segunda-feira, março 31, 2014

Boa noite, gente.

domingo, março 30, 2014

O pecador.

Maria,
Hoje não pagou o justo pelo pecador.
Tive uma semana infernal e a genica vai faltando. Em Outubro serei um velho “honesto”, palavra de bilhete de identidade, mas este cansaço, de vez em quando, parece exigir Cantelães, manta nos joelhos, silêncio manso, olhar perdido nos moinhos esbeltos da Cabreira. Certo é que à hora de arrancar para Braga e ver os rapazes com o credo na (minha) boca, olhei pela janela, consultei a do computador para me inteirar do tempo na cidade dos arcebispos e cedi à preguiça. 
Tu sorris e dizes, “entendo-te, mesmo assim eles ganharam, bem vês,  Ele não ia desgostar os ditos – e exagerados... – seis milhões por tua causa”. Falo de outro jogo, querida. Eu tinha sido convidado pelo Pedro. Sabes como gosto do maroto, chamo-lhe o meu filho de afecto e os de amor e sangue não protestam;  compreendem. Vi-o crescer, transformar-se em pai de filhos e meu herdeiro em Adaúfe. E repara que utilizo a palavra herdeiro e não discípulo, é fino como um coral, quando muito teci o pano de fundo sobre o qual se recortou e cresceu o talento dele. Ou seja: o meu menino quarentão estava à minha espera no estádio e não fui. Ele compreendeu, aceitou, riu ao telefone, mas havia um travo de desilusão naquela voz.
Maria, tens razão, há cansaços ingratos, logo, indesculpáveis. Imagino-te o franzir de testa... Não te preocupes, sei o que dirias e estou de acordo -  a Palavra deve  anteceder o Gesto. Primeiro peço-lhe desculpa com todas as letras,  só depois lhe afago o cabelo.

Boa semana, querida.

Boa noite, gente.

sábado, março 29, 2014

Boa noite, gente.

quinta-feira, março 27, 2014

Boa noite, gente.

quarta-feira, março 26, 2014

Boa noite, gente.

terça-feira, março 25, 2014

Boa noite, gente.

As duas faces de Jano, mas com um upgrade curioso - ambas olham o futuro! O nosso...

O primeiro-ministro garantiu ontem que em abril será conhecido o "mix" de medidas para que o País possa cumprir a meta do défice acordada com a troika para 2015. Ao contrário de António José Seguro e Marques Mendes, Pedro Passos Coelho não se comprometeu com valores, mas assegurou, na abertura das jornadas parlamentares do PSD, em Viseu, que no próximo mês, assim que o Instituto Nacional de Estatística (INE) indique as novas regras para o cálculo do défice, o Governo os revelará aos portugueses. E "mix", expressão utilizada pelo próprio, porque não será de descartar um novo aumento de impostos.
"É sabido que ainda precisamos de fazer descer o défice público em 2015 para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Não sabemos ainda, com rigor, em termos de valor absoluto, o que isso vai significar. Há pessoas que estão muito ansiosas para saber se é 1,5; 1,7; 2 ou 2,5 mil milhões. Confesso: não sei quanto é ", afirmou o líder do Executivo, que sublinhou que o novo sistema de contas - que vigorará a partir de setembro - pode obrigar as Finanças a encontrarem um novo equilíbrio entre "medidas do lado da receita e do lado da despesa".


