Ontem trabalhei até tarde. E num intervalo de referências bibliográficas, slides e requebros de Power-Point dei comigo a fitar o telefone a horas em que o receamos - "o que terá acontecido e a quem?". Não foi difícil puxar o rabo da nostalgia escondida com ele de fora, era do meu Velho que desejava escutar a voz. Também ele ave nocturna, falava a horas obscenas com um entusiasmo juvenil - "então que tal o dia, meu querido filho?". Ouvia distraído e arrastava-me para a sua amada política. Esteja onde estiver - e eu penso que não está em lugar nenhum, a não ser em alguns neurónios que migraram para corações que o amavam... -, ainda bem que não ligou. Porque lhe falaria de angústias que o deixariam aflito e eu não gostava de o saber assim. Nas poucas vezes em que o fiz, o silêncio era tão pesado que eu mordia a língua, arrependido. Lá do fundo, sem artifícios que me ofenderiam, a voz saía-lhe triste e meiga, "veja se ao menos descansa".
Ainda bem que não ligou.
sexta-feira, setembro 29, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
Três milhões...
"A excisão, como o cinto de castidade, é o medo que o homem tem da mulher" (Entrevista a Khady Koita, activista)
Três milhões de meninas são excisadas a cada ano. Na chamada África Negra, mas também na Indonésia, no Egipto e até na Europa. Há entre 130 e 150 milhões de mulheres no mundo a quem o clitóris foi cortado e esta senegalesa muçulmana a viver na Bélgica é uma delas. Em Lisboa para promover o seu livro e participar num seminário, fala deste crime e de como combatê-lo.Conta no seu livro como foi excisada, aos sete anos, "de surpresa": o clitóris "serrado" a sangue frio com uma lâmina velha enquanto três mulheres a seguravam, a dor, o sangue, o silêncio dos adultos. Quando é que alguém lhe explicou o que tinha acontecido e porquê?Nunca. Ninguém me explicou porque, suponho, quem faz isso também não sabe porque o faz. E eu também não fiz perguntas. Mas quando começamos a investigar, quando se lê sobre isso e se fala com os "velhos", temos várias respostas: faz-se para que a rapariga possa chegar virgem ao casamento, para que a mulher seja fiel ao marido; outros dizem que é preciso tirar "aquilo" porque se o marido lhe tocar morre, ou então é o bebé ao nascer que pode morrer... A maioria dir-lhe-á que é feito para agradar ao marido. Em nome da honra e dignidade do homem. Para que a mulher não seja demasiado gulosa por sexo...A origem da prática está identificada? É costume associá-la ao islamismo e a África. Sabe-se que já no tempo dos faraós se fazia a infibulação, que é a forma de excisão mais brutal, em que se corta tudo e se cose a vagina à mulher - foram encontradas múmias assim. Aliás no Egipto, ainda hoje, 97% das mulheres são excisadas. Em África faz-se no Iémen, no Djbuti, na Eritreia, na Somália. Mas faz-se também na Indonésia e no Curdistão iraquiano - não é uma prática só africana. E não é feita só pelos muçulmanos. Também os cristãos e os animistas a praticam. Não há uma religião específica dos que a fazem nem textos religiosos - não está no Corão nem na Bíblia - a preconizá-la. Mas como as mulheres de um modo geral não sabiam ler, disseram- -lhes que era um preceito religioso, e elas acreditaram que tinha de ser feito. Sobretudo porque foram educadas na ideia de que se não fossem excisadas não casavam, e se não casassem, não existiam. Por isso, a luta contra a excisão passa também por alfabetizar as mulheres. Desde que possam ler e escrever, começam a reflectir. Mas se alguém acredita num deus que teria feito tudo o que existe, e portanto as mulheres tal como nascem, como defender que teria criado todas as mulheres "com defeito"?Claro: se Deus fez as mulheres com clitóris, é porque acha que faz falta. É por isso que digo aos homens: "São vocês que instigam isto; é uma ideia vossa". É como o cinto de castidade que foi inventado na Europa, como quando os médicos europeus queimavam o clitóris das raparigas para, supostamente, lhes curar a histeria. O propósito é o mesmo: controlar a sexualidade da mulher. Vem do medo que os homens têm das mulheres .Quando é que começou a questionar-se sobre isso?Já adulta. Bastante tempo depois de ir viver para França. Escreve que as relações sexuais eram penosas e dolorosas com o seu primeiro marido. É possível ter prazer sendo excisada?Em todo o lado - talvez à excepção da Europa actual - espera-se que o homem tenha prazer no sexo, mas a mulher não, e menos ainda quando casada contra vontade, como no meu caso. Eu nem sequer participava no acto. Quanto à dor, depende da forma como se foi excisada. Umas mulheres têm-na, outras não. Mas mesmo sem clitóris é possível ter prazer sexual - depende do parceiro. E hoje em dia há médicos que reconstroem o clitóris. Resulta em alguns casos. Fala também de problemas no parto devido à mutilação. Aquela zona está cicatrizada, perdeu a elasticidade, o que implica que as mulheres fiquem todas rasgadas e tenham dores horríveis. Mas nos primeiros partos eu não sabia que isso se devia à excisão, ninguém me disse "você foi mutilada e vai ter este e aquele problema". Nenhum dos médicos que me seguiu mencionou sequer o assunto. Isto em França! Tinha 15 anos quando dei à luz pela primeira vez e a médica que me viu não me fez uma única observação sobre a cicatriz que viu no lugar do clitóris. Só depois da morte de três meninas, em França, nos anos 80, é que isso começou a mudar. A mais mediatizada foi a de uma bebé do Mali, de três meses, em 1982. Na sequência disso começou a haver formação nessa área entre os médicos e o pessoal da assistência social.Três das suas filhas foram excisadas em França, nos anos setenta, por uma amiga sua, que nem sequer lhe pediu permissão. Mas escreve que se ela tivesse perguntado, teria assentido...Nessa época, o meu espírito não estava preparado para criticar, ou mesmo para questionar a prática. Nunca me tinha perguntado se estava bem ou mal. Era normal e era preciso fazê-lo. Foi muito mais tarde, quando comecei a envolver-me, como intérprete, na luta contra a violência sobre as mulheres que conheci, nos hospitais, uma associação que combate a excisão e da qual fazem parte muitas médicas, que me explicaram as consequências nefastas da excisão. Como vê, hoje, a atitude dos médicos que se calaram?É o relativismo cultural, aquela ideia "É a cultura deles, não temos nada a ver com isso". Mas há cultura e cultura! A mutilação sexual feminina tem de ser vista no contexto dos direitos humanos. E aí não há cores nem culturas. Não se pode fazer discriminação em termos de direitos humanos, dizer que são só para alguns. Mas são também as comunidades imigrantes que dizem: "vivemos aqui mas não queremos ser como vocês, não queremos adoptar os vossos valores". E aí há um conflito, como no caso da interdição do véu muçulmano nas escolas públicas francesas. Eu sou muçulmana e não uso véu. No meu país não se usa. E acho que se deve respeitar o direito da escola. Se são essas as regras da escola laica, se eu a frequento devo respeitá-las. Tal como, se estou num país, tenho de respeitar os seus valores, adaptar-me. Claro que há conflitos. Mas penso que nos países em que os imigrantes não vivem todos ao molho, em gueto, as coisas funcionam melhor. Que devem os países europeus fazer?Não é essencial fazer leis específicas contra a excisão: creio que em nenhum lugar da Europa é permitido mutilar qualquer parte do corpo. O que é preciso é ter atenção a essa realidade. Por exemplo, em França, todas as crianças dos zero aos seis anos são examinadas, incluindo o sexo, nas consultas pediátricas, e tudo é anotado na ficha respectiva. E explica-se à família tudo o que há a explicar sobre a excisão em termos de saúde, sublinhando que é uma prática interdita, ilegal, e que se a criança aparecer excisada o médico será obrigado a comunicar o facto ao ministério público. Em França há mais de 30 processos por esse motivo. E na Suécia houve um processo contra um pai que fez excisar a filha de 13 anos na Somália.
