segunda-feira, dezembro 31, 2012

Com passas. Uvas, claro:).

Vocês sabem que não acredito em alegria ou mudanças com data marcada, mas acredito na gratidão - obrigado por tudo e um 2013 o melhor possível, gente.

domingo, dezembro 23, 2012

For murconics only. Bom Natal:).

Os Amigos Os amigos amei despido de ternura fatigada; uns iam, outros vinham, a nenhum perguntava porque partia, porque ficava; era pouco o que tinha, pouco o que dava, mas também só queria partilhar a sede de alegria — por mais amarga. Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"

domingo, dezembro 16, 2012

Sorte a dele, se é fitado por um olhar que apaga neblinas:).

Noite Até de madrugada falámos e bebemos, não interessa onde nem quais os assuntos. Sobre as nossas palavras calado o firmamento e querer desvendá-lo era mais do que um capricho. Para quê tanta frase desdobrando uma ideia? Para quê tanta citação tirada dos livros? Bastava o teu olhar para apagar a neblina e as nossas intuições profundas de sentido. Se tal noite calada era noite de nós dois e o amor, água escura de um saber infinito. José Mateos.

domingo, dezembro 09, 2012

Toda a gente satisfeita?

Fontes geralmente bem informadas afirmam que a declaração do Dr. Miguel Relvas, segundo a qual não se limitará a votar no Dr. Fernando Seara, mas fará campanha por ele de manhã à noite, foi recebida com indizível entusiasmo pelo Dr. António Costa.

terça-feira, dezembro 04, 2012

Mas o que é isso da maioria dos alemães? A senhora considera-os menos produtivos e ponto final.

Angela Merkel Casamento gay A chefe do Governo alemão, Angela Merkel, é contra a equiparação fiscal dos casais homossexuais aos heterossexuais casados. “Pessoalmente, sou defensora da manutenção dos privilégios fiscais para os casados, já que a nossa Constituição estabelece uma protecção especial para eles e para a sua relação com a família”, disse a chanceler numa entrevista publicada ontem pelo Bild am Sontag. A equiparação fiscal será um dos temas centrais do congresso do partido de Merkel, a União Cristã Democrata (CDU), que começa hoje em Hannover e termina na quarta-feira. Uma ala dissidente vai apresnetar uma moção a favor da equiparação fiscal, mas parte da direcção do partido é contra. A lei alemã favorece as pessoas casadas que optam por fazer declarações de rendimentos conjuntas. Neste país, os casamentos homossexuais não são legais. Os casais gay podem registar-se no registo civil no regime de união de facto. Porém, este estatuto não lhes dá uma série de direitos de que os heterossexuais casados usufruem: os fiscais, os de hereditariedade e a possibilidade de adopção. A maioria dos alemães é favorável à instituição da igualdade legal entre as uniões civis e os casamentos heterossexuais. E a maioria dos partidos no Parlamento também. Mas, além de Merkel, um outro partido é contra a equiparação dos benefícios fiscais, a União Social Cristã, parceiro de coligação da CDU no Governo alemão. A chanceler disse esperar uma “discussão produtiva” sobre o assunto no congresso de Hannover.

quarta-feira, novembro 28, 2012

A saga continua...:(

Novo suicídio devido a ordem de despejo A vítima, de 59 anos, tinha uma dívida de 4000 euros por falta de pagamento da renda da casa onde morava com a companheira. O homem suicidou-se esta manhã no pequeno município de Santesteban, a norte de Navarra. De acordo com a Europa Press, citada pelo jornal espanhol ABC, a vítima teria uma dívida de 4000 euros por atrasos no pagamento da renda do local onde residia. A ordem de despejo, ditada por um juiz de Pamplona, tornava-se efetiva no dia de hoje. A notícia do suicídio foi revelada pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Navarra, Juan Manuel Fernández, que lamentou o suicídio. Esta é já a quarta morte relacionada com ordens de despejo em Espanha.

quinta-feira, novembro 22, 2012

Ela é mais perigosa do que ele:)


Não acredito que escrevi isto:).

Essa melga faz anos????????????????????????????????????? Ao que eu desci:(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((. PARABÉNS, ANDORINHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, novembro 21, 2012

Num dia qualquer, mesmo sem nevoeiro.

E ele disse,
- Entardecer como o dia.
Olhou o mar e deu um pensamento atrás.
- Com o dia.
Porque as datas no calendário vão dormir pacificadas, na eterna esperança de ver chegar o raio verde e a consoladora certeza de acordarem na manhã seguinte. E adormece na dúvida - será melhor despertar ponto ou despertar morto? Porque há pessoas a sofrer por terem recebido menos do que mereciam, outras choram o futuro de que duvidam e lhes é devido e todas as lágrimas nascem dele.
El-Rei D. Sebastião era uma besta, afundou Portugal e legou-nos frase cruel e egoísta, atrasados embora é nossa obrigação corrigi-la - morrer, sim, obviamente e depressa!

segunda-feira, novembro 19, 2012

É longe, no estrangeiro!


É o terceiro caso no espaço de duas semanas. Um homem de 50 anos, prestes a ser despejado, morreu hoje depois de se atirar de uma janela do segundo andar da sua casa, no centro de Córdoba, em Espanha. Não há, por enquanto, uma explicação segura para o que aconteceu.

Segundo o jornal "El Pais", familiares negam que o despejo estivesse relacionado com dívidas, justificando-o por querelas na família, enquanto alguns vizinhos dizem que o homem atravessava uma fase difícil, na sequência do divórcio recente, acumulando incumprimentos no pagamento das rendas.

O suicídio coincide com a entrada em vigor, hoje, de um decreto-lei com alterações às regras dos despejos e que inclui uma moratória de dois anos quando em causa estejam famílias mais vulneráveis. O Governo espanhol pretendia ir mais longe na reforma, mas não lhe foi possível pelas pressões de Bruxelas e da banca.

As medidas aplicam-se a despejos judiciais ou extrajudiciais que, à data de hoje, ainda não tenham entrado na última fase, a de "lançamento" (como é conhecida em Espanha) que, normalmente, coincide com o despejo efetivo.

A moratória é determinada, entre outros critérios, pelos rendimentos das famílias ou pessoas envolvidas, que se estabelece num máximo mensal de 1597 euros.

Moratória não abrange classe média 


 

Assim, podem beneficiar famílias numerosas, famílias monoparentais com dois filhos, famílias com menos de três anos, com pessoas com incapacidade superior a 30% ou em casos de violência de género. Pode ainda beneficiar da moratória quem esteja desempregado e já tenha esgotado o prazo para receber subsídio respetivo.

O problema para o Governo é que os despejos não estão a afetar apenas a classe mais baixa. Na prática, nenhuma das três pessoas que se suicidaram recentemente poderia beneficiar desta alteração.