Passos diz querer reduzir desigualdades e injustiças
por LusaHojehttp://www.dn.pt/Common/Images/img_politica/icn_comentario.gif111 comentários
O primeiro-ministro apontou esta terça-feira como objetivo a redução das desigualdades e das injustiças sociais, afirmando que "doravante" será possível "olhar para as políticas sociais" com um alcance que o "contexto de emergência" dos últimos três anos não permitiu.
O Estado e o Governo "farão bem aquilo que lhes cabe se olharem para as políticas sociais como políticas de investimento social", afirmou Passos Coelho, na abertura do V Congresso da Distribuição Moderna, promovido pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição no Museu do Oriente, Lisboa.
"Para isso, teremos de apostar na qualificação do nosso capital humano e de dar oportunidades aos nossos jovens, sobretudo aos mais desfavorecidos. Teremos de proteger e elevar os rendimentos mais baixos dos portugueses que não podem dispensar os apoios sociais. Teremos de reduzir as desigualdades e as injustiças sociais", disse o primeiro-ministro.
O chefe do Governo PSD/CDS-PP acrescentou que "doravante" será possível investir com outro alcance nas políticas sociais, após o "contexto de emergência" dos últimos três anos.
"No contexto de emergência dos últimos três anos, as dificuldades e as restrições muito apertadas a que ficámos sujeitos não nos permitiu olhar para as políticas sociais com o alcance que será possível doravante", afirmou Passos Coelho.
Ainda assim, defendeu, "o objetivo de proteção e de aumento real dos salários mais baixos foi conseguido".


segunda-feira, março 24, 2014

Boa noite, gente.

domingo, março 23, 2014

Boa noite, gente.

sábado, março 22, 2014

Boa noite, gente.

Boa noite, gente.

sexta-feira, março 21, 2014

quinta-feira, março 20, 2014

Boa noite, gente.

quarta-feira, março 19, 2014

Boa noite, gente.

terça-feira, março 18, 2014

Dia do Pai.

Maria,
Emprestas-me o teu Pai?

Pronto, quem cala, consente! A pergunta não te chegou a mãos e olhos? Objecção indeferida, tu afirmavas ler-me o pensamento, quem se orgulha de tal façanha não a renega a coberto de uns poucos milhares de quilómetros. E sabes, eu preciso do sim como de pão para a alma, é quase meia-noite e a escuridão lá fora anuncia alvorada triste, triste. Fosse teu o Dia, e dias houve em que eram todos!, e estaria a enviar-te uma sms do outro lado da cama, “ver debaixo da almofada”, o teu riso estralejava, sempre achei que o desmaio dele seria a nossa morte. Mas não é teu, apesar de ser, a escrita, mesmo não enviada, faz prova de vida do amor, que  não garante a reforma e sim a sua ausência, deixemos isso, a imagem é de mau gosto num país de muito corte e pouca costura.
 Dia do Pai. E os meus vivem em Cantelães, a Primavera  desperta, nas cinzas deles já se espreguiçam as flores, eu fiz o contrário, adormeci, sombrio, ao sol a pino; inconformado. E inconformado permaneço - quero voz amiga, conselho sábio, silêncio cúmplice, homem feito e não adolescente envelhecido como eu. Olha, dou umas voltas ao quarteirão, até ele descer para dois dedos de conversa com os amigos, cinco lhe estendo eu, declaro o automóvel no bate-chapas do outro lado do jardim. E será verdade, negras para sarar não lhe faltam, trato-as hoje, visita de médico lhe proponho a ver os estragos, no regresso amaino o passo tanto, tanto, que seria capricho óbvio não nos sentarmos, missão cumprida.
Não falar de ti, claro, ele tinha muitas dúvidas sobre o futuro daquele  nosso presente, tua Mãe outras tantas, mas é mulher,  vizinha das nuances, quando alindavas pensamentos, palavras ou obras meus, uma sombra de esperança nascia e ela presenteava-te com um “quem diria?” mais cristão do que católico, que importa?, tu ficavas feliz. Também não falar de mim... As saudades fá-lo-iam temer o amanhã, cabeça limpa mentirosa confirmaria as suspeitas de ontem e é de ouvir que preciso.
Aceno aqui, interjeição acolá, enroscar-me nas suas histórias. Estranho, não é? Cumprir sonho teu depois de nós, os homens da tua vida a par quando deixámos de ser um. Ficarmos assim. Ou aspirar a mais! O telefone dele ganir e surpreender-lhe o desconforto, pretextar jornal e ir de fugida ao quiosque, de regresso orar – “faz com que não se sinta a traí-la”, ele a tomar-me o pulso, “era a Maria”. Eu hesitante, “bem, talvez seja melhor ir andando...”. O sorriso maroto, “pelo contrário, sente-se, prefiro-o aqui e não no aeroporto. Perdoe a franqueza, mas sou pai dela”.
Eu sei. E contudo, hoje, por uns minutos, deste inimigo público também.


