quarta-feira, maio 10, 2006

Velharia para o Tiago que faz hoje três anos:).

O intruso agradecido


Para a Fernanda e a Estela


Minha nora debateu-se com arreliadora infecção, madrinha clandestina de febre em sádica montanha russa. (“Talvez não volte a subir...”) Enquanto há vida, há esperança; e desilusões também - o termómetro manteve-se irredutível. Os tempos mudaram, agora não é o mercúrio a hipnotizar-nos, mas um silvo intermitente, irmão gémeo do das bombas prestes a explodir nos filmes americanos. Quando se calava, o número do nosso descontentamento era sempre o mesmo, indiferente a preces, amuos ou palavrões – meus... - em surdina – trinta e nove. A família rendeu-se à evidência e a garota-mãe voltou ao hospital onde, há três semanas, me estendeu o Tiago pela primeira vez, perdida de riso com a falta de jeito do sogro.
Fiquei preocupado. Sou um tipo democrático, cubro de medos hipocondríacos todos os que amo. (E se eu gosto da Catarina! Céptico militante quanto à primazia do sangue sobre os afectos, encantado pela suave força que ainda adolescente já emanava, não tremi – a lei decreta-a nora?; que se dane!, para mim é a filha que não tive.)Ruminando hipóteses catastróficas, dei corda aos sapatos e fui visitá-la ao Pedro Hispano.
É tão estranha a relação que mantenho com os hospitais... Entro neles como um clandestino que invadiu boda à cata de marisco sem conhecer nenhum dos noivos. Quando terminei os estudos era um jovem clínico assustado, mas hoje nem isso, nas catedrais da medicina sinto-me intruso, para não dizer herege. Troquei-as há muito pelos anfiteatros; traí. Porquê? Ainda recordo a angústia que me apertava o coração todas as manhãs, “quem terá morrido esta noite?” Alguns colegas não conseguiram, no fim do curso, calar o espanto pela minha escolha de especialidade: “Psiquiatria? Não te assusta lidar com a loucura?” E eu pensava, caladinho, que nunca a sentira como estrangeira cá dentro, de poeta e louco... Já a morte, em roda livre e caprichosa pelas enfermarias, provocava-me um insuportável nó na garganta. Tantos anos depois, nada mudou - o cartão da Ordem não apaga essa culpa de clandestino ou farsante, nos hospitais sinto-me num mundo em que beneficio de privilégios não merecidos.
À entrada, vigiei o segurança com o temor que dedico à Brigada de Trânsito, falsamente descontraída à beira-estrada. Brandi a identificação com a supersticiosa crença que o homem, abanando a cabeça, diria que sou médico apenas de nome e por isso... – “queira dirigir-se ao balcão das visitas e levantar a senhazinha”. O cutelo apiedou-se deste pescoço enfiado nos ombros e não zuniu; eis-me para lá da fronteira, acompanhado pelo olhar invejoso de quem esperava no átrio a sua vez. (“Por que raio o deixaram entrar? Assim vestido não é doutor de certeza!”) Pelos corredores, gente jovem sorriu, “lembra-se de nós?” Com dificuldade, dou aulas há trinta anos. E a vergonha invadiu-me, perante a delicadeza de quem não se zangou com tão acintosa falha de memória, prontificando-se a indicar-me o caminho, “siga a linha azul, não tem que enganar”. Perguntaram quem visitava, desejaram as melhoras, levaram a ternura ao ponto de afiançarem que só abandonavam o serviço à noite, “se o professor precisar de alguma coisa, diga.”
Mas os meus contemporâneos são quem mais pesa na consciência. Porque não nos vemos há um ror de tempo e me apertam nos braços com sorrisos de orelha a orelha, “como estás? Nunca apareces, homem!” Têm razão, sou avesso a jantares de curso e como abandonei a carreira perdi de vista a maioria. E no entanto, como se tivéssemos feito urgência juntos na noite anterior, de imediato se dispõem a aplacar um pessimismo que ainda recordam e enxotam, risonhos - “ora, Júlio, vai correr tudo bem”. E correu.
Quando voltar a um hospital sentirei o mesmo. Não estou arrependido do curso que escolhi, assim cheguei à psiquiatria. (A propósito: os loucos rareiam, estamos submersos por gente “apenas” dilacerada pelo quotidiano.) Mas não sou um médico no sentido clássico do termo. Penso a medicina nos anfiteatros e exerci-a com gosto em Centros de Saúde, mas não suporto a negra nuvem de incerteza que paira nas enfermarias hospitalares. Aí, não passo de um intruso, grato pelo carinho de antigos colegas e alunos.

