Caro Professor,
O seu último post diz-me muito pois, ao contrario do autor do texto, eu "devorava" essas séries, especialmente o Espaço 1999, que me fazia "voar" para longe do meu planeta, não fosse eu uma fã incondicional de astronomia, astrofísica e de ficção científica.
No entanto, o autor ou autora do texto também comete uma gaffe no mínimo imperdoável:)) Não será sinal de decrepitude, mas talvez de falta de atenção ou paixão pelo tema. É que o Martin Landau era o comandante, não de uma nave espacial, mas da base lunar Alfa, situada na lua, que ao sair da órbita da terra começa a vaguear pelo espaço e a deparar-se com inúmeras aventuras espaciais. Aventuras essas que nada têm a ver com as cowboiadas do espaço dos filmes actuais de ficção científica.
Cumprimentos:)
terça-feira, outubro 30, 2007
Vocês não deixam passar um único sinal da minha decrepitude:).
Caro Júlio,
Estava há pouco a ouvir o programa de domingo e dei conta de uma gaffe no mínimo imperdoável... :)))))
William Shatner foi comandante da Enterprise no Star Trek, e não no Espaço 1999.
O comandante dessa nave era Martin Landau.
Eu nunca achei piada a nenhuma dessas séries, mas o Martin Landau sempre se safava muito melhor que o William Shatner....
:)))
Estava há pouco a ouvir o programa de domingo e dei conta de uma gaffe no mínimo imperdoável... :)))))
William Shatner foi comandante da Enterprise no Star Trek, e não no Espaço 1999.
O comandante dessa nave era Martin Landau.
Eu nunca achei piada a nenhuma dessas séries, mas o Martin Landau sempre se safava muito melhor que o William Shatner....
:)))
segunda-feira, outubro 29, 2007
Aviso às tropas.
Um de vocês teve a gentileza de mailar, dizendo que o O Amor é... já se encontra na FNAC de Matosinhos. Em contrapartida, informou-me de algo que me pôs de queixo no chão - texto e disco repousam na secção... dos livros técnicos! Ó mistério insondável, será para me tornar mais respeitável?:).
domingo, outubro 28, 2007
A dívida.
Há um ano fiz uma conferência em Santiago. Comecei atrasado e sem possibilidades de me "esticar" um minuto que fosse. Para cúmulo, a tecnologia enlouqueceu, pois o power-point da apresentação era mais recente do que o local e perante os meu olhos aterrorizados as coisas mais estapafúrdias aconteciam no ecrã. Saí de lá passado, as palmadas nas costas cheiravam a cuidados paliativos, não a reconhecimento de que as minhas palavras podiam ter feito sentido para alguém na assistência. Filho adoptivo da Galiza, senti-me em dívida.
Sexta-Feira passada desejava muito pagá-la, mas com a voz em pantanas e a superstição no trono, o receio de a agravar espreguiçava-se cá dentro. Comecei de novo atrasado e houve um soluço de mau agoiro no The needle and the damage done de Neil Young que adicionara às imagens. Mas tudo foi diferente:). Embora me visse obrigado a um contra-relógio enrouquecido para recuperar tempo, tive a enorme satisfação de poder dialogar com o público, na sua esmagadora maioria galego, quase toda a "colónia portuguesa" já demandara a estrada. E tão saboroso naco de conversa, apenas interrompido para o (agradável) anúncio do próximo Congresso no Porto e a protocolar cerimónia de encerramento, pacificou-me. Deixei Santiago noite cerrada e exausto, mas com a esperança de o Santo ter retirado o meu nome da lista dos ingratos e devedores.
