segunda-feira, dezembro 31, 2012
Com passas. Uvas, claro:).
Vocês sabem que não acredito em alegria ou mudanças com data marcada, mas acredito na gratidão - obrigado por tudo e um 2013 o melhor possível, gente.
domingo, dezembro 23, 2012
For murconics only. Bom Natal:).
Os Amigos
Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria —
por mais amarga.
Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"
domingo, dezembro 16, 2012
Sorte a dele, se é fitado por um olhar que apaga neblinas:).
Noite
Até de madrugada falámos e bebemos,
não interessa onde nem quais os assuntos.
Sobre as nossas palavras calado o firmamento
e querer desvendá-lo era mais do que um capricho.
Para quê tanta frase desdobrando uma ideia?
Para quê tanta citação tirada dos livros?
Bastava o teu olhar para apagar a neblina
e as nossas intuições profundas de sentido.
Se tal noite calada era noite de nós dois
e o amor, água escura de um saber infinito.
José Mateos.
domingo, dezembro 09, 2012
Toda a gente satisfeita?
Fontes geralmente bem informadas afirmam que a declaração do Dr. Miguel Relvas, segundo a qual não se limitará a votar no Dr. Fernando Seara, mas fará campanha por ele de manhã à noite, foi recebida com indizível entusiasmo pelo Dr. António Costa.
terça-feira, dezembro 04, 2012
Mas o que é isso da maioria dos alemães? A senhora considera-os menos produtivos e ponto final.
Angela Merkel Casamento gay
A chefe do Governo alemão, Angela Merkel, é contra a equiparação fiscal dos casais homossexuais aos heterossexuais casados.
“Pessoalmente, sou defensora da manutenção dos privilégios fiscais para os casados, já que a nossa Constituição estabelece uma protecção especial para eles e para a sua relação com a família”, disse a chanceler numa entrevista publicada ontem pelo Bild am Sontag.
A equiparação fiscal será um dos temas centrais do congresso do partido de Merkel, a União Cristã Democrata (CDU), que começa hoje em Hannover e termina na quarta-feira. Uma ala dissidente vai apresnetar uma moção a favor da equiparação fiscal, mas parte da direcção do partido é contra.
A lei alemã favorece as pessoas casadas que optam por fazer declarações de rendimentos conjuntas. Neste país, os casamentos homossexuais não são legais. Os casais gay podem registar-se no registo civil no regime de união de facto. Porém, este estatuto não lhes dá uma série de direitos de que os heterossexuais casados usufruem: os fiscais, os de hereditariedade e a possibilidade de adopção.
A maioria dos alemães é favorável à instituição da igualdade legal entre as uniões civis e os casamentos heterossexuais. E a maioria dos partidos no Parlamento também. Mas, além de Merkel, um outro partido é contra a equiparação dos benefícios fiscais, a União Social Cristã, parceiro de coligação da CDU no Governo alemão.
A chanceler disse esperar uma “discussão produtiva” sobre o assunto no congresso de Hannover.
quarta-feira, novembro 28, 2012
A saga continua...:(
Novo suicídio devido a ordem de despejo
A vítima, de 59 anos, tinha uma dívida de 4000 euros por falta de pagamento da renda da casa onde morava com a companheira.
O homem suicidou-se esta manhã no pequeno município de Santesteban, a norte de Navarra. De acordo com a Europa Press, citada pelo jornal espanhol ABC, a vítima teria uma dívida de 4000 euros por atrasos no pagamento da renda do local onde residia.
A ordem de despejo, ditada por um juiz de Pamplona, tornava-se efetiva no dia de hoje. A notícia do suicídio foi revelada pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Navarra, Juan Manuel Fernández, que lamentou o suicídio. Esta é já a quarta morte relacionada com ordens de despejo em Espanha.
quinta-feira, novembro 22, 2012
Não acredito que escrevi isto:).
Essa melga faz anos????????????????????????????????????? Ao que eu desci:(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((. PARABÉNS, ANDORINHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quarta-feira, novembro 21, 2012
Num dia qualquer, mesmo sem nevoeiro.
E ele disse,
- Entardecer como o dia.
Olhou o mar e deu um pensamento atrás.
- Com o dia.
Porque as datas no calendário vão dormir pacificadas, na eterna esperança de ver chegar o raio verde e a consoladora certeza de acordarem na manhã seguinte. E adormece na dúvida - será melhor despertar ponto ou despertar morto? Porque há pessoas a sofrer por terem recebido menos do que mereciam, outras choram o futuro de que duvidam e lhes é devido e todas as lágrimas nascem dele.
El-Rei D. Sebastião era uma besta, afundou Portugal e legou-nos frase cruel e egoísta, atrasados embora é nossa obrigação corrigi-la - morrer, sim, obviamente e depressa!
- Entardecer como o dia.
Olhou o mar e deu um pensamento atrás.
- Com o dia.
Porque as datas no calendário vão dormir pacificadas, na eterna esperança de ver chegar o raio verde e a consoladora certeza de acordarem na manhã seguinte. E adormece na dúvida - será melhor despertar ponto ou despertar morto? Porque há pessoas a sofrer por terem recebido menos do que mereciam, outras choram o futuro de que duvidam e lhes é devido e todas as lágrimas nascem dele.
El-Rei D. Sebastião era uma besta, afundou Portugal e legou-nos frase cruel e egoísta, atrasados embora é nossa obrigação corrigi-la - morrer, sim, obviamente e depressa!
segunda-feira, novembro 19, 2012
É longe, no estrangeiro!
É o terceiro caso no
espaço de duas semanas. Um homem de 50 anos, prestes a ser despejado, morreu
hoje depois de se atirar de uma janela do segundo andar da sua casa, no centro
de Córdoba, em Espanha. Não há, por enquanto, uma explicação segura para o que aconteceu.
Segundo o jornal "El
Pais", familiares negam que o despejo estivesse relacionado com dívidas,
justificando-o por querelas na família, enquanto alguns vizinhos dizem que o
homem atravessava uma fase difícil, na sequência do divórcio recente, acumulando
incumprimentos no pagamento das rendas.
O suicídio coincide com a
entrada em vigor, hoje, de um decreto-lei com alterações às regras dos despejos
e que inclui uma moratória de dois anos quando em causa estejam famílias mais
vulneráveis. O Governo espanhol pretendia ir mais longe na reforma, mas não lhe
foi possível pelas pressões de Bruxelas e da banca.
As medidas aplicam-se a
despejos judiciais ou extrajudiciais que, à data de hoje, ainda não tenham
entrado na última fase, a de "lançamento" (como é conhecida em
Espanha) que, normalmente, coincide com o despejo efetivo.
A moratória é
determinada, entre outros critérios, pelos rendimentos das famílias ou pessoas
envolvidas, que se estabelece num máximo mensal de 1597 euros.
Moratória não abrange classe média
Assim, podem beneficiar
famílias numerosas, famílias monoparentais com dois filhos, famílias com menos
de três anos, com pessoas com incapacidade superior a 30% ou em casos de
violência de género. Pode ainda beneficiar da moratória quem esteja
desempregado e já tenha esgotado o prazo para receber subsídio respetivo.
O problema para o Governo
é que os despejos não estão a afetar apenas a classe mais baixa. Na prática,
nenhuma das três pessoas que se suicidaram recentemente poderia beneficiar
desta alteração.