  

sábado, março 15, 2014

Tive saudades dele...

sexta-feira, março 14, 2014

Ouvi alguém falar disto:).

quinta-feira, março 13, 2014

Boa noite, gente, fiquem bem. Se possível nos braços de alguém amado:).

Primaveril...

Transitórios são os pensionistas, disso não há dúvida. Os cortes, esses, tresandam a definitivos. Mas não a últimos, veremos o que acontece depois das eleições...

Cavaco dá aval a 165 mil novos cortes nas pensões
Mais de meio milhão de reformados vão ver a pensão reduzida em nome da solidariedade.
Hoje, 07h34
Por:Pedro H. Gonçalves
Correio da Manhã.

O Presidente da República deu luz verde ao Orçamento Retificativo de 2014 que inclui mais cortes aos pensionistas. O diploma foi ontem promulgado por Belém e permite que a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) reduza as pensões do Estado e do privado a partir dos mil euros brutos. Até agora esse limiar começava nos 1350 euros. O Governo quer aplicar a CES a partir de Abril.

São mais de 165 mil novos reformados que vão ter de pagar a CES pela primeira vez. Os cortes começam nos 3,5 por cento e vão até aos 40 por cento, acima dos sete mil euros. No total, são 505 mil pensionistas a suportar esta taxa em nome da solidariedade.

Cavaco Silva tinha pedido a fiscalização preventiva da primeira vez que a CES foi apresentada pelo Governo, mas o Tribunal Constitucional optou por deixá-la passar sob o argumento de que era "transitória". Desta vez, a reformulação da medida, que alarga o universo dos cortes, nem chegou às mãos dos juízes do Palácio Ratton. Só aí vai chegar pelo pedido de fiscalização sucessiva que PS, Bloco de Esquerda e PCP já prometeram.

Em média, cada pensionista da Caixa Geral de Aposentações vai perder 106 euros enquanto que do lado da Segurança Social a CES tira em média 79 euros. A medida deve representar um encaixe adicional para os cofres do Estado de 228 milhões graças aos pensionistas que vão levar um corte pela primeira vez.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental refere ainda que há "uma elevada concentração" no intervalo de rendimentos entre os 1000 e os 1800 euros: neste intervalo, estão 51,3 por cento do total de pensionistas cuja contribuição reverte para a CGA e 70,5 por cento do total de pensionistas cuja contribuição é da Segurança Social.

quarta-feira, março 12, 2014

Vi-os com os meus rapazes no pavilhão das Antas há... Jesus!

)

Vocês dirão se toda esta gente preconiza um caminho para o agravamento por sugerirem "vias mais fáceis", para citar o senhor Primeiro-Ministro.

Manifesto: Preparar a reestruturação da dívida para crescer sustentadamente (na íntegra)

