quinta-feira, outubro 22, 2009

Associação livre de psiquiatra agnóstico ensonado acerca do folhetim da moda ou como a silly season invadiu o Outono:).

A Vida é um Jogo no Hollywood, com Paul Newman. Ainda apenas (?) bonito, sem o charme do segundo capítulo, que lhe valeria o óscar - A Cor do Dinheiro. A vida é um jogo... Saramago, por exemplo, tenciona jogá-lo até ao fim. Mesmo correndo o enorme risco de ver as suas palavras tomadas por choque vitamínico de campanha publicitária. Quanto às críticas, pouco lhe importam, muito menos o horror virtuoso do eurodeputado que sugere troca de cidadania para limpar honra e fé lusas. E no entanto... Aqui e ali, há no discurso de Saramago uma tonalidade provocatória que desagua em apelo não menos sedutor que o da serpente a Eva. O ateu desafia o (outro?) Senhor a deixar a toca celeste e trovejar - "Que andas dizendo a Meu respeito?".
Insolúvel drama o deste homem, não acredita no único interlocutor que aceitaria como par...

sábado, outubro 17, 2009

Obrigado malta:).

When I get older losing my hair,
Many years from now,
Will you still be sending me a valentine
Birthday greetings bottle of wine?
If I'd been out till quarter to three
Would you lock the door,Will you still need me,
will you still feed me,When I'm sixty-four?
oo oo oo oo oo oo oo oooo
You'll be older too, (ah ah ah ah ah)
And if you say the word,I could stay with you.
I could be handy mending a fuse
When your lights have gone.
You can knit a sweater by the fireside
Sunday mornings go for a ride.
Doing the garden, digging the weeds,Who could ask for more?
Will you still need me, will you still feed me,When I'm sixty-four?
Every summer we can rent a cottageIn the Isle of Wight,
if it's not too dear
We shall scrimp and save
Grandchildren on your kneeVera, Chuck, and Dave
Send me a postcard, drop me a line,Stating point of view.
Indicate precisely what you mean to say
Yours sincerely, Wasting Away.
Give me your answer, fill in a form
Mine for evermore
Will you still need me, will you still feed me,When I'm sixty-four?
Whoo!

terça-feira, outubro 13, 2009

Boa noite.

Como a Vida é um fogacho, consentido pelo Nada a que regressa, também as palavras desaguam no silêncio. Com uma diferença, ao menos para o não crente: a Vida precisa de si mesma para ficar, sem a memória alheia apaga-se; as palavras carregam o duro privilégio de moldarem o tipo de silêncio que delas brota. É o da intimidade que exige a mais hábil esgrima prévia...

segunda-feira, outubro 12, 2009

A sugestão.

Maria,

Escrever???? Peço-te ombro, conselho ou terapêutica e tu sugeres que escreva???? Não invoques lucidez, catarse ou sublimação, é de um castigo que se trata, a escrita dói:(. E não permite os requebros da palavra dita; sobrevive, acusadora, em papel ou word. Como esta nossa correspondência esquizofrénica de ex-amantes e futuros conhecidos, que escapa ao alívio do delete por eu preferir o murmúrio ténue ao silêncio atroador. E a este louco equilíbrio tu defendes que junte a ficção...? Nem pensar, minha querida, a realidade recusa-se a ceder-lhe o lugar, mesmo travestida.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Associação livre.

Bartolomeu levanta uma questão interessante - e quando o pássaro volta? Confesso que alucinei sobre ave sem retorno, mas compreendo a dúvida, há amores que regressam. Intocados? Por outros alguéns ou pelo que os levou a deixar-nos? Se por outros alguéns, como reagimos nós? Depende do que sentiram ou fizeram? Nós homens, temos reputação de reagir de forma diversa quando quem amamos conheceu alguém no sentido bíblico do termo:). E no entanto há paixões vestidas, até longínquas!, que modificam - às vezes para sempre... - o olhar de quem volta. Pobres de nós quando nos batemos contra essas rivais - castas na Carne, sem esperança ou desejo de cura para o delírio que lhes rói e salva o espírito.
Em outras ocasiões não houve ninguém entre nós e nós. Mas o que fez voar o pássaro, impotente embora para evitar o seu regresso, chega e sobra para o manter em guarda. Contra nós, que porventura o magoámos, mas também contra si mesmo, que baloiça entre o alívio deliciado e faminto por nos reencontrar e uma sensação amarga de cedência, por acreditar piamente que o não merecemos ou amamos bem. Quando existe tal ambivalência, a bonança que sucede à tempestade anuncia nova tormenta...
Compreendo a parcimónia de Bartolomeu em face de aves migratórias. E contudo, quantos se podem gabar de nunca ter consultado relógio de pulso ou calendário, na esperança de ver alguém pousar de novo na área bem pouco protegida do seu peito:)?

terça-feira, outubro 06, 2009

Boa noite.

A melancolia é uma tristeza tão subtil que passa por bom senso; e nos permite continuar à varanda depois de terem levantado voo o riso das crianças e o pássaro do amor.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Ainda as eleições:).

Maria,

Que tristeza, querida!:( - voas propositadamente de Londres para votar e absténs-te dos meus braços? Sinto-me inútil, em branco, nulo; mais minoritário a cada viagem e silêncio teus. Ouve, não peço grandes compromissos, legislaturas garantidas, coligação à prova de bala ou terceiros que a façam cair. Mas nem um acordozito pontual? Maria, não (te) governes sem mim...