sexta-feira, setembro 30, 2005

S.Tomás estaria provavelmente de acordo sob o ponto de vista moral.

"Creio, como Da Vinci, que a decadência faz a sua aparição quando o Homem se esquece de contemplar a Natureza".

Gaudí, sobre a decoração dos portais da Sagrada Família.

quinta-feira, setembro 29, 2005

O próprio.

Gaudí, em 1910, sobre a Casa Milà: "Os Gregos, hoje, fá-la-iam assim".

Ai Barcelona, Barcelona, que saudades:).

Novo Estatuto define Catalunha como "Nação" (Público).

Se pudesse, também votava:).

quarta-feira, setembro 28, 2005

A difícil relação entre os afectos.

"Que suja traição, ouvi-o dizer uma vez, que mesmo quando um tipo já não está apaixonado seja capaz de preferir o amor em vez dos seus amigos."

Antonio Muñoz Molina, O Inverno em Lisboa.




P.S. Tem holandês que é cego:(.

segunda-feira, setembro 26, 2005

O sinal.

O anúncio, protagonizado por Nicolau Breyner, em que se diz que mais de 50% dos homens portugueses de mais de quarenta anos sofrem de disfunção eréctil é um hino à avidez de uma sociedade de consumo em que se inventa a procura para valorizar a oferta.

Lembram-se?

Nota de Imprensa

A Alta Autoridade para a Comunicação Social dá razão à APF em queixa apresentada contra o jornal “Expresso”


Como é do conhecimento público, o jornal “Expresso” publicou em 14 de Maio uma notícia com chamada de 1ª página sobre alegados programas de educação sexual em curso nas escolas e inspirados pela APF.

Esta notícia esteve na base de uma posterior campanha contra a APF e a educação sexual nas escolas organizada por grupos conservadores.

A APF apresentou uma queixa à Alta Autoridade para a Comunicação Social contra o jornal “Expresso” dado que em nenhum momento (e até à data) este procurou ouvir a APF, dando assim possibilidade de exercício do direito de contraditório, nem publicou os comunicados que a APF enviou ao abrigo do direito de resposta.

Vimos assim transcrever a deliberação da AACS que dá razão à queixa apresentada pela APF, aprovada por unanimidade em 21.09.05:

“Apreciada uma queixa da Associação para o Planeamento da Família (APF) contra o jornal “Expresso” com base na alegação que este, referindo-a, lhe não deu voz como deveria, no processo de elaboração do artigo publicado a 14 de Maio último a propósito da Educação Sexual nas Escolas, desse modo, ao que sustenta, praticando uma informação parcial, com elementos falsos e atentatórios da sua honorabilidade, a Alta Autoridade para a Comunicação Social, ao abrigo das faculdades conferidas pela Lei nº43/98, de 6 de Agosto, entendendo que a audição e pronúncia da reclamante era, no contexto, necessária e adequada, delibera chamar a atenção do jornal para a necessidade de cumprimento do ético-juridicamente disposto em matéria de rigor informativo.

Lisboa, 26 de Setembro de 2005
(Prof. Doutor Duarte Vilar)
Director Executivo

domingo, setembro 25, 2005

Outono.

Com as primeiras chuvas.


Abrir as mãos. Como se o vento fora a maravilha. Acariciar-lhe a crina, a lentíssima garganta. Deixá-lo partir, jovem ainda. Com as primeiras chuvas.

Eugénio de Andrade.

sexta-feira, setembro 23, 2005

O dinheiro não chega para tudo. Nem para todos...

"Teatro de marionetas do Porto em ruptura financeira". Asseguram os compromissos assumidos até Dezembro e that's that.


Vão por mim: é uma perda e uma pena:(.

quinta-feira, setembro 22, 2005

A coerência deste país.

Voltei a Portugal, liguei a televisão e vi uma senhora que se chama a si própria Dra. Fátima Felgueiras. Li os jornais. Aceito a legalidade de alguns actos, pasmo perante a sua imoralidade. Alguém que fugiu perante a iminência de ser presa preventivamente não suscita sequer a hipótese de fazer o mesmo se o julgamento começar a "correr mal"? O que visa o elogio permanente ao Engenheiro José Sócrates? E que traduz o silêncio virginal do Partido Socialista?
Uma coisa garanto: Eduardo Dâmaso tem razão no DN, este circo é um extraordinário exemplo de duas justiças. Os meus toxicodependentes não são acusados de manejar sacos azuis - gamam; não têm amigos pressurosos nos tribunais para os avisarem da prisão próxima - vêem chegar a Judite; não têm dupla nacionalidade - são portugueses que pouco visitaram além da rua onde vagueiam; não têm advogados caros - com sorte, calha-lhes um oficioso diligente, sem ela um que pede justiça ou outro que falta; não têm testemunhas com nomes sonantes - a menos que sejam de acusação...; não vêem um pedido para mudar a medida de coacção resolvido em 12 horas - consomem na prisão enquanto esperam; não se candidatam a autarquias - quando percebem como acabarão candidatam-se a vagas em programas de metadona ou comunidades terapêuticas
São anjos? Não. Merecem pagar pelos seus actos? Evidentemente. Levam com a "justiça cega" nos lombos? Olá se levam!, a seu propósito nenhum debate sobre o exagero da prisão preventiva ouvi. Beneficiam de justiça que parece à medida? Não. Justificam movimentos de apoio? Não. Têm a imprensa a amplificar-lhes até à náusea a declaração de inocência? Não.
Falei de uma população que conheço bem. Se fizermos as mesmas perguntas à população geral as respostas não serão muito diferentes. Por isso, não me falem da Justiça portuguesa. Quem tiver pudor empregará o plural. E calar-se-á. Envergonhado pela triste coerência deste país...