O primeiro suícidio
registado nestes circuntâncias foi no dia 26 de Outubro, um homem de 53 anos,
desempregado há quatro anos, atirou-se da varanda da sua casa em Burjassot. No
dia passado dia 13, em Amaya Egaña, uma ex-vereadora socialista de 53 anos, que
se atirou também da varanda, quando que ía ser despejada.
Centenas de milhares de
processos de despejo foram iniciados nos últimos anos em Espanha, o que tem
provocado alarme social e motivado a criação de vários movimentos de cidadãos
pedindo mudanças.
Em todas as cidades
espanholas há atualmente equipas de advogados e voluntários que apoiam famílias
alvo de despejo, organizando-se protestos nas casas que são alvo desta ação
para tentar evitar que as pessoas sejam obrigadas a abandonar a sua casa.
Expresso.
Reduzir a vulnerabilidade
a variáveis económicas ou tipologias familiares nunca permitirá aflorar o
processo na sua verdadeira dimensão. Perder a casa, o mais das vezes, provoca
uma ferida narcísica profunda, que mesmo a existência de alternativas a curto e
médio prazo não cicatriza. Sobretudo nos mais velhos? É verdade. Trata-se do
desmoronar do que de mais básico os seus projectos de vida implicaram, de uma
ameaça real e simbólica ao estatuto de protectores dos descendentes, de uma
perda com razão entendida como talvez definitiva. Mas em faixas etárias mais
jovens assisto à ambivalência perante
regressos a casa de pais e até avós, que se traduz numa “gratidão
revoltada”, muito difícil de (di)gerir por todos os envolvidos. Em termos
psicológicos, a nossa casa – e não escrevo lar para não colorir de ainda mais
negro a moldura… - representa uma verdadeira segunda pele. Perdê-la não se
compara, por isso, a um simples (?) adeus ao sobretudo numa noite fria de
Inverno, provoca o aparecimento da carne viva.
O senhor Ministro da
Defesa falou da necessidade de possuir nervos de aço para defender o interesse
nacional. Acredito. (Se calhar temperado por uma ou outra benzodiazepina!).
Durante a visita da senhora Merkel atacou-me a fantasia de que também ajudam colunas
vertebrais de plasticina… Mas no que ao interesse das pessoas diz respeito,
partindo do princípio que ainda fazem parte do nacional, seria bom que o aço
não invadisse os corações.
Porque também há janelas
em Portugal.
terça-feira, novembro 13, 2012
À consideração do Plenário.
Um pássaro primaveril escolheu o Outono para desafio invernoso:). Seja! Que tal uma renião murcónica para celebrar o início de 2013, o ano que nos prometeram sem recessão?
quinta-feira, novembro 01, 2012
Todos os dias recordo os amigos que partiram, mas não seria delicado menosprezar o apelo do calendário. O encanto melancólico desta canção tocou-me na adolescência, quando a morte não passava de uma “inevitabilidade teórica” para um garoto ainda sem lutos para aliviar. Devo dizer que não subscrevo o último verso, recuso que apenas me sobrem memórias. O presente e – espero eu… - algum futuro continuam a despertar em mim um fascínio intrigado, embora não os procure esventrar como aos relógios da minha infância; apenas saboreá-los. (Talvez também porque porque os relógios não costumavam sobreviver ao meu esmiuçar…). Mas vivo emoldurado por recordações. Longe de me travarem os passos, servem-lhes de bengala, Norte e agasalho. Como seria de esperar, as sombras nítidas dos velhos amigos recusariam, polidas, a doce gentileza da Wendy que Peter Pan amou. Porque me estão por baixo da pele, como reza a canção. Em verdade vos digo – melhor cosidas só se fosse ao coração.
sexta-feira, outubro 26, 2012
Benfica.
Graças a Deus e ao calendário acabou a campanha eleitoral do
Benfica. Ganhou quem, na minha opinião, devia ganhar. Mas o nível foi tão baixo…L. Tivemos direito a insultos, ameaças
de tribunal, promessas de campeonatos, recusas de debates e verdadeiros atentados
à nossa inteligência. Nem faltou o petardo da (des)ordem… A grandeza do clube merece mais. Espero que a
equipa de futebol se exiba a melhor nível em Barcelos ou terei outra insónia à
minha esperaJ.
terça-feira, outubro 23, 2012
Noite europeia.
Braga é uma cidade especial para mim. Fiz lá a tropa,
atarefadíssimo entre fingir que examinava de forma competente dezenas de
mancebos e o bacalhau e os rojões do InácioJ. Nos últimos catorze anos dirigi
Adaúfe, a cada Janeiro afiançando que me venho embora, para depois recuar pelo
carinho dedicado à minha gente. Imagino que neste momento muitos bracarenses
embalem a tristeza pela derrota sofrida em Manchester. Eu sei – perder é
perder, zero pontos são zero pontos. Mas há derrotas e derrotas. Eles têm o
direito – e mesmo o dever! - de temperar com orgulho a sua tristeza. Eu,
apaixonado benfiquista, admito que engulo a minha com enorme azia – está polvilhada
de vergonha e desencanto. Mas não de surpresa…
quinta-feira, outubro 18, 2012
No more.
Depois dos resultados eleitorais do PP nos Açores, fiquei
ainda mais curioso acerca da tomada de posição de Paulo Portas sobre o
Orçamento. Estamos a falar de um homem muito inteligente. (E educadíssimo!, a
única vez que nos encontrámos esperou pacientemente que eu mirasse, remirasse e namorasse umas garrafas de bom
vinho, sem perceber que tornava impossível a passagem para os lavabos do
estabelecimento. Ainda coro quando me lembro do seu amável e sorridente “não
tem importância”, nunca estive tão perto de me mudar com armas, bagagens e vergonha para o Centro DireitaJ))))). Estamos a falar do decano dos
líderes partidários nacionais, de um homem com extraordinária capacidade de
trabalho – outros em férias e ele em feiras… - e para aí umas sete vezes sete
vidas políticas! E um talento extraordinário para passar entre os pingos da
chuva… Tenho assistido, com deliciada deformação profissional, ao seu
extraordinário número de trapézio – ser Governo e Oposição ao mesmo tempo. Mas no more. O singelo comunicado - que viu
a luz do dia pela calada da noite… - é uma rendição sem condições, embora se
adivinhe a aprovação de uma ou outra medida avulsa para reivindicar no próximo
acto eleitoral. Manda a justiça reconhecer que o desafio era impossível. Porque
não chove em Portugal – quase escrevia Santiago, coisas da memória… -, é um
dilúvio que se abate sobre o País. Paulo Portas sabe que ficará politicamente
encharcado. Menos mal, há por aí muito português que o está literalmente e até
ao osso…
terça-feira, outubro 16, 2012
Título para quê?
O primeiro "obrigado" tecnológico é para vocês. Obviamente... Por anos de ternura, ralhetes, amuos e vida em geral:)))))))). O Murcon é hoje uma tertúlia que não depende de mim, impossível render-vos maior homenagem, sabem como prezo tudo o que cheira a tribo!
segunda-feira, outubro 15, 2012
Maria,
Desculpa mail trôpego, à hora de jantar e ainda por cima
solicitando resposta célere. Acontece que acabo de ouvir o Senhor Ministro das
Finanças, bem menos exuberante do que antigamente a agradecer perguntas… Mas o problema não é esse ou o preço elevado para a Nação do seu trajecto
educativo, receio que nos saia muuuuito mais cara a tentativa de nos ressarcir
do esforço pela sua actividade governamental! (Tão frenética que não lhe deixou
tempo para ler – e portanto comentar… - a mensagem facebookiana do Presidente
da República.) Se bem percebi, o 2013 de esperança e acalmia do Dr. Passos
Coelho fica para outro ano.
