Fitou a amiga, pensativa. Pediu ajuda a copo e garfo para resposta meditada. Repetir a pergunta comprou-lhe mais uns segundos.
- Se é o princípio do fim?
A biografia de Winston Churchill no escritório do Pai, leitor compulsivo e amante da frase elegante e certeira. (Como o Paulo...). Um título através das brumas da memória, e se apenas a Nação fosse imortal?:(.
- Não digo tanto...
O silêncio dele quando o deixara - resignado, quase pacífico; invadindo já o futuro.
- ... Mas talvez seja o fim do princípio.
Calou o arrepio da alma com um golo terapêutico, não saboreado. A amiga escondeu a surpresa condoída num entusiasmo falso pelo caril de gambas.
O resto do jantar foi normal.
terça-feira, abril 27, 2010
quarta-feira, abril 21, 2010
Serão.
Simon and Garfunkel em fundo - "Preserve your memories, they're all that's left you". O sorriso abrindo a porta ao murmúrio - "easier said than done". As fotografias arvoradas em muletas. Os sons do silêncio. Que é ambicioso!, tenciona invadir-lhe o espírito.
Quem for vivo e lúcido verá...
Quem for vivo e lúcido verá...
quinta-feira, abril 08, 2010
A heresia:(.
1 - Que os rapazes perdessem, era uma hipótese.
2 - Que as perninhas cedessem também. E provável!
3 - Depois de Marselha, ver o pobre do Júlio César petrificado não foi uma surpresa.
4 - Que à tristeza se misture o alívio é lógico, a megalomania podia - e ainda pode... - levar-nos a perder o campeonato.
5 - Mas discordar de algumas das opções de Jesus faz-me recear pela salvação da minha alma benfiquista:(.
2 - Que as perninhas cedessem também. E provável!
3 - Depois de Marselha, ver o pobre do Júlio César petrificado não foi uma surpresa.
4 - Que à tristeza se misture o alívio é lógico, a megalomania podia - e ainda pode... - levar-nos a perder o campeonato.
5 - Mas discordar de algumas das opções de Jesus faz-me recear pela salvação da minha alma benfiquista:(.
quarta-feira, abril 07, 2010
Qui se taquine...
Peguilhar contigo, tão sério como os políticos quando prometem. Ver-te sorrir, negociar, dar-me desconto, compreender o dia que (não) tive, lançar as agruras do teu para trás das costas em prol de um jantar descontraído e namoradeiro. Subir a parada. A ligeira crispação dos teus lábios que contagia os olhos e põe os lábios em movimento – “não estou a gostar desta pseudo-conversa”. O toque final, artístico e na corda bamba – “nem eu”. Os dois centímetros que ganhas empertigada inocentes, é do alto de uma absoluta inocência e autoridade moral que disparas em tiro raso para me colocar de joelhos e ao ciúme fingido mas verdadeiro – “estás a ser ridículo e ofensivo, sugiro…”. Provavelmente que utilize os neurónios para variar, eu prefiro escancarar o riso e abrir os braços, tu abanas os teus, desalentada, furiosa por já não sentires fúria, desconfio que aliviada por ainda guardar dentro de mim uma réstia de adolescência – “caio sempre…”. Ah, esse doce pragmatismo!, que te faz reabilitar a queda e invadir-me o colo faminto:).
terça-feira, abril 06, 2010
O horror, escreveu Conrad. A cada um o seu...
Os geniais Monty diziam-nos, do alto das cruzes em A Vida de Brian, que era preciso olhar sempre para o lado brilhante da vida. Aos sessenta, e com dois Pais demenciados, não é difícil fazê-lo perante esta notícia:), os meus filhos já não tremerão a cada esquecimento ou repetição. Como eu e alguns de vocês...
Alzheimer terá tratamento eficaz em até 10 anos, diz cientista inglês
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da Efe, em Barcelona
O médico inglês David Wilkinson, um dos maiores especialistas no mal de Alzheimer, afirmou que em um prazo de dez anos estará disponível um tratamento combinado de remédios que controlará o avanço da doença.