Três milhões de meninas são excisadas a cada ano. Na chamada África Negra, mas também na Indonésia, no Egipto e até na Europa. Há entre 130 e 150 milhões de mulheres no mundo a quem o clitóris foi cortado e esta senegalesa muçulmana a viver na Bélgica é uma delas. Em Lisboa para promover o seu livro e participar num seminário, fala deste crime e de como combatê-lo.Conta no seu livro como foi excisada, aos sete anos, "de surpresa": o clitóris "serrado" a sangue frio com uma lâmina velha enquanto três mulheres a seguravam, a dor, o sangue, o silêncio dos adultos. Quando é que alguém lhe explicou o que tinha acontecido e porquê?Nunca. Ninguém me explicou porque, suponho, quem faz isso também não sabe porque o faz. E eu também não fiz perguntas. Mas quando começamos a investigar, quando se lê sobre isso e se fala com os "velhos", temos várias respostas: faz-se para que a rapariga possa chegar virgem ao casamento, para que a mulher seja fiel ao marido; outros dizem que é preciso tirar "aquilo" porque se o marido lhe tocar morre, ou então é o bebé ao nascer que pode morrer... A maioria dir-lhe-á que é feito para agradar ao marido. Em nome da honra e dignidade do homem. Para que a mulher não seja demasiado gulosa por sexo...A origem da prática está identificada? É costume associá-la ao islamismo e a África. Sabe-se que já no tempo dos faraós se fazia a infibulação, que é a forma de excisão mais brutal, em que se corta tudo e se cose a vagina à mulher - foram encontradas múmias assim. Aliás no Egipto, ainda hoje, 97% das mulheres são excisadas. Em África faz-se no Iémen, no Djbuti, na Eritreia, na Somália. Mas faz-se também na Indonésia e no Curdistão iraquiano - não é uma prática só africana. E não é feita só pelos muçulmanos. Também os cristãos e os animistas a praticam. Não há uma religião específica dos que a fazem nem textos religiosos - não está no Corão nem na Bíblia - a preconizá-la. Mas como as mulheres de um modo geral não sabiam ler, disseram- -lhes que era um preceito religioso, e elas acreditaram que tinha de ser feito. Sobretudo porque foram educadas na ideia de que se não fossem excisadas não casavam, e se não casassem, não existiam. Por isso, a luta contra a excisão passa também por alfabetizar as mulheres. Desde que possam ler e escrever, começam a reflectir. Mas se alguém acredita num deus que teria feito tudo o que existe, e portanto as mulheres tal como nascem, como defender que teria criado todas as mulheres "com defeito"?Claro: se Deus fez as mulheres com clitóris, é porque acha que faz falta. É por isso que digo aos homens: "São vocês que instigam isto; é uma ideia vossa". É como o cinto de castidade que foi inventado na Europa, como quando os médicos europeus queimavam o clitóris das raparigas para, supostamente, lhes curar a histeria. O propósito é o mesmo: controlar a sexualidade da mulher. Vem do medo que os homens têm das mulheres .Quando é que começou a questionar-se sobre isso?Já adulta. Bastante tempo depois de ir viver para França. Escreve que as relações sexuais eram penosas e dolorosas com o seu primeiro marido. É possível ter prazer sendo excisada?Em todo o lado - talvez à excepção da Europa actual - espera-se que o homem tenha prazer no sexo, mas a mulher não, e menos ainda quando casada contra vontade, como no meu caso. Eu nem sequer participava no acto. Quanto à dor, depende da forma como se foi excisada. Umas mulheres têm-na, outras não. Mas mesmo sem clitóris é possível ter prazer sexual - depende do parceiro. E hoje em dia há médicos que reconstroem o clitóris. Resulta em alguns casos. Fala também de problemas no parto devido à mutilação. Aquela zona está cicatrizada, perdeu a elasticidade, o que implica que as mulheres fiquem todas rasgadas e tenham dores horríveis. Mas nos primeiros partos eu não sabia que isso se devia à excisão, ninguém me disse "você foi mutilada e vai ter este e aquele problema". Nenhum dos médicos que me seguiu mencionou sequer o assunto. Isto em França! Tinha 15 anos quando dei à luz pela primeira vez e a médica que me viu não me fez uma única observação sobre a cicatriz que viu no lugar do clitóris. Só depois da morte de três meninas, em França, nos anos 80, é que isso começou a mudar. A mais mediatizada foi a de uma bebé do Mali, de três meses, em 1982. Na sequência disso começou a haver formação nessa área entre os médicos e o pessoal da assistência social.Três das suas filhas foram excisadas em França, nos anos setenta, por uma amiga sua, que nem sequer lhe pediu permissão. Mas escreve que se ela tivesse perguntado, teria assentido...Nessa época, o meu espírito não estava preparado para criticar, ou mesmo para questionar a prática. Nunca me tinha perguntado se estava bem ou mal. Era normal e era preciso fazê-lo. Foi muito mais tarde, quando comecei a envolver-me, como intérprete, na luta contra a violência sobre as mulheres que conheci, nos hospitais, uma associação que combate a excisão e da qual fazem parte muitas médicas, que me explicaram as consequências nefastas da excisão. Como vê, hoje, a atitude dos médicos que se calaram?É o relativismo cultural, aquela ideia "É a cultura deles, não temos nada a ver com isso". Mas há cultura e cultura! A mutilação sexual feminina tem de ser vista no contexto dos direitos humanos. E aí não há cores nem culturas. Não se pode fazer discriminação em termos de direitos humanos, dizer que são só para alguns. Mas são também as comunidades imigrantes que dizem: "vivemos aqui mas não queremos ser como vocês, não queremos adoptar os vossos valores". E aí há um conflito, como no caso da interdição do véu muçulmano nas escolas públicas francesas. Eu sou muçulmana e não uso véu. No meu país não se usa. E acho que se deve respeitar o direito da escola. Se são essas as regras da escola laica, se eu a frequento devo respeitá-las. Tal como, se estou num país, tenho de respeitar os seus valores, adaptar-me. Claro que há conflitos. Mas penso que nos países em que os imigrantes não vivem todos ao molho, em gueto, as coisas funcionam melhor. Que devem os países europeus fazer?Não é essencial fazer leis específicas contra a excisão: creio que em nenhum lugar da Europa é permitido mutilar qualquer parte do corpo. O que é preciso é ter atenção a essa realidade. Por exemplo, em França, todas as crianças dos zero aos seis anos são examinadas, incluindo o sexo, nas consultas pediátricas, e tudo é anotado na ficha respectiva. E explica-se à família tudo o que há a explicar sobre a excisão em termos de saúde, sublinhando que é uma prática interdita, ilegal, e que se a criança aparecer excisada o médico será obrigado a comunicar o facto ao ministério público. Em França há mais de 30 processos por esse motivo. E na Suécia houve um processo contra um pai que fez excisar a filha de 13 anos na Somália.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Não necessariamente a física...
Jogos para adiar a morte
Descobrir em outro
a palavra precisa,
a desolada matéria do sonho,
imóvel, fixa sobre o papel.
Palavra que nomeia fantasmas
mas também labaredas de vida
e - ao fundo - o eco do mar,
a sua perdurável presença momentânea,
ondas e horas, sílabas e símbolos.
Tudo o que nos resta, tudo e nada:
jogos para adiar a morte.
Juan Luis Panero, Poemas.
Descobrir em outro
a palavra precisa,
a desolada matéria do sonho,
imóvel, fixa sobre o papel.
Palavra que nomeia fantasmas
mas também labaredas de vida
e - ao fundo - o eco do mar,
a sua perdurável presença momentânea,
ondas e horas, sílabas e símbolos.
Tudo o que nos resta, tudo e nada:
jogos para adiar a morte.
Juan Luis Panero, Poemas.
Ele chamou isso ao Petit??????:)))))).
Gays ingleses exigem pedido de desculpas a Scholes por comentário feito no jogo com o Benfica
[ 2006/09/27 15:58 ] Redacção MaisFutebol
var random_number="bust="+(Math.round(Math.random()*10000000000));
A comunidade gay inglesa exige que Paul Scholes apresente um pedido de desculpas, depois de um alegado comentário homofóbico feito esta terça-feira, no jogo da Liga dos Campeões com o Benfica.
Tudo aconteceu logo aos dez minutos de jogo. O médio do Manchester United cometeu uma falta sobre Petit e foi admoestado com o cartão amarelo pelo árbitro belga Frank de Bleeckere. Terá sido então que Scholes soltou a expressão «fucking poof».
O comentário não agradou aos gays ingleses, que não só exigem um pedido de desculpas do jogador, como pretendem que a UEFA actue contra estes casos da mesma forma que faz com o racismo.