quarta-feira, setembro 21, 2005

Lógica aristotélica.

"Qualquer pessoa pode zangar-se, é algo muito simples. Mas zangar-se com a pessoa adequada, no grau exacto, no momento oportuno, com o propósito justo e do modo correcto, isso, certamente, não é tão simples".

Aristóteles, citado por Goleman no seu best-seller Inteligência Emocional.

Comentário lógico mas pouco fecundo:) - Ai não é, não...

terça-feira, setembro 20, 2005

O risco dos riscos.

Programa na televisão espanhola. Tudo em pânico. Idade média do primeiro coito: 12 anos nas raparigas, 17 nos rapazes. O risco das gravidezes indesejadas e das doenças sexualmente transmissíveis. A identificação dos factores de risco. Estratégias para lhes diminuir a influência. Não poderia estar mais de acordo, embora não tenha ouvido nada de novo. Mas esta visão "preventiva" do discurso sobre a sexualidade é tristemente redutora. O medo, a pressa e a visão parcelar escamoteiam outras vertentes da sexualidade. Não admira que depois os adolescentes se queixem da forma como o tema lhes é apresentado: como se fossem faunos pelas esquinas e sem uma palavra sobre a descoberta do prazer. Só o "dark side of sex" toca neste gira-discos.
Assim não vamos lá:(.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Macca.

A música de McCartney - obrigado Porty:) - agrada-me. Sobre o fundo de cordas é saltitante, dir-se-ia o When I'm sixty-four..., com sixty-four years no pêlo:)))))). E a produção é cuidada, de uma solenidade..., ascética.

Acabo de ver um exemplo da sociedade em que vivemos. Um destes programas espanhóis de mexericos, que fazem os nossos parecer magazines culturais, decidiu questionar uma senhora sobre a sua vida sentimental. Ela recusou. Esperaram por um evento em que participava por contrato, falaram com a organização e esta ordenou-lhe que respondesse!
Edificante...

domingo, setembro 18, 2005

Com os cumprimentos do RAM:).

http://porto-fragil.blogspot.com/2005/09/e-eu-amava-te.html



Vale a pena...

sábado, setembro 17, 2005

Das nieblas:).

Por aqui o tempo vai escabroso, não arranjo álibis para não trabalhar:(. Mais um naco de Elena Ferrante:

"Não tinha esquecido nada, mas não queria recordar. Se fosse necessário, poderia ter-me contado tudo, de fio a pavio; mas por que havia de fazê-lo? Contava a mim mesma apenas aquilo que convinha, conforme os casos, decidindo no momento, de acordo com a necessidade".

É raro que manipulemos alguém mais do que a nós próprios...

sexta-feira, setembro 16, 2005

Rosalía.

Vou para a Galiza escrever. Logo:

As de Muros, tan finiñas
que un coidara que se creban,
c'aquelas caras de virxe,
c'aqueles cabelos longos
xuntados en longas trenzas,
c'aqueles cores rousados
cal si a aurora llos puñera,
pois así son de soaves
como a aurora que comenza;
...

Rosalía de Castro, Poesías.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Boa imagem.

"O edifício nunca me agradou. Angustiava-me como uma prisão, um tribunal ou um hospital."

Elena Ferrante, Um estranho amor.

Chico forever:)!

O que não tem decência, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Esclarecimento.

Consultei o oráculo de Delfos (www.oracdelfos.com) a posteriori sobre o Benfica-Lille. Atendendo à crise, confessei a indisponibilidade para pagar o preço constante na tabela. Fiz uma oferta modesta mas honesta. Por tal soma não tive direito a uma resposta ambígua, género "refugiai-vos em casas de madeira". Foi-me simplesmente dito que o piccollo génio só marcou nos descontos para não dar ao Lille tempo para recuperar.
Considero assisada a decisão dos deuses...