O primeiro suícidio registado nestes circuntâncias foi no dia 26 de Outubro, um homem de 53 anos, desempregado há quatro anos, atirou-se da varanda da sua casa em Burjassot. No dia passado dia 13, em Amaya Egaña, uma ex-vereadora socialista de 53 anos, que se atirou também da varanda, quando que ía ser despejada.

Centenas de milhares de processos de despejo foram iniciados nos últimos anos em Espanha, o que tem provocado alarme social e motivado a criação de vários movimentos de cidadãos pedindo mudanças.

Em todas as cidades espanholas há atualmente equipas de advogados e voluntários que apoiam famílias alvo de despejo, organizando-se protestos nas casas que são alvo desta ação para tentar evitar que as pessoas sejam obrigadas a abandonar a sua casa.

 

Expresso.

 

Reduzir a vulnerabilidade a variáveis económicas ou tipologias familiares nunca permitirá aflorar o processo na sua verdadeira dimensão. Perder a casa, o mais das vezes, provoca uma ferida narcísica profunda, que mesmo a existência de alternativas a curto e médio prazo não cicatriza. Sobretudo nos mais velhos? É verdade. Trata-se do desmoronar do que de mais básico os seus projectos de vida implicaram, de uma ameaça real e simbólica ao estatuto de protectores dos descendentes, de uma perda com razão entendida como talvez definitiva. Mas em faixas etárias mais jovens assisto à ambivalência perante  regressos a casa de pais e até avós, que se traduz numa “gratidão revoltada”, muito difícil de (di)gerir por todos os envolvidos. Em termos psicológicos, a nossa casa – e não escrevo lar para não colorir de ainda mais negro a moldura… - representa uma verdadeira segunda pele. Perdê-la não se compara, por isso, a um simples (?) adeus ao sobretudo numa noite fria de Inverno, provoca o aparecimento da carne viva.

O senhor Ministro da Defesa falou da necessidade de possuir nervos de aço para defender o interesse nacional. Acredito. (Se calhar temperado por uma ou outra benzodiazepina!). Durante a visita da senhora Merkel atacou-me a fantasia de que também ajudam colunas vertebrais de plasticina… Mas no que ao interesse das pessoas diz respeito, partindo do princípio que ainda fazem parte do nacional, seria bom que o aço não invadisse os corações.

Porque também há janelas em Portugal.      

terça-feira, novembro 13, 2012

À consideração do Plenário.

Um pássaro primaveril escolheu o Outono para desafio invernoso:). Seja! Que tal uma renião murcónica para celebrar o início de 2013, o ano que nos prometeram sem recessão?

sexta-feira, outubro 26, 2012

Benfica.


Graças a Deus e ao calendário acabou a campanha eleitoral do Benfica. Ganhou quem, na minha opinião, devia ganhar. Mas o nível foi tão baixo…L. Tivemos direito a insultos, ameaças de tribunal, promessas de campeonatos, recusas de debates e verdadeiros atentados à nossa inteligência. Nem faltou o petardo da (des)ordem…  A grandeza do clube merece mais. Espero que a equipa de futebol se exiba a melhor nível em Barcelos ou terei outra insónia à minha esperaJ.

terça-feira, outubro 23, 2012

Noite europeia.


Braga é uma cidade especial para mim. Fiz lá a tropa, atarefadíssimo entre fingir que examinava de forma competente dezenas de mancebos e o bacalhau e os rojões do InácioJ. Nos últimos catorze anos dirigi Adaúfe, a cada Janeiro afiançando que me venho embora, para depois recuar pelo carinho dedicado à minha gente. Imagino que neste momento muitos bracarenses embalem a tristeza pela derrota sofrida em Manchester. Eu sei – perder é perder, zero pontos são zero pontos. Mas há derrotas e derrotas. Eles têm o direito – e mesmo o dever! - de temperar com orgulho a sua tristeza. Eu, apaixonado benfiquista, admito que  engulo a minha com enorme azia – está polvilhada de vergonha e desencanto. Mas não de surpresa…

quinta-feira, outubro 18, 2012

Se fossem só gotas...


No more.


Depois dos resultados eleitorais do PP nos Açores, fiquei ainda mais curioso acerca da tomada de posição de Paulo Portas sobre o Orçamento. Estamos a falar de um homem muito inteligente. (E educadíssimo!, a única vez que nos encontrámos esperou pacientemente que eu mirasse,  remirasse e namorasse umas garrafas de bom vinho, sem perceber que tornava impossível a passagem para os lavabos do estabelecimento. Ainda coro quando me lembro do seu amável e sorridente “não tem importância”, nunca estive tão perto de me mudar com armas,  bagagens e vergonha para o Centro DireitaJ))))). Estamos a falar do decano dos líderes partidários nacionais, de um homem com extraordinária capacidade de trabalho – outros em férias e ele em feiras… - e para aí umas sete vezes sete vidas políticas! E um talento extraordinário para passar entre os pingos da chuva… Tenho assistido, com deliciada deformação profissional, ao seu extraordinário número de trapézio – ser Governo e Oposição ao mesmo tempo. Mas no more. O singelo comunicado - que viu a luz do dia pela calada da noite… - é uma rendição sem condições, embora se adivinhe a aprovação de uma ou outra medida avulsa para reivindicar no próximo acto eleitoral. Manda a justiça reconhecer que o desafio era impossível. Porque não chove em Portugal – quase escrevia Santiago, coisas da memória… -, é um dilúvio que se abate sobre o País. Paulo Portas sabe que ficará politicamente encharcado. Menos mal, há por aí muito português que o está literalmente e até ao osso…

terça-feira, outubro 16, 2012

Título para quê?

O primeiro "obrigado" tecnológico é para vocês. Obviamente... Por anos de ternura, ralhetes, amuos e vida em geral:)))))))). O Murcon é hoje uma tertúlia que não depende de mim, impossível render-vos maior homenagem, sabem como prezo tudo o que cheira a tribo!

segunda-feira, outubro 15, 2012


Maria,

Desculpa mail trôpego, à hora de jantar e ainda por cima solicitando resposta célere. Acontece que acabo de ouvir o Senhor Ministro das Finanças, bem menos exuberante do que antigamente a agradecer  perguntas… Mas o problema não é esse ou  o preço elevado para a Nação do seu trajecto educativo, receio que nos saia muuuuito mais cara a tentativa de nos ressarcir do esforço pela sua actividade governamental! (Tão frenética que não lhe deixou tempo para ler – e portanto comentar… - a mensagem facebookiana do Presidente da República.) Se bem percebi, o 2013 de esperança e acalmia do Dr. Passos Coelho fica para outro ano.