«Os comentários homofóbicos são tão inaceitáveis quanto os racistas. É chocante que a UEFA não tenha agido face ao comentário do Scholes. Se tivesse sido um comentário racista, a UEFA ou a federação inglesa agiam logo disciplinarmente. Exigimos que o Paul Scholes peça desculpa», disse o activista Peter Tatchell.
[ 2006/09/27 15:58 ] Redacção MaisFutebol
var random_number="bust="+(Math.round(Math.random()*10000000000));
A comunidade gay inglesa exige que Paul Scholes apresente um pedido de desculpas, depois de um alegado comentário homofóbico feito esta terça-feira, no jogo da Liga dos Campeões com o Benfica.
Tudo aconteceu logo aos dez minutos de jogo. O médio do Manchester United cometeu uma falta sobre Petit e foi admoestado com o cartão amarelo pelo árbitro belga Frank de Bleeckere. Terá sido então que Scholes soltou a expressão «fucking poof».
O comentário não agradou aos gays ingleses, que não só exigem um pedido de desculpas do jogador, como pretendem que a UEFA actue contra estes casos da mesma forma que faz com o racismo.
«Os comentários homofóbicos são tão inaceitáveis quanto os racistas. É chocante que a UEFA não tenha agido face ao comentário do Scholes. Se tivesse sido um comentário racista, a UEFA ou a federação inglesa agiam logo disciplinarmente. Exigimos que o Paul Scholes peça desculpa», disse o activista Peter Tatchell.
terça-feira, setembro 26, 2006
A saga continua.
Mesmo levando em conta o futebol praticado desde o início da época, a segunda parte do Benfica no jogo de hoje só justifica um adjectivo: degradante. Quanto à estratégia de substituições de Fernando Santos, ela define um treinador deprimente. O Manchester? Veio para empatar e saiu-lhe a lotaria. Demonstrou por que razão Mourinho será de novo campeão lá para Novembro:).
O embaixador.
Não fosse cá o meco e em Outubro não havia tacho para ninguém, ó maralhal! As datas são todas péssimas, vai daí expliquei ao patraozinho que trabalhando à tarde e indo ao jantar do Murcon à noite empochava mais um álibi para se pirar cedo. Como de costume, rendeu-se à minha lógica (não de ferro, mas granítica, estamos no Puoorto, carago!). Anuncio portanto ao maralhal interessado que estaremos disponíveis (nós os dois, ainda não falo em plural majestático...) a 28 de Outubro. A Gertrudes não vai, prefere o sossego de Cantelães. (Começo a pensar se não estará acabadota para um homem tão cheio de vida como eu... Sim, porque depois de levar o patraozinho a casa, vou para a noite!)
segunda-feira, setembro 25, 2006
Perguntar não ofende.
Não prometo marés vivas, já fugiu o meu Agosto - terás praia encharcada, ventre seco e dunas rijas. Trago o peito carcomido, o vento mudado em brisa - ofereço vela enfunada, casco podre e mão ladina. Queres-me até aparecer o príncipe encantado?
domingo, setembro 24, 2006
Domingo de chuva.
Maria,
Domingo de chuva. Conheces-me - trabalho espojado no tapete. As armadilhas da memória. Tu no sofá, um "degrau" acima. Lendo o jornal, preguiçosa e marota, ave de rapina abençoada por este lagarto de sangue já frescote:(. A tua voz, neutra e falsa; como o olhar, perdido no trigésimo quarto suplemento do semanário - "vão sendo horas...". Os amigos à espera e nós contentes por isso, que bom desejá-los pela companhia e não para disfarçarem silêncios fúnebres que tivessem invadido a relação. Igualar o teu bluff, "tens razão, vamos lá". Esse riso, tão vivo ainda que o alucino, ei-lo no ecrã, espera!, pronto - também no computador és o wallpaper da minha vida. Vamos lá, dizia eu; mas não, vinhas tu. Escorregavas do sofá e disfarçavas o teu desejo de esmola ao meu, "acho que te vou abrir o apetite". Os nossos corpos, exasperados. A televisão em fundo; a porta da vizinha; o relógio honesto mas benevolente. A pressa descomposta. Os olhos procurando-se no carro. A minha mão risonha na tua coxa, à revelia do cansaço mole que me encanta a preguiça e entristece a gula, dedo ante dedo..., "está quieto", a voz trémula desautorizava a ordem. O restaurante. A malta. O dono, ele próprio velho amigo. E, como de costume!, eu dava a alma à tua palmatória - de tão saciado, morria de fome:).
Domingo de chuva. Conheces-me - trabalho espojado no tapete. As armadilhas da memória. Tu no sofá, um "degrau" acima. Lendo o jornal, preguiçosa e marota, ave de rapina abençoada por este lagarto de sangue já frescote:(. A tua voz, neutra e falsa; como o olhar, perdido no trigésimo quarto suplemento do semanário - "vão sendo horas...". Os amigos à espera e nós contentes por isso, que bom desejá-los pela companhia e não para disfarçarem silêncios fúnebres que tivessem invadido a relação. Igualar o teu bluff, "tens razão, vamos lá". Esse riso, tão vivo ainda que o alucino, ei-lo no ecrã, espera!, pronto - também no computador és o wallpaper da minha vida. Vamos lá, dizia eu; mas não, vinhas tu. Escorregavas do sofá e disfarçavas o teu desejo de esmola ao meu, "acho que te vou abrir o apetite". Os nossos corpos, exasperados. A televisão em fundo; a porta da vizinha; o relógio honesto mas benevolente. A pressa descomposta. Os olhos procurando-se no carro. A minha mão risonha na tua coxa, à revelia do cansaço mole que me encanta a preguiça e entristece a gula, dedo ante dedo..., "está quieto", a voz trémula desautorizava a ordem. O restaurante. A malta. O dono, ele próprio velho amigo. E, como de costume!, eu dava a alma à tua palmatória - de tão saciado, morria de fome:).
sexta-feira, setembro 22, 2006
É o mesmo por todo o lado:(.
Tem 31 anos? É velho demais
2006/09/22 | 16:45 || Tatiana Alegria
Para ser comissário de bordo da TAP o limite é 30 anos. Na British Airways pode candidatar-se até aos 65. A Iberia não impõe limite máximo. Empregadores podem excluir os candidatos «mais maduros»? Juristas dizem que se trata de uma «zona cinzenta»
Tem 31 anos? Então é velho demais para ser comissário de bordo da TAP. Os candidatos ao cargo não podem ter mais de 30 anos, lê-se no site da companhia aérea.
Qual o fundamento desta limitação? «Trata-se de uma prática internacional, justificada pelo tipo de funções exercidas e pelo equilíbrio que tem de existir entre experiência e juventude», explica o porta-voz da TAP, António Monteiro, ao PortugalDiário.
No entanto, esta «prática internacional» não é aplicada na British Airways. «A idade limite para recrutamento de comissários de bordo da British Airways é de 55 anos, mas a lei laboral no Reino Unido está a mudar neste momento e, a partir de 1 de Outubro, a idade máxima será de 65 anos», esclarece o gabinete de imprensa da empresa ao PortugalDiário.
Já na companhia de aviação Iberia não existe um limite máximo de idade nestas candidaturas, adianta a assessoria de imprensa da empresa espanhola. Mas aos 55 anos os comissários de bordo podem pedir para trabalhar em terra, acrescenta o porta-voz da Iberia.
Por vezes o limite máximo de idade não existe no papel, mas aplica-se na prática. «Muitas companhias não aceitam comissários de bordo com mais de 26 anos», conta um funcionário de uma companhia aérea internacional, contactado pelo PortugalDiário. «No início de carreira, os comissários de bordo chegam a fazer sete escalas por dia. É muito stressante e eles só querem jovens», descreve o trabalhador.
Mas nem todos aceitam que a fasquia etária seja tão baixa. Paulo Pintassilgo tem 31 anos e não se considera «velho demais» para o cargo de comissário de bordo. Trabalha actualmente na British Airways «onde não existem discriminações», mas sente-se indignado por saber que estas limitações são impostas na TAP, onde vários amigos nem sequer tiveram oportunidade de apresentar uma candidatura.
