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sábado, fevereiro 15, 2014
sexta-feira, fevereiro 14, 2014
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
Dia de Namorados.
Maria,
Não consigo evitar rima coxa... - que dia:(. Exames médicos e horas de voz cambaleante, faço zapping e em todos os canais aparece em pano de fundo a mesma palavra, exaustão. E em rodapé, aviso da sociedade de consumo - amanhã é Dia dos Namorados. Sabes como aprecio a lenda de São Valentim e odeio o aproveitamento da data pelo capitalismo. Bref, se gostas de alguém..., compra-lhe alguma coisa! Estivesses tu aqui e dir-te-ia ao ouvido, durante passeio por corpo inteiro, que dias destes vivemos ao longo de todo o ano, a minha prenda seria um beijo à tua escolha, de casto a maroto, a tua fantasia ao volante dos meus lábios. Mas tu não estás:(. E por isso descobri florista em Londres, que, fleumática, dissertou sobre a necessidade de as rosas evitarem números pares, que sei eu disso?, entregue-lhe dezanove! Cinco, disse ela, será crime? Seja. Admitindo que te chegam à porta e as aceitas, faz-me um favor - Maria, entrega-as à Maria. Não todas, seria injusto. Guarda uma para ti, sei que o teu amor azedou sem deixar de ser amor. Mas afastou-nos. Oferece as outras ao pedaço de ti - onde ouvi eu isto? - que, lá no fundo, ainda ama sem reservas e gostaria de se enroscar nos meus braços. Não voltará à superfície? Paciência. Mais uma razão para as rosas a emoldurarem, não a imagino sozinha. Ou sem mim, para ser franco...
Boa noite, fica bem.
Não consigo evitar rima coxa... - que dia:(. Exames médicos e horas de voz cambaleante, faço zapping e em todos os canais aparece em pano de fundo a mesma palavra, exaustão. E em rodapé, aviso da sociedade de consumo - amanhã é Dia dos Namorados. Sabes como aprecio a lenda de São Valentim e odeio o aproveitamento da data pelo capitalismo. Bref, se gostas de alguém..., compra-lhe alguma coisa! Estivesses tu aqui e dir-te-ia ao ouvido, durante passeio por corpo inteiro, que dias destes vivemos ao longo de todo o ano, a minha prenda seria um beijo à tua escolha, de casto a maroto, a tua fantasia ao volante dos meus lábios. Mas tu não estás:(. E por isso descobri florista em Londres, que, fleumática, dissertou sobre a necessidade de as rosas evitarem números pares, que sei eu disso?, entregue-lhe dezanove! Cinco, disse ela, será crime? Seja. Admitindo que te chegam à porta e as aceitas, faz-me um favor - Maria, entrega-as à Maria. Não todas, seria injusto. Guarda uma para ti, sei que o teu amor azedou sem deixar de ser amor. Mas afastou-nos. Oferece as outras ao pedaço de ti - onde ouvi eu isto? - que, lá no fundo, ainda ama sem reservas e gostaria de se enroscar nos meus braços. Não voltará à superfície? Paciência. Mais uma razão para as rosas a emoldurarem, não a imagino sozinha. Ou sem mim, para ser franco...
Boa noite, fica bem.
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
terça-feira, fevereiro 11, 2014
O derby.
Maria,
O Benfica marca passo em vez de
golos e a criança dentro de mim enovela-se para chorar. Vivemos numa sociedade
que suporta com ligeireza os danos colaterais – nas guerras a céu aberto ou nas
reuniões discretas da alta finança é dado adquirido que muitos ficarão pelo
caminho, debaixo de cruzes ou nas sarjetas, em prol de um futuro melhor para
todos (os outros). Contigo descobri o conceito de “benefício colateral”. O
Benfica encarniçava-se contra mais uma parede, o mundo fugia dos pés da
criança, a cor da face do seu filho adulto, que a custo mantinha as aparências
até mergulhar em longa insónia, mais tabuleiros houvera e em mais eu perderia,
o sonho de um desprendimento sábio nunca se realizou. Entraste na minha vida e
não escondeste a surpresa perante o que consideravas um desperdício - sofrer por noventa minutos de bola cá, bola
lá, homens feitos de calções perseguindo-a e não desprezando en passant canelas adversárias, rostos
ingénuos e escandalizados – “quem? eu?” – prontos a emoldurarem mãos postas na
direcção de juízes vestidos de negro,
filhos de mães que ninguém no improvisado tribunal conhece mas são alvo de gritos e dedos certos
da sua má conduta, toda(s) a(s) cena(s) emoldurada(s) por milhões de euros em
país que alega não os ter para fazer cantar um cego, comer um pobre, ficar um
emigrante, investigar um universitário, trabalhar as gentes. É revoltante,
dizias. E no entanto... Nesses momentos o amor levava a melhor sobre as dúvidas
quanto à minha sanidade mental e oferecias ombro solidário ao adulto e colo
terno à criança, que da sua tristeza
funda chamava o filho grande e ainda renitente por arrogância superficial,
encontrávamo-nos a meio caminho, no silêncio acolhedor do teu peito. Ao som
regular do teu enorme coração o miúdo adormecia e eu acordava para outros
jogos, em que (me) perdia, fascinado por esse prazer longínquo e vertiginoso,
de que as mulheres têm o segredo e os homens a nostalgia orgulhosa de quem
participa nos bastidores. E assim, a cada novo tropeço do Benfica, o túnel não
ficava menos escuro, mas a certeza da tua luz diminuía-lhe minutos, lágrimas e
imprecações, o sofrimento fazia sentido, vezes houve em que desconfiei ser o
preço a pagar pelo esplendor do que vivíamos, este meu fundo judaico-cristão...
P.S. E não é que ganharam? Cinco
minutos de alegria aliviada. E como a águia em voo picado sobre a carne – mas
sem milhares a asssistirem! – assalta-me consciência da injustiça das palavras. Por incompletas... Eles ganhavam e
tu sorrias, divertida, dos nossos risos, ainda incrédulos mas já prontos para
festejos menos recatados. Seguias-nos, vigilante, rumo a cervejaria ou casa de
amigos, aceitavas de bom grado os festejos, mas qualquer brisa de exagero enfunava
as velas do teu sobrolho, o sorriso não esmorecia e no entanto abrigava a
cautela, órfã dos caldos de galinha, mas severa – “Júlio, como é aquela frase
que me ensinaste? Il faut garder la
mesure?”. E eu e o puto não guardávamos bandeiras, cachecóis, finos, bifes,
gargalhadas ou abraços de compinchas; apenas isso – la mesure. Além da muito
pouco secreta esperança de terminar, perdão!, começar a noite no teu peito.
Maria, tu adoçavas as derrotas e
vestias de cores ainda mais garridas as vitórias, não há fim de jogo do Benfica
em que os meus olhos não busquem a porta, supersticiosos. Nada. E pluribus unum. De todos, um? Tempos
houve em que sim, de nós os dois nascia um, tal a cumplicidade, que não anulava
nenhum e enriquecia ambos. Agora só partilhamos um meridiano. E outro silêncio;
estéril. Ponho Dark Side of the Moon.
Um coração bate, mas não é o teu. E o grito não chega a Londres...
Boa noite. Fica bem.
segunda-feira, fevereiro 10, 2014
domingo, fevereiro 09, 2014
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domingo, fevereiro 02, 2014
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