sábado, maio 27, 2006

Avaliam o quê?: A educação? A forma de vestir? A beleza?

Pais vão avaliar professores
2006/05/27 | 12:32
Ministério da Educação apresenta proposta este sábado.

O Ministério da Educação (ME) quer que os pais passem a participar na avaliação do desempenho dos professores dos filhos, necessária para a progressão na carreira dos docentes, revelou à agência Lusa fonte da tutela.

Segundo a proposta de alteração do Estatuto da Carreira Docente (ECD) que o Ministério apresenta hoje à comunicação social e aos sindicatos, cada encarregado de educação individualmente vai fazer uma avaliação do trabalho dos professores que dão aulas aos seus filhos, uma apreciação que será depois tida em conta, juntamente com outros factores, para a subida de escalão por parte dos docentes.

A proposta da tutela prevê ainda que os professores tenham de prestar provas para subir na carreira, que passará a dividir-se em dois graus ou categorias, independentemente dos dez escalões em que está actualmente organizada.

«Um professor poderá candidatar-se a passar para o grau mais elevado de pois de um certo número de anos de serviço, tendo para isso de prestar provas», disse à Lusa a mesma fonte do ME, escusando-se a adiantar pormenores sobre o tipo de provas a realizar.

A intenção do ME é fazer depender a progressão na carreira docente do mérito dos professores, aferido através de vários mecanismos de avaliação do desempenho.

Actualmente, o ECD faz depender a subida de escalão do tempo de serviço, da frequência de acções de formação contínua e de um processo de avaliação do trabalho do professor efectuado pelos órgãos de gestão da escola em que lecciona.

A legislação em vigor, que será agora revista no âmbito de uma negociação entre a tutela e os sindicatos do sector, determina que os professores têm de apresentar um relatório crítico da actividade por si desenvolvida no período de tempo de serviço a que se reporta, um documento que é depois avaliado qualitativamente pelo conselho pedagógico da escola, com as menções de Não Satisfaz, Satisfaz, Bom ou Muito Bom.

90 comentários:

Sara Veiga disse...

É um tópico preocupante.
Os pais não têm capacidade suficiente para participar na avaliação de modo activo e imparcial.
Podem, sim, dar contributos importantes, reflectindo comentários dos educandos sobre o decorrer das aulas e afins.
Mas participar na avaliação, não. Não têm competências para isso. Não estão isentos, pois defendem, acima de tudo, o bem dos seus filhos. E ninguém fará uma avaliação negativa de um professor que atribui notas positivas, independentemente de ensinar ou não. Ninguém fará classificações negativas de um professor que se sabe que poderá ser professor do educando no ano seguinte...
Enfim, são muitos factores juntos.
Preocupa-me bem mais o facto de essa avaliação, segundo notícias da RTP, ser levada a cabo por colegas de grupo e de membros do conselho executivo. Parece-me que, assim, será tudo menos uma avaliação isenta, imparcial. Este modo de trabalhar fará com que os amigos se protejam, com que interesses se façam ouvir. Duvido que o mérito fale mais alto.

Mas pelo menos avança-se no sentido da avaliação, já não é totalmente negativo...
Há é que reflectir sobre este procedimento.

AQUILES disse...

Tem de haver uma avaliação séria e objectiva. É urgente e salutar para a eficiência do nosso sistema educativo.
Agora não acho que os pais sejam sérios e objectivos a avaliar. Com a guerra das notas para a universidade? Aí vinha mais corrupção. Mais chantagem. Lembram-se ainda de Guimarães e dos atestados para faltar aos exames? É só ampliar o desastre com esta solução pretendida pelo ME.

lobices disse...

..."dêem-me um bom e eu passo-vos os filhos"...
...como diz o Aquiles... aí vem mais possibilidades de corrupção
...a minha opinião é que os Pais não devem nem podem avaliar os Professores dos alunos
...um mau aluno que mereça sempre más notas e aí está o Pai a avaliar o Professor dizendo que a culpa é dele e não do filhinho!...

Rui Diniz Monteiro disse...
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Rui Diniz Monteiro disse...

De acordo com maracujá, aquiles e lobices.

