quarta-feira, maio 24, 2006

De notar o tipo de bebidas e a paridade sexual aos 18.

Metade dos jovens com 13 anos já bebe, 25% escolhe as brancas

Quase metade dos adolescentes portugueses com 13 anos consome bebidas alcoólicas e um em cada quatro prefere bebidas destiladas à cerveja ou ao vinho, revela um estudo divulgado hoje num colóquio sobre toxicodependência.
A dependência do álcool foi um dos temas abordados hoje no XIX Encontro das Taipas, que decorre desde segunda-feira em Lisboa, durante o qual a coordenadora nacional dos estudos em meio escolar, Fernanda Feijão, apresentou pela primeira vez os dados, referentes a 2003, de um trabalho sobre consumo de álcool e adolescência.
De acordo com este estudo, 47% dos jovens no ensino público com 13 anos já tinham consumido bebidas alcoólicas, uma tendência mais acentuada nos rapazes (53%) do que nas raparigas (42%).
A percentagem de jovens que bebem bebidas alcoólicas vai aumentando com a idade, sendo já superior a 60% nos 14 anos, a 70% nos 15 anos, a 80% nos 16 e acima dos 90% a partir dos 17 anos.
O estudo revela ainda que 30% dos adolescentes de 13 anos tinham consumido bebidas alcoólicas nos 30 dias anteriores ao inquérito, um número que aumenta também com a idade, chegando aos 68% na casa dos 18 anos.
Quanto às bebidas de escolha, Fernanda Feijão chamou a atenção para o facto de entre os jovens com 13 anos haver já uma prevalência de consumo das destiladas sobre as outras, nomeadamente a cerveja.
Assim, 22% destes adolescentes escolhem as bebidas destiladas, com pouca distinção entre rapazes e raparigas, ao passo que apenas 12% optam pela cerveja e 8% preferem o vinho, sendo que a maioria destes é do sexo masculino.
Nas idades mais avançadas, e até aos 18 anos, a tendência é a mesma, sempre com preferência pelas bebidas destiladas, seguindo-se a cerveja e finalmente o vinho.
No que respeita aos «consumos mais intensos» (cinco ou mais bebidas de seguida) nos últimos 30 dias, a especialista alertou para o facto de se verificarem em 7% dos alunos de 13 anos e de nos 18 rondar já os 30%.
As bebedeiras também começam cedo, revela o estudo, indicando que aos 13 anos, 7% dos jovens já se tinha embebedado e que 2% o tinham feito nos últimos 30 dias.
Aqui também a tendência é crescente, e sempre mais acentuada entre os rapazes, com metade dos jovens de 18 anos a reconhecer que apanha bebedeiras e 20% a assumir que se tinha embriagado no último mês.
Assim, aos 13 anos, 6% dos rapazes embebedaram-se de uma a duas vezes e 2% de três a cinco. Nas raparigas da mesma idade estas percentagens são de quatro e 1%, respectivamente.
Aos 18 anos esta percentagem (para uma a duas bebedeiras) ronda os 18% em ambos os sexos.
Diário Digital / Lusa
23-05-2006 14:47:00

21 comentários:

A Menina da Lua disse...

Bom dia!

Mas isto é uma notícia terrivel!

O que se passará com a juventude?

Que fragilidades são estas?

Que medos e inseguranças se escondem por aqui?

A necessidade de se afirmarem pelo alccol, será a mesma que o tabaco na minha geração?

O que é possivel fazer para contrariar este estado de coisas?

São perguntas que talvez nem tenham resposta.

Já suspeitava desta situação mas com indicadores tão elevados é que não me passava pela cabeça.

É uma situação muito triste mesmo pois estes serão os adultos de amanhã.

blogico disse...

Já que aqui se costuma falar de minorias, pergunto: e quem não bebe álcool?

Como abstémio sinto alguma discriminação quando digo que não bebo álcool. Nada que me atormente, claro. Mas é engraçado ver a importância que a nossa sociedade atribui à injestão de uma substância que era considerada quimicamente "um veneno" antes de a administração salazarista ter alterado os livros escolares.

