em assegurar o seu futuro? Nã, o Estado trata disso, isso é papel do Estado, esse é o contrato. Gastar o ordenado todo e mais algum se possível, e o Estado é que vai manter o pessoal a gastar por um terço da sua vida. Quer dizer. Os planos de reforma foram feitos para um país que gasta 70% do que ganha e depois querem ter a mesma reforma num país que gasta 118% do que ganha. Totalmente justo pessoal ; )

Quer dizer, se eles na Alemanha para não perderem o emprego aceitam aumentar o nro de horas de trabalho semanal e são o "motor" da Europa, nós, mão-de-obra barata para esborrachar em obras de alto risco de construção civil aqui em Espanha somos o quê mais do que eles??? Seremos assim tão altamente qualificados? Não, não somos, pq 90% dos funcionários públicos portugueses não se dariam nem um mês numa empresa REAL no mundo REAL!!! E este é que é o facto. Numa empresa privada trabalha-se até acabar o trabalho, não se trabalha até ás tantas horas. Trabalha-se por turnos, as folgas são quando o trabalho permite, não são quando o calendário manda!!!

Imagino por terras lusas os pré-reformados com cocktails molotov a incendiarem carros, numa raiva tão inútil como a dos jovens magrebinos. Com a vantagem que não haverá polícia para os deter, afinal 40% dos agentes de forças políciais (PJ incluída), 70% dos efectivos das forças armadas e 50% dos magistrados já estarão em idade de reforma.

Estas situações admiram-vos? Eh pá, parece que um senhor, um tal de Porter, quando esteve aqui na Tuga reparou nisto mesmo. Escreveu ele na pág 126 do seu relatório (como já é depois de meio, ninguém deve ter lido):

"Com a actual massa contributiva, espera-se que o ano de 2006 seja determinante em termos de sustentabilidade Social para o país. Completam 30 anos de carreira entre 2006 e 2010 50% de todos os Quadros do Estado e é necessário reduzir as expectativas em relação a reformas para estes cidadãos, dado que as despesas com Prestações Sociais totalizarão 140% dos rendimentos disponiveis, agravando de forma acentuada o défice da BSP [Balança de Pagamentos Sociais]. Toda a estrutura poderá simplesmente colapsar se até essa altura a massa salarial do Estado não estiver reduzida para 70% dos actuais valores [só até 1995 iria aumentar 25%]. Esta redução de 30% prefigura-se bastante verosímel com a introdução de sistemas de controlo de custos, a reconversão dos sistemas de organização com incremento de vectores de informatização e com a instalação de um sistema de mérito."

Relatório Porter, 1994 by Monitor Company

Resumindo. Comecem a poupar, pq nem metade da reforma vão ter. E aí sim é que vão gemer ; )))))))))) ou como diziam os nazis dos judeus nas câmaras de gás:

Ils vont chier

Anónimo disse...

Noise, impagável como sempre. Como é que se te resiste?

Anónimo disse...

Embora JMV diga: "as mulheres as mediadoras das redes de suporte afectivo" conheço homens que desempenham de uma forma persistente e vibrante esse papel no argumento da vida relacional, como refere @ anónim@-9:49.

Embora amok_she diga: "um desactivar do ritmo de vida...", conheço quem pense que se trata de acelerar um novo ritmo de vida, liberto de contradições e constrangimentos - mas, há casos e casos.

E, concordando com o que alguém, ontem disse aqui sobre: “… a ainda patente sujeição do genero feminino ao paradigma do discurso masculino” diria que será pela ‘reforma’ que uma trabalhadora se poderá libertar dos esquemas e horários do regime laboral elaborado pelo discurso masculino.

Reformas (das mulheres) … são (mais umas) peripécias do mundo real – nada que não se aguente olhando o céu numa varanda interior … digo eu, que me divirto com elas.

Anónimo disse...

noiseformind said at 2:14 AM

"Mas aos 40 anos não quero pensar em horários, compromissos, estudos, pesquisas. Nã nã nã. Leituras, jogos de computador e sexo serão as 3 grandes prioridades dessa fase da minha vida..."

Frustração = gap entre a realidade e as expectativas criadas.

Não estarás tu a levantar demasiado a fasquia? Depois não te queixes...

Anónimo disse...