36 comentários:

AQUILES disse...

Destaco:
«estamos submersos por gente “apenas” dilacerada pelo quotidiano»
E como essa frase nos "encaixa" bem.
Não comento mais.
E PARABÉNS ao Tiago, aos pais, com certeza orgulhosos, e ao avô absolutamente babado.

andorinha disse...

Boa tarde.

Em primeiro lugar parabéns ao Tiago, aquele menino lourinho lindo, aos pais e ao avô super babado ( e com razão!)

"Sou um tipo democrático, cubro de medos hipocondríacos todos os que amo." Looooooooooool

"...para mim é a filha que não tive." Lindo e ternurento.:)

Destaco também a frase que o Aquiles já citou.

P.S. Só um reparo: o Gaspar não teve direito a nenhuma velharia.
Não é muito justo ser discriminado:)

b' disse...

boa tarde professor,

a vida tem destas coisas
para si é um dia feliz, para mim é um dia em que tenho de laborar num certo altar nos meus neurónios ainda não pacificados

um beijinho

@:)

Fora-de-Lei disse...
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lobices disse...

...parabéns ao Tiago
...abraço ao avô
:)

Dijambura disse...

Felizmente optou pela Psiquiatria e dá um contributo único e riquissimo que tão bem partilha connosco!Aproveito para o felicitar pelo seu delicioso livro!
Dijambura

Fora-de-Lei disse...

"... e a garota-mãe voltou ao hospital onde, há três semanas, me estendeu o Tiago pela primeira vez, perdida de riso com a falta de jeito do sogro."

Professor, desculpe-me lá o atrevimento, mas acho que ao longo da sua vida terá tido tempo e ocasião mais do que suficientes para saber como pegar num bebé. Eu lembro-me que a primeira vez em que peguei num bebé foi no dia em que o meu filho nasceu e, de facto, aí fui mesmo desajeitado... até tinha medo que ele se desconjuntasse todo. Mas daí para cá nunca mais lhe perdi o jeito. Nem me esqueci que é preciso segurar-lhes o pescoço / cabeça com uma das nossas mãos... ;-))

Quanto ao resto, compreendo-o perfeitamente. Quanto mais não fosse pela esclarecedora descrição que fez dos seus "pãnicos" hospitalares. Mas, já agora, permita-me outro atrevimento: como agiria profissionalmente se um seu colega ("médico no sentido clássico do termo") se dirigisse a si para lhe pedir aconselhamento / medicação no sentido de debelar o "terror" crescente que ele começava a sentir de cada vez que entrava, por exemplo, na área de cuidados intensivos ? "Encomendava o sermão" a um outro "psi" ou achava-se mais apto do que ninguém para aconselhar / medicar esse seu "paciente" ?

Não queria acabar sem felicitá-lo pela capacidade que demonstra em expôr-se desta forma tão humana, não escondendo - inclusive - algumas das suas alegadas "fraquezas". E não lhe fica mal. Bem antes pelo contrário..!

andorinha disse...

Fora de lei,
Gostei do teu post, mas não precisas de ser exibicionista.:))))))

andorinha disse...

Fora de lei,
Retiro o que disse, desculpa.:)
Estava a brincar contigo, estavam dois posts iguais, mas já apagaste um.
Sorry!

Fora-de-Lei disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Fora-de-Lei disse...

Professor, com toda aquela minha milonga até me esqueci de dar os parabéns ao Tiago (e ao avô, claro).