«Podem sempre levar a questão aos tribunais europeus, mas muitos não estão para se chatear», desabafa. Paulo Pintassilgo conta ao PortugalDiário que no ano passado o mesmo concurso discriminava em função do sexo. «Impunha uma altura mínima de 170 cm para os homens e 160cm para as mulheres. Levei a questão à Comissão Europeia e este ano a empresa corrigiu este requisito da candidatura».
A TAP está a discriminar em função da idade ao impor um limite máximo de idade? Especialistas em direito laboral contactados pelo PortugalDiário defendem tratar-se de uma «zona cinzenta», mas sublinham que qualquer critério de exclusão tem de ser muito bem fundamentado. «A experiência laboral pode ser critério de avaliação mas nunca um critério de exclusão», afirma o advogado Rui Assis ao PortugalDiário.
A discriminação em função da idade «a mais» é um tema muito actual, defende o jurista. Por um lado, a sociedade está cada vez mais competitiva, por outro, as «almofadas» das pré-reformas estão a desaparecer, argumenta.
Candidatos internos podem ser «mais maduros»
Mas nem todos os «trintões» estão excluídos da candidatura ao cargo de comissário de bordo da TAP. Os funcionários da própria companhia não estão sujeitos a este limite máximo de idade «porque os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho a tal obrigam a empresa e porque a política da empresa vai no sentido da mobilidade interna aproveitando conhecimentos e capacidades já revelados ao seu serviço», explica António Monteiro, porta-voz da TAP, ao PortugalDiário.
2006/09/22 | 16:45 || Tatiana Alegria
Para ser comissário de bordo da TAP o limite é 30 anos. Na British Airways pode candidatar-se até aos 65. A Iberia não impõe limite máximo. Empregadores podem excluir os candidatos «mais maduros»? Juristas dizem que se trata de uma «zona cinzenta»
Tem 31 anos? Então é velho demais para ser comissário de bordo da TAP. Os candidatos ao cargo não podem ter mais de 30 anos, lê-se no site da companhia aérea.
Qual o fundamento desta limitação? «Trata-se de uma prática internacional, justificada pelo tipo de funções exercidas e pelo equilíbrio que tem de existir entre experiência e juventude», explica o porta-voz da TAP, António Monteiro, ao PortugalDiário.
No entanto, esta «prática internacional» não é aplicada na British Airways. «A idade limite para recrutamento de comissários de bordo da British Airways é de 55 anos, mas a lei laboral no Reino Unido está a mudar neste momento e, a partir de 1 de Outubro, a idade máxima será de 65 anos», esclarece o gabinete de imprensa da empresa ao PortugalDiário.
Já na companhia de aviação Iberia não existe um limite máximo de idade nestas candidaturas, adianta a assessoria de imprensa da empresa espanhola. Mas aos 55 anos os comissários de bordo podem pedir para trabalhar em terra, acrescenta o porta-voz da Iberia.
Por vezes o limite máximo de idade não existe no papel, mas aplica-se na prática. «Muitas companhias não aceitam comissários de bordo com mais de 26 anos», conta um funcionário de uma companhia aérea internacional, contactado pelo PortugalDiário. «No início de carreira, os comissários de bordo chegam a fazer sete escalas por dia. É muito stressante e eles só querem jovens», descreve o trabalhador.
Mas nem todos aceitam que a fasquia etária seja tão baixa. Paulo Pintassilgo tem 31 anos e não se considera «velho demais» para o cargo de comissário de bordo. Trabalha actualmente na British Airways «onde não existem discriminações», mas sente-se indignado por saber que estas limitações são impostas na TAP, onde vários amigos nem sequer tiveram oportunidade de apresentar uma candidatura.
«Podem sempre levar a questão aos tribunais europeus, mas muitos não estão para se chatear», desabafa. Paulo Pintassilgo conta ao PortugalDiário que no ano passado o mesmo concurso discriminava em função do sexo. «Impunha uma altura mínima de 170 cm para os homens e 160cm para as mulheres. Levei a questão à Comissão Europeia e este ano a empresa corrigiu este requisito da candidatura».
A TAP está a discriminar em função da idade ao impor um limite máximo de idade? Especialistas em direito laboral contactados pelo PortugalDiário defendem tratar-se de uma «zona cinzenta», mas sublinham que qualquer critério de exclusão tem de ser muito bem fundamentado. «A experiência laboral pode ser critério de avaliação mas nunca um critério de exclusão», afirma o advogado Rui Assis ao PortugalDiário.
A discriminação em função da idade «a mais» é um tema muito actual, defende o jurista. Por um lado, a sociedade está cada vez mais competitiva, por outro, as «almofadas» das pré-reformas estão a desaparecer, argumenta.
Candidatos internos podem ser «mais maduros»
Mas nem todos os «trintões» estão excluídos da candidatura ao cargo de comissário de bordo da TAP. Os funcionários da própria companhia não estão sujeitos a este limite máximo de idade «porque os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho a tal obrigam a empresa e porque a política da empresa vai no sentido da mobilidade interna aproveitando conhecimentos e capacidades já revelados ao seu serviço», explica António Monteiro, porta-voz da TAP, ao PortugalDiário.
quinta-feira, setembro 21, 2006
Sem dúvida! Ainda ontem comi um. Não no Império, mas na capital do mesmo:).
Da relevância do bife
Ruben de Carvalho
Jornalista rubencarvalho@mail.telepac.pt
Para que se não critique o carácter aparentemente prosaico do tema desta crónica, invoquemos em defesa o facto de ter sido ele nos idos de 60 objecto de um celebrado ensaio de Roland Barthes nas suas Mitologias: trata-se do... bife.
Em rigor, o bife até é relativamente acessório no tocante às conclusões que se pretende apresentar, mas pode dizer-se que, de facto, ao princípio era o bife! Em concreto, o bife à café, inventado ao que consta nas cozinhas do oitocentista café Marrare. Como se sabe, a esmagadora maioria dos cafés alfacinhas foi sucumbindo, as saudosas frigideiras dando lugar a cofres fortes bancários, secretárias e arquivos, aprestos todos eles incompatíveis com bifes e respectivos molhos. Resistiu um - o Império.
Há alguns meses os lisboetas foram confrontados com a perspectiva desse último baluarte do lombo e da vazia passar a adjacência da IURD.
Verificou-se aquilo a que é hábito chamar um sobressalto colectivo, sendo de elementar justiça sublinhar que papel determinante foi desempenhado pelos trabalhadores da casa, ali profissionais há anos e anos de casa e com aquela ligação ao "seu sítio", que é um dos mais fascinantes traços de identidade humana dessas pessoas que acabam a fazer parte da nossa vida, ali ao lado das mesas onde nos habituamos a jantar e almoçar.
Moções na câmara, artigos nos jornais, gente do património, enfim, alguma coisa se conseguiu. A IURD lá terá recuado e o Império foi anunciado como salvo. Fizeram obras.
Pode ter-se dúvidas sobre uns neons que andam por lá, mas as soluções de cozinha foram inteligentes; o grande ecrã é uma opção que a alguns desagradará, mas o mobiliário é agradável. E, sobretudo, o bife lá está - e o Império.
Isto já seriam tudo boas notícias, mas há melhor. É que, segundo tudo indica, a reabertura foi um êxito, excedeu todas as expectativas, já foi necessário admitir mais pessoal e, na realidade, 15 dias depois de reaberto o café até já adquiriu o ar de normalidade de sempre lá ter estado!
Nestes tempos em que preocupações se acumulam, uma vitória, mesmo no bife - ora pois andávamos a precisar disto.
Até porque, leia-se Roland Barthes, o bife é mitologicamente relevante...
Ruben de Carvalho
Jornalista rubencarvalho@mail.telepac.pt
Para que se não critique o carácter aparentemente prosaico do tema desta crónica, invoquemos em defesa o facto de ter sido ele nos idos de 60 objecto de um celebrado ensaio de Roland Barthes nas suas Mitologias: trata-se do... bife.
Em rigor, o bife até é relativamente acessório no tocante às conclusões que se pretende apresentar, mas pode dizer-se que, de facto, ao princípio era o bife! Em concreto, o bife à café, inventado ao que consta nas cozinhas do oitocentista café Marrare. Como se sabe, a esmagadora maioria dos cafés alfacinhas foi sucumbindo, as saudosas frigideiras dando lugar a cofres fortes bancários, secretárias e arquivos, aprestos todos eles incompatíveis com bifes e respectivos molhos. Resistiu um - o Império.