AMOK_SHE:

Quem 60 ao teu lado e 70 por ti,
vai certamente rezar 1/3,
para arranjar 1/2 de te levar para 1/4,
e ter a coragem de te dizer: 20 comer!

Anónimo disse...

é engraçado referires a reforma, acho que todos sonhamos com ela, pelo descanço, pelo tempo que ganhamos, quanto aos afectos, é trabalhar e plantar agora para vir a colher mais tarde. pensamento positivo.sofialisboa

Anónimo disse...

HOJE, DIA 9, às 23:30, na RTP 2: Debate do Clube de Jornalistas, com o título 'Poderão os blogues ser jornalismo'? Convidados em estúdio: António Granado, jornalista do Público e criador do blogue Ponto Media, João Alferes Gonçalves, jornalista free-lance e editor do sítio do Clube de Jornalistas e Rogério Santos, professor da Universidade Católica e criador do blogue Indústrias Culturais. A moderação é de Carla Martins.

O programa repete no dia 10, pelas 15:00 no mesmo canal.

Anónimo disse...

Aos 30 pensamos que a reforma é uma doença. Aos 40 pensamos que vamos passá-la a curtir. Aos 50 pensamos no dinheiro que vamos gastar com os médicos. Well, fuck it. ;-))))))

Anónimo disse...

Com a reforma pode dar-se uma mudança forte no paradigma de estar na vida: o objectivo profissional e no qual se tinha uma grande cota de realização deixa de existir e com ele tudo o que lhe é associado; ocupação mental, criatividade, dedicação e todos os ritmos, disciplina e hábitos inerentes, tais como; horários, deslocações, etc. Se a passagem para a nova situação for brusca, podemo-nos confrontar com vazios terríveis e se juntarmos a isso ainda possíveis "embates" psicológicos e não só... com os que já se encontram em casa, digamos que a reforma e uma reforma tardia pode ser muito difícil de enfrentar.
Quanto a mim a idade`de acesso à reforma pode determinar de alguma maneira; se a entrada na reforma for em idade passivel de criar novas motivações que levem a uma nova integração pessoal e social, seja ela de trabalho, intectual ou lúdica, penso que ao contrário do que descrevi a reforma pode ser sim uma libertação para a realização efectiva de tudo aquilo que na realidade se sonhava e gostava de fazer e ainda não tinha sido possível concretizar.
Gerir antecipadamente a reforma, parece-me contudo um ojectivo a não desprezar; tanto mais que estando fora do "activo" as nossas anteriores redes informais de relação podem desaparecer muito rapidamente e ser muito mais dificil ter apoios para dar solução a um objectivo que nos proponhamos concretizar.
Assim, parece-me importante possuir uma visão antecipada daquilo que se pretende fazer e ou ir abrindo novos "caminhos" que lentamente nos possam dar sentido e orientação para esse futuro, onde a reforma possa ser uma fase apesar de tudo positiva desta nossa breve passagem pelo mundo:)))

noiseformind disse...

Anónimos das 9.13 e 10.59,
Deixem o chavalo sonhar, não pisem os meus sonhos sff ; )))))))))))

SE ÉS MOURO E APRECIAS UMA BOA CAVAQUEIRA SÁBADO NÃO PODES FALTAR AO SJSM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! GARANTIMOS DESDE JÁ QUE O PROF. JÚLIO MACHADO VAZ NÃO ESTARÁ PRESENTE, NÃO SOMOS DADOS A PUBLICIDADE ENGANOSA. PORÉM ESTARÃO PRESENTES STALINE, HITLER, A FADA DOS DENTINHOS, A VIRGEM MARIA (ACTUALMENTE DIRECTORA DE UMA CLÍNICA DE ABORTOS EM BADAJOZ) E JESUS CRISTO!!!!!!!!!!!!!!! NÃO FALTES!!!!!!!!!!!!!!!!

_Stardust_ disse...

Noise (2:14 AM),

simplesmente brutal! :))) É que é tão verdade...!

Caros todos,

o que me parece é que o "fantasma" da reforma, que se prende demasiado com um desactivar, devia ser visto como não mais do que uma mudança de actividade. As pessoas que têm ainda capacidade física/psicológica para tal podem arranjar actividades que as preencham... a vida passa muito pela ocupação, mas não é apenas trabalho! E claro que o choque de um dia para o outro se passar do lufa-lufa para o não-fazer-absolutamente-nada definhará qualquer um... mas há tanto para fazer.

lobices disse...