Outro ano tencionava eu esperar para fazer pergunta
angustiante, minha querida. Assim…, tens umas míseras três horas para responder. O tempo é curto? Eu sei, mas pôe-te
no meu lugar – dizes “não” e até à
meia-noite vou ser obrigado a parar relógios de pulso, parede, sol e tutti
quanti, sob pena de a décima segunda badalada matar a esperança do amor. E isso
nunca. Enfrentarei os minutos, palavras dolorosamente derrotadas da Pasionaria
em riste – no pasarán! Como não passa, embora me tenha derrotado há muito, esta
paixão por ti.
Maria, will
you still need me, will you still feed me, when I’m sixty-three?
segunda-feira, outubro 08, 2012
Mestre e amigo.
Partiu Nuno Grande.
Lembro ralhetes carinhosos pelos corredores do ICBAS - "você nunca me fez a vontade...". Com efeito, amei o Ensino em abstracto e os alunos em particular, mas a Cátedra não me atraiu. Ele teve caminho atribulado a caminho da sua, vejo-o a preparar uma Lição - e nunca a palavra se justificou tanto... - em casa de meus Pais, sem me aperceber do que o seu brilho faria das notas breves, tomadas em amena cavaqueira. E o Anfiteatro rendeu-lhe a primeira homenagem ouvindo-o num silêncio religioso, para depois rebentar numa salva de palmas entusiástica, quem decretou a Medicina alheia à Cultura? A política universitária é conservadora, todos sabíamos que não ficaria à frente de outro distinto professor, Pinto Machado, a quem devo amizade e paciência evangélica no exame de Anatomia, até o cadáver tinha os nervos em franja..., perante o triste espectáculo dos meus:). Portanto, no que ao mérito relativo dizia respeito, estávamos conversados. Mas, para enorme surpresa indignada, houve votos contra em mérito absoluto. Cheguei a casa e explodi à mesa, o meu querido Velho sorriu com amargura e disparou - "aquele aplauso não ajudou nada...". Ah, as delícias do voto secreto, permite abraçar o candidato que há minutos, com mesquinhez, se maltratou! Momentos e gente houve que, a posteriori, me fazem abastardar o título do programa dos Gatos - "Dizem que é uma espécie de Universidade:(."
Professor Nuno - dê um abraço ao Pai e guarde outro para si. Apertado e grato...
Lembro ralhetes carinhosos pelos corredores do ICBAS - "você nunca me fez a vontade...". Com efeito, amei o Ensino em abstracto e os alunos em particular, mas a Cátedra não me atraiu. Ele teve caminho atribulado a caminho da sua, vejo-o a preparar uma Lição - e nunca a palavra se justificou tanto... - em casa de meus Pais, sem me aperceber do que o seu brilho faria das notas breves, tomadas em amena cavaqueira. E o Anfiteatro rendeu-lhe a primeira homenagem ouvindo-o num silêncio religioso, para depois rebentar numa salva de palmas entusiástica, quem decretou a Medicina alheia à Cultura? A política universitária é conservadora, todos sabíamos que não ficaria à frente de outro distinto professor, Pinto Machado, a quem devo amizade e paciência evangélica no exame de Anatomia, até o cadáver tinha os nervos em franja..., perante o triste espectáculo dos meus:). Portanto, no que ao mérito relativo dizia respeito, estávamos conversados. Mas, para enorme surpresa indignada, houve votos contra em mérito absoluto. Cheguei a casa e explodi à mesa, o meu querido Velho sorriu com amargura e disparou - "aquele aplauso não ajudou nada...". Ah, as delícias do voto secreto, permite abraçar o candidato que há minutos, com mesquinhez, se maltratou! Momentos e gente houve que, a posteriori, me fazem abastardar o título do programa dos Gatos - "Dizem que é uma espécie de Universidade:(."
Professor Nuno - dê um abraço ao Pai e guarde outro para si. Apertado e grato...
quinta-feira, outubro 04, 2012
5 de Outubro.
Maezinha,
Mais um aniversário sem ti. O tempo não cura nada, até a bailarina da caixa de música roda mais devagar e sorumbática. A árvore no jardim cresce, magnífica, mas parece perguntar-me quando me junto a ti e ao Pai. Não estou deprimido; amo a vida; aceito o meu dever como patriarca da tribo. Mas tenho saudades vossas. E procuro-te entre as mulheres! Se te encontrasse o reflexo numa delas, bastaria uma só palavra e a minha alma seria salva. E o Pai diria, sorrindo, maroto - vá em paz e que a Senhora o acompanhe. Não per omnia, etc...!, só até me juntar a vocês em Cantelães.
Mais um aniversário sem ti. O tempo não cura nada, até a bailarina da caixa de música roda mais devagar e sorumbática. A árvore no jardim cresce, magnífica, mas parece perguntar-me quando me junto a ti e ao Pai. Não estou deprimido; amo a vida; aceito o meu dever como patriarca da tribo. Mas tenho saudades vossas. E procuro-te entre as mulheres! Se te encontrasse o reflexo numa delas, bastaria uma só palavra e a minha alma seria salva. E o Pai diria, sorrindo, maroto - vá em paz e que a Senhora o acompanhe. Não per omnia, etc...!, só até me juntar a vocês em Cantelães.
sábado, setembro 29, 2012
Triste polémica:(.
COMUNICADO
DO CNE da ORDEM DOS MÉDICOS
O perverso parecer do 64/CNECV/2012CNECV
sobre racionamento em Saúde, encomendado pelo Ministério da Saúde, não contou
com a participação e audição da Ordem dos Médicos.
A Ordem dos Médicos verifica que todo o
parecer é uma tendenciosa construção que visa tentar justificar eticamente o
racionamento em Saúde, sem limites definidos, o que é uma inultrapassável
contradição ética.
Neste perigoso e desumano parecer é sempre deliberadamente
utilizada a palavra racionamento e UMA ÚNICA VEZ a palavra racionalização. O
que significa que os subscritores sabem bem a diferença entre racionamento e
racionalização e optaram conscientemente pela palavra racionamento.
Este parecer deixa para os “órgãos
governativos” a resolução “justa e legítima” do “desacordo moral”!!!... E a
fase de decisão política, a última, é assegurada por responsáveis do Ministério
que… “tomarão a decisão final.”…. Ou seja, os doentes ficariam submetidos à
arbitrariedade economicista de qualquer Ministro da Saúde.
O texto introduz insidiosamente “a avaliação
da permissibilidade de racionamento por idade”… Será que vamos assistir à
exclusão dos mais idosos?!
O parecer fala em medicamentos de duvidosa
eficácia, contrariando todas as regras em vigor para a aprovação científica e
fármaco-económica de medicamentos, colocando em causa o próprio Infarmed e a
Agência Europeia do Medicamento. Com que objetivos?!
O parecer sujeita as Normas de Orientação
Clínica, elaboradas pela Direcção Geral da Saúde e pela Ordem dos Médicos, às
decisões arbitrárias e prepotentes das “administrações hospitalares” que
passariam a poder alterá-las, o que é inconcebível e incompreensível!
Finalmente, sublinhe-se como o cumprimento do
Código Deontológico da Ordem dos Médicos já baliza todos os procedimentos e
comportamentos do Médico em situações limite, pelo que tornaria absolutamente
desnecessário este parecer se ele fosse inofensivo…
A Ordem dos Médicos nunca aceitará o conceito
de “racionamento ético” nem que os doentes mais desprotegidos sejam obrigados a
pagar a crise, quiçá com a própria vida.