PS: se alguém oferecer ao puto alguma bola ou camisola do FCP, imponha-se e evite esse tipo de contaminação destruidora dos bons princípios e valores familiares... ;-))

andorinha disse...

Fora de lei(5.22)
Ando nada; só "brinco" com as pessoas de quem gosto.:)

Moon disse...

Hello!

Parabéns ao Tiago!
Beijinho ao Avô:)

Vera_Effigies disse...

Mahatma, (gosto mais deste nome, acho que encaixa na perfeição)

Este quadro, tão real, do sentir nas suas várias facetas, mostra-nos o "pintor" de sentires na sua melhor forma, metáforas deliciosas:o humor medroso "arreliadora infecção, madrinha clandestina de febre em sádica montanha russa","agora não é o mercúrio a hipnotizar-nos, mas um silvo intermitente, irmão gémeo do das bombas prestes a explodir nos filmes americanos", humor são "um clandestino que invadiu boda à cata de marisco sem conhecer nenhum dos noivos."; o amor "garota-mãe voltou ao hospital onde, há três semanas, me estendeu o Tiago pela primeira vez, perdida de riso com a falta de jeito do sogro."
Com um avô assim o Tiago nem precisa de prenda.
Beijinho ao Tiago e as pais do Tiago. Ao avô um abraço por "repartir", esta preciosidade que é a família, nos medos e na alegria.
MJ

A Menina da Lua disse...

Professor

Sempre reconheci nos médicos que me estão próximos esse lado "puro e duro" de ter de lidar com a morte...
Por obrigação, lá a vão enfrentando com a proximidade que a profissão exige mas não com a indiferença suficiente para a não sentirem presente nas suas próprias vidas...
É por isso que os acho diferentes de nós; sentem e constatam que a perenidade da vida lhes é muito real ...
Compreendo a sua fragilidade, a qual me remete para a lembrança de na adolescência em que sem ainda saber o que queria fazer, tinha já a certeza que nunca iria ser médica.

Contudo isto não significa que não se tenha capacidade de aceitar a ideia da morte; mas uma coisa é pensar e viver com a ideia e outra é viver com ela ao lado...

Um grande beijinho de parabens para o neto e ainda as felicitações para o ternurento avô :)

Pamina disse...

Boa tarde.

Muitos parabéns ao Tiago!:)

"Traí", diz o texto. Não me/nos parece:). Um bom professor e bom médico da alma vale certamente um "mau" médico do corpo. Se a angústia era tão forte, continuar, isso sim, teria sido uma traição ao seu sentir e uma violência contra si próprio que só poderia trazer prejuízos para todos, médico e doentes.

CêTê disse...

Boa noite a todos!

Professor, não precisava desmistificar-se em livro para que os seus netos não temessem algum dia (daqui a muiiiiitos anos e acredite que consultei o meu oráculo ;]]]])a sombra da sua memória. Que herança bonita!... (Obrigada por ter partilhado com quem como eu não priva da sua proximidade.)
Basta vê-lo e ouvi-lo para imaginar que ideia fazem todos de si. Parabens ao puto! "FAXABOR" de provar que é um avó normal e ofereça-lhe um equipamento do......





aghjgajgfgkf... Benfica!
E pronto para ser coerente compre-lhe lá as caneleiras e joelheiras não vá o diabo tecê.las.;]]]]

Um saco de gomas também marchava;]]]]

Julio Machado Vaz disse...

Fora-de-lei,
Já tratei situações semelhantes e lá me fui safando:).

Julio Machado Vaz disse...

Cêtê,
São portistas. Snif, snif:(.

Julio Machado Vaz disse...

Fora-de-lei,
E também era desajeitado com os meus filhos, só servia para contar histórias alucinadas!

peciscas disse...

