... jantei com os meus dois filhos separadamente. E por razões que me pertencem vi-os partir com a ternura grata devida a quem dá ao pai o melhor dos presentes - a possibilidade de um envelhecimento tranquilo quanto ao futuro da tribo.
segunda-feira, agosto 29, 2011
quinta-feira, agosto 25, 2011
Lá foi a dieta outra vez:(.
Como o Zé Álvaro Pacheco Pereira não vem ao Murcon posso dizê-lo: SLB, SLB:))))))))). (Mais vale aproveitar enquanto posso, não é legal jogarmos no campeonato holandês?...).
segunda-feira, agosto 22, 2011
O descalabro alimentar...
Uma semana em Cantelães é um albergue minhoto, cabe lá tudo: os amigos, as crianças, os cães, os matrecos, a feira na Vila, os garranos, a águia, aquele céu... Consequência mais palpável e angustiante? Engordo:(. Depois chego ao Porto e tasquinho saladas até as calças deixarem de sufocar o pneu... Mas quem resiste ao canto de sereia do Guilherme, sozinho na cidade, a trabalhar como um negro, faminto de mimo paterno? Ninguém, decreto eu! E lá se foi a dieta:).
quinta-feira, agosto 18, 2011
À noite.
À noite o corredor de Cantelães vive da luz do céu. Gosto assim, entre a cozinha e a sala reina a Cabreira, a longa janela é um vestido transparente. Criminoso despi-lo, no amor os dedos viajam à boleia dos olhos. E esperam...
segunda-feira, agosto 15, 2011
O celeiro transformado em Feira do Livro.
Sábado fui à Marmeleira, a convite do meu velho amigo José Álvaro Pacheco Pereira. O reencontro teve vários bónus - o Pai dele, que tive o privilégio de abraçar cinquenta anos depois, a ternurenta anfitriã, extraordinária animadora cultural da comunidade, a sageza bem disposta de uma jovem de noventa anos; e o fascínio por aquela espantosa girândola de livros...! Quanto à sessão nocturna - o "trabalho"... - foi muito especial. Primeiro, por alguém ter a gentil lembrança de me receber ao som da voz de minha Mãe! Depois, porque o Zé não exagerara nada - aquela gente é uma delícia, estava mesmo lá para amena cavaqueira. Lembram-se da teoria dos vasos comunicantes do liceu? - saí para a estrada com a voz desfeita e o coração grato. Bref, um bom negócio:).
sexta-feira, agosto 12, 2011
quarta-feira, agosto 10, 2011
O jantar.
O massacre esperou as costas deferentes do chefe e serviu de anfitrião às entradas. (Aquele preço mereciam a pompa de outro baptismo - o couvert.) Emoldurou bolos de bacalhau, presunto, pâté de atum, azeitonas recheadas e meia-dúzia de camarões mínimos que teimavam em não abandonar as cascas. Subiu a bordo das colheres de sopa, ensaiou a Paixão nos dentes dos garfos, fez equilibrismo nos gumes das facas, pôs-lhe a cabeça (mais) à roda pela mão de um honesto branco.
E de repente um silêncio improvável, gozado com a volúpia que reservamos aos milagres breves, assim o afirma o narrador e não se engana, de trás da lista de sobremesas surgiu a primeira interrogação da noite, ou talvez ordem disfarçada de pergunta, verdade é que soou a estalo de chicote beijando as patas de cavalo amestrado,
- Então?
Dizer o quê? "Tocaste variações em educação menor do discurso de sempre nos últimos tempos"? "A que racionalização foste buscar tanta autoridade moral?" "Já te ocorreu falar comigo e não de mim?"
Sorriso afável,
- Conheces-me, aqui não resisto ao bolo de chocolate.
Sílabas marteladas,
- Não faças de mim parvo, sou o teu melhor amigo.
O sorriso desaguou num esgar em que o azedume ombreava com a saudade,
- Magnífica e única razão para te poupar à resposta que mereces.
Para o chefe, irreprensivelmente surdo,
- Dois garfos e um bolo de chocolate, há que vigiar as calorias!
Fizeram-no em silêncio.
