sexta-feira, maio 06, 2005

De regresso

A estrada. Sempre a amei, sabes? Quando o cansaço já aperta e o rádio canta uns decibéis exagerados, os reflexos permanecem agudos mas distraídos; um outro, cá dentro, fecha para balanço. Memórias e sonhos disputam o palco, os quilómetros são engolidos num estado crepuscular, como se me visse guiar enovelado no banco de trás (espero que a Brigada de Trânsito não leia isto!). Asfalto; meter gasolina; água em fonte para a boca e chuveiro na cara; sanduíches plastificadas dentro do prazo e fora do gosto; mais asfalto; meia-dúzia de passos numa área de repouso…, não!, apenas três, que estou com pressa.
De fechar com truques contabilísticos o balanço. E abrir os braços de um coração amnésico ao déjà-vu sinistro que adivinho no teu amor.

58 comentários:

Helena disse...

:)*

Cláudia B disse...

eu adoro andar na estrada.... há algo nela que me faz acalmar, que me faz pensar... viajar longe com os meus pensamentos (ainda mais longe do que normalmente)... Geralmente fico feliz quando ainda demora um bocado a chegar ao destino... há qualquer coisa nela que nao sei explicar.....

Sónia disse...

Há qualquer coisa de especial nas viagens feitas por amor... Faço muitas. Os nossos olhos engolem a estrada com pressa de chegar e os nossos olhos nunca se cansam... Ao invés, brilham!
E todos os abraços são únicos, amnésicos ou não, quando o amor lá está :)
Boa viagem!

Anónimo disse...

"The long and winding road
That leads to your door
Will never disappear
I’ve seen that road before
It always leads me her
Lead me to you door"

Beatles's - The Long & Winding Road

But don't hit the road, Jack. ;))))

Anónimo disse...

JMV
O poeta argentino Juan Geman ganhou o Prémio Ibero Americano de Poesia Pablo Neruda. A voz do poeta está, hoje,no http://www.bomba-inteligente.blogspot.com/

Anónimo disse...

O poeta argentino Juan Gelman (e não Geman)

Unknown disse...

Dr. Murcon isso são relatos de partes de umas viagens ou de uma vida?

Unknown disse...

Gosto tanto da estrada, que o meu grande projecto de viagem é um dia enfiar-me num carro, e sair em Moscovo... claro que o maior problema é o tempo... 15 dias a conduzir.

Poucas coisas podem ser tão libertadoras, acho.

Julio Machado Vaz disse...

Yulunga,
Não escreverei no blog nada que seja publicado - ou aproveitado? - no próximo livro, não seria leal para convosco. Neste tipo de texto reina a ficção, mas todos sabemos como as monarquias absolutas estão em decadência:)

lobices disse...

...a estrada...pois, a estrada...
...
“…encosto a cabeça no vidro semiaberto e fecho os olhos por segundos; pela frincha sai o fumo do cigarro ao mesmo tempo que as gotas da chuva varrida pelo vento tenta entrar com força. Não há lágrimas que se comparem às que batem no tejadilho do carro; o vento sopra forte de sul e as ondas alterosas mostram-me um mar agitado porque de si próprio aquelas lágrimas haviam saído uns dias antes. Percorro a visão até ao horizonte cinzento-escuro e vejo um relâmpago descer sobre as águas. Imagem bela e soberba. O céu zangado como me ensinaram em criança. O interessante era terem mais medo do trovão do que do relâmpago. Havia uma cantilena que rezavam fechadas no quarto; algo que no meio das palavras semi comidas pela reza eu percebia algo como santa bárbara; mais tarde vim a saber que Santa Bárbara tem a ver com as trovoadas, dizem. Imagens da infância que recordo com saudade. Um corpo deitado no chão da sala, uma chupeta e um açucareiro ao lado; e lá ia eu molhando a chupeta no açúcar e chupando; ainda hoje gosto de comer açúcar. Um corpo escondido no meio do centeio que não se dobrava pelo vento; um corte num pé provocado por um vidro escondido. Umas mãos pequenas pegando nas pombas que existiam no pombal do pai. Uma gaveta com postais antigos do Brasil que meu avô trouxera. Um retrato enorme dele e de minha avó no dia em que casaram, pintado a carvão. Era imponente. Um fogão de lenha crepitando. A chuva que entrava pelo vidro começou a molhar-me a face e a cabeça e o cigarro já me estava a saber mal. Liguei o motor, fiz marcha-atrás e arranquei dali para fora. Para lá do mar ficava o sonho, o sonho que sempre tive de o enfrentar, o sonho que sempre tive de me meter dentro dele e o amansar. Nunca conseguido. Os faróis foram ligados porque a penumbra já era demasiadamente escura para ser dia. A noite que se aproximava iria brindar-me com mais recordações; é isso que faço para adormecer todas as noites; relembro imagens distantes e tento reconstruir a vida que já não existirá nunca mais. Puzzles de imagens, de sons e de choros e de risos, de quedas, de corridas, de corpos cheios de calor abraçando-nos. Porque me faz tanta falta esse abraço de outrora? A estrada à minha frente ainda era longa e a noite me esperava…”

Anónimo disse...