Sexta-Feira passada desejava muito pagá-la, mas com a voz em pantanas e a superstição no trono, o receio de a agravar espreguiçava-se cá dentro. Comecei de novo atrasado e houve um soluço de mau agoiro no The needle and the damage done de Neil Young que adicionara às imagens. Mas tudo foi diferente:). Embora me visse obrigado a um contra-relógio enrouquecido para recuperar tempo, tive a enorme satisfação de poder dialogar com o público, na sua esmagadora maioria galego, quase toda a "colónia portuguesa" já demandara a estrada. E tão saboroso naco de conversa, apenas interrompido para o (agradável) anúncio do próximo Congresso no Porto e a protocolar cerimónia de encerramento, pacificou-me. Deixei Santiago noite cerrada e exausto, mas com a esperança de o Santo ter retirado o meu nome da lista dos ingratos e devedores.
segunda-feira, outubro 22, 2007
Estamos todos de parabéns, não é verdade?:).
Poligamia faz mal aos homens
Quanto mais poligâmica é uma espécie, mais rápido os machos envelhecem e morrem
Um estudo da Universidade de Cambridge, da Grã-Bretanha, publicado na última edição da revista «Proceedings of the Royal Society», sugere que quanto mais poligâmica é uma espécie, mais rápido os machos envelhecem e morrem
As companheiras, por sua vez, vivem durante mais tempo. Os investigadores Tim Clutton-Brock e Kavita Isvaran, que estudaram os padrões comportamentais de mais de 30 espécies, incluindo a humana, concluíram que isto acontece em função da intensa competição sexual.
Traçando uma comparação entre espécies monogâmicas (em que o macho tem uma única parceira) e poligâmicas (em que cada macho copula com várias fêmeas), os cientistas constatam que a competição por fêmeas tende, naturalmente, a ser mais instigada no segundo grupo.
Ou seja, os machos que mantêm uma única parceira vivem de forma mais descansada, enquanto os polígamos precisam de se esforçar nas sucessivas conquistas sexuais.
Quanto mais poligâmica é uma espécie, mais rápido os machos envelhecem e morrem
Um estudo da Universidade de Cambridge, da Grã-Bretanha, publicado na última edição da revista «Proceedings of the Royal Society», sugere que quanto mais poligâmica é uma espécie, mais rápido os machos envelhecem e morrem
As companheiras, por sua vez, vivem durante mais tempo. Os investigadores Tim Clutton-Brock e Kavita Isvaran, que estudaram os padrões comportamentais de mais de 30 espécies, incluindo a humana, concluíram que isto acontece em função da intensa competição sexual.
Traçando uma comparação entre espécies monogâmicas (em que o macho tem uma única parceira) e poligâmicas (em que cada macho copula com várias fêmeas), os cientistas constatam que a competição por fêmeas tende, naturalmente, a ser mais instigada no segundo grupo.
Ou seja, os machos que mantêm uma única parceira vivem de forma mais descansada, enquanto os polígamos precisam de se esforçar nas sucessivas conquistas sexuais.
domingo, outubro 21, 2007
:))))).
SOBRE O QI DOS ESCARUMBAS
Ferreira Fernandesjornalistaferreira.fernandes@dn.pt
O cientista James D. Watson fez escândalo numa entrevista ao Sunday Times. Agora, lamenta: "Não compreendo como pude dizer aquilo que foi citado. Não há bases científicas para tal." E que disse ele na entrevista, publicada no domingo passado? Watson, de 79 anos, prémio Nobel de 1962 por pesquisas sobre o ADN, disse que África não se desenvolvia porque "todas as nossas políticas sociais são baseadas no facto de que a inteligência deles [dos africanos] é igual à nossa - ora as provas não dizem isso". E que provas? Ele diz: "Quem lida com empregados negros sabe que isso não é verdade [a igualdade da inteligência]."Quase concordo com James D. Watson. De facto, também a minha experiência em lidar com empregados quase sempre diz que sou mais inteligente que eles. Acontece, porém, que além da minha experiência de empregador (uma mulher-a-dias aqui, um canalizador ali) tenho uma experiência de empregado. E suspeito que nessa qualidade sou eu quem é quase sempre menos inteligente. Digo "suspeito" porque é o que sinto quando vejo, de cada vez que assino um contrato, o sorrisinho malandro do meu novo patrão. Donde, o que o dr. Watson devia ter dito é que os empregados são geralmente mais estúpidos que os