Há alguns meses os lisboetas foram confrontados com a perspectiva desse último baluarte do lombo e da vazia passar a adjacência da IURD.
Verificou-se aquilo a que é hábito chamar um sobressalto colectivo, sendo de elementar justiça sublinhar que papel determinante foi desempenhado pelos trabalhadores da casa, ali profissionais há anos e anos de casa e com aquela ligação ao "seu sítio", que é um dos mais fascinantes traços de identidade humana dessas pessoas que acabam a fazer parte da nossa vida, ali ao lado das mesas onde nos habituamos a jantar e almoçar.
Moções na câmara, artigos nos jornais, gente do património, enfim, alguma coisa se conseguiu. A IURD lá terá recuado e o Império foi anunciado como salvo. Fizeram obras.
Pode ter-se dúvidas sobre uns neons que andam por lá, mas as soluções de cozinha foram inteligentes; o grande ecrã é uma opção que a alguns desagradará, mas o mobiliário é agradável. E, sobretudo, o bife lá está - e o Império.
Isto já seriam tudo boas notícias, mas há melhor. É que, segundo tudo indica, a reabertura foi um êxito, excedeu todas as expectativas, já foi necessário admitir mais pessoal e, na realidade, 15 dias depois de reaberto o café até já adquiriu o ar de normalidade de sempre lá ter estado!
Nestes tempos em que preocupações se acumulam, uma vitória, mesmo no bife - ora pois andávamos a precisar disto.
Até porque, leia-se Roland Barthes, o bife é mitologicamente relevante...
terça-feira, setembro 19, 2006
Poema para fim de dia cansativo.
Completas
A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.
E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
refugiam-se em fundos sítios dentro de mim
quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto.
Protege-me com ele, com o teu olhar,
dos demónios da noite e das aflições do dia,
fala em voz alta, não deixes que adormeça,
afasta de mim o pecado da infelicidade.
Manuel António Pina.
P.S. E eu sem saber que em Cantelães, do outro lado do riacho, havia bombas...
A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.
E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
refugiam-se em fundos sítios dentro de mim
quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto.
Protege-me com ele, com o teu olhar,
dos demónios da noite e das aflições do dia,
fala em voz alta, não deixes que adormeça,
afasta de mim o pecado da infelicidade.
Manuel António Pina.
P.S. E eu sem saber que em Cantelães, do outro lado do riacho, havia bombas...
segunda-feira, setembro 18, 2006
A Aspásia é linguareira:).
Pronto, confesso:
1) Fui a um casamento.
2) (Não era o meu.)
3) Usei fato e gravata.
4) (Eram meus porque os comprei de propósito.)
5) Quando me ia pirar a horas decentes para regressar a Cantelães fui interceptado pela minha nora.
6) (Nunca discuto as "sugestões" dela.)
7) Fui dançar (?) twist e rock.
8) (Como de costume, fi-lo mal e porcamente.)
9) Diverti-me imenso e pulei como um desalmado.
10)(No dia seguinte as minhas pernas eram autênticas vítimas de violência doméstica praticada por esta cabeça desmiolada.)
11) Enterneceu-me ver a geração dos meus filhos sorrir, complacente, perante o desatino galhofeiro da velhada:).
1) Fui a um casamento.
2) (Não era o meu.)
3) Usei fato e gravata.
4) (Eram meus porque os comprei de propósito.)
5) Quando me ia pirar a horas decentes para regressar a Cantelães fui interceptado pela minha nora.
6) (Nunca discuto as "sugestões" dela.)
7) Fui dançar (?) twist e rock.
8) (Como de costume, fi-lo mal e porcamente.)
9) Diverti-me imenso e pulei como um desalmado.
10)(No dia seguinte as minhas pernas eram autênticas vítimas de violência doméstica praticada por esta cabeça desmiolada.)
11) Enterneceu-me ver a geração dos meus filhos sorrir, complacente, perante o desatino galhofeiro da velhada:).
sexta-feira, setembro 15, 2006
Volver.
Vi o último Almodóvar. E lembrei-me do que aqui disse sobre o Ney - gostei muito deste Almodóvar, com menos "plumas". Não duvido que o argumento seja dele, mas a impressão que o filme dá é a de alguém que observa, maravilhado, o mundo das mulheres. Ou como diz uma das protagomistas - "são coisas nossas". É verdade. Por isso esperarei sempre por Maria, sabendo que nunca "voltará":).
quinta-feira, setembro 14, 2006
"Não existem medicamentos contra o problema no mercado": a frase retrata uma civilização!
Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, anunciaram ter comprovado a eficácia e a segurança do primeiro medicamento especialmente desenvolvido para tratar da ejaculação precoce.
Em um estudo publicado na revista médica The Lancet, o cientistas descrevem que a substância ativa da droga, a dapoxetina, aumenta de três a quatro vezes a duração de uma relação sexual.
A ejaculação precoce é um problema que afeta cerca de 30% dos homens, e não existem medicamentos contra o problema no mercado.
O tratamento normalmente envolve aconselhamento psicológico e o uso de antidepressivos da família da dapoxetina, os chamados inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI, na sigla em inglês).
Alguns especialistas, no entanto, já expressaram preocupação com o uso desses antidepressivos, por causa dos efeitos colaterais que eles provocam, como alteração no peso e reações cutâneas.
A dapoxetina não é tão forte quando os demais SSRI usados contra a depressão, e foi especialmente criada para tratar a ejaculação precoce.
Segundo os cientistas, ela pode ser usada cada vez que for necessária e dispensa a ingestão por um tempo prolongado.
Três minutos
Na pesquisa da Universidade de Minesotta, os estudiosos combinaram dois testes com o medicamento.
Foram analisados mais de 2,6 mil homens com problemas de ejaculação precoce em grau moderado a grave. Eles receberam dosagens de 30 mg ou 60 mg de dapoxetina, ou ainda um placebo.
No início do estudo, em média, esses homens ejaculavam menos de um minuto após a penetração.
Doze semanas depois, esse tempo subiu para 1min45 naqueles que tomaram placebo, 2min47 entre os que foram medicados com 30 mg de dapoxetina, e 3min19 nos que ingeriram 60 mg da droga.
"A dapoxetina também melhorou a percepção dos pacientes no controle da ejaculação e sua satisfação com a relação sexual", afirmou Jon Pryor, coordenador da pesquisa.
"Suas parceiras também se beneficiaram, sentindo-se mais satisfeitas com a relação sexual", explicou Pryor.
'Segura'
A dapoxetina foi desenvolvida pela Alza Corporation, uma afiliada da Johnson & Johnson, mas o uso da droga ainda não foi liberado em vários países.
Mesmo assim, em um editorial que acompanhou o artigo na The Lancet, o urologista italiano Francesco Montorsi afirmou que o medicamento se mostrou seguro e tolerável.
"A esperança é de que a dapoxetina se torne uma droga importante para oferecer aos pacientes que sofrem de ejaculação precoce", afirmou.
Organizações que lidam com a saúde masculina elogiaram os testes. "Realmente existem poucos tratamentos para o problema, então qualquer medicamento que ajude é bem-vindo", disse Peter Baker, do Forum para a Saúde do Homem.
"Mas temos que nos lembrar que um dos maiores obstáculos ao tratamento é convencer os homens a procurar ajuda", afirmou. "Muitos ainda se sentem envergonhados em falar com seus médicos sobre o assunto."
Vide in aqui
P.S. Peço desculpa por não ter referido o autor do post de ontem. Como a esmagadora maioria terá adivinhado, trata-se de uma citação da Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera.
P.S.1 - Em 30 anos fartei-me de resolver ejaculações prematuras sem meter anti-depressivos ao barulho:).
Em um estudo publicado na revista médica The Lancet, o cientistas descrevem que a substância ativa da droga, a dapoxetina, aumenta de três a quatro vezes a duração de uma relação sexual.
A ejaculação precoce é um problema que afeta cerca de 30% dos homens, e não existem medicamentos contra o problema no mercado.
O tratamento normalmente envolve aconselhamento psicológico e o uso de antidepressivos da família da dapoxetina, os chamados inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI, na sigla em inglês).
Alguns especialistas, no entanto, já expressaram preocupação com o uso desses antidepressivos, por causa dos efeitos colaterais que eles provocam, como alteração no peso e reações cutâneas.