Falta só referir o ridículo: aplicado aos médicos, por exemplo, seria o familiar de cada doente a fazer um relatório sobre o médico e que seria tido em conta para a progressão na carreira do referido médico!

Gostaria de acrescentar,
para todos os que andam a exigir uma avaliação mais cerrada aos professores por parte da tutela,
bem como para aqueles que se sentem envergonhados com estas propostas,
algo escrito por José Gil:

"(...) e as avaliações e os exames diminuem as poucas forças internas capazes de mobilizar os indivíduos, (...).
Eis porque as avaliações - e quer-se agora tudo avaliar: as escolas, (...) - não vão transformar a sociedade portuguesa. Longe de lhe insuflar força anímica, retiram-lhe energia, envergonham-na sem a estimular."

(Portugal Hoje, O Medo de Existir, José Gil, Relógio D'Água, p. 8

andorinha disse...

Boa tarde.

Escusado será dizer que, como professora, estou revoltadíssima.
"...cada encarregado de educação individualmente vai fazer uma avaliação do trabalho dos professores que dão aulas aos seus filhos..."

Pasmo!!!!!!!!!!!!
Com que competência? Com que direito?
Alguém já pensou em todas as arbitrariedades e compadrios que advirão se tão disparatada medida vier a ser adoptada?
Estes senhores no ME, com a ministra à cabeça não sabem o que mais hão-de fazer para desacreditar a classe docente.
Avalia-se o desempenho dos professores por aquilo que os pais dizem????????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Concordo totalmente com o que diz o Aquiles: "Tem de haver uma avaliação séria e objectiva. É urgente e salutar para a eficiência do nosso sistema educativo."
Claro, há muita coisa que está mal e urge ser rectificada, mas não é este o caminho.
Não reconheço o direito a qualquer pai de se meter no meu trabalho.

Depois não venha a ministra mais uma vez deturpar as coisas e dizer que os professores não querem ser avaliados.
Quem exerce a sua actividade com brio profissional não tem receio de qualquer avaliação.
Agora isto????
Quem avalia a sanidade mental da ministra?

Ana disse...

O tópico das “lobices” dá-me sempre um arrepio a começar bem lá no fundo da coluna dorsal!
É um facto que esta historieta da avaliaçao dos professores por parte dos pais irá dar muito que falar; a procissão ainda vai no adro. Quem está de fora (como eu) até tem a tentaçao de dizer “Meus caros quem não deve não teme! Os pais são parte integrante e fundamental do sistema e certamente terão uma opinião valida…blablabla! “No entanto, esta questão merece olhares mais atentos de outras perspectivas. Uma delas é o modo como nós olhamos para as endogamias portuguesas!
Ora, é incontestável que comportamentos incestuosos são prata da casa. Tambem é indiscutível que, cada vez mais, nos acomodamos nesta “falha”. Para contornar este fenomeno recorreu-se à estimada burocracia! Esta senhora dos papeis mimetiza a justiça, a igualdade de circunstâncias e por aí fora. Acontece que, como gente que somos, carregamos esta bagagem de diversidade comportamental, cultural e obviamente intelectual. Se a última consegue, vagamente, ser reflectida em curriculum vitae as duas primeiras certamente não. Isto a proposito do pavor da endogamia, de que não nego a existência e a, no minímo, incomodidade por si causada. O que me nego, é a aceitar a cooperacçao silenciosa para com ela. Dizermos que uma avaliação para a progressão na carreira não pode/deve ser feita por membros de comissoes executivas é cooperar com a endogamia. Isto ao primeiro olhar lesse como uma absurda contradição, mas não é! Ora se aqueles que educam os homens e mulheres de amanhã receiam, ou melhor, não acreditam na honestidade de avaliadores não vão certamente fazer passar este modelo (imparcialidade, etc) aos seus alunos. Pois as vozes agora levantam-se para me dizerem que isto não vem nos manuais escolares. Mas tem de vir! Portugal precisa de começar a ver “gente” enquanto indivíduos. As avaliações tem de ser personalizadas, cara a cara! As “lobices” serão rapidamente substituídas por escolhas de competências! Parte de cada um de nós acreditar (ainda que ingénuamente) que a pessoa pode substítuir o papel e ainda assim ser justa! Na verdade, pode ser mais justa que o papel que não nos ve a cara, a franqueza, a dissimulaão, etc, qualidades fundamentais em profissões como a dos educadores.
E se me disserem que isto não passa de um devaneio de uma lunática dêem uma vista de olhos ao sistema de educaçao britânico! Honestidade, com as devidas precauções é tida como uma qualidade comum a todos e não como uma raridade. A contratação de um professor e a sua avaliação depende sempre de uma entrevista!