Outro ano tencionava eu esperar para fazer pergunta angustiante, minha querida. Assim…, tens umas míseras três horas para  responder. O tempo é curto? Eu sei, mas pôe-te no meu lugar –  dizes “não” e até à meia-noite vou ser obrigado a parar relógios de pulso, parede, sol e tutti quanti, sob pena de a décima segunda badalada matar a esperança do amor. E isso nunca. Enfrentarei os minutos, palavras dolorosamente derrotadas da Pasionaria em riste – no pasarán! Como não passa, embora me tenha derrotado há muito, esta paixão por ti.

Maria, will you still need me, will you still feed me, when I’m sixty-three?    

segunda-feira, outubro 08, 2012

Mestre e amigo.

Partiu Nuno Grande.
Lembro ralhetes carinhosos pelos corredores do ICBAS - "você nunca me fez a vontade...". Com efeito, amei o Ensino em abstracto e os alunos em particular, mas a Cátedra não me atraiu. Ele teve  caminho atribulado a caminho da sua, vejo-o a preparar uma Lição - e nunca a palavra se justificou tanto... - em casa de meus Pais, sem me aperceber do que o seu brilho faria das notas breves, tomadas em amena cavaqueira. E o Anfiteatro rendeu-lhe a primeira homenagem ouvindo-o num silêncio religioso, para depois rebentar numa salva de palmas entusiástica, quem decretou  a  Medicina alheia à Cultura? A política universitária é conservadora, todos sabíamos que não ficaria à frente de outro distinto professor, Pinto Machado, a quem devo amizade e paciência evangélica no exame de Anatomia, até o cadáver tinha os nervos em franja..., perante o triste espectáculo dos meus:). Portanto, no que ao mérito relativo dizia respeito, estávamos conversados. Mas, para enorme surpresa indignada, houve votos contra em mérito absoluto. Cheguei a casa e explodi à mesa, o meu querido Velho sorriu com amargura e disparou - "aquele aplauso não ajudou nada...". Ah, as delícias do voto secreto, permite abraçar o candidato que há minutos, com mesquinhez, se maltratou! Momentos e gente houve que, a posteriori, me fazem abastardar o título do programa dos Gatos - "Dizem que é uma espécie de Universidade:(."
Professor Nuno - dê um abraço ao Pai e guarde outro para si. Apertado e grato...      

quinta-feira, outubro 04, 2012

5 de Outubro.

Maezinha,
Mais um aniversário sem ti. O tempo não cura nada, até a bailarina da caixa de música roda mais devagar e sorumbática. A árvore no jardim cresce, magnífica, mas parece perguntar-me quando me junto a ti e ao Pai. Não estou deprimido; amo a vida; aceito o meu dever como patriarca da tribo. Mas tenho saudades vossas. E procuro-te entre as mulheres! Se te encontrasse o reflexo numa delas, bastaria uma só palavra e a minha alma seria salva. E o Pai diria, sorrindo, maroto - vá em paz e que a Senhora o acompanhe. Não per omnia, etc...!, só até me juntar a vocês em Cantelães.

sábado, setembro 29, 2012

Triste polémica:(.


 COMUNICADO DO CNE da ORDEM DOS MÉDICOS

O perverso parecer do 64/CNECV/2012CNECV sobre racionamento em Saúde, encomendado pelo Ministério da Saúde, não contou com a participação e audição da Ordem dos Médicos.

A Ordem dos Médicos verifica que todo o parecer é uma tendenciosa construção que visa tentar justificar eticamente o racionamento em Saúde, sem limites definidos, o que é uma inultrapassável contradição ética.

Neste perigoso e desumano parecer é sempre deliberadamente utilizada a palavra racionamento e UMA ÚNICA VEZ a palavra racionalização. O que significa que os subscritores sabem bem a diferença entre racionamento e racionalização e optaram conscientemente pela palavra racionamento.

Este parecer deixa para os “órgãos governativos” a resolução “justa e legítima” do “desacordo moral”!!!... E a fase de decisão política, a última, é assegurada por responsáveis do Ministério que… “tomarão a decisão final.”…. Ou seja, os doentes ficariam submetidos à arbitrariedade economicista de qualquer Ministro da Saúde.

O texto introduz insidiosamente “a avaliação da permissibilidade de racionamento por idade”… Será que vamos assistir à exclusão dos mais idosos?!

O parecer fala em medicamentos de duvidosa eficácia, contrariando todas as regras em vigor para a aprovação científica e fármaco-económica de medicamentos, colocando em causa o próprio Infarmed e a Agência Europeia do Medicamento. Com que objetivos?!

O parecer sujeita as Normas de Orientação Clínica, elaboradas pela Direcção Geral da Saúde e pela Ordem dos Médicos, às decisões arbitrárias e prepotentes das “administrações hospitalares” que passariam a poder alterá-las, o que é inconcebível e incompreensível!

Finalmente, sublinhe-se como o cumprimento do Código Deontológico da Ordem dos Médicos já baliza todos os procedimentos e comportamentos do Médico em situações limite, pelo que tornaria absolutamente desnecessário este parecer se ele fosse inofensivo…

A Ordem dos Médicos nunca aceitará o conceito de “racionamento ético” nem que os doentes mais desprotegidos sejam obrigados a pagar a crise, quiçá com a própria vida.

Assumindo por inteiro a frontal rejeição do parecer e por considerar que este fere o Código Deontológico da Ordem dos Médicos e valores éticos intemporais, o Conselho Nacional Executivo decidiu solicitar a abertura de um processo de averiguação aos Médicos que assinaram o parecer do CNECV.

CNE, Lisboa, 28 de Setembro de 2012

 

Venho acompanhando a polémica, tristemente surpreendido. Ouvi  as explicações do Miguel Oliveira e Silva, companheiro de muitas lutas. E se quanto às intenções nada me permite duvidar, sobre a forma não modificarei a minha opinião – é infelicíssima. Porque, por mais voltas que lhe demos, a palavra “racionamento” está envenenada, como há  meses a Dra. Manuela Ferreira Leite sentiu na pele, e a – justificadíssima! - racionalização prima pela (quase) ausência; pela mistura de patologias, com diferentes consequências, prognósticos e imaginários; pelo exemplo dos “dois meses de vida”, que ouvi várias vezes e é humana e cientificamente inaceitável; pelo odor – e sou generoso… - a aceitação de discriminação dos mais idosos e desfavorecidos; pela rendição a decisores externos à relação médico-doente, em geral mais sensíveis a outros argumentos que não os resultantes do processo de decisão partilhada, característica do acto médico entre dois Sujeitos plenos, um especialista em Doença, outro na “sua” doença; por último, pelo alarme social que produziu, ao longo da A1 escutei a angústia escandalizada de muitos portugueses, doentes,  cuidadores, simples ouvintes. Como técnicos, precisamos recordar que as pessoas vivem de acordo com a realidade como a percepcionam e não como ela é(?). E por isso repito – estou disponível para ser convencido de eventual excessiva severidade quanto à substância, embora a tarefa se me afigure hercúlea. Mas não cedo quanto à forma – no mínimo, considero-a leviana. No mínimo…  

terça-feira, setembro 25, 2012

Volta Bush, estás perdoado:).