A dapoxetina não é tão forte quando os demais SSRI usados contra a depressão, e foi especialmente criada para tratar a ejaculação precoce.
Segundo os cientistas, ela pode ser usada cada vez que for necessária e dispensa a ingestão por um tempo prolongado.
Três minutos
Na pesquisa da Universidade de Minesotta, os estudiosos combinaram dois testes com o medicamento.
Foram analisados mais de 2,6 mil homens com problemas de ejaculação precoce em grau moderado a grave. Eles receberam dosagens de 30 mg ou 60 mg de dapoxetina, ou ainda um placebo.
No início do estudo, em média, esses homens ejaculavam menos de um minuto após a penetração.
Doze semanas depois, esse tempo subiu para 1min45 naqueles que tomaram placebo, 2min47 entre os que foram medicados com 30 mg de dapoxetina, e 3min19 nos que ingeriram 60 mg da droga.
"A dapoxetina também melhorou a percepção dos pacientes no controle da ejaculação e sua satisfação com a relação sexual", afirmou Jon Pryor, coordenador da pesquisa.
"Suas parceiras também se beneficiaram, sentindo-se mais satisfeitas com a relação sexual", explicou Pryor.
'Segura'
A dapoxetina foi desenvolvida pela Alza Corporation, uma afiliada da Johnson & Johnson, mas o uso da droga ainda não foi liberado em vários países.
Mesmo assim, em um editorial que acompanhou o artigo na The Lancet, o urologista italiano Francesco Montorsi afirmou que o medicamento se mostrou seguro e tolerável.
"A esperança é de que a dapoxetina se torne uma droga importante para oferecer aos pacientes que sofrem de ejaculação precoce", afirmou.
Organizações que lidam com a saúde masculina elogiaram os testes. "Realmente existem poucos tratamentos para o problema, então qualquer medicamento que ajude é bem-vindo", disse Peter Baker, do Forum para a Saúde do Homem.
"Mas temos que nos lembrar que um dos maiores obstáculos ao tratamento é convencer os homens a procurar ajuda", afirmou. "Muitos ainda se sentem envergonhados em falar com seus médicos sobre o assunto."
Vide in aqui
P.S. Peço desculpa por não ter referido o autor do post de ontem. Como a esmagadora maioria terá adivinhado, trata-se de uma citação da Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera.
P.S.1 - Em 30 anos fartei-me de resolver ejaculações prematuras sem meter anti-depressivos ao barulho:).
quarta-feira, setembro 13, 2006
Porque na TVI se fala de swing:).
"Estava numa situação dr onde não havia saída: aos olhos das amantes, marcado pelo selo infamante do seu amor por Tereza; aos olhos de Tereza, pelos estigmas das suas aventuras com as amantes".
Continuo a achar que os triângulos são mais frequentes:).
Continuo a achar que os triângulos são mais frequentes:).
segunda-feira, setembro 11, 2006
Fidbek imediato:).
Pede-me o patraozinho que informe o maralhal da sua disponibilidade para iniciar o complexo processo de negociações com vista a marcar o próximo jantar murcónico. Pela sua parte, poderá ser em Matosinhos-sur-Mer ou Porto-sur-la-rivière. Se o Benfica continuar a jogar assim, atreve-se a sugerir que a hora do repasto coincida com a do jogo da semana, para não se incomodar com a transmissão televisiva.
Souzá, le chauffeur, the butler, o amigo.
Souzá, le chauffeur, the butler, o amigo.
domingo, setembro 10, 2006
A rir-se de tudo e de todos aos 98? Que privilégio:).
El Pais: Filme de Oliveira é «decrépito, simpático e marciano»
«Belle Toujours», do realizador Manoel de Oliveira, é a película «mais trash, decrépita, simpática, descarada e marciana« exibida na edição deste ano da Mostra de Veneza, escreve esta sexta-feira o enviado do El Pais ao certame.
«Há que ter 98 anos e ser Manoel de Oliveira para realizar com dois duros e quatro amigos algo parecido com um epílogo de Belle de Jour, a conhecida obra de Luis Buñuel, e sair bem do intento», observa Enric González.
Na crónica sobre o novo filme do veterano realizador português enviada de Veneza, González lembra que Oliveira começou a filmar em 1931 e criou ao longo destes anos «um estilo próprio», cujo mérito «consiste na mistura de pincel fino e trincha gorda, na atenção aos pormenores importantes e no desinteresse pelo secundário, no humor quase libertino com que simula levar a sério as suas personagens».
Concretamente sobre «Belle Toujours», o crítico classifica-o como «uma obrazinha menor», um «entremez de pouco mais de uma hora» sobre o encontro de duas das personagens do filme de Buñuel- que Oliveira homenageia - 38 anos depois.
Ele (Michel Piccoli) - descreve González - é «um velho alcoólico» e ela (Bulle Ogier, porque Catherine Deneuve «se recusou a participar») é «uma senhora viúva, arrependida dos seus antigos entretenimentos masoquistas e desejosa de entrar num convento». Há ainda uma «personagem sentenciosa» (um criado) que explica a trama.
«Com velhos actores, móveis antigos, escassas luzes e câmaras estáticas - prossegue González - , a um director normal sairia, no melhor dos casos, um filme deprimente. Oliveira, pelo contrário, nem sequer se permite um momento de nostalgia crepuscular».
Oliveira, escreve a concluir, «lança mão a uns quantos fetiches buñuelianos (a caixa dentro da qual zumbe uma misteriosa mosca, o galo no hotel de luxo) e acaba a rir-se sadicamente, com o riso de Piccoli, de tudo e de todos».
«Belle Toujours» foi apresentado em Veneza fora de competição.
Diário Digital / Lusa
08-09-2006 15:01:00
P.S. O Benfica continua em pré-época. A vitória sobre os bons rapazes do Áustria foi um doce - e lucrativo... - sonho de noite de Verão. Receio que o resto da temporada também seja "shakespeareano":))))))).
«Belle Toujours», do realizador Manoel de Oliveira, é a película «mais trash, decrépita, simpática, descarada e marciana« exibida na edição deste ano da Mostra de Veneza, escreve esta sexta-feira o enviado do El Pais ao certame.
«Há que ter 98 anos e ser Manoel de Oliveira para realizar com dois duros e quatro amigos algo parecido com um epílogo de Belle de Jour, a conhecida obra de Luis Buñuel, e sair bem do intento», observa Enric González.
Na crónica sobre o novo filme do veterano realizador português enviada de Veneza, González lembra que Oliveira começou a filmar em 1931 e criou ao longo destes anos «um estilo próprio», cujo mérito «consiste na mistura de pincel fino e trincha gorda, na atenção aos pormenores importantes e no desinteresse pelo secundário, no humor quase libertino com que simula levar a sério as suas personagens».
Concretamente sobre «Belle Toujours», o crítico classifica-o como «uma obrazinha menor», um «entremez de pouco mais de uma hora» sobre o encontro de duas das personagens do filme de Buñuel- que Oliveira homenageia - 38 anos depois.
Ele (Michel Piccoli) - descreve González - é «um velho alcoólico» e ela (Bulle Ogier, porque Catherine Deneuve «se recusou a participar») é «uma senhora viúva, arrependida dos seus antigos entretenimentos masoquistas e desejosa de entrar num convento». Há ainda uma «personagem sentenciosa» (um criado) que explica a trama.
«Com velhos actores, móveis antigos, escassas luzes e câmaras estáticas - prossegue González - , a um director normal sairia, no melhor dos casos, um filme deprimente. Oliveira, pelo contrário, nem sequer se permite um momento de nostalgia crepuscular».
Oliveira, escreve a concluir, «lança mão a uns quantos fetiches buñuelianos (a caixa dentro da qual zumbe uma misteriosa mosca, o galo no hotel de luxo) e acaba a rir-se sadicamente, com o riso de Piccoli, de tudo e de todos».
«Belle Toujours» foi apresentado em Veneza fora de competição.
Diário Digital / Lusa
08-09-2006 15:01:00
P.S. O Benfica continua em pré-época. A vitória sobre os bons rapazes do Áustria foi um doce - e lucrativo... - sonho de noite de Verão. Receio que o resto da temporada também seja "shakespeareano":))))))).
sexta-feira, setembro 08, 2006
Outonal.