PS: Perdoem o longo palavreado, entusiasmei-me durante uma tarde entediada!
PS2: As cedilhas e os acentos faltam em algumas palavras certamente. O meu teclador nao tem cedilhas e acentos!

andorinha disse...

Até me esqueci de dizer que concordo totalmente com o Lobices.
Verificar-se-ia essa situação e muitas outras do género.

O professor de inglês,
Perguntar aos alunos não seria, quanto a mim, solução.
Eu questiono os alunos no decorrer da minha prática lectiva em relação às actividades que fazemos nas aulas, tento sempre obter feedback dos alunos, porque é importantíssimo. Mas isso é um aspecto. Outra coisa totalmente diferente seria "permitir" que eles me avaliassem tendo em conta a progressão na carreira. Isso seria deturpar e inverter todo o sistema.
Imaginemos o que seria alguns professores "comprarem" uma boa avaliação por parte dos alunos, avaliando-os na mesma moeda.
Seria o descalabro total do processo de ensino/aprendizagem.

CêTê disse...

Pois posso-vos dizer que estou deveras preocupada pois infelizmente nos últimos anos conheci gente sem escrúpulos que são capazes de TUDO para que os filhos tenham a nota que no mínimo é necessária para atingirem os objectivos pretendidos. Não não irão avaliar se o professor é competente, se actualiza cientificamente e se é pedagógicamente correcto. Se nã se der aquela nota hão-de arranjar maneira se intimidar. Muito assustador para mim que nunca me dobrei a chantagens e a pressões.
Cada vez mais me parecem mais evidente os recalcamentos em ralação aos professores desta ministra. Saberá ela que os pais não podem e não vão às escolas?
Em relação à faixa alargada de patamares de classificação sim, acho bem! Se eu pudesse contar-vos....

E como vai ser nos colégios privados?

Muito triste. Para mim que ensinar foi sempre uma paixão ... não sei se vou aguentar a perda desse sentimento.

andorinha disse...

Cêtê,
Para mim ensinar também foi sempre uma paixão...até este ano.
Aos poucos, vou-me desapaixonando.:(((

CêTê disse...

Claro! Ao dar aos encarregados de educação esse "estatuto" é uma forma de diminuir a nossa intervenção política. Sim porque não se morde a mão de quem nos faz festas ao ego. Nós sim, (falo por mim) somos uns "nhonhas" já que as nossas bandeiras não são muitas vezes as que erguem os sindicatos (onde sobressaem cifrões)- se a nossa luta fosse a que de facto é: menos alunos por turma, condições para nós e alunos trabalharmos (espaço, equipamentos, materiais,...) os pais entenderiam melhor muitas coisas. Quase me apetece evocar a alma do "parôlo" de SC.

A Menina da Lua disse...

Eu julgo que uma avaliação ao nível da intervenção de um encarregado de educação nunca será do tipo quantitativo e ainda menos com implicações directas na progressão do professor. Isso levaria a situações "perversas" e anularia completamente qualquer mais valia resultante dessa avaliação.

Contudo reconheço espaço de intervenção a ser aplicado ao nível dos encarregados de educação ou seja é possível estabelecer uma avaliação por exemplo ao nivel de identificação de determinados parametros qualitativos que possam ajudar e nortear a auto-avaliação do próprio professor, tendo em vista o seu próprio desenvolvimento e das suas competências.

O sistema de ensino engloba vários protagonistas: alunos, professores, dirigentes, encarregados de educaçãao e até os próprios auxiliares. Todos eles podem ser alvo de avaliação e acreditem que um sistema de avaliação transparente, pertinente e que tenha em vista uma dinãmica de desenvolvimento e não de repressão pode conter virtualidades muito positivas.

No nosso país a avaliação ainda é vista como algo repressivo em que as pessoas avaliadas se sentem ameaçadas.