patrões, e por isso não chegaram a patrões.Então, porque leva ele a questão para as diferenças entre brancos e negros? Comprei o último livro de Watson. É um livro para ser lido logo pelo título. Na edição americana, Avoid Boring Other People, o Other é impresso quase transparente, o que, sem esse "Outras", permite duas leituras: uma, "Evite Aborrecer as Pessoas", e outra, "Evite as Pessoas Aborrecidas". Watson gosta de ser irónico. Conta a sua vida, tirando lições no fim de cada capítulo. Lição (no capítulo "Como Fazer Livros Legíveis"), citando Oscar Wilde: "A mensagem do meu primeiro encontro com a aristocracia foi clara. Eu não voltaria a ser convidado se me portasse como ela." Quer dizer, Watson faz da provocação, do ser diferente, a sua divisa. Brincou com o fogo, com a história dos negros e dos brancos. No dia em que ouvi falar da polémica, estava em Nova Iorque e fui ouvir o Requiem, de Mozart, pela Orquestra Sinfónica de Londres. É perigosíssimo ouvir aquilo horas depois de ouvir um cientista falar sobre a superioridade dos brancos. Dois dias depois, na sexta, fui ao Lincoln Center, ouvir a orquestra de jazz dirigida por Wynton Marsalis (um negro) assinalando o centenário do compositor Benny Carter (um negro). E houve um momento em que o gordo e negro Sherman Irby se levantou e, com o seu saxofone alto, tocou Again and Again... Só não me convenci da superioridade negra porque ao seu lado estava Joe Temperley e Ted Nash, ambos brancos.
Ferreira Fernandesjornalistaferreira.fernandes@dn.pt
O cientista James D. Watson fez escândalo numa entrevista ao Sunday Times. Agora, lamenta: "Não compreendo como pude dizer aquilo que foi citado. Não há bases científicas para tal." E que disse ele na entrevista, publicada no domingo passado? Watson, de 79 anos, prémio Nobel de 1962 por pesquisas sobre o ADN, disse que África não se desenvolvia porque "todas as nossas políticas sociais são baseadas no facto de que a inteligência deles [dos africanos] é igual à nossa - ora as provas não dizem isso". E que provas? Ele diz: "Quem lida com empregados negros sabe que isso não é verdade [a igualdade da inteligência]."Quase concordo com James D. Watson. De facto, também a minha experiência em lidar com empregados quase sempre diz que sou mais inteligente que eles. Acontece, porém, que além da minha experiência de empregador (uma mulher-a-dias aqui, um canalizador ali) tenho uma experiência de empregado. E suspeito que nessa qualidade sou eu quem é quase sempre menos inteligente. Digo "suspeito" porque é o que sinto quando vejo, de cada vez que assino um contrato, o sorrisinho malandro do meu novo patrão. Donde, o que o dr. Watson devia ter dito é que os empregados são geralmente mais estúpidos que os patrões, e por isso não chegaram a patrões.Então, porque leva ele a questão para as diferenças entre brancos e negros? Comprei o último livro de Watson. É um livro para ser lido logo pelo título. Na edição americana, Avoid Boring Other People, o Other é impresso quase transparente, o que, sem esse "Outras", permite duas leituras: uma, "Evite Aborrecer as Pessoas", e outra, "Evite as Pessoas Aborrecidas". Watson gosta de ser irónico. Conta a sua vida, tirando lições no fim de cada capítulo. Lição (no capítulo "Como Fazer Livros Legíveis"), citando Oscar Wilde: "A mensagem do meu primeiro encontro com a aristocracia foi clara. Eu não voltaria a ser convidado se me portasse como ela." Quer dizer, Watson faz da provocação, do ser diferente, a sua divisa. Brincou com o fogo, com a história dos negros e dos brancos. No dia em que ouvi falar da polémica, estava em Nova Iorque e fui ouvir o Requiem, de Mozart, pela Orquestra Sinfónica de Londres. É perigosíssimo ouvir aquilo horas depois de ouvir um cientista falar sobre a superioridade dos brancos. Dois dias depois, na sexta, fui ao Lincoln Center, ouvir a orquestra de jazz dirigida por Wynton Marsalis (um negro) assinalando o centenário do compositor Benny Carter (um negro). E houve um momento em que o gordo e negro Sherman Irby se levantou e, com o seu saxofone alto, tocou Again and Again... Só não me convenci da superioridade negra porque ao seu lado estava Joe Temperley e Ted Nash, ambos brancos.
sábado, outubro 20, 2007
A Casa da Rádio.