Romney indignado porque janelas dos aviões não abrem

por Ana Meireles

Mitt Romney mostrou este fim de semana o pouco que percebe de aeronáutica, quando deu largas à sua indignação pelo facto de as janelas dos aviões não abrirem em caso de emergência. Tudo por causa de um incêndio a bordo da aeronave que transportava a sua mulher e que teve de aterrar de emergência.


"Fiquei contente por ela estar no solo, a salvo. Acho que ela não sabe como ficámos preocupados. Quando há um incêndio num avião não existe nenhum outro lugar para onde ir", declarou o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos.

Para Mitt Romney o maior problema num avião numa situação de emergência deve-se ao facto de as janelas não abrirem. "Eu não sei porque é que elas não abrem. É um problema real e muito perigoso", disse.

"Não se consegue ir buscar oxigénio ao exterior porque as janelas não abrem", acrescentou Romney ao Times, sugerindo que se houvesse mais oxigénio na cabine o problema do incêndio no avião da mulher teria sido menor.


DN.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Monólogo da águia Vitória.

Xistrados fomos. Desastrados também. E eis-nos (já) atrasados:(.

quarta-feira, setembro 12, 2012

R.E.M. - Everybody Hurts (Video)


Até aos poetas...


Os amantes sem dinheiro

 

Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.

Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro.
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto
que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.

Eugénio de Andrade.

 

Maria,

Os poetas, esses magníficos e preciosos loucos, estão inocentes. Afinal, encontram palavras que comovem espelhos e os fazem reflectir sonhos antigos e não a realidade pura e dura. Nos dois últimos anos, fizeram-me uma pergunta vezes sem conta – pode a crise enferrujar o amor? (Antes também, claro, o pesadelo do fim do mês já atormentava as noites de muita gente quando a Bolsa ainda parecia a árvore das patacas!). Não basta citar Neil Young e dizer que a ferrugem nunca dorme, querida, explico a pessoas assustadas e surpreendidas que “pão, amor e uma cabana” é frase de quem nunca fitou mãos calejadas ou revirou bolsos em busca de uma derradeira moeda.

O amor pode resistir a tudo, mas não indemne ou mesmo escarninho.  Se me pedisses frase popular que descreva as histórias ouvidas,  dar-te-ia o velho “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. As pessoas sofrem, aguentam, receiam e o amor não vive em neurónios à prova de angústia. De acordo, muitas vezes as agruras da vida juntam mais o casal. De acordo, uma relação que já exibia – ou escondia… - fissuras é mais frágil. Mas negar a influência do torno cruel que espreme o quotidiano das gentes sobre os afectos seria ingénuo.

A visão do amor como algo de etéreo, imune às rasteiras do mundo, pertence ao discurso de uma minoria social privilegiada. (E digo discurso porque a vejo também na prática tropeçar, a conta no banco nada pode contra determinadas catástrofes bem pouco naturais. Mas se o dinheiro não dá felicidade, pelo menos evita preocupações básicas…). Sim, a crise facilita que a ferrugem namore muitos amores. E as pessoas murmuram que dói. É verdade. De uma forma ou de outra, mais dia menos dia, com crise ou sem ela, acontece a todos.

Até aos poetas!

 

terça-feira, setembro 11, 2012

Resta uma dificuldade - está o Dr. Passos Coelho disposto a cessar a dieta e a deixar crescer o cabelo?


Vocês não lhes dão valor...:(


Governo cria linguagem para justificar medidas de austeridade

Em quatro folhas A4, constam os ensinamentos dirigidos aos gabinetes ministeriais. São normas para responder às perguntas, da imprensa sobretudo, sobre as medidas de austeridade anunciadas.

Ana Sofia Santos (www.expresso.pt)
13:40 Segunda feira, 10 de setembro de 2012

 


(clique na imagem para ver o documento em formato PDF)

O documento, que ensina os ministérios a justificarem medidas de austeridade, foi enviado logo na sexta-feira, dia do anúncio pelo primeiro-ministro, e dá instruções aos assessores de como lidar com a pergunta "é um novo aumento de impostos?".

A encabeçar a lista de argumentos que os ministérios devem reproduzir para justificar as mexidas na Taxa Social Única, o Governo privilegia "o combate" ao desemprego. Fruto da melhoria das condições de tesouraria das empresas.

Além disso, os responsáveis pelo 'passa a palavra' devem também salientar o facto do aumento da TSU para os trabalhadores "reequilibra as contas para a Segurança Social, preservando o futuro, pensões, reformas, acesso aos mais desprotegidos da sociedade, e reforço de verbas para o desemprego".

Apesar de não apresentar contas sobre o verdadeiro impacto das medidas, o Governo mostra trabalho de casa ao comparar vários países no que toca às contribuições para a segurança social por parte dos patrões.

"As empresas deixam de ter a seu cargo a maior fatia das contribuições da segurança social", à semelhança do que se passa na Alemanha.

Se a questão incidir sobre a "insensibilidade social" das medidas, deve ser dito que "os trabalhadores do sector privado e do sector publico de menores rendimentos serão protegidos por um crédito fiscal em sede de IRS, por intermédio do qual terão ou uma redução do imposto a pagar, ou uma devolução maior" e que "os parceiros sociais terão um contributo muito importante a dar na definição do esquema mais adequado".

E há a instrução para recusar a medida como um novo aumento de impostos. O que deve ser dito é que "as contribuições dos trabalhadores sobem, mas as contribuições das empresas descem. Como um todo, a economia não fica mais sobrecarregada com impostos/contribuições. Isso é que é importante salvaguardar".

 

Expresso online.

 

Alguns de vocês, línguas viperinas e preconceituosas, dirão que se trata de uma espécie de catecismo. Nada mais falso! A isto chama-se homogeneização do discurso para facilitar a sua compreensão pelas massas menos esclarecidas. De resto, fontes geralmente bem informadas, revelaram-me que o esforço dos membros do Governo para trabalharem em conjunto de modo afinado não se fica por aqui. Até em Conselho de Ministros ensaiam para empolgar a Nação. Querem ver?




quinta-feira, setembro 06, 2012

terça-feira, setembro 04, 2012

Os "diferentes".

