sexta-feira, novembro 30, 2007

O horror, a tragédia, a cabala, ARREPIANTE!!!!!!

Dei uma entrevista à Bola sobre o Benfica-Porto. E demonstrando tanto fervor clubístico que até afirmava "só não cantar o hino para não dar ao plantel razão para rescisão por justa causa:)" (a minha desafinação é lendária...). E o texto no jornal assim reza. Mas num dos títulos, algum dragão que me deseja a morte na primeira esquina pôs que eu não canto o hino... do dragão! Face à avalancha de protestos benfiquistas, solto um grito lancinante - leiam o texto antes de me crucificarem. Como diria o Pessa - e esta, hein??????:)))))).

quarta-feira, novembro 28, 2007

O adepto incorrigível.

Como sabem, tenho por hábito ser implacável nas apreciações ao "meu" Benfica. Por isso, é sem qualquer rebuço que digo ter ficado satisfeito com o desempenho desta noite. Bateram-se e honraram a camisola que envergam. Nunca lhes pedi mais.

Back home.

Lisboa tratou-me bem, como de costume. Avancei para a A1 cheio de um alívio culpado, "devia visitar os alfacinhas mais vezes:)". Mas confesso que é pela estrada de Cantelães que o motor do carro suspira...

No hotel comecei "A mulher certa", de Sándor Márai. A expectativa é muito alta, depois desse extraordinário "As velas ardem até ao fim". Um cheirinho:

"A mim educaram-me na ideia de que era preciso viver. A ele educaram-no na ideia de que, acima de tudo, era preciso viver de modo sofisticado e respeitoso, regular e uniformemente, e isso era o mais importante. Eram diferenças enormes. Mas, ao tempo, eu ainda não sabia."

sexta-feira, novembro 23, 2007

Voluntariamente...:).

Contrição


Que importa que todos me esqueçam
mesmo sem querer?

Que importa que a humanidade não exista
e apenas haja homens
embora vivendo, nascendo, morrendo, semelhantemente?

Se os homens são tantos que, procurando bem, sempre se encontram mais alguns;
se são tão frágeis que mal podem cair;
e se eu sou tão desgraçado, tão ímpar, tão mental,
que tenho de voluntariamente
desejar amá-los.


Jorge de Sena.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Último post - a minha escrita progride a olhos vistos:(.

Não importa, é importante...? Irra!

Não importa, é importante que não fique por dizer.

O incrédulo


Diz-me que não estou enamorada,
às vezes apetece-me jurar-lhe
que esqueceria o sol entre os seus braços
ou quereria estar a beijar sempre
seus lábios ou que não me importa o tempo
ao olhar-me escuro, fixo, louco.
Porém de quê me serviria tanto?
Não acreditaria uma palavra.

Amalia Bautista.

segunda-feira, novembro 19, 2007

No sofá do corredor.

Enrosco-me no avesso de uma noitada. Todos dormem ainda. O prado, esse, acordou vestido de um branco sem piedade. (A não ser para a casinha de plástico dos meus netos, que parece enregelada pela ausência deles.) Imagino-os à janela nos dias de honesto calor estival, a imaginação ao poder de braço dado com a gula por uns euros - "Avô Júlio, queres comprar hamburguers?". Claro que sim, apoio sem reservas as micro-empresas e desconfio das corporações, abro os cordões à bolsa e ao coração em face do riso desavergonhado das crianças, mas fecho a cara à sedução plastificada dos adultos, "há coisas fantásticas, não há?". Há. A geada que se evapora diante dos meus olhos, enquanto os moinhos da Cabreira se espreguiçam e ensaiam um giro preguiçoso. Desligo o candeeiro da mesa do corredor. O espanta-espíritos tilinta surpreendido, quase escandalizado. Obediente, volto para a cama. Cantelães deseja acordar sem testemunhas.

sexta-feira, novembro 16, 2007

A diferença.

Cantelães. Três graus negativos. Lareira acesa. Um céu espantoso. Vejo Serralves fora de Horas. E tenho pena daquele pobre diabo, a gravar à Segunda de manhã e suspirando por Sexta ao fim da tarde:(. Vi-o abrir a porta da Casa do Vale a tiritar. E no entanto com um semblante bem mais descontraído do que o do ecrã, apesar da maquilhagem. Será a lua:)?

quinta-feira, novembro 15, 2007

Esses poetas...