A RDP inaugurou hoje a Casa da Rádio no Monte da Virgem. Gostava muito de lá ter ido. Porque durante os últimos anos as pessoas que corporizam a Instituição me trataram como amigo e não colaborador, até nos raros momentos de desacordo. Esta maldita asma não deixou, preciso de a controlar, sob pena de não estar em condições para o Congresso que me espera em Santiago de Compostela:(. Aqui fica um abraço apertado para o Luís Marinho, o Rui Pêgo, o Tiago Alves, o António Macedo, o Anacleto e todos os que sempre me fizeram sentir em casa... na Casa da Rádio!
quinta-feira, outubro 18, 2007
O verdadeiro método científico!
Antigo Prémio Nobel da Medicina
James Watson defende superioridade intelectual de brancos sobre negros
O vencedor do Prémio Nobel da Medicina em 1962, James Watson, declarou-se convicto de que os brancos são mais inteligentes que os negros
O também presidente do Conselho Científico da Fundação Champalimaud argumenta que essa é a explicação para a ineficácia das políticas do Ocidente em relação a África.
Por isso, Watson acredita que o pressuposto de que brancos e negros são igualmente inteligentes é errado.
James Watson notabilizou-se pela descoberta da estrutura do ADN, sendo que descobertas posteriores na mesma área desmentem as suas mais recentes declarações.
O Nobel diz que preferia que assim não fosse, mas justificou que «as pessoas que têm de lidar com empregados negros descobrem que isso não é verdade».
Declarações polémicas e tidas como «racistas» pela comunidade científica, depois de o investigador de 79 anos afirmar que, a confirmar-se durante a gestação que o feto seria homossexual, as grávidas deveriam poder abortar.
SOL com agências
P.S. Sem falsas modéstias, devo acrescentar que, com o mesmo rigor metodológico, concluí que também os habitantes de uma determinada aldeia do norte do país - não nomeada para manter em suspense a comunidade científica! - são menos inteligentes que os portugueses em geral, atendendo às dificuldades tidas para lidar com uma empregada de meus pais há quarenta anos. Quanto aos homossexuais, e porque o Dr. Watson alegou que todas as mulheres têm o direito de ser avós, subscrevo-lhe a proposta, mas dando-lhe um âmbito mais geral - quando se descobrir os genes responsáveis pela recuo de muitos heterossexuais perante a parentalidade, o edifício legal deve também prever a interrupção dessas gravidezes.
James Watson defende superioridade intelectual de brancos sobre negros
O vencedor do Prémio Nobel da Medicina em 1962, James Watson, declarou-se convicto de que os brancos são mais inteligentes que os negros
O também presidente do Conselho Científico da Fundação Champalimaud argumenta que essa é a explicação para a ineficácia das políticas do Ocidente em relação a África.
Por isso, Watson acredita que o pressuposto de que brancos e negros são igualmente inteligentes é errado.
James Watson notabilizou-se pela descoberta da estrutura do ADN, sendo que descobertas posteriores na mesma área desmentem as suas mais recentes declarações.
O Nobel diz que preferia que assim não fosse, mas justificou que «as pessoas que têm de lidar com empregados negros descobrem que isso não é verdade».
Declarações polémicas e tidas como «racistas» pela comunidade científica, depois de o investigador de 79 anos afirmar que, a confirmar-se durante a gestação que o feto seria homossexual, as grávidas deveriam poder abortar.