Uma palavra - atrasada... - de admiração para os nossos atletas e os Jogos Paralímpicos em geral, que, segundo leio, se têm revestido de um brilho inusitado. Um psi sabe melhor do que ninguém que é impossível prever a reacção das gentes perante a adversidade, mas sempre tive uma fantasia deprimente a meu respeito, vejo-me entregue à auto-piedade e ao isolamento. Também por isso lhes rendo a minha homenagem. Com ou sem medalhas...

sábado, setembro 01, 2012

sexta-feira, agosto 31, 2012

"You've got a Friend" By: James Taylor


"You've got a Friend" By: James Taylor


Nas vossas costas:).

Maria,
Escrevo-te no Facebook para eles não saberem e não me acusarem de pieguice. Eles quem???? Mas eu disse-te, valham-me Deus e o Diabo – fui jantar com os murcónicos! Uns vieram, outros telefonaram, houve quem mandasse sms e mails. Sete anos é muito tempo, querida. Bem sei que hoje em dia sou um pretexto para a amizade que os une, mas por que não deveria o grão de areia ficar orgulhoso da péro...
la que o abraça? É gente minha. Mesmo os que partiram amuados, desiludidos, furiosos; todos. A esta hora invadem a noite portuense, imagino-lhes as gargalhadas, os braços pelas costas, o “até para o ano em Lisboa”. Não pedem nada, não devem nada, ofereceram-me a sua lealdade. Que lhes posso dar em troca? Tens razão, como sempre, vou procurar no Youtube, já não me lembro de ouvir essa canção. Dorme bem, menininha, não imaginas o gozo que me daria relembrar a noite nos teus braços.
Antes de…

quarta-feira, agosto 29, 2012

Na Castanheira.

Amanhã há jantar do Murcon. Nem sequer sei quantos somos, não importa. Passaram sete anos e ainda nos reunimos. O resto é silêncio, escreveu alguém:).

sábado, agosto 25, 2012

O maná segundo Borges:).


Depois de laboriosa leitura de alguns textos que se debruçam sobre a hipótese favorita do Dr. António Borges para a privatização/concessão da RTP, rendi-me à evidência – o negócio é da China, mesmo que o grupo vencedor não seja o da EDP. O Estado paga, nós pagamos e algum privado enche os bolsos. Sei que tudo estará decidido a curto prazo, mas não iríamos a tempo de criar uma empresa com uns milhares de desempregados e entregar-lhes tal árvore das patacas? Melhoravam as estatísticas e, como já tinham passado pela experiência, talvez não falassem com tanta ligeireza dos despedimentos que aí vêm e dos espectadores da 2 como membros de uma tribo exótica e caprichosa em vias de extinção… Vá lá, não sejam preconceituosos – os números da execução orçamental, os empates dos vossos clubes na semana passada, agora este golpe de génio, já tinham presenciado uma tal chuva de boas notícias em plena silly season?

domingo, agosto 19, 2012

Nós os três.

Da árvore de meus Pais chega queixa silenciosa; apelo envergonhado; promessa de paz interior. Pouco importa se alucino, vejo a partida como traição:(.

quarta-feira, agosto 15, 2012

Por fim...

Nas mãos do anticiclone dos Açores:).


Maria,

Por fim uma réstia de sol! Os magos da meteorologia, definitivos – amanhã chega o Verão. E eu olho os miúdos e desejo-lhes piscina, digestões optimistas para regressarem ao banho, peles roxas, “com frio, eu? Ná…”. É confrangedor vê-los pela casa, debicando livros, hipnotizados por desenhos animados estridentes,  de pata dada com cães tão enfastiados como eles. E a pergunta, plangente – “Avô Júlio, quando…?”. Não sei; não posso; não consigo. E se admiti-lo nunca me causou engulhos profissionais – já sei, nem sempre é resposta amiga de quem nos ama… -, ver-me impotente perante a frustração dos miúdos é um tormento. Olham-nos de baixo e esperam o milagre, a omnipotência, o estalar dos dedos que pinta de azul o céu. E o patriarca, em dia santo, rende-se, humilde, à prece; recorre, em fúria, à imprecação; joga, esperançoso, na roleta do acaso.

Tudo por sorriso aberto nas caritas deles. Que emoldure a recordação do teu…

segunda-feira, agosto 13, 2012

Ámen.


Se por acaso morrer durante o sono

Não quero que te preocupes inutilmente.

Será apenas uma noite sucedendo-se

a outra noite interminavelmente.



Se a doença me tolher na cama

e a morte aí me for buscar,

beija  Amor, com a força de quem ama,

estes  olhos cansados, no último instante.



Se, pela triste monotonia do entardecer,

me encontrarem estendido e morto,

quero que me venhas ver

e tocar o frio e sangue do corpo.



Se, pelo contrário, morrer na guerra

e  ficar perdido no gelo de qualquer Coreia,

quero que saibas, Amor, quero que saibas,

pelo cérebro rebentado, pela seca veia,



pela pólvora e pelas balas entranhadas

na dura carne gelada,

que morri sim, que me não repito,

mas que ecoo inteiro na força do meu grito.



Rui Knopfli.


Não é verdade, mas...

Não é verdade, mas...

domingo, agosto 12, 2012

E no entanto, olhando em volta, receio que nos venhamos tornando em pessoas e cidadãos cada vez mais adiados:(.


(Não posso adiar o amor para outro século)



Não posso adiar o amor para outro século

Não posso

Ainda que o grito sufoque na garganta

Ainda que o ódio estale e crepite e arda

Sob montanhas cinzentas

e montanhas cinzentas



Não posso adiar este abraço

Que é uma arma de dois gumes

amor e ódio



Não posso adiar

ainda que a noite pese séculos sobre as costas

e a aurora indensa demore

não posso adiar para outro século a minha vida

nem o meu amor

nem o meu grito de libertação



Não posso adiar o coração



António Ramos Rosa.




quinta-feira, agosto 09, 2012

Born To Be Wild and Easy Rider (Slipshotfilms)

Born To Be Wild and Easy Rider (Slipshotfilms)

Nascidos para...


Maria,

Pois tu estavas lá? Eu sei que és portuguesa, mulher!, mas podias ter escolhido a vela ou o hipismo. Ah, o sexto sentido feminino… Sei. O que te fazia olhar-me e decretar “estás preocupado”, pese embora negativas e  riso (amarelo)  que colocava entre mim e a sistemática confissão. Já no teu colo, tu ouvias; esses dedos longos em passeio pelos meus cabelos, a ética inegociável, “faz o que tens a fazer”.