Maria,
Em Cantelães, o Verão já se esgueira para o riacho. À medida que o sigo, enroscado na varanda, noto que a encosta por trás do moinho vai mudando de toilette - o castanho, com doçura inexorável, empurra o amarelo para o próximo ano. Das gargalhadas dos miúdos resta o eco, divertido e amargo; e um hamburger virgem, astutamente escondido no sofá, "mãe, já comi!". Levanto-me. A sala e a Cabreira. Os moinhos, fantasmagóricos; obedecem a vento ou luar? O retrato. A blusa comprada na feira, dia de sol, a mulherzinha sorridente, "fica-lhe tão bem, menina!". É verdade. O que torna esta demora mais exasperante, promete que chegas com o Outono:(. Entretanto vou buscar um xaile para esses ombros, Maria. Corre uma aragem pela casa, pode arrepiar-te os ombros e apagar o sorriso...
Em Cantelães, o Verão já se esgueira para o riacho. À medida que o sigo, enroscado na varanda, noto que a encosta por trás do moinho vai mudando de toilette - o castanho, com doçura inexorável, empurra o amarelo para o próximo ano. Das gargalhadas dos miúdos resta o eco, divertido e amargo; e um hamburger virgem, astutamente escondido no sofá, "mãe, já comi!". Levanto-me. A sala e a Cabreira. Os moinhos, fantasmagóricos; obedecem a vento ou luar? O retrato. A blusa comprada na feira, dia de sol, a mulherzinha sorridente, "fica-lhe tão bem, menina!". É verdade. O que torna esta demora mais exasperante, promete que chegas com o Outono:(. Entretanto vou buscar um xaile para esses ombros, Maria. Corre uma aragem pela casa, pode arrepiar-te os ombros e apagar o sorriso...
quinta-feira, setembro 07, 2006
Mais um passinho.
Alzheimer: descoberta «proteína da memória»
2006/09/07 | 17:49
Em Portugal, estima-se que mais de 50 mil pessoas sofrem da doença
Investigadores norte-americanos descobriram uma proteína com funções cruciais de mensageira química do cérebro, que proporciona a capacidade de reconhecer objectos e pessoas. A notícia é avançada pela Agência Lusa.
Quando os níveis dessa proteína se reduzem, o indivíduo começa a perder a memória e a apresentar sintomas semelhantes aos do mal de Alzheimer, uma doença neurológica progressiva e incurável.
Segundo os cientistas do Centro Médico da Universidade de Duke, a proteína recicla uma substancia chamada «acetilcolina», que transporta as mensagens entre os neurónios.
Num artigo publicado na revista Neuron, os cientistas revelam que os animais modificados geneticamente com defeitos nessa proteína demonstraram sintomas parecidos com os de Alzheimer, entre os quais a incapacidade de reconhecer caras familiares.
«Utilizando ratos geneticamente modificados como modelos para Alzheimer, podemos aprender mais acerca do circuito neuronal do cérebro», disse Marc Caron, professor de biologia celular do Centro Médico, que participou na investigação.
O investigador acrescentou que esta descoberta poderá conduzir ao desenvolvimento de novas formas de aliviar os sintomas da doença.
Segundo Marco Prado, professor de farmacologia da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) e outro dos investigadores, estes resultados poderão também ajudar na procura de medicamentos que melhorem a função da acetilcolina no cérebro.
«Isto é importante porque se acredita que a diminuição da acetilcolina reduz a função cognitiva nos idosos e está associada aos sintomas cognitivos e de conduta na doença de Alzheimer», afirmou.
Na sua imparável progressão, o mal de Alzheimer, que afecta principalmente homens e mulheres com mais de 65 anos, provoca a demência e por último a morte.
2006/09/07 | 17:49
Em Portugal, estima-se que mais de 50 mil pessoas sofrem da doença
Investigadores norte-americanos descobriram uma proteína com funções cruciais de mensageira química do cérebro, que proporciona a capacidade de reconhecer objectos e pessoas. A notícia é avançada pela Agência Lusa.
Quando os níveis dessa proteína se reduzem, o indivíduo começa a perder a memória e a apresentar sintomas semelhantes aos do mal de Alzheimer, uma doença neurológica progressiva e incurável.
Segundo os cientistas do Centro Médico da Universidade de Duke, a proteína recicla uma substancia chamada «acetilcolina», que transporta as mensagens entre os neurónios.
Num artigo publicado na revista Neuron, os cientistas revelam que os animais modificados geneticamente com defeitos nessa proteína demonstraram sintomas parecidos com os de Alzheimer, entre os quais a incapacidade de reconhecer caras familiares.
«Utilizando ratos geneticamente modificados como modelos para Alzheimer, podemos aprender mais acerca do circuito neuronal do cérebro», disse Marc Caron, professor de biologia celular do Centro Médico, que participou na investigação.
O investigador acrescentou que esta descoberta poderá conduzir ao desenvolvimento de novas formas de aliviar os sintomas da doença.
Segundo Marco Prado, professor de farmacologia da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) e outro dos investigadores, estes resultados poderão também ajudar na procura de medicamentos que melhorem a função da acetilcolina no cérebro.
«Isto é importante porque se acredita que a diminuição da acetilcolina reduz a função cognitiva nos idosos e está associada aos sintomas cognitivos e de conduta na doença de Alzheimer», afirmou.
Na sua imparável progressão, o mal de Alzheimer, que afecta principalmente homens e mulheres com mais de 65 anos, provoca a demência e por último a morte.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Nunca voltes a um restaurante onde foste feliz?:).
Antes da Marisa fui a um restaurante da minha juventude que não frequento há um ror de tempo. Correu tudo mal:( - a carne bem passada vinha mal passada, "aquele" prato não havia, a água natural pedida jorrou fresca, o vinho estava a "passar para o lado de lá", a manga entrara em plena terceira idade. E as pessoas de uma gentileza inexcedível, a cada pensamento desiludido ainda me sentia culpado por cima... Enquanto esperava pelo início do espectáculo fui pensando se não será melhor saborear as recordações em vez de as pôr em risco:).
terça-feira, setembro 05, 2006
King Mercury, como dizia Macca.
Mercury faria hoje sessenta anos. Sempre gostei mais de o ouvir do que de o ver, por vezes tantas coroas, mantos e microfones em riste faziam-me correr para o leitor de CDs. Mas Made in Heaven, por exemplo, está em permanência no meu carro. Porque é preciso enorme coragem e dignidade para gravar um disco daqueles a entrar e a sair de um hospital à espera do fim.
P.S. Vou descer ao povoado para ouvir Marisa Monte ao vivo. Espero não ficar com saudades dos CDs:).
P.S. Vou descer ao povoado para ouvir Marisa Monte ao vivo. Espero não ficar com saudades dos CDs:).
segunda-feira, setembro 04, 2006
Isto é um bocado arrepiante...
Sexo desprotegido pode acelerar cancro
2006/09/01 | 14:20
Sémen contém substâncias que acerelam cancro cervical e do útero
As relações sexuais sem preservativo podem acelerar o avanço do cancro cervical e do útero, devido à elevada concentração no sémen de umas substâncias chamadas prostaglandinas, segundo uma investigação tornada pública esta sexta-feira no Reino Unido.
Uma equipa de cientistas do Conselho Britânico para a Investigação Médica, dirigido por Henry Jabbour, descobriu que os dois tumores se desenvolviam na presença dessas substâncias.
As prostaglandinas encontram-se em todos os tecidos dos mamíferos e líquidos biológicos e em quase todas as células do organismo, com excepção dos glóbulos vermelhos.
Estas substâncias também se encontram de forma natural nos órgãos reprodutores femininos, mas a sua presença é até mil vezes mais concentrada no sémen, revela o estudo, publicado hoje na revista médica «Journal of Endocrinology and Human Reproduction».
Os investigadores examinaram os efeitos das prostaglandinas no crescimento do tecido canceroso.
«O que demonstrámos é que os níveis dos receptores» - moléculas da superfície celular ou do citoplasma que encaixam noutras moléculas como uma chave na sua fechadura - «para a prostaglandina eram elevados nesses cancros. Esse elevado nível do receptor conduz ao crescimento do tumor», explicou Henry Jabbour.
«Mesmo que bloqueemos a síntese (produção) de prostaglandinas nos órgãos reprodutores, tal não impede a evolução do tumor, se a mulher tiver uma vida sexual activa», acrescentou.