Em determinados países a prática da avalição ao nível do ensino é normal e extensiva a vários níveis das hierarquias e dos pares onde muitas vezes é tida não como uma ameaça mas como uma oportunidade.

andorinha disse...

Ameninadalua (7.57)

Os encarregados de educação não têm qualquer competência para avaliar professores. Vão avaliar o quê? A competência científica? A competência pedagógica? A competência relacional?
Mas baseados em quê??????????????????
Sejamos racionais.

"No nosso país a avaliação ainda é vista como algo repressivo em que as pessoas avaliadas se sentem ameaçadas."
Já previa que argumentos destes pudessem surgir.:)
Por isso eu disse logo no meu primeiro post que quem exerce a sua actividade com brio profissional não tem receio de qualquer avaliação.
Avaliação isenta e responsável, sim; esta fantochada, não.
Os pais muitas vezes nem sequer aparecem nas reuniões para que são convocados e vão-nos agora avaliar?
Haja bom senso!

Como já foi dito pela Cêtê e pelo jasmim, dêem-nos é melhores condições de trabalho, os grandes beneficiados serão os alunos.

fiury disse...

boa noite

matahary disse...

Acho muito bem.
Creio que sim, os pais devem ser parte integrante da escola. Cada vez mais atentos, cada vez mais activos! Com tantos professores desempregados, não vejo razão de haver, entre outros adjectivos, professores irresponsáveis e incompetentes a darem aulas.

A minha filha tem óptimas notas a todas as disciplinas, não é por isso que deixo de criticar algumas atitudes e posturas de professores! Mesmo que o desagrado que possam nutrir por mim (heheheh) influencie o relacionamento entre professores/alunas. Sim, porque esta situação também é passível de acontecer, certo? Tudo tem o seu verso e reverso.
Houve um professor que no princípio do ano, através de um questionário, avaliou os encarregados de educação. Achei a ideia interessante e muito útil, que poderia ter sido ofensiva se eu pensasse de forma diferente em relação à inter-relação entre pais/professores.
A escola, os estudos, são mais do que valores numéricos a atribuir aos testes e a colocar nas pautas no fim de cada período.

fiury disse...

creio que uma avaliação dos professores por parte dos encarregados de educação, mesmo que sejam menos instruidos, será muito salutar. é evidente que isto passa por definição de objectivos do ensino, uns mais objectivos( (pontualidade, assiduidade) outos menos ( motivação,competências...) que cada encarregado de educação tenha na educação/formação dos seus filhos. haverá antes a necessidade de, em conjunto, todos os intervenientes venham a redelinear esses objectivos, tendo em conta sempre o intersse do visado: o aluno!
ex: critérios de avaliação, métodos de ensino, actualização dos mesmos em função da realidade. acredito que esse novo factor( já que todos concordam que os encarregados de educação, (nomeadamente os pais) são os principais educadores dos filhos),
depois desse trabalho feito será concerteza uma ajuda .aqueles que se distanciam dos objectivos serão levados a ser melhores e os que já são bons professores vêm finalmente o seu trabalho reconhecido.a criatividade na motivação dos alunos será um item importante a ter em conta.
é muito bom sinal que se esteja a discutir a educação.

Pamina disse...

Boa noite.

Segundo a proposta, o preenchimento de um impresso (cujo conteúdo ainda não se sab qual é) pelos pais/encarregados de educação é só um dos parâmetros que irá fazer parte do processo de avaliação. Os outros são: observação de aulas pelos colegas coordenadores, um parecer da direcção da escola, etc.
Há dois extremamente "interessantes": as notas dos alunos e a taxa de abandono escolar!

O Viktor esteve a analisar a proposta (segundo ele há medidas positivas e medidas negativas) e vai colocar um link abaixo.

Bom domingo.

CêTê disse...

ameninadalua,
"No nosso país a avaliação ainda é vista como algo repressivo em que as pessoas avaliadas se sentem ameaçadas." e achas que dar aos encarregados de educação a possibilidade de interfeir directamente na progressão da carreira de um professor em determinadas situações não é uma ameaça? Curioso foi partir de quem avalia e não de quais são os critérios e os perfis. É tão tão perverso

Andorinha, não te sabia do lado de cá! Bem se pode daqui gerar um movimento ;]]] e o prof que se aguente LOL Também é outra coisa que eu não entendo: como é que os radiologistas, os militares, etc têm reforma antecipada e "nós" que não saimos deste blogue não podemos exigi-la. Fora de brincadeiras: não são os professores os seus melhores clientes, prof? (índependentemente das orientações sexuais?)

viktor disse...