Também gosto da estrada, pena é que tantas vezes a tenha de a fazer a correr, sem tempo para a saborear ou sem tempo para saborear as "memorias e os sonhos" que ela trás.
Boas são as estradas que faço com um amigo ao lado na conversa amena, em conversas tão boas que a saída passa, mas nós estamos tão dentro de nós que a deixamos passar!!!
Vezes também há que o desespero é tanto, a tristeza enche tanto, que só apetece ir esvaziá-la juntamente com o depósito da gasolina...

Ale (mestressan) disse...

Estradas são nostálgicas mesmo para crianças que não têm de que sentirem saudades extremas! Digo por mim, que desde criança, longas estradas me dão saudade de não sei o quê! Bom dia a todos!

Anónimo disse...

ale
"longas estradas me dão saudade de não sei o quê", e a mim tb.

cris disse...

Tenho para mom que as estações de serviço e as áreas de repouso são melhores metáforas da vida do q as estradas... São abrigos sucessivos, não obrigatórios (há sempre alguma outra uns quilómetros depois), em vez de riscos de asfalto em q nem reparamos, qd conduzimos "enovelados no banco de trás". ;)
Bom fds!

cris disse...

Ooooopsss! Errata: "mim" em vez de "mom"...

Ale (mestressan) disse...

e&e, quando descobrires do quê, me conta - ;o)

Cris...os meios sempre são mais interessantes que o fim! Beijo pra ti

Anónimo disse...

Ontem peguei no carro e num acto de loucura fui a um sitio apenas para ver aquele que me pôe um sorriso estúpido na cara, o coração a bater mais forte e um nervoso miudinho na barriga.
Ele sabe que eu existo, mas de certeza nao sabe aquilo que provoca em mim...
Maldita paixoneta!!!
Tenho de ensinar o meu coração a escolher rapazes menos timidos...
Será que ele aprende a lição?????????!!!!!!!!!

Unknown disse...

Dr. Murcon eu a acompanhar este texto colocaria aí a opção de ouvir uma musiquita.
"Roads" Portishead - Aconselho

Anónimo disse...

É bom voltar, nem que seja só para partir de novo!

À anónima das 5h41, se me permite aqui vai um bitaite, o coração raramente aprende as lições (pois se o amor é cego...) e quase sempre bate na mesma tecla! O que torna o descontentamento (tão) fácil de suportar são esses "momentos de loucura", use e abuse, pois são eles que o farão sorrir sempre que o tal descontentamento bater à porta! E se um dia pensar em se arrepender, não o faça, lembre-se sempre do contexto em que o fez!
À loucura então ;))

Abraço!

Anónimo disse...

Te conto ale,

é sempre "daquele espaço da infância" que temos saudade, "daquele tempo mágico da infância" em que a estrada anunciava algo novo, daquela expectativa saborosa que, mesmo esquecida, revemos nas novas infâncias.

Não é você que nos mostra estar a rever-se na criança ao seu lado?

E&E

Anónimo disse...

Katz,
Agradeço as suas palavras de alento.
Lembrar-me-ei delas quando tiver a ousadia de pensar em desistir.
Um brinde à loucura saudável.
(Ass. A anonima da 5h41, que vai continuar a lutar pela "maldita paixoneta".)
Um abraço.

Anónimo disse...

O ano passado foram quilómetros atrás de quilómetros: Faro-Lisboa, Liboa-Faro.
Ia com um sorriso e voltava ainda mais feliz, não me pesava a distância nem as horas alegres sem dormir...
Atravesar o Alentejo nesse dito estado de "enovelado no banco de trás" é quase entrar numa outra dimensão, em que os verbos não têm tempo, as ruas não têm nome e as casas não têm gente!

Abraço *****

madeira disse...

Creio que vou estragar o ramalhete...
Eu diria que o que me apela à divagação é viajar de comboio, entre a fuga da paisagem na minha janela e o esticar as pernas até ao bar, sem a pressa da chegada.
Apesar de deliciar-me com a condução o viajar de automóvel traz-me à memória horários de chegada, limites de velocidade, agentes da autoridade por detrás de uma lomba à espreita da infracção, o meu filhote no banco a perguntar “ainda falta muito?”... :)

Unknown disse...