SOL com agências
P.S. Sem falsas modéstias, devo acrescentar que, com o mesmo rigor metodológico, concluí que também os habitantes de uma determinada aldeia do norte do país - não nomeada para manter em suspense a comunidade científica! - são menos inteligentes que os portugueses em geral, atendendo às dificuldades tidas para lidar com uma empregada de meus pais há quarenta anos. Quanto aos homossexuais, e porque o Dr. Watson alegou que todas as mulheres têm o direito de ser avós, subscrevo-lhe a proposta, mas dando-lhe um âmbito mais geral - quando se descobrir os genes responsáveis pela recuo de muitos heterossexuais perante a parentalidade, o edifício legal deve também prever a interrupção dessas gravidezes.
quarta-feira, outubro 17, 2007
Este fosso que se agrava, é considerado um dos factores de risco para a saúde física e mental das populações de um determinado país.
Pobreza ameaça a classe média
Helena Norte
As famílias atingidas pelo desemprego e endividamento são os novos rostos dos dois milhões de pobres que existem em Portugal. A chamada classe média, esganada pelos créditos ou apanhada nas malhas do desemprego crescente, constitui uma nova forma de pobreza, que desafio os estereótipos associados a esse fenómeno. Hoje, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, milhares de pessoas levantam-se para lembrarAs estatísticas do Eurostat revelam que 20% da população portuguesa vive na pobreza. Dois milhões de pessoas, portanto. Na União Europeia, a taxa de pobreza situa-se nos 16%, o que coloca Portugal no top 10 dos estados-membros mais pobres.Os números não são novos. O padre Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, diz mesmo que há décadas anos que se fala nessa percentagem. "Com tantos milhões de euros em programas contra a pobreza, porque é que o número de pobres não diminuiu?", questiona.Para perceber, comecemos pela definição técnica de pobre. É considerado pobre quem ganha menos de 60% da mediana dos salários do seu país. Isto é, quem tem rendimentos inferiores a 60% do vencimento auferido por metade da população. No caso de Portugal, corresponde a 360 euros por mês, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2004. O conceito de pobre varia, portanto, de país para país. O que significa que os 68 milhões de pobres que existem na União Europeia têm níveis de vida muito diversos. Um pobre na Suécia viveria confortavelmente em Portugal ou na Lituânia.Ter emprego não significa estar acima do limiar de pobreza. O mito de que só quem não trabalha cai nas malhas da miséria é desmentido pelos números 14% dos portugueses que trabalham estão em risco de pobreza, de acordo com dados da Rede Europeia.Novos pobresO problema é que não ganham o suficiente para pagar as contas. Isabel Jonet, directora do Banco Alimentar (BA), diz mesmo que os novos pobres são aqueles que contraíram créditos ou assumiram responsabilidades financeiras que já não conseguem honrar, seja porque perderam o emprego ou porque o custo de vida está cada vez mais elevado. O BA recebe um número crescente de solicitações , que encaminha para instituições com quem tem protocolos, de pessoas que, vencendo o pudor, pedem ajuda.Estes novos fenómenos desafiam também as classificações tradicionais de classe média. "Se 20% dos portugueses concentram 80% da riqueza, já não há a chamada classe média", explica o padre Jardim Moreira. As desigualdades sociais, em Portugal, são ainda mais chocantes do que no resto da Europa. Segundo dados da Eurostat, referentes a 2004, o grupo com mais rendimentos ganha sete vezes mais do que a franja mais desfavorecida."O que tem sido feito é gerir a pobreza, não resolvê-la", critica o padre Jardim Moreira. Uma das formas de camuflar a real dimensão do problema é aumentar as transferências sociais (subsídios e outras prestações). Se fossem cancelados todos esses apoios, a taxa de pobreza, em Portugal, aumentaria para 38% e na Europa 40%, o que é revelador da "subsidiodependência".Os idosos que vivem sós e as famílias com dois ou mais dependentes apresentam um risco de pobreza substancialmente mais elevado (42%) do que a restante população, de acordo com dados do INE.Para quebrar o ciclo da pobreza, os especialistas são unânimes na necessidade de investir na educação. Neste parâmetro, o nosso país apresenta também indicadores desoladores a taxa de abandono escolar é de 39% (quando na Europa não ultrapassa os 15%).