Como acontece atualmente com o tratamento contra a Aids, Wilkinson que a combinação de diversos remédios e, sobretudo, a prevenção também serão decisivas para a cura do Alzheimer.
"Não acho que nunca teremos um tratamento único contra o Alzheimer, mas quatro ou cinco diferentes. Talvez combinaremos uma vacina com inibidor de colinesterase com uma droga de memantina e antioxidantes ou antiinflamatórios, o que permitirá uma administração correta da doença", afirmou.
Wilkinson, diretor do Centro de Pesquisa e Avaliação da Memória do Hospital Moorgreen, em Southampton, no Reino Unido, afirma que dentro de "uns cinco ou dez anos" estará disponível o primeiro tratamento combinado que cure ou pelo menos detenha o progresso da doença, que afeta entre 6% e 10% da população dos países desenvolvidos.
Disgnóstico
Atualmente não existe nenhum remédio que detenha o mal de Alzheimer, mas há vários que conseguem desacelerar a evolução.
Para o cientista, tão importante quanto achar uma cura é que a doença seja detectada a tempo. A experiência demonstra que "quanto mais rápido se diagnostica e se trata, melhores são os resultados obtidos a longo prazo".
O problema, segundo Wilkinson, é que na Europa como um todo se demora em média mais de um ano desde os primeiros sintomas da doença até os pacientes recorrerem ao médico para conhecer as causas provocadas pela perda grave de memória, pela desorientação e pelos constantes descuidos.
O especialista considera que é positivo comunicar o diagnóstico da doença ao paciente, por sua vez destaca a importância de que pessoas famosas que sofrem da doença assumam em público.
Alzheimer terá tratamento eficaz em até 10 anos, diz cientista inglês
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da Efe, em Barcelona
O médico inglês David Wilkinson, um dos maiores especialistas no mal de Alzheimer, afirmou que em um prazo de dez anos estará disponível um tratamento combinado de remédios que controlará o avanço da doença.
Como acontece atualmente com o tratamento contra a Aids, Wilkinson que a combinação de diversos remédios e, sobretudo, a prevenção também serão decisivas para a cura do Alzheimer.
"Não acho que nunca teremos um tratamento único contra o Alzheimer, mas quatro ou cinco diferentes. Talvez combinaremos uma vacina com inibidor de colinesterase com uma droga de memantina e antioxidantes ou antiinflamatórios, o que permitirá uma administração correta da doença", afirmou.
Wilkinson, diretor do Centro de Pesquisa e Avaliação da Memória do Hospital Moorgreen, em Southampton, no Reino Unido, afirma que dentro de "uns cinco ou dez anos" estará disponível o primeiro tratamento combinado que cure ou pelo menos detenha o progresso da doença, que afeta entre 6% e 10% da população dos países desenvolvidos.
Disgnóstico
Atualmente não existe nenhum remédio que detenha o mal de Alzheimer, mas há vários que conseguem desacelerar a evolução.
Para o cientista, tão importante quanto achar uma cura é que a doença seja detectada a tempo. A experiência demonstra que "quanto mais rápido se diagnostica e se trata, melhores são os resultados obtidos a longo prazo".
O problema, segundo Wilkinson, é que na Europa como um todo se demora em média mais de um ano desde os primeiros sintomas da doença até os pacientes recorrerem ao médico para conhecer as causas provocadas pela perda grave de memória, pela desorientação e pelos constantes descuidos.
O especialista considera que é positivo comunicar o diagnóstico da doença ao paciente, por sua vez destaca a importância de que pessoas famosas que sofrem da doença assumam em público.
sábado, abril 03, 2010
Boa Páscoa, gente.