Nenhuma estratégia de combate à crise poderá ter êxito se não conciliar a resposta à questão da dívida com a efectivação de um robusto processo de crescimento económico e de emprego num quadro de coesão e efectiva solidariedade nacional. Todos estes aspectos têm de estar presentes e actuantes em estreita sinergia. A reestruturação da dívida é condição sine qua non para o alcance desses objectivos.
O que reúne aqui e agora os signatários, que têm posições diversas sobre as estratégias que devem ser seguidas para responder à crise económica e social, mas que partilham a mesma preocupação quanto ao peso da dívida e à gravidade dos constrangimentos impostos à economia portuguesa, é tão-somente uma tomada de posição sobre uma questão prévia, a da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação.
O que a seguir se propõe tem sempre em atenção a necessidade de prosseguir as melhores práticas de rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais, bem como a discussão de formas de reestruturação honrada e responsável da dívida no âmbito de funcionamento da União Económica e Monetária, nos termos adiante desenvolvidos.
 A actual dívida é insustentável na ausência de robusto e sustentado crescimento
A crise internacional iniciada em 2008 conduziu, entre outros factores de desequilíbrio, ao crescimento sem precedentes da dívida pública. No biénio anterior, o peso da dívida em relação ao PIB subira 0,7 pontos percentuais, mas elevou-se em 15 pontos percentuais no primeiro biénio da crise. No final de 2013 a dívida pública era de 129% do PIB e a líquida de depósitos de cerca de 120%. O endividamento externo público e privado ascendeu a 225% do PIB e o endividamento consolidado do sector empresarial a mais de 155% do PIB. A resolução da questão da dívida pública não só se impõe pelas suas finalidades directas, como pela ajuda que pode dar à criação de condições favoráveis à resolução dos problemas específicos do endividamento externo e do sector empresarial, que são igualmente graves.
 A dívida pública tornar-se-á insustentável na ausência de crescimento duradouro significativo: seriam necessários saldos orçamentais primários verdadeiramente excepcionais, insusceptíveis de imposição prolongada.
A nossa competitividade tem uma base qualitativa demasiado frágil para enfrentar no futuro a intensificação da concorrência global. É preciso uma profunda viragem, rumo a especializações competitivas geradas pela qualidade, pela inovação, pela alta produtividade dos factores de produção envolvidos e pela sagaz capacidade de penetração comercial em cadeias internacionais ou nichos de mercado garantes de elevado valor acrescentado.
Trata-se certamente de um caminho difícil e de resultados diferidos no tempo. A sua materialização exige continuidade de acção, coerência de estratégias públicas e privadas, mobilização contínua de elevado volume de recursos, bem como de cooperação nos mais diversos campos de actividade económica, social e política. Será tanto mais possível assegurar a sustentabilidade da dívida, quanto mais vigoroso for o nosso empenho colectivo no aproveitamento das oportunidades abertas pela reestruturação no sentido de promover esse novo padrão de crescimento.
É imprescindível reestruturar a dívida para crescer, mantendo o respeito pelas normas constitucionais
Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento, nem sequer fazê-lo beneficiar da concertação de propósitos imprescindível para o seu êxito. Esta questão é vital tanto para o sector público como para o privado, se se quiser que um e outro cumpram a sua missão na esfera em que cada um deles é insubstituível.
Sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade. Deste modo, em vez de os ver resolvidos, assistiremos muito provavelmente ao seu agravamento em paralelo com a acentuada degradação dos serviços e prestações provisionados pelo sector público. Subsistirá o desemprego a níveis inaceitáveis, agravar-se-á a precariedade do trabalho, desvitalizar-se-á o país em consequência da emigração de jovens qualificados, crescerão os elevados custos humanos da crise, multiplicar-se-ão as desigualdades, de tudo resultando considerável reforço dos riscos de instabilidade política e de conflitualidade social, com os inerentes custos para todos os portugueses.
Por outro lado, a economia sofrerá simultaneamente constrangimentos acrescidos, impeditivos em múltiplas dimensões do desejável crescimento do investimento, da capacidade produtiva e da produtividade, nomeadamente pela queda da procura e desestruturação do mercado, diminuição da capacidade de autofinanciamento, degradação das condições de acesso, senão mesmo rarefacção do crédito da banca nacional e internacional, crescente liquidação de possibilidades competitivas por défice de investimento e inovação. Por maioria de razões, o ganho sustentado de posições de referência na exportação ficará em risco e inúmeras empresas ver-se-ão compelidas a reduzir efectivos.