Assumindo por inteiro a frontal rejeição do
parecer e por considerar que este fere o Código Deontológico da Ordem dos
Médicos e valores éticos intemporais, o Conselho Nacional Executivo decidiu
solicitar a abertura de um processo de averiguação aos Médicos que assinaram o
parecer do CNECV.
CNE, Lisboa, 28 de Setembro
de 2012
Venho acompanhando a
polémica, tristemente surpreendido. Ouvi as explicações do Miguel Oliveira e Silva,
companheiro de muitas lutas. E se quanto às intenções nada me permite duvidar,
sobre a forma não modificarei a minha opinião – é infelicíssima. Porque, por mais
voltas que lhe demos, a palavra “racionamento” está envenenada, como há meses a Dra. Manuela Ferreira Leite sentiu na
pele, e a – justificadíssima! - racionalização prima pela (quase) ausência;
pela mistura de patologias, com diferentes consequências, prognósticos e
imaginários; pelo exemplo dos “dois meses de vida”, que ouvi várias vezes e é
humana e cientificamente inaceitável; pelo odor – e sou generoso… - a aceitação
de discriminação dos mais idosos e desfavorecidos; pela rendição a decisores
externos à relação médico-doente, em geral mais sensíveis a outros argumentos
que não os resultantes do processo de decisão partilhada, característica do
acto médico entre dois Sujeitos plenos, um especialista em Doença, outro na “sua”
doença; por último, pelo alarme social que produziu, ao longo da A1 escutei a
angústia escandalizada de muitos portugueses, doentes, cuidadores, simples ouvintes. Como técnicos,
precisamos recordar que as pessoas vivem de acordo com a realidade como a
percepcionam e não como ela é(?). E por isso repito – estou disponível para ser
convencido de eventual excessiva severidade quanto à substância, embora a
tarefa se me afigure hercúlea. Mas não cedo quanto à forma – no mínimo,
considero-a leviana. No mínimo…
terça-feira, setembro 25, 2012
Volta Bush, estás perdoado:).
Romney indignado porque janelas dos
aviões não abrem
por Ana Meireles
Mitt Romney mostrou este fim de
semana o pouco que percebe de aeronáutica, quando deu largas à sua indignação
pelo facto de as janelas dos aviões não abrirem em caso de emergência. Tudo por
causa de um incêndio a bordo da aeronave que transportava a sua mulher e que
teve de aterrar de emergência.
"Fiquei contente por ela estar no solo, a salvo.
Acho que ela não sabe como ficámos preocupados. Quando há um incêndio num avião
não existe nenhum outro lugar para onde ir", declarou o candidato
republicano à presidência dos Estados Unidos.
Para Mitt Romney o maior problema num avião numa
situação de emergência deve-se ao facto de as janelas não abrirem. "Eu não
sei porque é que elas não abrem. É um problema real e muito perigoso",
disse.
"Não se consegue ir buscar oxigénio ao exterior
porque as janelas não abrem", acrescentou Romney ao Times, sugerindo que
se houvesse mais oxigénio na cabine o problema do incêndio no avião da mulher
teria sido menor.
DN.
segunda-feira, setembro 24, 2012
domingo, setembro 16, 2012
quarta-feira, setembro 12, 2012
Até aos poetas...
Os amantes sem dinheiro
Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro.
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto
que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro.
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto
que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Eugénio de Andrade.
Maria,
Os poetas, esses
magníficos e preciosos loucos, estão inocentes. Afinal, encontram palavras que
comovem espelhos e os fazem reflectir sonhos antigos e não a realidade pura e
dura. Nos dois últimos anos, fizeram-me uma pergunta vezes sem conta – pode a crise
enferrujar o amor? (Antes também, claro, o pesadelo do fim do mês já atormentava
as noites de muita gente quando a Bolsa ainda parecia a árvore das patacas!).
Não basta citar Neil Young e dizer que a ferrugem nunca dorme, querida, explico
a pessoas assustadas e surpreendidas que “pão, amor e uma cabana” é frase de
quem nunca fitou mãos calejadas ou revirou bolsos em busca de uma derradeira
moeda.
O amor pode
resistir a tudo, mas não indemne ou mesmo escarninho. Se me pedisses frase popular que descreva as
histórias ouvidas, dar-te-ia o velho “em
casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. As pessoas sofrem,
aguentam, receiam e o amor não vive em neurónios à prova de angústia. De
acordo, muitas vezes as agruras da vida juntam mais o casal. De acordo, uma
relação que já exibia – ou escondia… - fissuras é mais frágil. Mas negar a
influência do torno cruel que espreme o quotidiano das gentes sobre os afectos
seria ingénuo.
A visão do amor
como algo de etéreo, imune às rasteiras do mundo, pertence ao discurso de uma
minoria social privilegiada. (E digo discurso porque a vejo também na prática
tropeçar, a conta no banco nada pode contra determinadas catástrofes bem pouco
naturais. Mas se o dinheiro não dá felicidade, pelo menos evita preocupações
básicas…). Sim, a crise facilita que a ferrugem namore muitos amores. E as
pessoas murmuram que dói. É verdade. De uma forma ou de outra, mais dia menos
dia, com crise ou sem ela, acontece a todos.
Até aos poetas!
terça-feira, setembro 11, 2012
Vocês não lhes dão valor...:(
Governo cria
linguagem para justificar medidas de austeridade
Em quatro folhas A4, constam os ensinamentos dirigidos aos
gabinetes ministeriais. São normas para responder às perguntas, da
imprensa sobretudo, sobre as medidas de austeridade anunciadas.
Ana Sofia Santos (www.expresso.pt)
13:40 Segunda feira, 10 de setembro de 2012
|
(clique na imagem para
ver o documento em formato PDF)
|
O documento, que ensina os ministérios a justificarem medidas de
austeridade, foi enviado logo na sexta-feira, dia do anúncio pelo primeiro-ministro,
e dá instruções aos assessores de como lidar com a pergunta "é um novo
aumento de impostos?".
A encabeçar a lista de argumentos que os ministérios devem reproduzir para
justificar as mexidas na Taxa Social Única, o Governo privilegia "o
combate" ao desemprego. Fruto da melhoria das condições de tesouraria das
empresas.
Além disso, os responsáveis pelo 'passa a palavra' devem também salientar o
facto do aumento da TSU para os trabalhadores "reequilibra as contas para
a Segurança Social, preservando o futuro, pensões, reformas, acesso aos mais
desprotegidos da sociedade, e reforço de verbas para o desemprego".
Apesar de não apresentar contas sobre o verdadeiro impacto das medidas, o
Governo mostra trabalho de casa ao comparar vários países no que toca às
contribuições para a segurança social por parte dos patrões.
"As empresas deixam de ter a seu cargo a maior fatia das contribuições
da segurança social", à semelhança do que se passa na Alemanha.
Se a questão incidir sobre a "insensibilidade social" das
medidas, deve ser dito que "os trabalhadores do sector privado e do sector
publico de menores rendimentos serão protegidos por um crédito fiscal em sede
de IRS, por intermédio do qual terão ou uma redução do imposto a pagar, ou uma
devolução maior" e que "os parceiros sociais terão um contributo
muito importante a dar na definição do esquema mais adequado".
E há a instrução para recusar a medida como um novo aumento de impostos. O
que deve ser dito é que "as contribuições dos trabalhadores sobem, mas as
contribuições das empresas descem. Como um todo, a economia não fica mais
sobrecarregada com impostos/contribuições. Isso é que é importante
salvaguardar".