Tu estavas lá. E viste o triunfo dos miúdos, a um sexagenário é permitido tratá-los assimJ. Que bom! Sabes, ao ouvir um deles referir-se à família da canoagem – eu sei, fiz figura de parvo no facebook ao chamar-lhe remo… - lembrei-me de Anselmo Braamcamp. Eu chegava das aulas, fazia os deveres (TPC?) e com alívio guloso dava conhecimento do facto a minha santa Mãe, que pronunciava as palavras mágicas – “vai para a rua brincar”.

A rua, Maria… A rua e os amigos do peito que habitavam as “ilhas” tão portuenses, o Migalha, o Gabriel, o Orlando, o Neca, o filho do barbeiro e por aí fora. Na casa de todos fui recebido e ensinado, porque o dinheiro era escasso mas a solidariedade muita, havia beijos e pão para o filho da Clarinha.  E o ténis de mesa no Mocidade Invicta. Às vezes equipava-mo-nos  na própria sala de jogo, o treinador segurava uma espécie de cortinado para salvaguardar  senhoras risonhas daquela nudez adolescente e tímida, éramos nós a ficar vermelhos, perdão!, nesse tempo dizia-se encarnado, para não alimentar as paranóias do Messias de Santa Comba. Quando ganhámos o campeonato regional o Presidente fez um discurso inflamado e deu um pacote de bolachas e uma cerveja a todos os elementos da equipa. Eu tinha catorze anos, foi o mais próximo que estive de um shot na adolescência, sobre a Faculdade e as patuscadas é melhor não falar, mesmo a posteriori tu franzias o sobrolho.

Também ali se poderia falar de família. Sabes como adoro futebol e a paixão desesperada – mas não cega e surda… - que nutro pelo Benfica. Mas há tantas nuvens em tudo aquilo! Dinheiro e dívidas a mais (supremo paradoxo), endeusamentos ridículos, negócios duvidosos, violência física pronta a saltar, verbal sete dias por semana,  parece que o relvado se tornou ilha minúscula em gigantesco arquipélago de interesses. Não, não creio que se possa falar da família do futebol, a não ser para decidir a que terapeuta a enviar para loooongo tratamento de prognóstico reservadoL.

Por isso, ao ver a alegria esfusiante dos miúdos, fantasiei-lhe uma dimensão selvagem de revolta, o que poderiam fazer, eles e outros, com uma parcela modesta do investimento reservado ao futebol? Sim, outros. O rapazinho que ficou em nono no triatlo, a rapariga que caiu e recusou desculpas e lamúrias, ergueu-se e partiu para qualificação e record, as meninas da maratona, os velejadores. Por que razão é tão grande a assimetria de meios? São filhos de um deus menor? (Lembras-te do filme e daquela cena, tu riste da minha interpretação,  disseste “connosco não foi assim” e eu… Adiante!).

A verdade é que, apesar de todas as dificuldades, fazem as coisas acontecer. Rasteira? A que te referes, menina? Ah, nem notei… Pronto, é verdade, quis verificar se ainda te lembravas de verso e canção que te ensinei. Compraste o disco em Londres… E isso é bom ou mau? Foi em nossa honra ou para mostrares a ti mesma que já não precisas do meu emprestado?

O teu silêncio. A minha estante. O disco. Nascemos para quê?       

terça-feira, agosto 07, 2012

segunda-feira, agosto 06, 2012

A propósito de Ryan Adams.


Maria,

Esse feitiozinho… Ralhas-me por te ralhar quando o não fiz. Hesito entre  fúria e  auto-piedade, eis que a esperança abandona famosa e grega caixa, “funcionará em espelho e eco?”. Pelo sim pelo não, envio a sms – “desejo-te”. Desligo o telemóvel, assustado, melhor deixar para amanhã o que posso penar hoje. E meto uma cunha aos deuses no facebookJ.




domingo, agosto 05, 2012

Este país não é para velhos. E para os outros...


Mais de 40 mil idosos da Grande Lisboa deixaram de comprar o passe terceira idade no primeiro semestre deste ano, , quando deixaram de usufruir de desconto, segundo dados enviados à Agência Lusa pela Carris.

De acordo com a empresa, no primeiro semestre do ano passado, 242.717 pessoas compraram o passe Navegante Urbano 3ª idade (Carris, Metro e CP na zona urbana), um número que nos primeiros seis meses deste ano desceu para 200.876, correspondendo a uma redução de mais de 17 por cento.

Além dos vários aumentos de preços que os tarifários sofreram no último ano, em fevereiro o Governo decidiu diminuir o desconto que os idosos beneficiavam na compra do passe social, que passou dos 50 para os 25 por cento.

Além dos idosos, também os restantes utentes estão a reduzir a utilização dos transportes públicos, tendo a Carris perdido mais de 26 milhões de passageiros no primeiro semestre deste ano, comparativamente com o mesmo período de 2011.

Segundo dados da empresa, no ano passado foram registados 125.422.560 passageiros, enquanto este ano esse número caiu para 99.370.330 (- 20,8 por cento).

Por seu lado, o Metropolitano de Lisboa registou uma redução de 11.500 milhões de passageiros, tendo passado dos 92.174.086 registados nos primeiros seis meses de 2011 para os 80.662.283 registados este ano.

Na Transtejo, a queda foi menos acentuada: menos 1.630.799 passageiros.

A empresa teve no primeiro semestre do ano passado 14.082.619 passageiros, número que caiu para os 12.451.820 este ano.

À Lusa, fonte da Carris atribui a “acentuada quebra de passageiros” à “recessão” e ao “aumento do desemprego, que se verificam em Portugal”, frisando que também há uma “diminuição do transporte particular”.


Porque o Murcon será sempre o arquivo oficial:).


Maria,

A conselho médico sou o nada entusiasta dono de uma cadeira. Se não for  heresia chamar-lhe assim!, não imaginas a complexidade do monstro, são tantas as variantes de posição que receio enjoo de mar revolto invadindo a paz de Cantelães. Fui ensinado a manter as costas direitas pelos amantes que repousam no jardim,  aparentemente esqueci-me de o fazer em sentido literal, há um preço a pagar. Seria desprezível comparar os meus achaques a tanto sofrimento que por aí vai, mas são óbvios sinais de declínio e o primeiro pensamento vai para ti,  apelo mudo que mira a porta de soslaio, numa esperança de milagre. O primeiro… Porque depois chega o alívio, triste mas alívio. Conheço-te – amar-me-ias no matter what, como por essa olímpica Londres se diz. Conheces-me – se o futuro trouxer o castigo de sobreviver a mim próprio, que o mundo inteiro se aperceba. Tu não, minha querida; tu não.

Só o negam os olhos, que não conseguem levantar voo da porta…

sexta-feira, agosto 03, 2012

Com ou sem razão... Dúvida excruciante do Tribunal:).