Olá a todos,
Poderão consultar a proposta hoje apresentada pelo Ministério da Educação aqui.

Depois de uma leitura do documento, destaco os seguintes aspectos:
- Exame de admissão à profissão.
- Exame para o acesso ao título de "Professor Titular". Só este tipo de professores poderá exercer cargos de coordenação e fazer parte da Direcção Executiva (nova nomenclatura para o Conselho Executivo).
- Critérios de avaliação dos professores - Pág. 21, Artº.46º - Os resultados dos alunos serão um dos critérios, bem como a taxa de abandono escolar. Logo, se o professor atribuir boas notas, terá uma boa avaliação. Se diversos alunos chumbarem por faltas e consequentemente abandonarem a escola, o professor terá uma avaliação inferior.
- Aumento da carga lectiva para os professores mais velhos. Pág.32 Artº. 79º.
- Prémio de desempenho. Prémio pecuniário para os melhores professores.
- Ateração na utilização das faltas por conta das férias. As mesmas deverão ser previamente autorizadas pela Direcção Executiva.

Bom fim de semana.

fiury disse...

falar dos encarregados de educação como se fossem todos um bando de "anormais" que só servem para impor regras em casa para que os professores enfrentem os seus filhos calados e quietos, parace-me muito redutor.a responsabilização da educação terá que ser repartida e o tempo do autoritarismo e da "faca e queijo na mão", já lá vai,ou não?!há crianças a sofrer horrores porque o pai ou mãe discorda da professora. isto não é uma guerra, mas a tentativa de encontrar um caminho melhor para os alunos.é bom não esquecer que a educação do estado começa pelos 3 anos e que o ensino básico é fundamental e que os pais pagam impostos para terem os filhos na escola. admito que haja algum radicalismo em algumas medidas legislativas recentes, mas as mudanças são mesmo assim, custam sempre a todos e às vezes "paga o justo pelo pecador". é a vida...

lobices disse...

...se...o Professor atribuir boas notas, terá uma boa avaliação, segundo diz o Viktor, depois da consulta à proposta de ME
...claro!... já o havia dito ali em cima na minha primeira intervenção: "dêem-me um bom que eu passo os vossos filhos - ou em vice-versa, se der boas notas vós (Pais) me avaliareis em alta!..."
...LOL
...esta proposta, a ser ir para a frente, vai trazer o melhor ranking mundial do ensino!... Tudo a passar, tudo bem avaliado, etc!...
...boa perfomance governativa com vista às eleições de 2009!.. Claro

Vera_Effigies disse...
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Vera_Effigies disse...

Concordo com a Andorinha.
Os pais não têm capacidade de avaliação até porque emocionalmente estão envolvidos. Esta política fomenta a corrupção e se a educação já é uma lástima será depois um caos. A isenção, em pessoas não envolvidas, é difícil, assim seria bem pior.
Os pais têm voz activa sem isso, se quiserem fazer uso dela quando for necessário.
Acho que isto só pode ter vindo desta geração colorida e inconsequente que se quer fazer respeitar pelos métodos mais absurdos e as escolas ainda não tinham um domínio assegurado.
Já fui aluna e encarregada de educação. Mesmo como aluna acho que a emoção prevalece e a isenção é pouco provável (para isto haviamos de ter um sentido de honestidade que caiu em vias de extinção). Eduquem primeiro pensem nisso depois.
Como em tudo a avaliação devia ser feita por pessoas isentas.
Já imaginaram um juiz a julgar o acidente mortal em que o filho é o réu? Ou o condutor que tenha o azar de ter como sinistrado o filho do Juiz?
Juízes em causa própria nunca foi boa política.
Mas este é um sinal evidente dos tempos, o da omnipotência colorida activa

lobices disse...