Gilberto Gil falando de Vinicius, revejo o documentário no TVC4: "Ele trabalhava no cerne dos afectos." Bela frase, carago! Ainda por cima verdadeira:).

quarta-feira, novembro 14, 2007

That's what friends are for.

O João Gil pediu, está feito - link para a sua nova aventura:).



Frase e esperança do dia - "E talvez aquilo que sentia de quase agradável naquele momento fosse outra coisa para além ainda do apaziguamento de uma dúvida ou de uma dor: um prazer da inteligência."

Marcel Proust, Um amor de Swann.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Late night question.

A greve dos guionistas diz muito acerca desta sociedade - quantos de nós sobrevivem sem "telepontos"?

sexta-feira, novembro 09, 2007

Pois não, não...

"Era alegre, mas não tinha o sentido da ironia. Não é o mesmo."

Manuel Vázquez Montalbán, Galíndez.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Check-ups periódicos:).

Casamentos promovidos pela web duram menos

Os casamentos promovidos pela Internet duram menos que os tradicionais. É a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos, onde sites de encontro já originaram em torno de 3 milhões de uniões.

Apesar de faltarem estatísticas mais precisas o estudo, citado pela agência Ansa, diz que "pode-se racionalmente julgar que os casamentos gerados pela Internet têm uma possibilidade maior de chegar ao divórcio em relação aos casamentos gerados por encontros tradicionais", baseando-se em opiniões de especialistas do setor.
Uma prova de que uniões começadas online funcionam menos do que as outras é o fato de sites que há dez anos promovem encontros via Internet, como o Mary.com e o eharmony.com, estarem usando novas estratégias para ter certeza de que os casamentos prometidos durem mais do que a simples lua-de-mel.

O site Mary.com, por exemplo, está se especializando em promover "a qualidade e a longevidade" das relações. Já o eharmony.com criou uma espécie de laboratório de relacionamentos: alguns casais são monitorados por pelo menos cinco anos. É uma maneira, segundo o estudo, de tentar prevenir os divórcios. Afinal, como diz o dono de um dos sites de relacionamento, "a química que funciona, mesmo, é aquela dos encontros ofline".

quarta-feira, novembro 07, 2007

O Amor é...

Porque alguns de vocês gostam de aparecer - e eu de os receber:) - já posso confirmar o lançamento de O Amor é... no Porto: Terça, 13, às 19, na Biblioteca de Serralves. Em Lisboa será a 26 na Bertrand do Centro Comercial junto à Expo (Atlântico?), mas ainda não tenho a certeza da hora.

P.S. Agora já tenho - 18.30.

terça-feira, novembro 06, 2007

Sem surpresas.

O Benfica abandona a Europa depois de melancólica derrota frente a um Celtic de uma mediocridade confrangedora. Logo, sai bem. Apenas duas notas: acho extraordinário que não alertem aquele esforçado rapaz para o risco de lesionar gravemente um colega de profissão, a jogar assim será apenas uma questão de tempo; pelas substituições efectuadas desconfio que Camacho, perante a segunda parte dos seus pupilos e fiel às suas prioridades..., já pensava no Boavista!

P.S. Verdade que não se pode ter tudo. Como prometera, Santana Lopes inaugurou um novo ciclo na política portuguesa, com a sua heróica metáfora das cinco balas face a trinta. Mesmo a abarrotar de munições, José Sócrates preferiu referir modestamente que tudo vai bem e a Assembleia da República não é o Parque Mayer. (Afirmação de resto, necessária, atendendo aos espectáculos que ali vamos presenciando.) Menezes falou de véspera, com o pretexto de encostar o Governo à parede tentou marcar homem a homem o seu fidelíssimo líder parlamentar. E falhou, claro.
Quem saboreia tais pitéus políticos não pode pedir mais. A menos que seja dragão:).

domingo, novembro 04, 2007

"Os sexólogos" não existem, toda a generalização se afasta da realidade:).