A partir de agora é crime na Itália dizer a um homem que este "não tem testículos". A norma foi aplicada judicialmente no mais importante tribunal italiano.
A decisão vem pôr fim a uma disputa entre um advogado e um primo seu, juiz de paz, que o insultou em pleno tribunal, dizendo que este "não tinha testículos".
"Fora a vulgaridade dos termos utilizados, a expressão é injuriosa", diz a sentença, que acrescenta que o insulto não só "insinua uma falta de virilidade do destinatário, como uma fraqueza de caráter, uma falta de determinação, de competência e de coerência, virtudes que, com ou sem razão, são identificadas como pertencentes ao género masculino".
O tribunal ainda não decidiu qual será o montante da multa a aplicar.

Jornal de Notícias.

quarta-feira, agosto 01, 2012

Um delicioso poeta burilando a prosa:).


Coisas sólidas e verdadeiras.



O leitor que, à semelhança do de O'Neill, me pede a crónica que já traz engatilhada perdoar-me-á que, por uma vez, me deite no divã: estou farto de política! Eu sei que tudo é política, que, como diz Szymborska, "mesmo caminhando contra o vento/ dás passos políticos/ sobre solo político". Mas estou farto de Passos Coelho, de Seguro, de Portas, de todos eles, da 'troika', do défice, da crise, de editoriais, de analistas!

Por isso, decidi hoje falar de algo realmente importante: nasceram três melros na trepadeira do muro do meu quintal. Já suspeitávamos que alguma coisa estivesse para acontecer pois os gatos ficavam horas na marquise olhando lá para fora, atentos à inusitada actividade junto do muro e fugindo em correria para o interior da casa sempre que o melro macho, sentindo as crias ameaçadas, descia sobre eles em voo picado.

Agora os nossos novos vizinhos já voam. Fico a vê-los ir e vir, procurando laboriosamente comida, os olhos negros e brilhantes pesquisando o vasto mundo do quintal ou, se calha de sentirem que os observamos, fitando-nos com curiosidade, a cabeça ligeiramente de lado, como se se perguntassem: "E estes, quem serão?"

Em breve nos abandonarão e procurarão outro território para a sua jovem e vibrante existência. E eu tenho uma certeza: não, nem tudo é política; a política é só uma ínfima parte, a menos sólida e menos veemente, daquilo a que chamamos impropriamente vida.

Manuel António Pina no JN.

segunda-feira, julho 30, 2012

Segunda tentativa...

E na semana de 27 a 31 de Agosto na Capoeira?

quinta-feira, julho 26, 2012

Dia dos Avós



Pouco original, tive quatro. E no entanto…

O Avô Ângelo era – como eu… - hipocondríaco, mas naquele tempo esse farejar ansioso do corpo ainda me era desconhecidoJ. Vai daí, ofendia-me que durante as minhas gripes me acenasse da porta do quarto e se pusesse ao fresco. Guardo a recordação de um homem pequenino, escrevendo em pé a sua crónica de jornal, aureolado pela luz do fim da tarde na Rua Alves da Veiga. Eu ia chamá-lo para jantar e descíamos à conversa, mas faltava-lhe calor em palavras e gestos, treinou-me os neurónios e deixou o coração a cargo de outros.

E outras… A Avó Manuela era um doce! Tinha ensurdecido durante a gravidez de meu Pai, ele acarretava uma enorme culpa injustificada pelo facto. Lembro as mulheres da família em adoração da velha telefonia, que exalava a primeira novela, custeada pelo célebre Tide. A heroína sofria de um qualquer problema, ainda por cima enxertado numa pobreza atroz, para alívio de todas o amor de um rapaz descrito como esbelto e solidariamente rico derrubava todas as fronteiras e a igreja acolhia-os, antes do ritual banho de arroz. Menos comovido do que as tias e a protectora Maria da Glória, eterna cozinheira da família, eu encarregava-me de gritar as peripécias do enredo a minha Avó, que acenava, aprovadora. Já ignorante das coisas do amor, pasmava por meu Pai chegar do consultório e  dirigir-lhe palavras bem menos ricas em decibéis, emolduradas por mãos tímidas no afago, excepto para ela e minha Mãe. E a Avó Manuela sorria e respondia, certeira. Levei muitos anos a perceber que ela ouvia os meus gritos, mas escutava as palavras dele, é diferente.

A Avó Sorgue deixou sempre claro que não aceitava comparações. Vigiara de muuuito perto o namoro de meus Pais e aterrou lá em casa uma semana depois do casamento para nunca mais sair. Perante a bonomia do genro, que lhe chamava a Rainha Mãe e se divertia com imagem vinícola no que a Avó e neto dizia respeito, chamava-nos o Casal Garcia, vinho verde crismava dois desesperados benfiquistas! Força da natureza é uma descrição anémica, a Avó Sorgue era telúrica sem nunca ter lido Torga, manipuladora sem conhecer Maquiavel. O seu amor absoluto ria-se de angústias éticas, mas não de receios pragmáticos, quando na Aguda eu recolhia à cama depois de mais uma noitada de poker, ela perguntava – “então?”. E eu sabia a resposta adequada, verdadeira ou não – “ganhei”. Para lhe escutar o suspiro, que já se enroscava – “ao menos! Se a tua Mãe sabe que te deixo jogar a dinheiro, mata-me”.

Morto estava o marido há muito tempo, nunca o conheci. Minha Mãe, que o teve apenas durante quatro anos, esquecia o ateísmo não militante e rezava-lhe, descobri-o na sua correspondência. Dele ouvi as histórias de trabalhador honesto que tivera morte fulminante a caminho de casa, desse dia fatídico, descrito  ao mais ínfimo pormenor pela Avó Sorgue, nasceu a minha sólida desconfiança do coração, celebrei os vinte e seis anos num misto de surpresa, alívio e culpa por sobreviver ao Avô Guilherme.

Que era amigo do segundo marido de minha Avó, guardião feroz da sua memória. Mas manso perante aquela mulher arrasadora, que lhe concedia o favor de alguns telefonemas para Lisboa. E no entanto, hoje, no Dia dos Avós, é para ele que coração e memória correm, escrevi-o mais de uma vez – o Paulitos foi uma figura parental inesquecível para mim. Ensinou-me palavras cruzadas, explicava como o esperanto uniria todos os povos, conseguia que uma meia de leite e uma torrada se transformassem numa celebração da cumplicidade entre Avô e neto. Nunca me deito sem um relance aquele homem magro e triste, segurando – inseguro… - ao colo um puto sisudo, as crianças desconhecem a tirania dos sorrisos de plástico para mundo ver. Aquele sou mesmo eu, o miúdo na foto ao lado, sorridente na farda de marinheiro, era já um farsante, vendido ao politicamente correcto. Ele nunca se vendeu e partiu à sua moda – discreto, sem incomodar ninguém. Felizmente alguém o amara nos últimos anos como minha Avó não fora capaz. Indiferente ao burocrático sangue, chorei-o com amargura e um profundo sentimento de abandono desamparado.