...to fiury at 9.30 PM:
...não se trata de desresponsabilizar os Pais da Escola; trata-se uma impossibilidade "técnica"... os Pais não podem avaliar os Professores dos seus filhos!...
...nem eu posso avaliar os Professores dos filhos dos outros, nem os Professores dos meus netos, etc.
...só os próprios "pares" podem avaliar, ou seja, só o mesmo tipo de profissional pode avaliar o seu "colega"
...como posso eu, imaginemos, especialista em carpintaria, objectivamente, avaliar o trabalho e o desempenho de um Professor de matemática?... Vou dizer que ele é "mau" só porque deu uma má nota ao meu filho ou vou, objectivamente, aceitar que o defeito possa estar no meu filho que não estuda e não percebe patavina de matemática?...
...os pais devem fazer parte da Escola como todos devem fazer parte da Cidadania, mas exercendo-a nos seus devidos "lugares"...
...amanhã, os filhos dos doentes internados vão avaliar o desempenho dos Médicos
...amanhã, os irmãos vão avaliar os namorados das irmãs LOL
...ninguém consegue ser justo e imparcial na avaliação do outro (pese embora o termos de acreditar na justiça do juiz que julga!...)

A Menina da Lua disse...

Cê Tê e Andorinha

Lamento mas eu comecei por dizer no meu post que não concordava com a avaliação quantitativa que tivesse uma intervenção directa na carreira mas aceito e até vejo vantagens mútuas que haja mais protagonismo e participação dos encarregados de educação, tanto ao nivel da comunicação como da propria avaliação de forma a eles poderem reflectir nas questões que lhes interessem e por outro lado lhes permitir dar feed back disso aos professores.

fiury disse...

já tentei dizer que a avalição de um professor por parte de um encarregado de educação não passa apenas pela avalição das competências ou dominio da matéria do mesmo. mas pode passar,para além doque já referi, pela avaliação da adequação dos testes de avaliação à faixa etária tendo em conta um determinado desenvolvimento. a linguagem utilizada nos testes e muitas outras coisas que prometo lembrar-me e que têm sido tabu.....a quantidade de deveres....

fiury disse...

partir do principio que ficaremos todos contentes se os nossos filhos tiverem boas notas mesmo que não aprendam nada é o mesmo que dizer que os encarregados de educação são todos maus educadores.
acredite que quando o professor é bom tem o meu apoio incondicional e torna-se meu parceiro activo na educação dos meus filhos, a quem me vergo sem interferir.felizmente tenho tido alguns bons professores a quem só tenho a agradecer na participação na educação dos meus filhos.bem hajam!

CêTê disse...

matahary, era bem capaz de lhe fazer um retrato falado! ;P

"Mesmo que o desagrado que possam nutrir por mim (heheheh) influencie o relacionamento entre professores/alunas."-------e quem sabe entre alunos, não?;[ Mas isso que importância pode ter, não é?

Mas é realmente é como diz (não sei se me percebe): "A escola, os estudos, são mais do que valores numéricos a atribuir aos testes e a colocar nas pautas no fim de cada período."

Olhe que esse professor pensou-a bem: é que há encarregados de educação cujo "ponto de fuga" lhe deveria ser devolvido- a autoavalição faz tãooooooooooooo bem quando honesta- até nos torna mais modestos.

Lobices, como são transparentes os políticos, não?;]

Se o Governo estivesse sim verdadeiramente interessado no resultado dos alunos e na participação dos encarregados de educação na escola- dava prémios de mérito e boas bolsas de estudo aos melhores alunos, facilitava aos pais a possibilidade de se deslocarem à escola 2 vezes por período (no mínimo) para irem à escola sem que lhes descontassem nos trtabalho, dava mais condiçóes aos enc, educaçãop para passarem mais tempo com os seus educandos (incluindo durante os primeiros anos de vida), aumentava os abonos e as auxilios, criava maior apoios médicos nas escolas.
Tenham uma boa noite

CêTê disse...

E agora vou ler a proposta porque ela (ministra) não é burra de todo e há-de ter embrulhado bem a "coisa".

CêTê disse...

ameninadalua,
estás perdoada porque sei que falas sobre o tema com inocência. (já viste as imagens da Lua que tenho no meu espaço?) ;]]]]

noiseformind disse...