Algumas das minhas melhores viagens é quando estou a sonhar acordada

Unknown disse...

E parada

joaninha disse...

De regresso!

Como gostei desse regresso! Como é bom haver quem regresse! E saber que haja quem esteja esperando:…um amor!
Quando eu parti, programava um regresso e ter um quem me esperasse na curva além, da estrada sinuosa como as curvas de uma mulher elegante…mas não houve um rápido regresso. Mas pior, não houve quem estivesse para lá da curva esperando…Houve o saber da partida desse alguém para um além sem regresso…e ficou a saudade. Ficou a saudade sem limites do que jamais existiu, e nunca poderá existir…
Por tudo o que leio dessa escrita inebriante, tão bem escrita, e por tudo o quanto oiço no “AMOR É…”, sinto-me impulsionada para que também a minha escrita seja um elo de ligação, mas no meu caso, ao que o “Amor não é…”
As palavras que li saciaram a minha fome, foram muito mais que essas sandes embrulhadas em papel aderente…possivelmente com uma folha de alface pelo meio, para manter o fiambre por mais tempo, com ar de frescura…e, como vou aguardar pela escrita de amanhã, aqui só fica um abraço de amizade.

Anónimo disse...

Em vez da sanduíche plastificada,
faça o gosto a um bolinho de maçã,
caseiro pois, que lhe oferece aquela que fuma, lenta e discretamente, na valeta... sentada num campo cheio de urtigas e...alfazema do monte!

E não se identifique como sinistrado, nunca :)

Ale (mestressan) disse...

E&E - Concordo plenamente contigo! Exatamente assim me sentia e de vez em quando me pego sentindo assim novamente! Comentei em meu blog um comentário do Micróbio (Carlos) que o bom de sermos adultos é que, ofato de já termos vivenciado algumas fazes, podemos ser qualquer uma delas no momento que nos for conveniente e prazeroso! Por muito sou ainda uma criança! Abraços...Ah! Acriança ao meu lado é minha filha!

Anónimo disse...

ANOS SINISTROS
“…a destruição e neutralização dos trabalhos dos artistas burgueses”
Grupo Vermelho, PC Alemão, 1924.
“Nós condenamos a pintura dita de cavalete e toda a arte dos círculos ultra-intelectuais porque ela é aristocrática”
Siqueiros, Muralista Mexicano, 1922.

Brigada Bigornas

www.riapa.pt.to

Maite disse...

Eu adoro conduzir, é uma das minhas paixões. A minha melhor viagem foi a que fiz percorrendo o Douro desde Barca d'Alva até ao Porto, sempre pertinho do rio. Descobri recantos encantadores, vinhedos sem fim, sucalcos e serras deslumbrantes. Lembro-me dos que me marcaram mais. O Pinhão e o hotel Vintage House magnífico, uma terrinha escondida no meio do nada chamada Provozende com imensos solares a maior parte em decadência (o que é uma pena), S. Salvador do Mundo, um recanto fantástico, Régua e Mesão Frio com o Solar da Rede de onde podemos ter momentos espectaculares sobre o rio, a barragem do Carrapatelo e depois de tanto caminho percorrido, o Porto num pôr do sol magnífico. De todas as viagens que já fiz esta será a que terei sempre mais perto do coração Foi uma aventura fantástica onde à noite caia na cama exausta mas com uma energia vibrante para continuar pela manhã.

Tão só, um Pai disse...

Odeio balanços, os de solidão e os de vida. Malditos inseparáveis.

Odeio viagens em estradas de monotonia, onde nos sobra a agonia de olhar a vida. Silêncios e demónios que não se afastam da telefonia.

São kilómetros de descontentamento, nadas e vazios e pensamento, para abraçarmos quem um dia nos trouxe, como pode, e foi feliz, a esta vida.

Abraçamos, uma raiz tão velhinha que, quando morrer, um dia, trará, ainda mais, a solidão, a outra árvore que, por dentro, já definha.

Anónimo disse...

CHEGUEI À CONCLUSÃO QUE:


Quando é hora de comê, nóis come...
Quando é hora de bebê , nóis bebe...
Quando é hora de amá, nóis ama...
Quando é hora de trabaiá...
huumm...hummmmmmmmmmmm

aí nóis todos manda "i-meius"!...

Anónimo disse...

Eva: "Adão, amas-me?"

Adão: "Não"

Eva (chorando): "Então porque fizeste amor comigo?"

Adão: "Helloooo? Vês por aqui mais alguém?"