Fora-de-Lei disse...

Quando saio à noite e - já bem de madrugada - vejo putos e miúdas que não terão mais do que 13, 14, 15 anos e estão num estado "mais para lá, do que para cá", pergunto-me sempre onde estarão os pais dessas crianças. Devem andar em busca da felicidade... só pode.

País de merda, povo de merda, sociedade de merda !!!

ILCO disse...

oh fdl! por favor, não é nisso que somos diferentes dos outros...
penso que nem os nórdicos, tidos como os mais ajuizados, escapam...

Fora-de-Lei disse...

só 12:47 PM

Olhe que não, olhe que não... ;-))

fiury disse...

(atolle)
boa tarde

fará parte de algum curriculum disciplinar alguma matéria sobre a prevenção do consumo de drogas, incluindo o alcool? até ao 6º ano não faz, depois não tenho conhecimento, mas mesmo que faça já não vai a tempo.
( assim tipo como se dá prevenção rodoviária na escola primária...)

PREVENÇÃO ATEMPADA é o que precisa a pequenada.Afinal moralizar o tempo que os pais passam com os filhos já vimos que não nos leva a lado nenhum e os miudos passam a maioria do tempo na escola.

Julio Machado Vaz disse...

Fdl,
Os nórdicos? Olhe que sim, olhe que sim:))))).

fiury disse...

(atolle)

além disso há muitas oportunidades para se fazer essa prevenção.ex: nas aulas de religião e moral, nos "furos" em que os professores são obrigados a aturar meninos enquanto lêm o jornal,(porque não concordam com a nova lei que os obriga a isso). terão razão em muita coisa que ainda estará por definir e as mudanças são mesmo assim, é necessário afinar os ponteiros. Mas o facto é que os sindicatos dos professores têm vindo a perder força nos últimos anos porque todos sabemos que muitas coisas estavam mesmo mal. surgiram os agrupamentos e agora com a autonomia das escolas é um inferno de burocracias e então os professores queixam-se que não lhes resta tempo para cumprir programas. a questão é começar a ver as coisas na optica do aluno e não de uma classe que mal habituada de repente se vê a perder regalias.
é por conhecer alguns bons professores ( que partilharam esta opinião comigo)que a tenho formada .desejo que tudo se vá compondo para bem dos nossos jovens que são sempre quem mais sofre no meio de tudo isto. e claro para bem dos professores e dos pais.

Fora-de-Lei disse...

fiury (atolle) 2:01 PM

"Fará parte de algum curriculum disciplinar alguma matéria sobre a prevenção do consumo de drogas, incluindo o alcool?"

Não sei. Talvez algum(a) professor(a) que aqui costume postar comentários possa esclarecer o assunto. Mas o que eu sei, é que faz parte das obrigações dos pais educar os seus filhos sobre todas as vertentes da vida, sendo essa uma delas.

Ou seja, os pais não poderão demitir-se das suas obrigações educacionais, empurrando essa responsabilidade para as escolas / professores. Por isso é que o país está como está...

Fora-de-Lei disse...

Julio Machado Vaz 2:39 PM

"Os nórdicos? Olhe que sim, olhe que sim:)))))."

Professor (e ), admito que tenha(m) razão. Mas dos países europeus que conheço - e em relação à temática em questão - não constato o "relaxo" a que se assiste no nosso país... Excluo desta lista a Espanha e, principalmente, a Itália.

Nem é porque eles sejam melhores / diferentes de nós. A legislação é que é outra e, sobretudo, a fiscalização também.

fiury disse...