Os sexólogos
Paulo Moura - 20071104
Do outro mundo
Os sexólogos gostam de fazer afirmações categóricas e normativas, o que é, em si mesmo, uma prova da sua irrelevância. Afirmações categóricas e normativas asfixiam qualquer possibilidade de erotismo e lavariam portanto, se fossem levadas a sério, os sexólogos ao desemprego. Erotismo, acho eu, implica dramatização, ilusão, incursões no desconhecido. Quando nos dizem o que o sexo deve ser, já deixou de dever ser assim, porque já não nos apetece fazê-lo, e portanto já não é sexo.Quando um sexólogo determina o que é saudável e o que não é saudável está apenas a definir as fronteiras das novas perversões. Está a dar-nos ideias. Praticar sexo segundo os conselhos de um sexólogo é como compor um poema segundo o manual de escrita criativa. Ou como pôr o Vasco da Gama a descobrir a Índia com um folheto da agência Abreu. Sem aventura não há arte, nem amor, nem erotismo. Neste sentido, é bom que os sexólogos estejam calados, para se poder manter alguma normalidade na actividade sexual.Uma das afirmações categóricas e normativas que os sexólogos adoram fazer é a de que o ciúme é um sentimento doentio. Tem origem na insegurança, dizem eles. Na falta de auto-estima. O ciumento imagina coisas, acredita em hipóteses improváveis. E, de tanto acreditar, essas coisas que imagina acontecem mesmo, vaticinam ainda os sexólogos. Um amante saudável nunca tem ciúmes. Se há indícios de que o parceiro ou parceira o traiu ou vai trair, deve ignorá-los. São decerto fruto da sua imaginação doentia. Há com toda a certeza uma explicação razoável para esses indícios, por mais gritantes que lhe pareçam. É preciso haver confiança. Se a tivermos em doses adequadas, acreditamos sempre no companheiro ou companheira, mesmo que ele ou ela saia de casa à meia-noite com uma carteira de preservativos nos dentes. Sem dúvida que haverá uma explicação para esse comportamento, não vale a pena pensar muito nisso. O que é preciso é ter confiança. Como se a confiança devesse sempre ser dada, e não precisasse de ser conquistada. Como se não fosse um bem escasso. Os franceses são mais prudentes, ao usarem o verbo "fazer" - faire confiance - em vez de "ter". "Fazer" soa mais como um contrato, implica um comportamento mais activo e responsável. Faz-se confiança, como se faz uma aposta. Ganha-se ou perde-se e a culpa não é de mais ninguém senão nossa. O amor pode ser, na verdade, uma roleta russa e portanto o ciúme é um sentimento tão natural como a sua sede de amor. Há quem o tenha por doença, como também há quem sinta febre sem que isso corresponda a nenhuma infecção. Mas é raro. Na esmagadora maioria dos casos, quem tem ciúmes tem boas razões para os ter. De outra forma não se explicaria este mecanismo do ser humano, numa perspectiva evolucionista. Se acreditarmos que a nossa origem está em Adão e Eva, podemos considerar o ciúme um erro da Natureza, ou uma invenção do demónio, uma vez que não havia, à época da nossa criação, ninguém de quem o ter. Mas se quisermos ser científicos temos de olhar o ciúme com respeito. Quem ama teme perder o objecto do seu amor e tem ciúmes se pressentir que isso vai acontecer. E isso realmente acontece todos os dias. Basta ver a percentagem de casamentos que acaba em divórcio. Não, é melhor não ver. As estatísticas também matam o amor. Jornalista


P.S. Aceito que me considerem irrelevante, mas nunca fiz afirmações categóricas e normativas, excepto contra todas as formas de discriminação. Quanto ao ciúme, recordo alguns anos pós-25 de Abril, em que era considerados politicamente incorrecto. Alguns dos que o diziam, torciam mãos e almas no meu consultório... O ciúme decorre, justificado ou não, da insegurança. E essa, julgo eu, faz parte da nossa natureza. Mas talvez esteja a ser normativo:).

sexta-feira, novembro 02, 2007

A quinta do Vale.