Sabe que, depois de o ler, fiquei um pouco mais reconciliado comigo mesmo.
Se um médico (mesmo que não "no sentido clássico do termo" ???) tem essa relação com um hospital em que se dclara intruso e acrescenta que convive muito mal com a incerteza que paira nas enfermarias hospitalares, então, eu,acidental visitante desse meio hostil, tenho todas as justificações para me sentir lá muito mal.
Essencialmente porque associo esses longos e lúgubres corredores ao cheiro do sofrimento, longo, diário, e muitas vezes sem retorno.
E que, ainda não há muito tempo tive de viver, acompanhando o definhar de uma vida que me era particularmente querida.
Por isso acho, caro Professor, que acabou por me dar, embora à distância, uma consulta "de borla".
Não me vai mandar a conta, pois não?

CêTê disse...

Ó professor, eu sei que são portistas (não herdaram esse alelo mutante que espero ser recessivo ;]) mas a piada é essa mesma! LOL um avó normal é aquele que faz disparates desses. Há-de ver que foi por outros o fazerem antes de si que eles são portistas! (Que o sr. Pinto da Costa ne perdoe - logo eu!!!!)
Se resistirem (eu faço votos para que si é pk são de gema -que que os dragões tb são ovíparos´) se quebrarem...
Boa nôte a todos.;]

ASPÁSIA disse...

Boa noite

Embora já atrasados, aqui deixo os parabéns ao Tiago, pais e avós... espero que tenham passado um óptimo dia!

E eis o que os arúspices de Mileto viram no voo das aves para o Tiago:

"Tiago oscila durante muito tempo entre dois pólos: a solidão e a vida em sociedade, a dúvida e a confiança, o essencial e o supérfluo, o ascetismo e o prazer. Todo o problema de Tiago consiste em arranjar uma forma de expressar o seu ego que necessita de se clarificar e expandir. Possui um temperamento criativo e grande força de vontade mas necessita constantemente de olhar para as coisas de uma distância confortável, a fim de melhor as analisar. No fundo, é um apaixonado que tenta dominar-se, um individualista que tenta adaptar-se. O tempo é seu aliado e joga sempre a seu favor."

De "Nomes Próprios" - Ana Belo

Parece que os astros são pois favoráveis! Faço votos que sim e o mais possível.

Beijinho ao Tiago e ao Avô:)

Vera_Effigies disse...

Professor
Descobri um site que me pareceu que ia gostar, não sei pô-lo activo aqui, mas pode copiar se quiser ver
http://online.cm-vminho.pt/patrimonio/
Basta clicar em Cantelães :))))))

Unknown disse...

Cantelães. Bem, estava hoje de manhã a tomar café e a folhear as revistecas cor-de-rosa e numa delas aparece o professor. Que gira casa. Parabéns ao arquitecto filho. os interiores em castanho/laranja e a decoração minimalista tambem estão muito bem.

Fora-de-Lei disse...

Julio Machado Vaz 11:45 PM

"Fora-de-Lei, e também era desajeitado com os meus filhos, só servia para contar histórias alucinadas! "

Acho que "servir" será, neste caso, um verbo relativamente redutor. Seja como for, de certeza que serviu para muito mais do que contar estórias alucinadas. Aliás, o resultado estará - por certo - à vista de todos.

Por vezes, a diferença está em ser-se eficiente ou ser-se eficaz. Os ingleses tem uma definição / trocadilho muito esclarecedora para isso:

Efficiency = to do the things right

Effectiveness = to do the right things

Rita disse...

Professor,
Em primeiro lugar muito obrigada pela sua reacção no meu sítio. Fiquei deliciada com as suas palavras lá no meu sítio.

Engraçado ver que o Síndrome da Bata Branca a aproximar-se do Professor... Há sempre coisas que, como a morte, ainda que façam parte do nosso percurso de vida, constituirão sempre para nós um corpo estranho e que nos remetem para a nossa finitude existencial. Nunca nos vamos habituar a elas, fazem-nos sofrer demais, por mais que o curso que nelas terminou tenha sido sinuoso. Tudo porque, parece-me a mim, o ser humano tem a notável capacidade de reter na memória sentimental as recordações mais benéficas e lamechas.
Por fim, resta-me desejar os maiores parabéns ao pequerrucho e já agora dizer que muita gente gostaria de ter um Avô assim...! =)

noiseformind disse...