Expresso
online.
Alguns de vocês, línguas viperinas e preconceituosas, dirão que se trata
de uma espécie de catecismo. Nada mais falso! A isto chama-se homogeneização do
discurso para facilitar a sua compreensão pelas massas menos esclarecidas. De
resto, fontes geralmente bem informadas, revelaram-me que o esforço dos membros
do Governo para trabalharem em conjunto de modo afinado não se fica por aqui.
Até em Conselho de Ministros ensaiam para empolgar a Nação. Querem ver?
quinta-feira, setembro 06, 2012
terça-feira, setembro 04, 2012
Os "diferentes".
Uma palavra - atrasada... - de admiração para os nossos atletas e os Jogos Paralímpicos em geral, que, segundo leio, se têm revestido de um brilho inusitado. Um psi sabe melhor do que ninguém que é impossível prever a reacção das gentes perante a adversidade, mas sempre tive uma fantasia deprimente a meu respeito, vejo-me entregue à auto-piedade e ao isolamento. Também por isso lhes rendo a minha homenagem. Com ou sem medalhas...
sábado, setembro 01, 2012
sexta-feira, agosto 31, 2012
Nas vossas costas:).
Maria,
Escrevo-te no Facebook para eles não saberem e não me acusarem de pieguice. Eles quem???? Mas eu disse-te, valham-me Deus e o Diabo – fui jantar com os murcónicos! Uns vieram, outros telefonaram, houve quem mandasse sms e mails. Sete anos é muito tempo, querida. Bem sei que hoje em dia sou um pretexto para a amizade que os une, mas por que não deveria o grão de areia ficar orgulhoso da péro...
Escrevo-te no Facebook para eles não saberem e não me acusarem de pieguice. Eles quem???? Mas eu disse-te, valham-me Deus e o Diabo – fui jantar com os murcónicos! Uns vieram, outros telefonaram, houve quem mandasse sms e mails. Sete anos é muito tempo, querida. Bem sei que hoje em dia sou um pretexto para a amizade que os une, mas por que não deveria o grão de areia ficar orgulhoso da péro...
la que o abraça? É gente minha. Mesmo os que partiram amuados, desiludidos, furiosos; todos. A esta hora invadem a noite portuense, imagino-lhes as gargalhadas, os braços pelas costas, o “até para o ano em Lisboa”. Não pedem nada, não devem nada, ofereceram-me a sua lealdade. Que lhes posso dar em troca? Tens razão, como sempre, vou procurar no Youtube, já não me lembro de ouvir essa canção. Dorme bem, menininha, não imaginas o gozo que me daria relembrar a noite nos teus braços.
Antes de…
Antes de…
quarta-feira, agosto 29, 2012
Na Castanheira.
Amanhã há jantar do Murcon. Nem sequer sei quantos somos, não importa. Passaram sete anos e ainda nos reunimos. O resto é silêncio, escreveu alguém:).
domingo, agosto 26, 2012
sábado, agosto 25, 2012
O maná segundo Borges:).
Depois de laboriosa leitura de
alguns textos que se debruçam sobre a hipótese favorita do Dr. António Borges
para a privatização/concessão da RTP, rendi-me à evidência – o negócio é da
China, mesmo que o grupo vencedor não seja o da EDP. O Estado paga, nós pagamos
e algum privado enche os bolsos. Sei que tudo estará decidido a curto prazo,
mas não iríamos a tempo de criar uma empresa com uns milhares de desempregados
e entregar-lhes tal árvore das patacas? Melhoravam as estatísticas e, como já
tinham passado pela experiência, talvez não falassem com tanta ligeireza dos
despedimentos que aí vêm e dos espectadores da 2 como membros de uma tribo
exótica e caprichosa em vias de extinção… Vá lá, não sejam preconceituosos – os
números da execução orçamental, os empates dos vossos clubes na semana passada,
agora este golpe de génio, já tinham presenciado uma tal chuva de boas notícias
em plena silly season?
domingo, agosto 19, 2012
Nós os três.
Da árvore de meus Pais chega queixa silenciosa; apelo envergonhado; promessa de paz interior. Pouco importa se alucino, vejo a partida como traição:(.
quarta-feira, agosto 15, 2012
Nas mãos do anticiclone dos Açores:).
Maria,
Por fim uma réstia de sol! Os
magos da meteorologia, definitivos – amanhã chega o Verão. E eu olho os miúdos
e desejo-lhes piscina, digestões optimistas para regressarem ao banho, peles
roxas, “com frio, eu? Ná…”. É confrangedor vê-los pela casa, debicando livros,
hipnotizados por desenhos animados estridentes,
de pata dada com cães tão enfastiados como eles. E a pergunta, plangente
– “Avô Júlio, quando…?”. Não sei; não posso; não consigo. E se admiti-lo nunca
me causou engulhos profissionais – já sei, nem sempre é resposta amiga de quem
nos ama… -, ver-me impotente perante a frustração dos miúdos é um tormento. Olham-nos
de baixo e esperam o milagre, a omnipotência, o estalar dos dedos que pinta de
azul o céu. E o patriarca, em dia santo, rende-se, humilde, à prece; recorre,
em fúria, à imprecação; joga, esperançoso, na roleta do acaso.
Tudo por sorriso aberto nas
caritas deles. Que emoldure a recordação do teu…
segunda-feira, agosto 13, 2012
Ámen.
Se por acaso morrer durante o sono
Não quero que te preocupes inutilmente.
Será apenas uma noite sucedendo-se
a outra noite interminavelmente.
Se a doença me tolher na cama
e a morte aí me for buscar,
beija Amor, com a força
de quem ama,
estes olhos cansados,
no último instante.
Se, pela triste monotonia do entardecer,
me encontrarem estendido e morto,
quero que me venhas ver
e tocar o frio e sangue do corpo.
Se, pelo contrário, morrer na guerra
e ficar perdido no
gelo de qualquer Coreia,
quero que saibas, Amor, quero que saibas,
pelo cérebro rebentado, pela seca veia,
pela pólvora e pelas balas entranhadas
na dura carne gelada,
que morri sim, que me não repito,
mas que ecoo inteiro na força do meu grito.
Rui Knopfli.
domingo, agosto 12, 2012
E no entanto, olhando em volta, receio que nos venhamos tornando em pessoas e cidadãos cada vez mais adiados:(.
(Não posso adiar o
amor para outro século)
Não posso adiar o amor para outro
século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na
garganta
Ainda que o ódio estale e crepite
e arda
Sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos
sobre as costas
e a aurora indensa demore
não posso adiar para outro século
a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa.
quinta-feira, agosto 09, 2012
Nascidos para...
Maria,
Pois tu estavas lá? Eu sei que és
portuguesa, mulher!, mas podias ter escolhido a vela ou o hipismo. Ah, o sexto
sentido feminino… Sei. O que te fazia olhar-me e decretar “estás preocupado”,
pese embora negativas e riso (amarelo) que colocava entre mim e a sistemática
confissão. Já no teu colo, tu ouvias; esses dedos longos em passeio pelos meus
cabelos, a ética inegociável, “faz o que tens a fazer”.
Tu estavas lá. E viste o triunfo
dos miúdos, a um sexagenário é permitido tratá-los assimJ. Que bom! Sabes, ao ouvir um
deles referir-se à família da canoagem – eu sei, fiz figura de parvo no
facebook ao chamar-lhe remo… - lembrei-me de Anselmo Braamcamp. Eu chegava das
aulas, fazia os deveres (TPC?) e com alívio guloso dava conhecimento do facto a
minha santa Mãe, que pronunciava as palavras mágicas – “vai para a rua brincar”.