JN.
Helena Norte
As famílias atingidas pelo desemprego e endividamento são os novos rostos dos dois milhões de pobres que existem em Portugal. A chamada classe média, esganada pelos créditos ou apanhada nas malhas do desemprego crescente, constitui uma nova forma de pobreza, que desafio os estereótipos associados a esse fenómeno. Hoje, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, milhares de pessoas levantam-se para lembrarAs estatísticas do Eurostat revelam que 20% da população portuguesa vive na pobreza. Dois milhões de pessoas, portanto. Na União Europeia, a taxa de pobreza situa-se nos 16%, o que coloca Portugal no top 10 dos estados-membros mais pobres.Os números não são novos. O padre Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, diz mesmo que há décadas anos que se fala nessa percentagem. "Com tantos milhões de euros em programas contra a pobreza, porque é que o número de pobres não diminuiu?", questiona.Para perceber, comecemos pela definição técnica de pobre. É considerado pobre quem ganha menos de 60% da mediana dos salários do seu país. Isto é, quem tem rendimentos inferiores a 60% do vencimento auferido por metade da população. No caso de Portugal, corresponde a 360 euros por mês, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2004. O conceito de pobre varia, portanto, de país para país. O que significa que os 68 milhões de pobres que existem na União Europeia têm níveis de vida muito diversos. Um pobre na Suécia viveria confortavelmente em Portugal ou na Lituânia.Ter emprego não significa estar acima do limiar de pobreza. O mito de que só quem não trabalha cai nas malhas da miséria é desmentido pelos números 14% dos portugueses que trabalham estão em risco de pobreza, de acordo com dados da Rede Europeia.Novos pobresO problema é que não ganham o suficiente para pagar as contas. Isabel Jonet, directora do Banco Alimentar (BA), diz mesmo que os novos pobres são aqueles que contraíram créditos ou assumiram responsabilidades financeiras que já não conseguem honrar, seja porque perderam o emprego ou porque o custo de vida está cada vez mais elevado. O BA recebe um número crescente de solicitações , que encaminha para instituições com quem tem protocolos, de pessoas que, vencendo o pudor, pedem ajuda.Estes novos fenómenos desafiam também as classificações tradicionais de classe média. "Se 20% dos portugueses concentram 80% da riqueza, já não há a chamada classe média", explica o padre Jardim Moreira. As desigualdades sociais, em Portugal, são ainda mais chocantes do que no resto da Europa. Segundo dados da Eurostat, referentes a 2004, o grupo com mais rendimentos ganha sete vezes mais do que a franja mais desfavorecida."O que tem sido feito é gerir a pobreza, não resolvê-la", critica o padre Jardim Moreira. Uma das formas de camuflar a real dimensão do problema é aumentar as transferências sociais (subsídios e outras prestações). Se fossem cancelados todos esses apoios, a taxa de pobreza, em Portugal, aumentaria para 38% e na Europa 40%, o que é revelador da "subsidiodependência".Os idosos que vivem sós e as famílias com dois ou mais dependentes apresentam um risco de pobreza substancialmente mais elevado (42%) do que a restante população, de acordo com dados do INE.Para quebrar o ciclo da pobreza, os especialistas são unânimes na necessidade de investir na educação. Neste parâmetro, o nosso país apresenta também indicadores desoladores a taxa de abandono escolar é de 39% (quando na Europa não ultrapassa os 15%).
JN.
terça-feira, outubro 16, 2007
Os alunos, perdão!, os discípulos:).
Querido Professor,
que os anos lhe tragam a liberdade para conquistar, em cada dia, momentos felizes...
que hoje tenha muitos...
que os anos lhe tragam a liberdade para conquistar, em cada dia, momentos felizes...
que hoje tenha muitos...
sábado, outubro 13, 2007
Há vida para além dos 58!:).
Pensioner pulled for sex while driving
A newlywed pensioner has been arrested for having sex with his bride while driving away from their wedding reception.
Traffic cops in Bergamo in northern Italy pulled the Fiat Punto over after watching it veer from side to side down a busy road.