Há que encontrar outros caminhos que nos permitam progredir. Esses caminhos passam pela desejável reestruturação responsável da dívida através de processos inseridos no quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade.
Há alternativa.
A reestruturação deve ocorrer no espaço institucional europeu
No futuro próximo, os processos de reestruturação das dívidas de Portugal e de outros países – Portugal não é caso único – deverão ocorrer no espaço institucional europeu, embora provavelmente a contragosto, designadamente dos responsáveis alemães. Mas reacções a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível. Veja-se o que vem sucedendo com a Grécia, caso irrepetível, de natureza muito diferente e muito mais grave, mas que ajuda a compreender a lógica comportamental dos líderes europeus. Para o que apontam é para intervenções que pecam por serem demasiado tardias e excessivamente curtas ou desequilibradas. Se este tipo de intervenções se mantiver, a União Europeia correrá sérios riscos.
Portugal, por mais que cumpra as boas práticas de rigor orçamental de acordo com as normas constitucionais – e deve fazê-lo sem hesitação, sublinhe-se bem –, não conseguirá superar por si só a falta dos instrumentos que lhe estão interditos por força da perda de soberania monetária e cambial. Um país aderente ao euro não pode ganhar competitividade através da política cambial, não lhe é possível beneficiar directamente da inflação para reduzir o peso real da sua dívida, não pode recorrer à política monetária para contrariar a contracção induzida pelo ajustamento e não tem banco central próprio que possa agir como emprestador de último recurso. Mas se o euro, por um lado, cerceia a possibilidade de uma solução no âmbito nacional, por outro, convoca poderosamente a cooperação entre todos os Estados-membros aderentes. A razão é simples e incontornável: o eventual incumprimento por parte de um país do euro acarretaria, em última instância, custos difíceis de calcular, mas provavelmente elevados, incidindo sobre outros países e sobre o próprio euro. Prevenir as consequências nefastas desta eventualidade é, de facto, um objectivo de interesse comum que não pode ser ignorado.
 Após a entrada em funções da nova Comissão Europeia, deverá estar na agenda europeia o início de negociações de um acordo de amortização da dívida pública excessiva, no âmbito do funcionamento das instituições europeias. Na realidade, esse processo já foi lançado e em breve iniciará o seu caminho no contexto do diálogo interinstitucional europeu, entre Comissão, Conselho e Parlamento. É essencial que desse diálogo resultem condições fundamentais para defender sem falhas a democracia nos Estados-membros afectados, como valor fundacional da própria União.
Três condições a que a reestruturação deve obedecer
A Comissão Europeia mandatou um grupo de peritos para apresentar, designadamente, propostas de criação de um fundo europeu de amortização da dívida. O seu relatório será publicado antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu. Essas propostas juntar-se-ão a várias outras formuladas nos últimos quatro anos. Recorde-se que a presente tomada de posição visa apenas a questão prévia da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação. Serve-nos de guia o exposto sobre a dívida portuguesa, mas pensamos que as condições adiante sugeridas defendem também os melhores interesses comuns dos países do euro.
Tendo presente que a capacidade para trazer a dívida ao valor de referência de 60% do PIB depende fundamentalmente de três variáveis (saldo orçamental primário, taxa de juro implícita do stock de dívida e taxa nominal de crescimento da economia), identificam-se três condições a que deve obedecer a reestruturação da dívida.
1) Abaixamento da taxa média de juro
A primeira condição é o abaixamento significativo da taxa média de juro do stock da dívida, de modo a aliviar a pesada punção dos recursos financeiros nacionais exercida pelos encargos com a dívida, bem como ultrapassar o risco de baixas taxas de crescimento, difíceis de evitar nos próximos anos face aos resultados diferidos das mudanças estruturais necessárias. O actual pano de fundo é elucidativo: os juros da dívida pública directa absorvem 4,5%. do PIB. Atente-se ainda no facto de quase metade da subida da dívida pública nos últimos anos ter sido devida ao efeito dos juros.
2) Alongamento dos prazos da dívida