A rua, Maria… A rua e os amigos
do peito que habitavam as “ilhas” tão portuenses, o Migalha, o Gabriel, o
Orlando, o Neca, o filho do barbeiro e por aí fora. Na casa de todos fui
recebido e ensinado, porque o dinheiro era escasso mas a solidariedade muita,
havia beijos e pão para o filho da Clarinha. E o ténis de mesa no Mocidade Invicta. Às
vezes equipava-mo-nos na própria sala de
jogo, o treinador segurava uma espécie de cortinado para salvaguardar senhoras risonhas daquela nudez adolescente e
tímida, éramos nós a ficar vermelhos, perdão!, nesse tempo dizia-se encarnado,
para não alimentar as paranóias do Messias de Santa Comba. Quando ganhámos o
campeonato regional o Presidente fez um discurso inflamado e deu um pacote de
bolachas e uma cerveja a todos os elementos da equipa. Eu tinha catorze anos,
foi o mais próximo que estive de um shot na adolescência, sobre a Faculdade e
as patuscadas é melhor não falar, mesmo a posteriori tu franzias o sobrolho.
Também ali se poderia falar de
família. Sabes como adoro futebol e a paixão desesperada – mas não cega e
surda… - que nutro pelo Benfica. Mas há tantas nuvens em tudo aquilo! Dinheiro
e dívidas a mais (supremo paradoxo), endeusamentos ridículos, negócios
duvidosos, violência física pronta a saltar, verbal sete dias por semana, parece que o relvado se tornou ilha minúscula
em gigantesco arquipélago de interesses. Não, não creio que se possa falar da
família do futebol, a não ser para decidir a que terapeuta a enviar para
loooongo tratamento de prognóstico reservadoL.
Por isso, ao ver a alegria
esfusiante dos miúdos, fantasiei-lhe uma dimensão selvagem de revolta, o que
poderiam fazer, eles e outros, com uma parcela modesta do investimento
reservado ao futebol? Sim, outros. O rapazinho que ficou em nono no triatlo, a
rapariga que caiu e recusou desculpas e lamúrias, ergueu-se e partiu para
qualificação e record, as meninas da maratona, os velejadores. Por que razão é
tão grande a assimetria de meios? São filhos de um deus menor? (Lembras-te do
filme e daquela cena, tu riste da minha interpretação, disseste “connosco não foi assim” e eu…
Adiante!).
A verdade é que, apesar de todas
as dificuldades, fazem as coisas acontecer. Rasteira? A que te referes, menina?
Ah, nem notei… Pronto, é verdade, quis verificar se ainda te lembravas de verso
e canção que te ensinei. Compraste o disco em Londres… E isso é bom ou mau? Foi
em nossa honra ou para mostrares a ti mesma que já não precisas do meu
emprestado?
O teu silêncio. A minha estante.
O disco. Nascemos para quê?
terça-feira, agosto 07, 2012
segunda-feira, agosto 06, 2012
A propósito de Ryan Adams.
Maria,
Esse feitiozinho… Ralhas-me por
te ralhar quando o não fiz. Hesito entre fúria e auto-piedade, eis que a esperança abandona
famosa e grega caixa, “funcionará em espelho e eco?”. Pelo sim pelo não, envio
a sms – “desejo-te”. Desligo o telemóvel, assustado, melhor deixar para amanhã
o que posso penar hoje. E meto uma cunha aos deuses no facebookJ.
domingo, agosto 05, 2012
Este país não é para velhos. E para os outros...
Mais de 40 mil idosos da Grande Lisboa deixaram de comprar o
passe terceira idade no primeiro semestre deste ano, , quando deixaram de
usufruir de desconto, segundo dados enviados à Agência Lusa pela Carris.
De acordo com a empresa, no primeiro semestre do ano passado,
242.717 pessoas compraram o passe Navegante Urbano 3ª idade (Carris, Metro e CP
na zona urbana), um número que nos primeiros seis meses deste ano desceu para
200.876, correspondendo a uma redução de mais de 17 por cento.
Além dos vários aumentos de preços que os tarifários sofreram no
último ano, em fevereiro o Governo decidiu diminuir o desconto que os idosos
beneficiavam na compra do passe social, que passou dos 50 para os 25 por cento.
Além dos idosos, também os restantes utentes estão a reduzir a
utilização dos transportes públicos, tendo a Carris perdido mais de 26 milhões
de passageiros no primeiro semestre deste ano, comparativamente com o mesmo
período de 2011.
Segundo dados da empresa, no ano passado foram registados
125.422.560 passageiros, enquanto este ano esse número caiu para 99.370.330 (-
20,8 por cento).
Por seu lado, o Metropolitano de Lisboa registou uma redução de
11.500 milhões de passageiros, tendo passado dos 92.174.086 registados nos
primeiros seis meses de 2011 para os 80.662.283 registados este ano.
Na Transtejo, a queda foi menos acentuada: menos 1.630.799
passageiros.
A empresa teve no primeiro semestre do ano passado 14.082.619
passageiros, número que caiu para os 12.451.820 este ano.
À Lusa, fonte da Carris atribui a “acentuada quebra de
passageiros” à “recessão” e ao “aumento do desemprego, que se verificam em
Portugal”, frisando que também há uma “diminuição do transporte particular”.
Porque o Murcon será sempre o arquivo oficial:).
Maria,
A conselho médico sou o nada
entusiasta dono de uma cadeira. Se não for heresia chamar-lhe assim!, não imaginas a
complexidade do monstro, são tantas as variantes de posição que receio enjoo de
mar revolto invadindo a paz de Cantelães. Fui ensinado a manter as costas
direitas pelos amantes que repousam no jardim, aparentemente esqueci-me de o fazer em sentido
literal, há um preço a pagar. Seria desprezível comparar os meus achaques a
tanto sofrimento que por aí vai, mas são óbvios sinais de declínio e o primeiro
pensamento vai para ti, apelo mudo que
mira a porta de soslaio, numa esperança de milagre. O primeiro… Porque depois
chega o alívio, triste mas alívio. Conheço-te – amar-me-ias no matter what, como por essa olímpica
Londres se diz. Conheces-me – se o futuro trouxer o castigo de sobreviver a mim
próprio, que o mundo inteiro se aperceba. Tu não, minha querida; tu não.
Só o negam os olhos, que não
conseguem levantar voo da porta…
sexta-feira, agosto 03, 2012
Com ou sem razão... Dúvida excruciante do Tribunal:).
A partir de agora é crime na Itália dizer a um homem
que este "não tem testículos". A norma foi aplicada judicialmente no
mais importante tribunal italiano.
A decisão vem pôr fim a uma disputa entre um advogado
e um primo seu, juiz de paz, que o insultou em pleno tribunal, dizendo que este
"não tinha testículos".
"Fora a vulgaridade dos termos utilizados, a
expressão é injuriosa", diz a sentença, que acrescenta que o insulto não
só "insinua uma falta de virilidade do destinatário, como uma fraqueza de
caráter, uma falta de determinação, de competência e de coerência, virtudes
que, com ou sem razão, são identificadas como pertencentes ao género masculino".
O tribunal ainda não decidiu qual será o montante da
multa a aplicar.
quarta-feira, agosto 01, 2012
Um delicioso poeta burilando a prosa:).