Pregação matinal aos murcónicos.

"Por isso, se vamos ser bons, que o sejamos por simples generosidade, não por nos sentirmos culpados ou com medo da retribuição".

J.M.Coetzee, Desgraça.


P.S. Já abri os presentes e daqui agradeço a todos. Mas - ó horrível presságio! - a hóstia do Benfica partiu-se:(((((((.

terça-feira, setembro 13, 2005

Mensagem a todos os murcónicos.

Com o coração dilacerado pela divisão reinante no Murcon, o Mahatma Machado Vaz avisa solenemente todos os murcónicos das suas firmes intenções: entrará de imediato em greve de fome, ingerindo apenas francesinhas light e cerveja sem álcool. Só consentirá em alimentar-se um pouco melhor - leia-se tripas à moda do Porto e maduro tinto... - quando a paz reinar entre os núcleos flácidos, moles, assim-assim, duros e pétreos. O Murcon II - ou pós-prandial - está em perigo! Se por respeito pelo sacrifício do Mahatma a situação não se pacificar, ele não terá outro remédio se não emigrar para o Brasil, o que, ao contrário, do afirmado por certos comentadores, ainda não aconteceu. Se a tal for obrigado, fundará no país irmão o Murcon III, blog tão exclusivo que admitirá apenas comentários de membros de escolas de samba e associações para a defesa da Amazónia.

Meus filhos!,
Não me forceis a medidas drásticas que vão contra o meu manso carácter. Abraçai-vos (sem quartas intenções...) e cantai em coro a Sinfonia do Benfica, a que alguns provocadores chamam Requiem. Acreditem: a paz é possível e tão ao nosso alcance como o rendimento médio da União Europeia e o fim da corrupção. Ouvi a Palavra. Antes que seja tarde e o rancor tome definitivamente posse dos vossos amorosos mas inconstantes corações.
Orarei para que a Luz vos inunde logo a seguir à cabeça de Ronald Koeman (suportai a espera com estoicismo...).

segunda-feira, setembro 12, 2005

Back to work!

Não creio que o Murcon sofra com uma eventual "desidealização pós-prandial". A única desilusão que tive durante o jantar foi comparar a minha forma física com a do Lobices:(((((. Em contrapartida, vendo as fotos que ele me enviou, fiquei com pena de não ter girado pela mesa depois do pato e do Benfica. Porque percebi que só tinha trocado palavras "protocolares", por exemplo, com a Juliana, a Blue, a Elizabete e outras pessoas. Se calhar acabamos a fazer jantares volantes:)))).
Não acho que, sete meses volvidos, haja muita idealização dos outros nesta tertúlia. Uma troca tão longa de comentários propiciou um conhecimento intuitivo que não treme perante a cor dos olhos, centímetros não fantasiados, gargalhadas mais roucas do que o previsto. Por isso o jantar correu bem. E, como sempre acontece, uns aprofundarão as relações extra-blogosfera e outros não. Com os riscos e recompensas inerentes, é a vida. Gosto de imaginar que o Murcon não é refúgio para ninguém. Antes rampa de lançamento para uma comunicação estimulante entre as pessoas. Quando, onde e como o desejem.

Se


Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.

Sophia.

sábado, setembro 10, 2005

Breves.

Cifrão - Obrigado por se lembrar de Anselmo Braamcamp. Há uns meses parei lá o carro e fiquei a olhar a casa, enroscado num sol primaveril. E recordei a ternura com que minha Mãe a enchia de amigos para apaziguar os meus protestos de filho único. A sorte foi cruel - reservou-lhe um Alzheimer que a transformou na sombra de si própria. Se não, tenho a certeza que lhe agradeceria a gentileza de a recordar.

Pearljamer - A culpa é inerente ao crescimento de todos nós. De certa forma a autonomia é conseguida, pelo menos aqui e ali, "contra" outros, implica "abandonos". O mais das vezes é inconsciente ou pré-consciente. Mas a culpa relacionada com os filhos é imensa, todas as semanas oouço pais interrogarem-se sobre o que fizeram de errado para que os filhos se enredassem nas drogas, por exemplo. E no entanto, vários irmãos, educados pelos mesmos princípios, não o fizeram. Quando se trata deles é-nos difícil ser equilibrados na análise. A nostalgia de lhes evitar todos os escolhos acarreta a auto-responsabilização quando tropeçam.

O jantar só é hoje:)))))).

sexta-feira, setembro 09, 2005

Nem só Brel falou dos velhos amantes. Ou da velhice do amor?

Años.

El tiempo pasa,
nos vamos poniendo viejos
y el amor no lo reflejo como ayer.
En cada conversación
cada beso, cada abrazo
se impone siempre un pedazo de
razón.

Pasan los años
y como cambia lo que yo siento
lo que ayer era amor
se va volviendo otro sentimiento.