A amizade suspirou, engoliu um café, pagou o preço mas não a conta e desapareceu na noite.
E de repente um silêncio improvável, gozado com a volúpia que reservamos aos milagres breves, assim o afirma o narrador e não se engana, de trás da lista de sobremesas surgiu a primeira interrogação da noite, ou talvez ordem disfarçada de pergunta, verdade é que soou a estalo de chicote beijando as patas de cavalo amestrado,
- Então?
Dizer o quê? "Tocaste variações em educação menor do discurso de sempre nos últimos tempos"? "A que racionalização foste buscar tanta autoridade moral?" "Já te ocorreu falar comigo e não de mim?"
Sorriso afável,
- Conheces-me, aqui não resisto ao bolo de chocolate.
Sílabas marteladas,
- Não faças de mim parvo, sou o teu melhor amigo.
O sorriso desaguou num esgar em que o azedume ombreava com a saudade,
- Magnífica e única razão para te poupar à resposta que mereces.
Para o chefe, irreprensivelmente surdo,
- Dois garfos e um bolo de chocolate, há que vigiar as calorias!
Fizeram-no em silêncio.
A amizade suspirou, engoliu um café, pagou o preço mas não a conta e desapareceu na noite.
segunda-feira, agosto 08, 2011
Circular.
Alguns de vocês terão encontrado por aí o primeiro número de uma revista chamada The Printed Blog. Impôe-se um esclarecimento. O primeiro texto anunciado é "Amante de Júlio Machado Vaz". Acontece que me foi pedida autorização para utilizar um post do Murcon, solicitação a que acedi. Pese embora o estado miserável da minha memória, o título "Amante" não me dizia nada. Verifiquei no Murcon e até no Aqui entre Nós. No primeiro o título era o omnipresente e monótono "Boa noite", no segundo "Quem??? Eu???". Ou seja - alguém decidiu apimentar a prosa com um título sugestivo... Considero esse tipo de procedimento intelectualmente desonesto e oportunista, no passado já deixei de colaborar com uma revista por um episódio semelhante. Não descortino qualquer justificação para não o voltar a fazer agora. Boa noite.
sábado, agosto 06, 2011
Halfway, diziam os Black Eyed Peas.
Maria,
Sabes como fico depois das vitórias do Benfica - no dialecto que aí se fala, mellow:). Giro pelos canais, enquanto esperava a palavra de Jesus. E de súbito os acordes, "aqueles" acordes, os óculos do velho Orbison, a sua amizade com o velho Harrison, Julia Roberts e o teu olhar de soslaio - "vocês, homens" -, as memórias navegam comigo rumo à cozinha, por precaução inútil e burguesa espreito o campo varrido pelos holofotes e ensaio passo de dança, estalar de dedos, voz roufenha - Pretty woman, walking down the street, pretty woman, the kind I like to...
Há palavras obscenas longe de ti:(.
Sabes como fico depois das vitórias do Benfica - no dialecto que aí se fala, mellow:). Giro pelos canais, enquanto esperava a palavra de Jesus. E de súbito os acordes, "aqueles" acordes, os óculos do velho Orbison, a sua amizade com o velho Harrison, Julia Roberts e o teu olhar de soslaio - "vocês, homens" -, as memórias navegam comigo rumo à cozinha, por precaução inútil e burguesa espreito o campo varrido pelos holofotes e ensaio passo de dança, estalar de dedos, voz roufenha - Pretty woman, walking down the street, pretty woman, the kind I like to...
Há palavras obscenas longe de ti:(.
segunda-feira, agosto 01, 2011
Boa? Só se fosse para a Agricultura:)))).
O tempo faz negaças e eu, no aconchego da minha indiferença à praia, recuo no irmão maiúsculo. Há mais de trinta anos, em S.Xenxo, acordávamos apreensivos, os caprichos meteorológicos das Rias Bajas são famosos... E se chovia às escâncaras ou morrinhava à traição, a voz alegre da Cuca Sarmento anunciava o desastre - "Meninas, sol ni berlo, vai uma excursão ao Corte Inglês?" Estranho, não é? A água que caía do céu secava carteiras terrenas!
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