A segunda condição é a extensão das maturidades da dívida para 40 ou mais anos. A nossa dívida tem picos violentos. De agora até 2017 o reembolso da dívida de médio e longo prazo atingirá cerca de 48 mil milhões de euros. Alongamentos da mesma ordem de grandeza relativa têm respeitáveis antecedentes históricos, um dos quais ocorreu em benefício da própria Alemanha. Pelo Acordo de Londres sobre a Dívida Externa Alemã, de 27 de Fevereiro de 1953, a dívida externa alemã anterior à II Guerra Mundial foi perdoada em 46% e a posterior à II Guerra em 51,2%. Do remanescente, 17% ficaram a juro zero e 38% a juro de 2,5% Os juros devidos desde 1934 foram igualmente perdoados. Foi também acordado um período de carência de cinco anos e limitadas as responsabilidades anuais futuras ao máximo de 5% das exportações no mesmo ano. O último pagamento só foi feito depois da reunificação alemã, cerca de cinco décadas depois do Acordo de Londres. O princípio expresso do Acordo era assegurar a prosperidade futura do povo alemão, em nome do interesse comum. Reputados historiadores económicos alemães são claros em considerar que este excepcional arranjo é a verdadeira origem do milagre económico da Alemanha. O Reino Unido, que alongou por décadas e décadas o pagamento de dívidas suas, oferece outro exemplo. Mesmo na zona euro, já se estudam prazos de 50 anos para a Grécia. Portugal não espera os perdões de dívida e a extraordinária cornucópia de benesses então concedida à Alemanha, mas os actuais líderes europeus devem ter presente a razão de ser desse Acordo: o interesse comum. No actual contexto, Portugal pode e deve, por interesse próprio, responsabilizar-se pela sua dívida, nos termos propostos, visando sempre assegurar o crescimento económico e a defesa do bem-estar vital da sua população, em condições que são também do interesse comum a todos os membros do euro.
3) Reestruturar, pelo menos, a dívida acima de 60% do PIB
Há que estabelecer qual a parte da dívida abrangida pelo processo especial de reestruturação no âmbito institucional europeu. O critério de Maastricht fixa o limite da dívida em 60% do PIB. É diversa a composição e volume das dívidas nacionais. Como é natural, as soluções a acordar devem reflectir essa diversidade. A reestruturação deve ter na base a dívida ao sector oficial, se necessário complementada por outras responsabilidades de tal modo que a reestruturação incida, em regra, sobre dívida acima de 60% do PIB. Nestes termos, mesmo a própria Alemanha poderia beneficiar deste novo mecanismo institucional, tal como vários outros países da Europa do Norte.
Os mecanismos da reestruturação devem instituir processos necessários à recuperação das economias afectadas pela austeridade e a recessão, tendo em atenção a sua capacidade de pagamento em harmonia com o favorecimento do crescimento económico e do emprego num contexto de coesão nacional. Se forem observadas as três condições acima enunciadas, então será possível uma solução no quadro da União e da zona euro com um aproveitamento máximo do quadro jurídico e institucional existente.
A celeridade da aprovação e entrada em funcionamento do regime de reestruturação é vital. A única maneira de acelerar essa negociação é colocá-la desde o início no terreno firme do aproveitamento máximo da cooperação entre Estados-membros, de modo a acolher o alongamento do prazo de reestruturação, a necessária redução de juros e a gestão financeira da reestruturação, tendo em atenção as finalidades visadas pelos mecanismos de reestruturação.
Cada país integraria em conta exclusivamente sua a dívida a transferir e pagaria as suas responsabilidades, por exemplo, mediante a transferência de anuidades de montantes e condições pré-determinadas adequadas à capacidade de pagamento do devedor. As condições do acordo a estabelecer garantiriam a sua estabilidade, tendo em conta as responsabilidades assumidas por cada Estado-membro. Deste modo, a uma sã e rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais acresceria o contributo da cooperação europeia assim orientada. As condições relativas a taxas de juro, prazos e montantes abrangidos devem ser moduladas conjugadamente, a fim de obter a redução significativa do impacto dos encargos com a dívida no défice da balança de rendimentos do país e a sustentabilidade da dívida pública, bem como a criação de condições decisivas favoráveis à resolução dos constrangimentos impostos pelo endividamento do sector empresarial público e privado e pelo pesado endividamento externo.
O processo de reestruturação das dívidas públicas já foi lançado pela Comissão Europeia. Fomos claros quanto a condições a que deve obedecer esse processo. A sua defesa desde o início é essencial. O nosso alheamento pode vir a ser fatal para o interesse nacional
A reestruturação adequada da dívida abrirá uma oportunidade ímpar, geradora de responsabilidade colectiva, respeitadora da dignidade dos portugueses e mobilizadora dos seus melhores esforços a favor da recuperação da economia e do emprego e do desenvolvimento sustentável com democracia e responsabilidade social.
Por quanto ficou dito, os signatários reiteram a sua convicção de que a estratégia de saída sustentada da crise exige a estreita harmonização das nossas responsabilidades em dívida com um crescimento duradouro no quadro de reforçada coesão e solidariedade nacional e europeia.
Estes são os termos em que os signatários apelam ao debate e à preparação, em prazo útil, das melhores soluções para a reestruturação da dívida.