Por isso, está demonstrado que é a prostaglandina presente no sémen que causa o crescimento do tumor.
O especialista recomenda às mulheres que possam sofrer este tipo de tumores que utilizem preservativos nas suas relações sexuais.
2006/09/01 | 14:20
Sémen contém substâncias que acerelam cancro cervical e do útero
As relações sexuais sem preservativo podem acelerar o avanço do cancro cervical e do útero, devido à elevada concentração no sémen de umas substâncias chamadas prostaglandinas, segundo uma investigação tornada pública esta sexta-feira no Reino Unido.
Uma equipa de cientistas do Conselho Britânico para a Investigação Médica, dirigido por Henry Jabbour, descobriu que os dois tumores se desenvolviam na presença dessas substâncias.
As prostaglandinas encontram-se em todos os tecidos dos mamíferos e líquidos biológicos e em quase todas as células do organismo, com excepção dos glóbulos vermelhos.
Estas substâncias também se encontram de forma natural nos órgãos reprodutores femininos, mas a sua presença é até mil vezes mais concentrada no sémen, revela o estudo, publicado hoje na revista médica «Journal of Endocrinology and Human Reproduction».
Os investigadores examinaram os efeitos das prostaglandinas no crescimento do tecido canceroso.
«O que demonstrámos é que os níveis dos receptores» - moléculas da superfície celular ou do citoplasma que encaixam noutras moléculas como uma chave na sua fechadura - «para a prostaglandina eram elevados nesses cancros. Esse elevado nível do receptor conduz ao crescimento do tumor», explicou Henry Jabbour.
«Mesmo que bloqueemos a síntese (produção) de prostaglandinas nos órgãos reprodutores, tal não impede a evolução do tumor, se a mulher tiver uma vida sexual activa», acrescentou.
Por isso, está demonstrado que é a prostaglandina presente no sémen que causa o crescimento do tumor.
O especialista recomenda às mulheres que possam sofrer este tipo de tumores que utilizem preservativos nas suas relações sexuais.
domingo, setembro 03, 2006
Ao lusco-fusco.
Nestes últimos dias Cantelães tem sido como eu sonhara - família e amigos entram e saem com as respectivas crias, barafunda e mesas cheias:). A outra face da moeda vivo-a agora, ao lusco-fusco, a cinza cai sobre a piscina, o céu permanece avermelhado sem que o sol tenha culpas no cartório e helicópteros passam de quando em vez. Olho em redor. O medo de ver destruído o que eu imaginei e o Guilherme realizou. Talvez uma noite longa em perspectiva, o meu pessimismo espreguiça-se e namora o acelerador. Pensar, como dizia Vergílio Ferreira. A importância de manter os rituais -tomar um banho e assumir a presidência da mesa, há faces risonhas e esfomeadas para cuidar:).
Sousa,
Assim estamos mal, homem! Então não me avisa que a Nova Gente já saiu?:(. Para que lhe pago, carago? (Sou um poeta...).
Sousa,
Assim estamos mal, homem! Então não me avisa que a Nova Gente já saiu?:(. Para que lhe pago, carago? (Sou um poeta...).
sexta-feira, setembro 01, 2006
Raios e coriscos!, há mais de 25 anos que ensino o contrário:).
Personalidade não interfere com o coração
As pessoas impacientes e irascíveis podem ter problemas de relacionamento com os outros, mas não correm mais risco de sofrer ataques cardíacos, revela um estudo inédito internacional, em que participou um investigador português.
Nesta investigação, os cientistas analisaram mais de seis mil pessoas entre os 14 e os 102 anos, estudaram a relação entre a personalidade e as doenças coronárias e concluíram que os calmos não estão mais a salvo de ter um ataque cardíaco do que os que se irritam facilmente.
Esta conclusão pode parecer surpreendente, na medida em que algumas pessoas sofrem ataques cardíacos quando fazem um esforço físico suplementar ou atravessam uma situação de tensão.
Porém, tal deve-se a problemas coronários já existentes e não ao facto de a pessoa ter uma natureza tranquila ou agitada, revela o estudo publicado na edição deste mês da revista norte-americana "Public Library of Science Genetics".
Assim, a investigação deve deixar mais aliviados os indivíduos com personalidade de "tipo A", caracterizada pela impaciência, competitividade e facilidade para o aborrecimento.
Após uma análise exaustiva da saúde e do comportamento de 6.148 pessoas, os investigadores concluíram que as pessoas às quais incham as veias e ferve o sangue quando estão presas nas filas de trânsito, quando a sua equipa de futebol perde ou quando são contrariadas não correm mais risco do que os calmos de ter uma paragem cardíaca.
"Uma pessoa que se chateia mais frequentemente não tem maior probabilidade de sofrer um ataque de coração", resume o investigador português Gonçalo Abecasis, professor da Universidade de Michigan, que participou na elaboração do estudo.
Os cientistas descobriram que os genes que exercem influência sobre o comportamento são diferentes dos que afectam as funções cardiovasculares, pelo que não existe um vínculo biológico entre ambos.
Esta conclusão contradiz alguns estudos anteriores, sobretudo um realizado nos anos 50, que define o tipo de personalidade A e lança a hipótese de que essa classe de pessoas tem mais probabilidades de sofrer um ataque de coração. Esses investigadores tentaram provar a sua tese através da análise de 166 homens de tipo A (os agressivos) e B (os tranquilos), mas as suas conclusões foram criticadas porque os A fumavam mais do que os B, e o tabaco é uma causa directa de problemas vasculares.
Estudos posteriores chegaram a resultados contraditórios, tendo o número de participantes sido sempre pequeno.
Neste estudo agora publicado, uma equipa de 20 cientistas escolheu quatro povos da ilha mediterrânica da Sardenha para analisar a influência dos genes na vida do ser humano.
As pessoas impacientes e irascíveis podem ter problemas de relacionamento com os outros, mas não correm mais risco de sofrer ataques cardíacos, revela um estudo inédito internacional, em que participou um investigador português.
Nesta investigação, os cientistas analisaram mais de seis mil pessoas entre os 14 e os 102 anos, estudaram a relação entre a personalidade e as doenças coronárias e concluíram que os calmos não estão mais a salvo de ter um ataque cardíaco do que os que se irritam facilmente.
Esta conclusão pode parecer surpreendente, na medida em que algumas pessoas sofrem ataques cardíacos quando fazem um esforço físico suplementar ou atravessam uma situação de tensão.
Porém, tal deve-se a problemas coronários já existentes e não ao facto de a pessoa ter uma natureza tranquila ou agitada, revela o estudo publicado na edição deste mês da revista norte-americana "Public Library of Science Genetics".
Assim, a investigação deve deixar mais aliviados os indivíduos com personalidade de "tipo A", caracterizada pela impaciência, competitividade e facilidade para o aborrecimento.
Após uma análise exaustiva da saúde e do comportamento de 6.148 pessoas, os investigadores concluíram que as pessoas às quais incham as veias e ferve o sangue quando estão presas nas filas de trânsito, quando a sua equipa de futebol perde ou quando são contrariadas não correm mais risco do que os calmos de ter uma paragem cardíaca.
"Uma pessoa que se chateia mais frequentemente não tem maior probabilidade de sofrer um ataque de coração", resume o investigador português Gonçalo Abecasis, professor da Universidade de Michigan, que participou na elaboração do estudo.
Os cientistas descobriram que os genes que exercem influência sobre o comportamento são diferentes dos que afectam as funções cardiovasculares, pelo que não existe um vínculo biológico entre ambos.
Esta conclusão contradiz alguns estudos anteriores, sobretudo um realizado nos anos 50, que define o tipo de personalidade A e lança a hipótese de que essa classe de pessoas tem mais probabilidades de sofrer um ataque de coração. Esses investigadores tentaram provar a sua tese através da análise de 166 homens de tipo A (os agressivos) e B (os tranquilos), mas as suas conclusões foram criticadas porque os A fumavam mais do que os B, e o tabaco é uma causa directa de problemas vasculares.
Estudos posteriores chegaram a resultados contraditórios, tendo o número de participantes sido sempre pequeno.
Neste estudo agora publicado, uma equipa de 20 cientistas escolheu quatro povos da ilha mediterrânica da Sardenha para analisar a influência dos genes na vida do ser humano.
Subscrever:
Mensagens (Atom)