Cantelães. Fogo na encosta, calor humano em casa. Amigos estiveram, amigos estão, amigos chegarão. A Quinta do Vale foi sonhada assim - um refúgio de portas escancaradas. A lareira dá os primeiros passos; a mesa agradece a invasão; os sofás acolhem gente que se divide entre a televisão e a sesta. Quando chego à porta da sala, invade-me um sentimento de gratidão, a tribo acompanhou-me na aventura da Cabreira. Talvez seja essa a fronteira - se gostamos, dizemos presente se alguém constrói um refúgio. Se não, aproveitamos o pretexto para nos afastarmos. Estou grato aos primeiros, não guardo rancor aos segundos, a cada um o seu caminho, sem hipocrisias.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Entradas de leão...

Portas já pediu a demissão da ministra
Estudantes voltam a poder chumbar por faltas
Num recuo inesperado o PS vai reabrir a discussão sobre o artigo 22º do Estatuto do Aluno, que previa a realização de uma prova para todos os que ultrapassassem o limite de faltas.
Pedro Chaveca
16:19 Quinta-feira, 1 de Nov de 2007
António Pedro Ferreira
O governo garante que não houve qualquer recuo
Foi apresentado ontem pelo Partido Socialista, durante a reunião da Comissão Parlamentar de Educação, uma proposta de alteração ao já aprovado Estatuto do Aluno e em particular ao artigo 22º que previa a realização de uma prova para todos os alunos do ensino básico e secundário que ultrapassassem o limite de faltas, independentemente de serem justificadas ou não.
Segundo o avançado pela TSF esta mudança deve-se a pressões feitas pelo governo, que a bancada socialista justificou com o facto de haver uma cortina de fumo para confundir a opinião pública.
A nova proposta apresentada ontem e que deve ser votada durante a próxima semana assegurará que os alunos com faltas a mais vão de facto chumbar o ano, caso o conselho pedagógico da escola assim o decida, sem passarem pela muito falada prova de recuperação.
Medidas "correctivas"
As novas medidas a que o PS chamou de "correctivas" sublinham que os alunos do ensino obrigatório vão poder ficar retidos no caso de ultrapassarem o limite de faltas. Para os do secundário a penalização poderá passar pela exclusão da frequência de algumas disciplinas, que em princípio serão aquelas a que o aluno chumbou por faltas.
Este "recuo" como foi qualificado pela oposição trouxe de volta a polémica à Assembleia da República. E da esquerda à direita os ataques à ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não se fizerem esperar. "A ministra veio defender a solução da prova de recuperação como a melhor e, agora, o grupo parlamentar do PS vem pôr em causa aquilo que ela disse. É um claro recuo do PS e uma situação que gera incómodo entre o grupo parlamentar e a ministra", defendeu o deputado comunista António Oliveira.
Uma opinião corroborada por Ana Drago do Bloco de Esquerda que insistiu que apesar da rectificação do artigo 22º continua a existir um grave "erro": "Não há diferença entre faltas justificadas e injustificadas. Por muito que se confie no bom senso da escola [para o qual os socialistas remetem], isso não é compreensível".
O CDS sublinha que houve uma desautorização da governante e aponta o dedo às contradições dos socialistas: "O PS defendeu o fim da retenção e da exclusão, dizendo que a escola teria de ser inclusiva e agora apresenta uma proposta que prevê a retenção e a exclusão do aluno", lembrou José Paulo Carvalho da bancada centrista.
PS garante não ter havido recuo
Paulo portas foi mais longe e pediu a demissão da ministra que acusou de ter "três posições diferentes em três meses" e de fazer "propostas irresponsáveis."
O maior grupo parlamentar da oposição pediu o adiamento da votação e está a ponderar apresentar uma proposta própria. O PSD aponta o dedo aos socialistas que acusa de sacudirem as responsabilidades para "os conselhos pedagógicos das escolas, que terão de estar sistematicamente em reuniões para decidir se há prova de recuperação, se há retenção ou se há exclusão", e avisa as escolas de que esta nova proposta do governo é "um presente envenenado".
Do lado do executivo de José Sócrates respondeu, Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, que assegurou não ter havido qualquer recuo por parte do governo, sublinhando que a essência da proposta se mantém, contou apenas com melhoramentos por parte dos deputados.