Anónimo disse...

"TENHO O MAIOR ORGULHO DE JOGAR NA TERRA ONDE CRISTO NASCEU" (Djair, do Belenenses ao chegar a Belém / Restelo no dia em que assinou contrato com esse clube)

"NEM QUE EU TIVESSE DOIS PULMÕES ALCANÇAVA ESSA BOLA"
(Roger, jogador do Benfica)

"EM PORTUGAL É QUE É BOM. LÁ A GENTE RECEBE SEMANALMENTE DE 15 EM 15 DIAS"

(Argel, jogador do Benfica)

"QUANDO O JOGO ESTÁ A MIL, MINHA NAFTALINA SOBE"
(Jardel, ex-jogador do Sporting)

"EU DISCONCORDO COM O QUE VOCÊ DISSE"
(Derlei, Jogador do Porto)

"NO PORTO É TODO MUNDO MUITO SIMPÁTICO, É UM POVO MUITO HOSPITALAR"
(Deco)

"O DIFÍCIL COMO VOCÊS SABEM NÃO É FÁCIL"
(Jardel, ex-jogador do Sporting)

"HAJA O QUE HAJAR, O PORTO VAI SER CAMPEÃO"
(Deco)

"QUEREM FAZER DO BOAVISTA UM BODE RESPIRATÓRIO"
(Jaime Pacheco)

"JOGAR À DEFESA PODE SER UMA FACA DE DOIS LEGUMES"
(Jaime Pacheco)

Agora SENTA-TE, compara o teu salário com o deles, e CHORA ...

amok_she disse...

«(...)De fechar com truques contabilísticos o balanço. E abrir os braços de um coração amnésico ao déjà-vu sinistro que adivinho no teu amor.»

...caramba!, e eu q ñ li nada, no texto, sobre viagens e estradas e partidas e regressos! ...só me ficou o último parágrafo...cada vez estou mais burra nas leituras...

Anónimo disse...

Engraçado... acabo de chegar de uma viagem de ida e volta Lisboa-Viana do Castelo... estas viagens ao norte fazem-me sempre recordar "gajos do norte" que foram muito importantes em certas alturas da minha vida (um dia ainda hei-de perceber este meu fascínio "fatal" por homens do norte... será do sotaque? :-), mas que mais de 300 km de distância complicaram a possibilidade de relacionamentos mais estáveis.
A si, professor, deixo-lhe um beijo ternurento de alguém que o admira bastante, e que tenta, sempre que possível, dar uma espreitadela naquilo que escreve por aqui, ou nos programas que faz na rádio ou na televisão.
Alexandra

Anónimo disse...

Este trecho faz-me lembrar férias.
Mas para além disso, adoro andar de carro; andar por andar; galgar kilometros em direcção...em direcção...a qualquer sítio no fim do horizonte.

Anónimo disse...

Sempre verdadeiro, sempre com tanta coisa para dizer em poucas palavras, fazendo-nos sentir mais perto de si e de nós mesmos. Este texto em particular lembrou-me o meu amor e o qt tb ele aprecia o abandono à condução e à estrada. Quem sabe o que pensará ele nessas alturas?:)

Anónimo disse...

Deixa-me dizer também que, apesar de ser raro, adoro andar de comboio.É uma forma gostosa de preguiçar... Mas as viagens que mais faço são quando sonho acordada, e estas viagens são as melhores de todas.

Anónimo disse...

Chego ao fim do dia cansada, leio o texto, leio os comentários....nostálgica....lembro-me de várias viagens... e as da minha infância sempre presentes na minha memória...as mais ternas...leio os comentários de todos os visitantes desta página... e acabo por rir...chorar e rir...
isto há cada um.... mas vou-me divertindo, distraindo e viajando neste mundo que não sei explicar

Anónimo disse...

Será que a estrada à minha frente ainda é longa? Já andei tanto nesta estrada da vida...
E a noite? Quero-a curta e sem paragens...
Boa noite a todos
e Como o Prof. dizia outro dia
chichi...cama

Anónimo disse...

Eu também amo estradas,Professor!
Aquele momento da chegada,depois do balanço (a custo) definitivamente fechado e auditado,é simplesmente glorioso!
Boa noite

Anónimo disse...

...A noite que se aproximava iria brindar-me com mais recordações; é isso que faço para adormecer todas as noites; relembro imagens distantes e tento reconstruir a vida que já não existirá nunca mais...