(atolle)

nunca disse aqui que os pais não são os primeiros e principais educadores dos filhos. claro que são. mas acredite que passando o tempo que passam na escola e pagando nós impostos ao estado para lá os ter, temos que ter poder reivindicativo para saber o que lá andam a fazer. se alguns pais não têm ou não querem ter esse poder, não é por isso que o estado pode descurar a sua missão em educar e deve fazê-lo da melhor forma.se estamos à espera dos pais
para melhorar o estado das coisas então esqueça, porque os pais nas reuniões só abrem a boca para o que é superfulo( e os filhos não t~em culpa disso) o meu filho de 12 anos não está matriculado em religião e moral porque eu acho que moral até tem de mais e religião optará ou não por alguma quando tiver cabeça para isso. cometeu uma falha, chegou atrasado 2 minutos a uma prova de aferição e muito bem não lhe foi permitido realizá-la. os horários são para se cumprir. sabe qual foi o castigo? passar a frequentar as aulas de religião e moral. aflito quer que eu interfira porque para além de não perceber nada da matéria já tem teste para a semana. )))))acha isto normal????

Fora-de-Lei disse...

fiury 2:58 PM

Olhe, se eu mandasse, mandava retirar os crucifixos todos dessa escola... ;-))

Fora-de-Lei disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
fiury disse...

(atolle)

os crucifixos podem ficar e também podem por o corão e mais o que quiserem, não vou por aí, (embora já tenha percebido que na minha opinião não se deve misturar religião com formação nas escolas)
desde que não discriminem o meu filho por não os adorar....tudo bem

fiury disse...

( atolle)

o seu comentário foi muito redutor, mas era previsivél

fiury disse...

(atolle)

mas sabe eu ainda nem lhe disse que vou sugerir que lhe substituam o castigo porque de facto é um castigo muito penoso e proporcional à falta de chegar atrasado 2 minutos a uma prova. estou inclusivamente a pensar dobrá-lo e pedir ao noise para lhe dar umas explicações para o teste.

fiury disse...

(atolle)

relativamente ao assunto do alcool e outras drogas é mesmo preocupante. mesmo com esforço de pais, professores e outros formadores estas coisas entram-nos pela casa dentro. é aflitivo!

thorazine disse...

Talvez porque a informação que passam é "Alcóol, Droga, Loucura e Morte"! Os miúdos como vêem que a principal mensagem é mentira, levam tudo como mentira. Ainda se ouve a estória do papão e do sr. polícia que vêm cá e faz mal ao menino que se portou mal, e depois dá nisto. As verdades talvez alertassem mais do que a mentira. Digo eu..

Se o tema fosse abordado abertamente, sem rodeios talvez não existiriam tanto exageros..

CêTê disse...

Boa tarde a todos.
Sobre o consumo de "aditivos" (?,é este o novo termo?) na adolescência tem na minha opinião um carácter de iniciação/ transição que convém não dramatizar. Muitas vezes ATENÇÂO a forma como respondem aos inquéritos faltam à verdade. Sobre o papel dos educadores falta a concertação/ transversalidade e convergência e cooperação entre todos os educadores (incluindo pais, amigos,...). Na minha prespectiva falta também coragem na abordagem que deveria ilustrar melhor as coisas.

Um amigo meu, médico e ortopedista, conhecedor do filho acelera que tinha em casa arranjava por vezes pretextos para o míudo ir vê-lo a tratar acidentados da idade dele. As consequências negativas dos nossos actos de "liberdade" deve ser sentida de perto- ter cheiro, cor, tempo, ...


BJNHS E ATÉ MANHÃ

andorinha disse...

Boa tarde.

É lamentável que miúdos de 13 anos tenham já esses hábitos tão nocivos.
Não será caso para dramatizar se se tratar dum processo "normal" de crescimento e de integração no grupo.
Como o Júlio já tem dito várias vezes, adolescentes muito certinhos e ajuizados são pessoas problemáticas no futuro ( não quero com isto generalizar).
Por outro lado se não se conseguirem desviar dessa rota é triste e preocupante, porque dá a sensação de que só em estados "alterados", seja através da bebida ou de drogas, é que conseguem saborear a vida.

Fora de lei (12.37)
Tu chegas a casa a altas horas da madrugada?????:)))

2.45
"Os pais não poderão demitir-se das suas obrigações educacionais, empurrando essa responsabilidade para as escolas/professores."

Assino por baixo!:)

Vera_Effigies disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.