Porque años atrás
tomar tu mano, robarte un beso
sin forzar un momento
formaban parte de una verdad.

El tiempo pasa
nos vamos poniendo viejos
el amor no lo reflejo como ayer.
En cada conversación
cada beso, cada abrazo
se impone siempre un pedazo de
temor.

Vamos viviendo,
viendo las horas que van muriendo,
las viejas discusiones
se van perdiendo entre las razones.
A todo dices que sí,
a nada digo que no
para poder construir
la terrible armonía
que pone viejo los corazones.

Porque el tiempo pasa
y nos vamos poniendo viejos
y el amor no lo reflejo como ayer.
En cada conversación
cada beso, cada abrazo
se impone siempre un pedazo de razón.

Pablo Milanes.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Os opostos.

Um dos problemas quando discutimos amor e ódio é a nossa tendência para raciocinar em termos de conceitos opostos e mutuamente exclusivos - o ódio opor-se-ia ao amor e os dois sentimentos não coexistiriam. Pelo contrário, um anunciaria o fim do outro. Na clínica - e nas nossas vidas... - observamos que as coisas são mais complicadas. Desde logo, porque somos bichos ambivalentes. Mas também sou muito céptico quanto à possibilidade de declarar morto o amor na cabeça de alguém que passou a odiar o outro. O mais das vezes, o fim do amor apenas é seguro quando deixamos de rezar para que a pessoa seja atropelada:); ou já não tememos encontrá-la com um braço que não o nosso por cima dos ombros. A pacificação está na indiferença, não no ódio, que continua a ser uma forma de dependência. Em raciocínio dicotómico, poderíamos dizer que nesses casos o oposto do amor não seria o ódio, mas uma espécie de "amnésia afectiva".

quarta-feira, setembro 07, 2005

Às vezes a consciência é difícil:).

"Elaborou o plano com tanto ódio que a fez estremecer a ideia de que o teria feito da mesma maneira se fosse com amor...".

S.Gabriel, Cem Anos de Solidão.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Do mesmo livro.

"Sim, ele teria amado esse jovem agitador que vivia no meio dos pobres, e contra o qual se encarniçavam Roma, com os seus soldados, os doutores, com a sua Lei, a populaça, com os seus gritos. Mas que, destacado da Trindade e descido na Palestina, esse jovem judeu tivesse vindo salvar a raça de Adão com quatro mil anos de atraso em relação à Falta, e que só mediante ele se pudesse ir para o céu, Natanael acreditava tanto nisso como nas demais fábulas compiladas pela douta gente. Ia tudo bem enquanto tais histórias flutuassem como nuvens inocentes na imaginação dos homens; petrificadas em dogmas, pesando duramente sobre a terra, não passavam de nefastos lugares santos frequentados pelos mercadores do Templo, com os seus matadouros de vítimas e o seu pátio de lapidações."

P.S. - Uma coisa é nós estarmos conscientes de...; outra, a nossa consciência estar consciente de nós. Olá, se é:).

domingo, setembro 04, 2005

Ó Manolo, por quem é! Muda-se de assunto e é já:).

"Ninguém tem o direito de se intrometer entre uma consciência e Deus".


Marguerite Yourcenar, Como a água que corre.

sábado, setembro 03, 2005

A propósito do choro.

"Às vezes, o meu peito é uma barragem assustada pela estação das chuvas. Serei um dia obrigado a escancarar-lhe as comportas para o não estilhaçar?"

sexta-feira, setembro 02, 2005

A masculinidade... A segurança básica...

"De qualquer modo, a verdade é que vira o meu pai chorar, o que me pareceu que alterava uma ordem natural não escrita. Regressei à cama cheio de pressentimentos e convencido de que se tinha quebrado alguma coisa fundamental a cuja reconstrução teria de dedicar o resto da vida."

Juan José Millás, A Ordem Alfabética.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Caros Porty e António Pedro.

É verdade que os Machado Vaz foram seareiros e educados na convicção de que a Democracia defende os direitos de todos, até dos que conspiram para a derrubar. Mas o principal motivo de colocar um post com este triste "apelo às armas" reside na nota final. Por vezes, na euforia de determinados momentos históricos, pessoas ou movimentos entraram na vertigem do "é proibido proibir" (ele próprio, de resto, uma proibição). Tais posições podem tornar-se armas de arremesso de eleição para quem cultiva o populismo. Não acredito em avanços de "fogachada e largo espectro", mas em caminhadas seguras, metódicas e com o bom-senso que não receia o desprezo de quem se precipita no desconhecido. A náusea que certos argumentos e objectivos nos provocam não devem impedir a crítica imediata - ou, pelo menos a posteriori - de posições defendidas por pessoas que nos são queridas. Não se trata de uma cedência aos "outros", mas de uma obrigação ética.