Coisas sólidas e verdadeiras.
O leitor que, à semelhança do de O'Neill, me pede
a crónica que já traz engatilhada perdoar-me-á que, por uma vez, me deite no
divã: estou farto de política! Eu sei que tudo é política, que, como diz
Szymborska, "mesmo caminhando contra o vento/ dás passos políticos/ sobre
solo político". Mas estou farto de Passos Coelho, de Seguro, de Portas, de
todos eles, da 'troika', do défice, da crise, de editoriais, de analistas!
Por isso, decidi hoje falar de algo realmente
importante: nasceram três melros na trepadeira do muro do meu quintal. Já
suspeitávamos que alguma coisa estivesse para acontecer pois os gatos ficavam
horas na marquise olhando lá para fora, atentos à inusitada actividade junto do
muro e fugindo em correria para o interior da casa sempre que o melro macho,
sentindo as crias ameaçadas, descia sobre eles em voo picado.
Agora os nossos novos vizinhos já voam. Fico a
vê-los ir e vir, procurando laboriosamente comida, os olhos negros e brilhantes
pesquisando o vasto mundo do quintal ou, se calha de sentirem que os
observamos, fitando-nos com curiosidade, a cabeça ligeiramente de lado, como se
se perguntassem: "E estes, quem serão?"
Em breve nos abandonarão e procurarão outro
território para a sua jovem e vibrante existência. E eu tenho uma certeza: não,
nem tudo é política; a política é só uma ínfima parte, a menos sólida e menos
veemente, daquilo a que chamamos impropriamente vida.
Manuel António Pina no JN.
segunda-feira, julho 30, 2012
quinta-feira, julho 26, 2012
Dia dos Avós
Pouco original, tive quatro. E no
entanto…
O Avô Ângelo era – como eu… -
hipocondríaco, mas naquele tempo esse farejar ansioso do corpo ainda me era
desconhecidoJ.
Vai daí, ofendia-me que durante as minhas gripes me acenasse da porta do quarto
e se pusesse ao fresco. Guardo a recordação de um homem pequenino, escrevendo
em pé a sua crónica de jornal, aureolado pela luz do fim da tarde na Rua Alves
da Veiga. Eu ia chamá-lo para jantar e descíamos à conversa, mas faltava-lhe
calor em palavras e gestos, treinou-me os neurónios e deixou o coração a cargo
de outros.
E outras… A Avó Manuela era um
doce! Tinha ensurdecido durante a gravidez de meu Pai, ele acarretava uma
enorme culpa injustificada pelo facto. Lembro as mulheres da família em
adoração da velha telefonia, que exalava a primeira novela, custeada pelo
célebre Tide. A heroína sofria de um qualquer problema, ainda por cima
enxertado numa pobreza atroz, para alívio de todas o amor de um rapaz descrito
como esbelto e solidariamente rico derrubava todas as fronteiras e a igreja
acolhia-os, antes do ritual banho de arroz. Menos comovido do que as tias e a
protectora Maria da Glória, eterna cozinheira da família, eu encarregava-me de
gritar as peripécias do enredo a minha Avó, que acenava, aprovadora. Já
ignorante das coisas do amor, pasmava por meu Pai chegar do consultório e dirigir-lhe palavras bem menos ricas em
decibéis, emolduradas por mãos tímidas no afago, excepto para ela e minha Mãe.
E a Avó Manuela sorria e respondia, certeira. Levei muitos anos a perceber que
ela ouvia os meus gritos, mas escutava as palavras dele, é diferente.
A Avó Sorgue deixou sempre claro
que não aceitava comparações. Vigiara de muuuito perto o namoro de meus Pais e
aterrou lá em casa uma semana depois do casamento para nunca mais sair. Perante
a bonomia do genro, que lhe chamava a Rainha Mãe e se divertia com imagem
vinícola no que a Avó e neto dizia respeito, chamava-nos o Casal Garcia, vinho
verde crismava dois desesperados benfiquistas! Força da natureza é uma
descrição anémica, a Avó Sorgue era telúrica sem nunca ter lido Torga,
manipuladora sem conhecer Maquiavel. O seu amor absoluto ria-se de angústias
éticas, mas não de receios pragmáticos, quando na Aguda eu recolhia à cama
depois de mais uma noitada de poker, ela perguntava – “então?”. E eu sabia a
resposta adequada, verdadeira ou não – “ganhei”. Para lhe escutar o suspiro,
que já se enroscava – “ao menos! Se a tua Mãe sabe que te deixo jogar a
dinheiro, mata-me”.
Morto estava o marido há muito
tempo, nunca o conheci. Minha Mãe, que o teve apenas durante quatro anos,
esquecia o ateísmo não militante e rezava-lhe, descobri-o na sua
correspondência. Dele ouvi as histórias de trabalhador honesto que tivera morte
fulminante a caminho de casa, desse dia fatídico, descrito ao mais ínfimo pormenor pela Avó Sorgue,
nasceu a minha sólida desconfiança do coração, celebrei os vinte e seis anos
num misto de surpresa, alívio e culpa por sobreviver ao Avô Guilherme.
Que era amigo do segundo marido
de minha Avó, guardião feroz da sua memória. Mas manso perante aquela mulher
arrasadora, que lhe concedia o favor de alguns telefonemas para Lisboa. E no
entanto, hoje, no Dia dos Avós, é para ele que coração e memória correm,
escrevi-o mais de uma vez – o Paulitos foi uma figura parental inesquecível
para mim. Ensinou-me palavras cruzadas, explicava como o esperanto uniria todos
os povos, conseguia que uma meia de leite e uma torrada se transformassem numa
celebração da cumplicidade entre Avô e neto. Nunca me deito sem um relance
aquele homem magro e triste, segurando – inseguro… - ao colo um puto sisudo, as
crianças desconhecem a tirania dos sorrisos de plástico para mundo ver. Aquele
sou mesmo eu, o miúdo na foto ao lado, sorridente na farda de marinheiro, era
já um farsante, vendido ao politicamente correcto. Ele nunca se vendeu e partiu
à sua moda – discreto, sem incomodar ninguém. Felizmente alguém o amara nos
últimos anos como minha Avó não fora capaz. Indiferente ao burocrático sangue,
chorei-o com amargura e um profundo sentimento de abandono desamparado.
O esperanto, esse, foi outro
sonho falhado…L.
Estado alimentar da Nação Murcónica!
Gente,
Recebi vários mails e as datas sugeridas não encaixam. Seria mais fácil se apontássemos para a última semana de Agosto no Porto?
Recebi vários mails e as datas sugeridas não encaixam. Seria mais fácil se apontássemos para a última semana de Agosto no Porto?
segunda-feira, julho 23, 2012
Na mesma rua.
Maria,
Ou os tempos vão mais difíceis ou os neurónios saltaram para o eléctrico das articulações:(. Morreram amigos que o eram, outros que o não eram invadiram a boca de cena, podiam ter esperado que morresse eu; acreditando... Mais o gasganete talhado, a próstata a enfiar-me o credo na boca, esta vergonha pela falta dela nos outros que o Pai me ensinou. Conheces-me como ninguém - apesar da angústia crescente, imito a pedra. E de repente saio desarvorado, algo acontece. Lembras-te da tua descrição de Cantelães? - "é uma varanda disfarçada de casa". Pois segura-te - aluguei uma varanda no Porto, afinal não posso (ainda) viver lá em cima, protegido pela árvore dos meus queridos Velhos. Tu dirias "finalmente!". Eu sei, devia tê-lo feito há anos. Eu sei, tu sorririas, mudo-me para cem metros daqui. A minha resistência a mudanças e perdas, afinal por que te escrevo, longe como estás, em quilómetros e afectos? Mas mudo-me! Na varanda lobrigo o mar, acolho o sol; fecho os olhos para (me) ver. O resto da casa é bonito, sei que aprovarias. Sobretudo a sala!, aguentará música antiga e decibéis modernos. Mas tudo não passa de um apêndice, dama de honor daquela varanda - debruçada sobre o mar; o sol; a tua recordação; a minha melancolia. (Já não é mau contemplá-la de cima...).