Adriano Moreira
Adalberto Campos Fernandes
Adriano Pimpão
Alberto Ramalheira
Alberto Regueira
Alexandre Quintanilha
Alfredo Bruto da Costa
André Machado
António Bagão Félix
António Capucho
António Carlos Santos
António Eira Leitão
António Sampaio da Nóvoa
António Saraiva
Armando Sevinate Pinto
Artur Castro Neves
Boaventura Sousa Santos
Carlos César
Carlos Moreno
Constantino Sakellarides
Diogo Freitas do Amaral
Eduardo Cabrita
Eduardo Ferro Rodrigues
Eduardo Paz Ferreira
Emanuel Santos
Esmeralda Dourado
Eugénio Fonseca
Fausto Quadros
Fernanda Rolo
Fernando Gomes da Silva
Fernando Rosas
Francisco Louçã
Henrique Neto
João Cravinho
João Galamba
João Vieira Lopes
Joaquim  Gomes Canotilho
Jorge Malheiros
Jorge Novais
José Almeida Serra
José Maria Brandão de Brito
José Maria Castro Caldas
José Reis
José Silva Lopes
José Vera Jardim
José Tribolet
Júlio Mota
Luís Braga da Cruz
Luís Nazaré
Luís Veiga da Cunha
Manuel Carvalho da Silva
Manuel  de Lemos
Manuel Macaísta Malheiros
Manuel Porto
Manuel Sobrinho Simões
Manuela Arcanjo
Manuela Ferreira Leite
Manuela Morgado
Manuela Silva
 Mariana Mortágua
Pedro Adão e Silva
Pedro Bacelar de Vasconcelos
Pedro Delgado Alves
Pedro Lains
Pedro Marques Lopes
Ricardo Bayão Horta
Ricardo Cabral
Ricardo Paes Mamede
Rui Marques
Teresa Pizarro Beleza
Viriato Soromenho-Marques
Vítor Martins
Vítor Ramalho

terça-feira, março 11, 2014

De novo pela mão de minha Mãe...

http://youtu.be/57tK6aQS_H0

segunda-feira, março 10, 2014

Minha Mãe cantava-me isto...

domingo, março 09, 2014

É pra já!

Sai a pedido do Ímpio!:).

sábado, março 08, 2014

Boa noite, gente.

http://m.youtube.com/results?q=vaya%20con%20dios%20what's%20a%20woman&sm=1

quinta-feira, março 06, 2014

Um trio abençoado...

quarta-feira, março 05, 2014

Boa noite, gente, fiquem bem.

terça-feira, março 04, 2014