...bom dia MARALHAL
...
...REFORMA
...permitam-me falar da minha experiência pessoal...
...Quando o meu Pai se reformou, no dia em que fez 70 anos, vi-o encostar-se à porta aberta da cozinha desta mesma casa, (daquela em que tanto falo do meu Sul) e dizer baixinho, como que falando para si mesmo:
"Acabou-se!..."
...durou apenas mais um ano e meio de vida e partiu (1986)
(tenho muitas saudades do meu velho)
...
...depois, bem depois, em 1995, tinha eu 50 anos, a minha empresa foi à falência e um dor terrível instalou-se em mim; foram 5 anos de sofrimento e de luta
...aos 55, restava-me uma única opção: a reforma antecipada; fiz as contas e vi que era a melhor das hipóteses; e assim fiz: em 2000 tornei-me num Reformado; que raio de palavra!...
...não entrei em qualquer depressão (já me tinha bastado a de 1995)... sorri...
...e comecei uma vida nova, uma vida de afectos que até então não tinha vivido
...passei a dar valor à vida e ao amor
...ainda o faço
...com imensa força
...imensa ternura
...imenso ardor
...imensa vida
...
...sinto que me falta, eu sei, algo de que gostava imenso que era trabalhar com números; mas combato essa falta com o Word e o Excel e entretenho-me a "brincar" com os números
...rodeei-me de amigos virtuais que, depois, passaram para amigos reais (que são todos os que passei a conhecer na net a partir de 2000; um dos tais refúgios que me deu alento para aguentar a "solidão" do reformado)
...por isso, penso que cada caso é um caso e estou muito bem como estou; gosto de ser um "Reformado"
...vou a caminho dos 60 e estou feliz porque amo e sou amado!...

...tenho dito!...
abreijos

noiseformind disse...

NÃO ESQUECER A AFTER-DINNER PARTY QUE INCLUI DISTRIBUIÇÃO DE COCKTAILS MOLOTOV PELOS CONVIVAS E INCÊNDIO DE FILAS DE CARROS ESTACIONADOS NA MARGINAL DE ALGÉS

Anónimo disse...

Esqueceste-te de acrescentar: E EU!
Olha, ele esqueceu-se dele...

noiseformind disse...

Lobices! Já dizia o poeta:

"Quem me ama dá-me forças para me amar"

: )))

Anónimo disse...

Sr. Noiseformind
Atão o sr. não sabe que é feio falar com a boca cheia?
Das duas, uma: Ou se cala ou muda de hábitos.

Anónimo disse...

Para a minha reforma já comprei uma iamma

Mia disse...

Noise,

Estás lá (cá), como sempre! :)

Anónimo disse...

lobices 11:53 AM

"Quando o meu Pai se reformou, no dia em que fez 70 anos, vi-o encostar-se à porta aberta da cozinha desta mesma casa e dizer baixinho, como que falando para si mesmo: "Acabou-se!". Durou apenas mais um ano e meio de vida e partiu."

Infelizmente, o meu comentário de ontem à noite (às 11:34 PM) "Agora com reformas aos 70 anos, mais vale largarem um gajo logo à porta da Mitra..., parece ter alguma razão de ser.

Anónimo disse...

fora-de-lei: sugiro mandar o Mário Soares prá Mitra (onde raio isso fôr)

Anónimo disse...

Fora de Lei:
ranhozinho como às vezes és, não se compreende como te pode assustar a ideia de não durares mais do que os 70 anos. "Vaso ruim não quebra". LLLOOOOLLLLLLL

LR disse...

REFORMA E GÉNERO: MAIS IMPLICAÇÕES

Pois...isto está bonito, está! Depois deste PRIMEIRO aumento da idade da reforma (esperem só para ver se isto não chegaa aos 70!), somado ao desfavorecimento fiscal do Ministro Bagão Félix quanto aos fundos de PPR (para efeitos de rebate no IRS)sempre quero ver onde ficam os nossos sonhos de iniciar uma 2ª vida..
-Iremos ter tempo?
Eu também tinha montes de planos, embora adore a minha profissão. Mas agora...