Ou os tempos vão mais difíceis ou os neurónios saltaram para o eléctrico das articulações:(. Morreram amigos que o eram, outros que o não eram invadiram a boca de cena, podiam ter esperado que morresse eu; acreditando... Mais o gasganete talhado, a próstata a enfiar-me o credo na boca, esta vergonha pela falta dela nos outros que o Pai me ensinou. Conheces-me como ninguém - apesar da angústia crescente, imito a pedra. E de repente saio desarvorado, algo acontece. Lembras-te da tua descrição de Cantelães? - "é uma varanda disfarçada de casa". Pois segura-te - aluguei uma varanda no Porto, afinal não posso (ainda) viver lá em cima, protegido pela árvore dos meus queridos Velhos. Tu dirias "finalmente!". Eu sei, devia tê-lo feito há anos. Eu sei, tu sorririas, mudo-me para cem metros daqui. A minha resistência a mudanças e perdas, afinal por que te escrevo, longe como estás, em quilómetros e afectos? Mas mudo-me! Na varanda lobrigo o mar, acolho o sol; fecho os olhos para (me) ver. O resto da casa é bonito, sei que aprovarias. Sobretudo a sala!, aguentará música antiga e decibéis modernos. Mas tudo não passa de um apêndice, dama de honor daquela varanda - debruçada sobre o mar; o sol; a tua recordação; a minha melancolia. (Já não é mau contemplá-la de cima...).
Bruscamente no Verão actual:)
E quem alinha numa almoçarada na Mindinha na primeira semana de Agosto?
sexta-feira, julho 20, 2012
Confrangedor:(.
Ardem terra e alma das gentes. Este fogo não purifica; destrói. Resiste a boa consciência dos políticos, imune a diferenças de temperatura e políticas de prevenção:(.
quarta-feira, julho 18, 2012
Boa noite.
As mãos
Que tristeza tão inútil essas mãos
que nem sequer são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas
carregadas de sono.
Eugénio de Andrade.
Que tristeza tão inútil essas mãos
que nem sequer são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas
carregadas de sono.
Eugénio de Andrade.
Esclarecimento.
Terão reparado que o vídeo familiar mais recente desapareceu. Vocês, como sempre, têm direito a uma explicação - atendendo à sua presença no Youtube, parti do princípio que a sua colocação aqui seria pacífica. Não o foi para uma das personagens, pelo que fiz o meu dever - expliquei o meu raciocínio, pedi desculpa e retirei o vídeo.
Adiante.
Adiante.
segunda-feira, julho 16, 2012
Humor divino.
Ele ajoelhou e repetiu fórmula de infância.
- Senhor, eu não sou digno que entreis na minha morada.
Deus, levemente nauseado,
- Já o inverso não é verdadeiro.
E chamou-o para junto de Si.
- Senhor, eu não sou digno que entreis na minha morada.
Deus, levemente nauseado,
- Já o inverso não é verdadeiro.
E chamou-o para junto de Si.
domingo, julho 15, 2012
Queriiiiiias!:).
E de repente o Gaspar,
- Avô Júlio, por que tens mais amigos no Facebook do que eu?
- Sou velhinho, queres trocar?
O riso dele. Não há negócio:).
- Avô Júlio, por que tens mais amigos no Facebook do que eu?
- Sou velhinho, queres trocar?
O riso dele. Não há negócio:).
quinta-feira, julho 12, 2012
Porque sim.
A minha casa é um caos, como posso perder tantas coisas num T2? Mesmo assim fui a determinada gaveta, empurrado por uma recordação nevoenta. E lá estavam - trabalhos do Mestrado em Sexologia da Universidade Lusófona, do qual fiz parte durante vários anos, leccionando Antropologia da Sexualidade. Guardei-os porque eram bons, outros apenas visavam o dez da praxe (não é pecado:)))))). Esta gente merece que lhes deixe uma palavra de solidariedade, estão tristes ao verem o furacão que varre a "casa" em que estudaram e receiam ser brindados com palavra alheia a um ensino sério, a qualquer nível do processo educativo - facilitismo.
Aqui lhes deixo o meu abraço.
Aqui lhes deixo o meu abraço.
quarta-feira, julho 11, 2012
Jesus!
Uma mãe japonesa deixou o filho, de 19 meses, morrer
enquanto conversava num fórum na Internet. A polícia já prendeu a mulher e
investiga o caso.
Yumiko Takahashi, 29 anos, deixou o filho, Neo de 19
meses, morrer enquanto conversava num fórum na Internet. A mulher esteve com o
filho na tarde do dia 24 de junho quando este já se encontrava doente. Ainda
assim, Yumiko ignorou os sinais de febre do bebé e deixou-o sozinho no quarto.
O autópsia realizada ao corpo da criança indica que
morreu na madrugada do dia 26 de junho e que esteve quase um dia morto até a
mãe se aperceber do sucedido. A polícia já fez saber que prendeu a mulher por
suspeitas de negligência e que agora decorrem as "necessárias investigações".
Yumiko já tinha perdido dois filhos anteriormente: um
pouco depois de nascer, por razões que não são conhecidas, e outro devido a uma
queda da varanda do seu apartamento. "Procurava consolo na Internet há
mais de três anos porque entrei em depressão depois de perder os meus dois
filhos", justificou-se.
Este caso não é inédito. Em 2010, um casal sul-coreano
também deixou o seu filho de três meses morrer porque estiveram mais de 12
horas seguidas a "cuidar" do filho virtual num jogo na internet.
segunda-feira, julho 09, 2012
O concurso.
Em Vieira do Minho os meus "pais adoptivos" exibem um sólido optimismo acerca das hipóteses de ganhar as Sete Maravilhas com o Ermal:). E eu dou comigo a fazer figas - e a votar! - na esperança de que tal aconteça, quem recebe como eles receberam um citadino inveterado e caridosos o decretam "filho da terra" merece a salvação eterna, por que não um concurso televisivo pelo caminho?:).
domingo, julho 08, 2012
Peregrinação a solo.
Meus pais, escondendo a custo a desilusão - "os rapazes e os petizes?". E eu, armado em vítima - "não puderam, vim eu". O sorriso, disfarçado de folhas dançando à brisa - "mas tu estás cá sempre, menino". É verdade, amiúde tenho a sensação de que sombra minha se passeia pelo mundo, mas o espírito já repousa aqui com eles.
P.S. A pedido de numerosas famílias aderi ao facebook. Mas desde já aviso que todo o processo me pareceu uma selva densa, densa, não prometo funcionamento decente! É triste - sessenta e dois anos de vida e ainda não tenho equivalência a tecnologia básica:(.
P.S. A pedido de numerosas famílias aderi ao facebook. Mas desde já aviso que todo o processo me pareceu uma selva densa, densa, não prometo funcionamento decente! É triste - sessenta e dois anos de vida e ainda não tenho equivalência a tecnologia básica:(.
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