Inside they found a partially naked 70-year-old man behind the wheel and his 59-year-old bride sitting astride him.
Ciampini was arrested for dangerous driving.
A newlywed pensioner has been arrested for having sex with his bride while driving away from their wedding reception.
Traffic cops in Bergamo in northern Italy pulled the Fiat Punto over after watching it veer from side to side down a busy road.
Inside they found a partially naked 70-year-old man behind the wheel and his 59-year-old bride sitting astride him.
Ciampini was arrested for dangerous driving.
quarta-feira, outubro 10, 2007
Uma boa semana.
Segunda, um antigo aluno foi-me dar um abraço no fim da aula. Hoje, um de vocês abraçou-me à saída de um restaurante. São momentos preciosos de ternura, que nenhuma boa audiência pode igualar:).
segunda-feira, outubro 08, 2007
Praga.
Praga continua bela, com tudo o que o adjectivo implica de meditação sobre as insuficiências de palavras como "bonita", "agradável" ou "deliciosa":). O teatro de marionetas nas águas-furtadas, com um D.Giovanni tão hilariante como firme na recusa do arrependimento; o horror dos desenhos das crianças destinadas às câmaras de gás; os concertos em tudo o que é teatro opulento ou igrejinha de esquina, solidários na duração coordenada de uma hora, para melhor seduzirem os turistas; o relógio que faz centenas de pessoas arriscarem um torcicolo na praça da Cidade Velha; o olhar denso e triste de Kafka; o outro, implacável, da loirinha que cobrava meio euro à porta dos lavabos no restaurante; o riso contagioso da recepcionista, que me enfiou dois beijos à despedida, sentinelas de um "good-bye and have a safe journey, mister mexeidu" tão afável que me odiarei se voltar e a trair com outro hotel; e...
E no entanto, como há anos atrás, a saudade que já aperta elege como símbolo primeiro o grupo de Dixieland cuja idade média era superior à minha. O balanço daqueles homens, a voz à la Joe Cocker, sangrando para um altifalante de lata, o meu telemóvel oferecendo-a ao João em Portugal, os pés obedientes ao compasso, a americana que dançava de olhos fechados e sorriso beatífico, certa da gratidão de todas as vítimas por "aquela invasão americana":). Por dez euros trouxe o disco, escrevo na sua moldura - "Some of these days"...
... are blessed, diria eu!
E no entanto, como há anos atrás, a saudade que já aperta elege como símbolo primeiro o grupo de Dixieland cuja idade média era superior à minha. O balanço daqueles homens, a voz à la Joe Cocker, sangrando para um altifalante de lata, o meu telemóvel oferecendo-a ao João em Portugal, os pés obedientes ao compasso, a americana que dançava de olhos fechados e sorriso beatífico, certa da gratidão de todas as vítimas por "aquela invasão americana":). Por dez euros trouxe o disco, escrevo na sua moldura - "Some of these days"...
... are blessed, diria eu!
quinta-feira, outubro 04, 2007
A nossa eternidade é a memória dos outros.
Espero que a vida também! É inútil lutar contra a morte tal como é inútil lutar contra a vida. É inútil porque a morte é uma puta - desculpem o palavrão mas é a única palavra que encontro. Quando o meu pai morreu, o padre que foi rezar a missa disse que detestava aquilo porque nós não fomos feitos para a morte. De facto não fomos... Há pessoas de quem gostávamos e que já não podemos tocar e ver e cuja morte foi tão injusta. Ainda no sábado fui a enterrar um camarada da guerra que morreu num acidente de automóvel. Foi muito comovente ver aqueles homens duros, que fizeram a guerra, a chorar como crianças. Eu chorei também, gostava muito dele e agora quando nos reunirmos ele não vai lá estar. E não faz sentido que o Zé não esteja. Eu tenho que viver pelo meu pai, pelo Cardoso Pires, pelo Melo Antunes, estão dentro de mim até eu acabar.
António Lobo Antunes ao DN.
António Lobo Antunes ao DN.
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