O esperanto, esse, foi outro sonho falhado…L.

Estado alimentar da Nação Murcónica!

Gente,
Recebi vários mails e as datas sugeridas não encaixam. Seria mais fácil se apontássemos para a última semana de Agosto no Porto?

segunda-feira, julho 23, 2012

Na mesma rua.

Maria,

Ou os tempos vão mais difíceis ou os neurónios saltaram para o eléctrico das articulações:(. Morreram amigos que o eram, outros que o não eram invadiram a boca de cena, podiam ter esperado que morresse eu; acreditando... Mais o gasganete talhado, a próstata a enfiar-me o credo na boca, esta vergonha pela falta dela nos outros que o Pai me ensinou. Conheces-me como ninguém - apesar da angústia crescente, imito a pedra. E de repente saio desarvorado, algo acontece. Lembras-te da tua descrição de Cantelães? - "é uma varanda disfarçada de casa". Pois segura-te - aluguei uma varanda no Porto, afinal não posso (ainda) viver lá em cima, protegido pela árvore dos meus queridos Velhos. Tu dirias "finalmente!". Eu sei, devia tê-lo feito há anos. Eu sei, tu sorririas, mudo-me para cem metros daqui. A minha resistência a mudanças e perdas, afinal por que te escrevo, longe como estás, em quilómetros e afectos? Mas mudo-me! Na varanda lobrigo o mar, acolho o sol; fecho os olhos para (me) ver. O resto da casa é bonito, sei que aprovarias. Sobretudo a sala!, aguentará música antiga e decibéis modernos. Mas tudo não passa de um apêndice, dama de honor daquela varanda - debruçada sobre o mar; o sol; a tua recordação; a minha melancolia. (Já não é mau contemplá-la de cima...).

Bruscamente no Verão actual:)

E quem alinha numa almoçarada na Mindinha na primeira semana de Agosto?

sexta-feira, julho 20, 2012

Confrangedor:(.

Ardem terra e alma das gentes. Este fogo não purifica; destrói. Resiste a boa consciência dos políticos, imune a diferenças de temperatura e políticas de prevenção:(.

quarta-feira, julho 18, 2012

Boa noite.

As mãos

Que tristeza tão inútil essas mãos
que nem sequer são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas
carregadas de sono.

Eugénio de Andrade.

Esclarecimento.

Terão reparado que o vídeo familiar mais recente desapareceu. Vocês, como sempre, têm direito a uma explicação - atendendo à sua presença no Youtube, parti do princípio que a sua colocação aqui seria pacífica. Não o foi para uma das personagens, pelo que fiz o meu dever - expliquei o meu raciocínio, pedi desculpa e retirei o vídeo.
Adiante.

segunda-feira, julho 16, 2012

Humor divino.

Ele ajoelhou e repetiu fórmula de infância.
- Senhor, eu não sou digno que entreis na minha morada.
Deus, levemente nauseado,
- Já o inverso não é verdadeiro.
E chamou-o para junto de Si.

domingo, julho 15, 2012

Queriiiiiias!:).

E de repente o Gaspar,
- Avô Júlio, por que tens mais amigos no Facebook do que eu?
- Sou velhinho, queres trocar?
O riso dele. Não há negócio:).

quinta-feira, julho 12, 2012

Porque sim.

A minha casa é um caos, como posso perder tantas coisas num T2? Mesmo assim fui a determinada gaveta, empurrado por uma recordação nevoenta. E lá estavam - trabalhos do Mestrado em Sexologia da Universidade Lusófona, do qual fiz parte durante vários anos, leccionando Antropologia da Sexualidade. Guardei-os porque eram bons, outros apenas visavam o dez da praxe (não é pecado:)))))). Esta gente merece que lhes deixe uma palavra de solidariedade, estão tristes ao verem o furacão que varre a "casa" em que estudaram e receiam ser brindados com palavra alheia a um ensino sério, a qualquer nível do processo educativo - facilitismo.
Aqui lhes deixo o meu abraço.

quarta-feira, julho 11, 2012

Jesus!


Uma mãe japonesa deixou o filho, de 19 meses, morrer enquanto conversava num fórum na Internet. A polícia já prendeu a mulher e investiga o caso.

Yumiko Takahashi, 29 anos, deixou o filho, Neo de 19 meses, morrer enquanto conversava num fórum na Internet. A mulher esteve com o filho na tarde do dia 24 de junho quando este já se encontrava doente. Ainda assim, Yumiko ignorou os sinais de febre do bebé e deixou-o sozinho no quarto.

O autópsia realizada ao corpo da criança indica que morreu na madrugada do dia 26 de junho e que esteve quase um dia morto até a mãe se aperceber do sucedido. A polícia já fez saber que prendeu a mulher por suspeitas de negligência e que agora decorrem as "necessárias investigações".

Yumiko já tinha perdido dois filhos anteriormente: um pouco depois de nascer, por razões que não são conhecidas, e outro devido a uma queda da varanda do seu apartamento. "Procurava consolo na Internet há mais de três anos porque entrei em depressão depois de perder os meus dois filhos", justificou-se.

Este caso não é inédito. Em 2010, um casal sul-coreano também deixou o seu filho de três meses morrer porque estiveram mais de 12 horas seguidas a "cuidar" do filho virtual num jogo na internet.

segunda-feira, julho 09, 2012

O concurso.

Em Vieira do Minho os meus "pais adoptivos" exibem um sólido optimismo acerca das hipóteses de ganhar as Sete Maravilhas com o Ermal:). E eu dou comigo a fazer figas - e a votar! - na esperança de que tal aconteça, quem recebe como eles receberam um citadino inveterado e caridosos o decretam "filho da terra" merece a salvação eterna, por que não um concurso televisivo pelo caminho?:).

domingo, julho 08, 2012

Peregrinação a solo.

Meus pais, escondendo a custo a desilusão - "os rapazes e os petizes?". E eu, armado em vítima - "não puderam, vim eu". O sorriso, disfarçado de folhas dançando à brisa - "mas tu estás cá sempre, menino". É verdade, amiúde tenho a sensação de que sombra minha se passeia pelo mundo, mas o espírito já repousa aqui com eles.


P.S. A pedido de numerosas famílias aderi ao facebook. Mas desde já aviso que todo o processo me pareceu uma selva densa, densa, não prometo funcionamento decente! É triste - sessenta e dois anos de vida e ainda não tenho equivalência a tecnologia básica:(.