E por fim, já que o tema reforma veio a reboque da questão dos géneros, então e já agora vai uma provocaçãozinha:Não mereceiam as mulheres um bónus nesse limite? Elas, que trabalham em várias frentes a vida toda?
O princípio jurídico da igualdade implica ''tratar igualmente o que é igual e desigualmente o que é desigual''.
Porque não admitir uma evidência destas?

Anónimo disse...

Falta de gosto falarem assim da Mitra nos tempos de hoje. E falta de respeito para com quem lá está, tanto como utente, como trabalhador.
Os "velhos" só têm aquilo que deram enquanto "novos", por isso, muitos morrem sozinhos - não deram nada.

noiseformind disse...

Mia e anónimo,
Estou sempre de boca cheia?
Nada disso, como a IMPERATRIZ disse claramente, entre as hostes lusas são raras as pussys carecas ou que tenham pelo menos apenas a célebre "pista de aterragem" ; ))))))))))))))
Mas vou estando por cá (aviões), isso é verdade... e a hospedeira é francesa e já se colou ao sonzinho do Murcon que sai dos meus head-phones ; )))))))))

Matahary,
Cruel e realista... cruel e realista. E muitas vezes as pessoas queixam-se que deram demais, como se fazer muitas travessias num rio fosse desculpa para não se ter construído pontes ; ))))))))))))

FDL,
Vens ao jantar não vens? Trás a tua consorte, se lhe disseres que ela vai ter de cozinhar a mulher rejubila ; ))))))

andorinha disse...

Boa tarde, pessoal.

Como já aqui foi dito, claro que há vida para além da reforma. A nossa vida não se esgota na vertente profissional. Há tanta coisa boa que podemos fazer quando já não tivermos que cumprir horários...
E então os projectos de viagens, de leituras, de estar mais tempo com os amigos, sei lá... tanta coisa que agora por vezes deixamos de lado por falta de tempo.
Concordo plenamente com o comentário da stardust(11.53).

Noise,

" Leituras, jogos de computador e sexo serão as três grandes prioridades dessa fase da minha vida..."

Por esta ordem? O sexo aos 40 aparece já só em terceiro lugar?:)))))))))))))))))))))

angie (4.12)
Percebo o teu ponto de vista, mas entendo que a idade da reforma deve ser a mesma para homens e para mulheres; não gosto cá de discriminações, sejam elas de que tipo forem.:)

LR disse...

Andorinha (5.31):
Eu bem sei que igualdade é igualdade, e que somos muito agarrados ao ''formalismo'' do termo. Queremos tudo igual, pois claro, feminismos aparte...obviamente dispensáveis. Por mim também concordo! Das vitorianas só conservo mesmo o gosto por que me dêem a dianteira nas portas e uma cadeira quando os assentos escasseaim...Adoro cavalheirismos, confesso o meu fraco!!! Mas sei retribuir (só a esses) com uns pequenos nadas anacrónicos que dão sal à vida e não beliscam a nossa maioridade cívica...
Mas a questão da diferenciação dos limites de idade para a reforma não é tão esdrúxula como parece: pelo contrário. parece-me até uma consequência inevitável dos postulados pós-sufragistas.
-Por que raio é que o trabalho desempenhado em casa, a vida toda, em acumulação com a profissão, tantas vezes exercida com altos níveis de competência (e mesmo que o não fosse) não há-de ter tradução matemática no cômputo dos anos activos? 2,3 ou mesmo 5 anos de bónus era assim tão gritante, para valorizar 20 ou 30 de actividade doméstica paralela, em ´´horas extra''? Qualquer mulher sabe que, salvo raras excepções, esse ónus continua a ser quase integralmente nosso, mesmo as quarentonas, como eu, que já casaram com maridos pós-modernos! Lembro-me de alturas em que essa dupla profissão foi para mim quase fisicamente intolerável, deixando-me num estado de exaustão para lá do que é aceitável. Tenho a certeza que muitas passaram e passam pelo mesmo.
Não, não é 1 anacronismo, é mesmo o preço da modernidade:pensem bem -Porque é que o trabalho das ''donas de casa'' fora de horas não conta para o PIB? Mas em termos de ''teoria economica'' até devia contar e ponto final.
Lembro-me do meu saudoso professor de Economia Política (um génio desaparafusado que provocava amores ou ódios e saltava dos exercícios de ''análise económica'' para Jean Paul Sartre a velocodade estonteante)que o defendia: o trabalho ds mulheres em casa era indubitavelmente actividade produtiva e devia ter tradução económica quantificada no PIB. Não é o das empregadas domésticas? (Só que elas saem às 5 h... e o resto fica aqui para as vítimas...)
Tal como (já agora não resisto a contar a anedota, porque esta fazia rir a aula inteira ...) os serviços prestados pelas mulheres aos maridos nas suas dignas e recatadas alcovas deviam também contar para o PIB, resultando a sua omissão numa descriminação injustificável face a idêntica actividade prestada contra pagamento pelas mulheres do trottoir...Já que esta, sim, contava para o PIB!!! Não era 1 meio de subsistência?! Então como não quantificar as mesmas actividades lícitas, só porque desenvolvidas em regime gratuito?!
Irrebatível: era teoria económica.....