O livro vai esgotando Boss. Ontem já não se podia encontrar no Continente do NorteShopping, sítio onde se estava a vender a velocidade apreciável ; ((((((((( snif, snif, snif...

noiseformind disse...

Em relação a hospitais não gosto. Pessoalmente tenho resolvido muitas das maleitas de que tenho padecido com produtos naturais, algumas vezes à revelia histriónica (é com ou sem H?) dos meus médicos. Habituei-me À espécie por via do meu padecimento genético e das particularidades que com ele vieram. Se calhar por isso é que, tirando o essencial, gosto de os ver bem longe.


Parabéns ao miúdo, espero que o avô seja um tipo em condições e respeitando o portismo do chavalo, o comece a levar ao Estádio do Dragão quanto antes para iniciar a sua formação portista ; )))))))))

noiseformind disse...

Boss,
Tás a ver? Apareceres nas rebistas core de rosa é meio caminho andado para seres um gajo famoso, como mostrou ali a blahblahblahblah. Só não te metas é a dar chapadas em mulheres de 29 anos, isso já seria fama a mais ; )))))))))))
E pq não umas fotos tórridas e meio desfocadas de ti em Moledo com jovem desconhecida????????????????????? Imagino já as parangonas da Caras "Professor Júlio Machado Vaz ás voltas com nó de biquini! Será um caso de "faz como eu digo e tenta aprender a fazer melhor do que o que eu faço?""

loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool

Julio Machado Vaz disse...

Peciscas,
Venha o cheque:).

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Aposto que havia 100 no armazém:).

noiseformind disse...

Eu não sou agente assim tão passivo, Boss. Chamei empregada competente e disse-lhe que queria comprar o último livro do tal eminente psiquiatra. Ela foi e voltou de mãos vazias e soutien ainda bem preenchido pelos seus jovens peitos. Snif, snif, snif... (snif snif snif por não lhe ter pedido o nro de tele ou o endereço do MSN, é com estas perdas que se começa a entrar na velhice... lentamente... lentamente...)

Vanda disse...

Parabens ao Tiago e ao avô do Tiago! :) atrasados mas presentes!

Quanto a si Professor (como se de outra pessoa se tratasse) eu só tenho a agradecer o facto de ter escolhido "a loucura"...!

Quem mais poderia ter feito o que o Prof. fez?

Quem mais poderia ter escrito o que escreveu?

Quem mais teria a coragem de falar abertamente de sexo (mesmo que o dos anjos ihihih) e daquela forma única e tão humana, como o Prof. fez?

:) é único, Professor, é unico!

Rui Diniz Monteiro disse...

Professor, achei este post dos mais comoventes que me foi dado ler aqui no Murcon. Porque expressa a insegurança vital do ser humano em todas as fases da sua vida, mas porque mostra também, com o seu próprio exemplo, que a consciência dessa insegurança não obriga a que uma pessoa se feche e deixe de ser receptiva ao que os outros têm para dar, ou para pedir. E porque mostra como a ternura é um dos estados básicos do ser humano nas suas relações com os outros (tão arredada que ela anda hoje em Portugal, até nisso o Professor se revela como contra-corrente).
Mas claro que há muito mais no seu texto do que aqui deixo escrito nesta meia dúzia de linhas.
Melhoras para a sua nora, e, em partilha (gosto deste pensamento) com tantos, também dou as boas-vindas ao Tiago.

ordePadamaR disse...

Ainda bem que tudo acabou bem.

Devo-lhe muitas horas de boa companhia..no Sexo dos Anjos.
Ajudou-me mais do que poderá imaginar, no meio da galhofa, foi alisando muito do caminho.

É um verdadeiro professor...tem das mais nobres missões clínicas da medicina e comunica-a, é fantástico!
Se agora fala com e do seu saber e está aqui, sempre com o bom senso que outros também lhe reconhecem, só lhe agradeço e só lamento não o ter encontrado mais cedo.

Se o senhor Dor da Birra (JM Carrilho) tivesse um nanogésimo da sua humanidade e superior humildade...

Com estima lhe desejo Dias Felizes para todos seus