Simone Weil disse um dia que não acreditava em Deus, mas sim nos que acreditavam Nele. É uma frase belíssima, veio-me ao espírito quando lia o Papa -"Liberta nossa inteligência da pretensão equivocada e um pouco ridícula de poder dominar o mistério que nos circunda ". Tudo porque "recusamos a necessidade de Deus". Aos sessenta anos, admito que este tipo de arrogância ainda me entristece, os padres que ajudaram meus Pais a educar-me jamais a apoiariam. Mesmo antes de a psiquiatria ter reforçado a minha consciência desse mistério, nunca o pretendi dominar, muito menos confiei na Ciência para o fazer, aceito-o fora e dentro de mim. Como aceito que milhões lhe encontrem explicação no conceito de Deus como causa última. Muitos, suponho, nem chegaram a Ele por "necessidade", mas porque a sua busca de transcendência desembocou na Fé ou, grata, a acolheu.
Compreendo que o Vaticano se sente acossado, reina, aliás, alguma confusão - a vozes que pedem abertura total e expressam arrependimento por práticas "corporativas" que desdenharam o sofrimento, contrapôem outras uma visão paranóide que chega ao cúmulo de comparar o que se passa ao anti-semitismo! Respeitando as palavras, os padres que me educaram diziam que o cristianismo era uma prática. Ao alcance de todos... S. Paulo, contra quem tantas vezes "rosno" por causa da visão deprimente - e bem pouco cristã... - sobre a sexualidade, não espalhou pelo mundo greco-romano que as diferenças baseadas em credo e sexo terminavam sob a égide de Jesus? Sem comunhão ou baptismo no currículo, os meus amigos explicaram-me que isso não era álibi para ignorar a mensagem do Nazareno. Cumpri-a de forma satisfatória? Claro que não. Aceito-a como ideal utópico a perseguir? Sim, não encontro razão válida para negar pedido tão "megalómano" - amar o próximo como a si mesmo.
Para mim, Jesus foi um sonhador e um homem bom (perdoarão que não discuta a última teoria sumarenta, segundo a qual seria gay, nem me atarde sobre a angustiante (?) questão do seu aspecto físico). Viveu e morreu de acordo com aquilo em que acreditava, ou seja, em absoluta e sofrida paz consigo próprio. Incitou-nos a fazer o mesmo, não apenas como indivíduos, mas de um modo fraternal, solidário. E por isso, este agnóstico pensa nele com um enorme orgulho e deseja que amanhã ressuscite de novo simbolicamente para alegria de tantos, mas viva o ano inteiro nas práticas quotidianas e escolhas éticas de muitos mais. Para o bem de todos...
Compreendo que o Vaticano se sente acossado, reina, aliás, alguma confusão - a vozes que pedem abertura total e expressam arrependimento por práticas "corporativas" que desdenharam o sofrimento, contrapôem outras uma visão paranóide que chega ao cúmulo de comparar o que se passa ao anti-semitismo! Respeitando as palavras, os padres que me educaram diziam que o cristianismo era uma prática. Ao alcance de todos... S. Paulo, contra quem tantas vezes "rosno" por causa da visão deprimente - e bem pouco cristã... - sobre a sexualidade, não espalhou pelo mundo greco-romano que as diferenças baseadas em credo e sexo terminavam sob a égide de Jesus? Sem comunhão ou baptismo no currículo, os meus amigos explicaram-me que isso não era álibi para ignorar a mensagem do Nazareno. Cumpri-a de forma satisfatória? Claro que não. Aceito-a como ideal utópico a perseguir? Sim, não encontro razão válida para negar pedido tão "megalómano" - amar o próximo como a si mesmo.
Para mim, Jesus foi um sonhador e um homem bom (perdoarão que não discuta a última teoria sumarenta, segundo a qual seria gay, nem me atarde sobre a angustiante (?) questão do seu aspecto físico). Viveu e morreu de acordo com aquilo em que acreditava, ou seja, em absoluta e sofrida paz consigo próprio. Incitou-nos a fazer o mesmo, não apenas como indivíduos, mas de um modo fraternal, solidário. E por isso, este agnóstico pensa nele com um enorme orgulho e deseja que amanhã ressuscite de novo simbolicamente para alegria de tantos, mas viva o ano inteiro nas práticas quotidianas e escolhas éticas de muitos mais. Para o bem de todos...
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