Anónimo disse...

Para o anónimo das 3:00 PM:

Badalhoca, se eu fosse ao fdl mandava-te lavar por baixo para não largares rasto como os ranhosos dos caracois.

amok_she disse...

matahahry disse...
(...)
Os "velhos" só têm aquilo que deram enquanto "novos", por isso, muitos morrem sozinhos - não deram nada.

4:22 PM


...não!, ao contrário do q alguém disse...isso ñ comporta quase nada da realidade...de hoje!...é verdade q, por vezes, o ditado q diz "quem boa cama faz, nela se deita!" se torna realidade,mas... dando para os dois lados, ñ se aplica com grande propriedade, nestes casos...da solidão da velhice nos tempos q correm...existem muitos outros factores q contribuem, mt mais q uma possível vida vivida com egoismo...existem imensos exemplos de filhos q foram, duma forma ou de outra, maltratados pelos pais (ou pela vida de todos, pais e filhos!?) e q na velhice os acompanham - com amor! - até ao fim...enquanto outros se deram até aos limites (estupidamente!) e levam dois pares de coices...

...como qq generalização, a daquele comentario, é tola na sua cegueira...

Anónimo disse...

Iamma 2:01 PM

"Fora-de-Lei, sugiro mandar o Mário Soares prá Mitra (onde raio isso fôr)"

A chamada Mitra fica na Rua do Açúcar, ali ao Poço do Bispo. E, já agora, para não mandarmos o Marocas sozinho, que tal fazê-lo acompanhar do Cavaco ? Seria uma parelha fora do normal lá por aquelas bandas... ;-))

Anónimo disse...

Anonymous 7:20 PM

"Badalhoca, se eu fosse ao fdl mandava-te lavar por baixo para não largares rasto como os ranhosos dos caracois."

Penso que estarás equivocado... Isso não é uma gaja com cheiro a bacalhau remolhado, isso é um gajo, ranhoso todos os dias. Esses pretensos respeitosos, topo-os eu de gingeira.

Anónimo disse...

noiseformind 4:54 PM

"FDL, vens ao jantar não vens ? Traz a tua consorte, se lhe disseres que ela não vai ter de cozinhar, a mulher rejubila."

Infelizmente, não vou poder ir. Um meu ente-querido vai ser sujeito a uma cirurgia altamente melindrosa do âmbito cardio-vascular e eu não quero estar longe, nem um minuto, desse meu ente-querido.

Quanto à SENHORA minha mulher, ela tem tido - e continuará a ter - muitas oportunidades para rejubilar pelo facto de não ter que cozinhar para a famelga.

Mas fica aqui o meu agradecimento sincero por te teres lembrado da minha pessoa.

Anónimo disse...

Custa-me muito acreditar q os homens são esses seres tão frágeis de q tanto gostam de iludir as mulheres. A verdade é simplesmente uma - ou são uns paneleiros ou são uns meninos da mãmã!
Já não há homens de verdade, ou como eles deveriam ser nos dias de hoje.
Ainda há de aparecer um q prove o contrário.
E não me venha cá com teorias q cada caso é um caso. As pessoas são todas iguais, embora cada um de nós se ache muito especial e uníco.

pisconight disse...

É verdade que a vida continua depois da reforma, mas é necessário haver algo para fazer, para não se cair no tédio e deixarmos nos envelhecer antes do tempo.
;)