Tento adormecer mas não consigo...
Também tento reconstruir a minha vida e ainda sonho acordada ...
chegar a um destino com os meus pensamentos por essa estrada fora

Woelfin

Anónimo disse...

amok_she

Como sempre, atenta e sábia

blimunda disse...

dejá-vu sinistro - porra, onde é que eu já vi isto? :)

Anónimo disse...

rectificação do post das 3.31 AM
cito:
...A noite que se aproximava iria brindar-me com mais recordações; é isso que faço para adormecer todas as noites; relembro imagens distantes e tento reconstruir a vida que já não existirá nunca mais...

Tento adormecer mas não consigo...
Também tento reconstruir a minha vida e ainda sonho acordada ...
chegar a um destino com os meus pensamentos por essa estrada fora

Woelfin

Anónimo disse...

Hoje à noite (Domingo de madrugada, à 1,30) na Dois: Estes Dificeis Amores - Tema: Contracepção em geral

noiseformind disse...

Faleceu Jorge Perestelo, o homem do Jindungo e da Caxupa, o único que me fazia conseguir não mudar compulsivamente de estação para longe do relato de futebol ficou silencioso. Murcunianos, oremos...

Maite disse...

Amok_she começo a admirar a sua perspicácia. Mas veja, há sempre o outro lado. Este texto do professor é triste, fatalista até e como diz o Tão só, um pai, detesto também balanços sejam de que tipo forem, prefiro as reflexões. Balanços parecem-me coisas tão definitivas...e o "déjá-vu sinistro que adivinho no teu amor" bolas, Professor isto só é admissível numa obra de ficção. Senão preferia "deitar-me a um poço" :))))

Anónimo disse...

Adão: Eva, amas-me?

Eva: Sim.

Adão (quase chorando): Então porque não fazes amor comigo?

Eva: Porque estou apaixonada por outro.

Adão: Helloooo? Vês por aqui mais alguém?

Eva: Sim, no meu imaginário!

Maite disse...

Estive a ver agora nas notícias, uma reportagem do último relato de Jorge Perestelo e fiquei emocionada e mesmo arrepiada com a força que saía daquela voz... e o "viva Portugal".
Paz à sua alma.

lobices disse...

...to the Profe`s post:
...citando a parte final:
"...que estou com pressa.
De fechar com truques contabilísticos o balanço. E abrir os braços de um coração amnésico ao déjà-vu sinistro que adivinho no teu amor..."

...
...alguns lançaram um "grito" ao "déjà-vu sinistro"... mas poucos o entenderam...
...estou com pressa para fechar o dia com truques contabilistas e preferir abrir os braços de um coração sem memória do que enfrentar o deja-vu sinistro que antevejo por hábito do teu amor...
...
...não existe nada de "sinistro"
...existe apenas o assumir do quotidiano da "viagem" que enfrentamos no dia a dia da vida seja na ida como no regresso...
...é preciso "Re-inventar" o amor
...é preciso "viajar" mais dentro de nós para podermos (depois) viajar dentro do outro...
...é preciso
...não é nada sinistro
...

Maite disse...

Eu continuo a achar que há fatalismo nestas últimas palavras do professor. Por vezes o coração tem "razões que a razão desconhece" e mesmo sabendo, de antemão, que o que nos espera é algo "sinistro", teimamos em esquecer todas as dores passadas na vaguissima esperança de que algo há para salvar...mesmo que saibamos que o que virá é o "dejá-vu". Como já alguém disse aqui neste blog, com o amor não se aprende a evitar as mágoas, apenas se vive.

Anónimo disse...

Tem razão, anónimo, esqueci-me de escrever cito no post às 3.31 am.
Agradeço a sua rectificação...

Conceição Paulino disse...

Há smp gestos k nos embalam numa doce e lúcida anestesia. Bom fs. Bjs e ,)

Anónimo disse...

mas esta viagem tem sido tão longa...
tenho viajado tanto dentro de mim própria...
e tenho tentado tanto reinventar o amor...
não, não é nada de sinistro...
acontece a todos nós...
será que o amor imaginário é a minha alternativa ?

amok_she disse...

Maite said...
Mas veja, há sempre o outro lado.


...todos os textos têm (podem ter) tantas leituras quantos os leitores q o lêem...aquela foi, tão só, a minha!

...mas, se "o outro lado" se referia à outra parte, neste caso e pq eu li "nosso", já ali estão os dois lados contemplados...talvez daí o "sinistro"...e continua a ser a minha leitura...

joaninha disse...

O agradecimento tem de ser meu!!!
Por si, pelo seu excelente trabalho, por ser filho de quem é, que encheu a minha adolescencia de alegria com os seus cantares, pelos seus programas e por ter tido a paciência de ler o que escrevi...e o que escreverei...
Um bem haja e um beijo