COMO SEMPRE OS EUA ESTÃO NA VANGUARDA DA EDUCAÇÃO. CÁ ESTÁ A ÚLTIMA REVOLUÇÃO. NÃO SE ESQUEÇAM DE VER O VIDEO!!!!!

Fora-de-Lei disse...

Sindicatos contra avaliação de professores por pais de alunos

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), duas das principais estruturas sindicais do sector, manifestaram-se hoje contra a possibilidade de os pais avaliarem o desempenho dos professores, que consta de uma proposta de alteração do estatuto da carreira docente hoje apresentada pelo Ministério da Educação.

Para o secretário-geral da Fenprof, Paulo Sucena, os pais “não têm competência científica” para tal e a proposta “desvaloriza a profissão de docente”.

Por seu lado, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, disse à Lusa: “Não aceitamos que os pais decidam a avaliação dos professores, embora concordemos que devem participar numa avaliação global do sistema educativo.”

O Ministério da Educação apresentou à comunicação social as propostas de alteração ao Estatuto da Carreira Docente, entre as quais se inclui a possibilidade de os pais ou encarregados de educação individualmente fazerem uma avaliação do trabalho dos professores que dão aulas aos seus filhos.

Esta avaliação será depois tida em conta, juntamente com a do conjunto da comunidade educativa, para a progressão na carreira.
Questionado na altura pelos jornalistas sobre a possibilidade de esta medida permitir um controlo sobre a avaliação do aluno, o secretário de Estado Adjunto da Educação, Jorge Pedreira, afastou esse risco, afirmando tratar-se de apenas um dos vários elementos de avaliação a que os professores vão estar sujeitos.

A Fenprof opõe-se “obviamente a que os pais sejam actores do processo de avaliação”, porque não têm competência científica para tal e não têm a isenção e o afastamento necessários, podendo condicionar o exercício da profissão e fragilizar ainda mais a imagem da escola e do professor, afirmou à Lusa Paulo Sucena.

“A profissão de docente é extremamente complexa do ponto de vista técnico-científico e não pode ser alvo de avaliação por parte dos pais, porque esta é uma área para que não estão habilitados. É o mesmo que passarem a avaliar qualquer outra profissão”, afirmou Paulo Sucena.

O secretário de Estado Adjunto da Educação, Jorge Pedreira, salvaguardou contudo que os pais não se pronunciariam sobre as competências científicas dos docentes, nem sobre outros elementos objectivos, mas apenas sobre aspectos como a relação pedagógica dos professores com os alunos ou a sua disponibilidade de acompanhamento.

Confrontado com esta afirmação, Paulo Sucena reiterou a sua discordância, afirmando que "a relação pedagogia é de natureza científica" e que para poder ser avaliada “é preciso estar dentro da sala de aula”.

O responsável considerou que esta medida é também constrangedora, na medida em que pode condicionar os professores a darem uma nota ao aluno que não é aquela que acham correcta para não serem mal classificados pelos pais. “Não é justo ser juiz em causa própria. Um pai que subjectivamente entenda que o filho deveria ter 18, quando teve um 14 baseado numa análise feita com rigor científico e objectividade, vai certamente penalizar o professor na sua avaliação”, exemplificou.

Paulo Sucena chamou ainda a atenção para o crescente aparecimento de casos de alunos que atacam e batem nos professores, considerando que esta proposta “pode desautorizar ainda mais o professor perante os pais e os alunos e degrada a imagem do professor perante a sociedade”.

Para este responsável, esta é também mais uma forma de desvalorizar a escola e transmitir a ideia de que o espaço escolar não é um espaço fundamental para o conhecimento. Contudo, Paulo Sucena manifestou-se “muito favorável” à participação dos pais na escola, no desempenho e avaliação dos filhos, mas não desta forma.

O secretário-geral da FNE discordou por seu lado dos termos em que medida é proposta, mas mostrou-se disponível para negociar a participação dos pais na avaliação do sistema educativo. “O documento (com as propostas do ME) foi-nos enviado hoje e deve ser entendido como um ponto de partida”, comentou João Dias da Silva.

A negociação com os sindicatos para a revisão do estatuto da carreira docente começa segunda-feira, sendo intenção da tutela que o novo estatuto esteja em vigor a partir de Janeiro de 2007, altura em que a progressão na carreira dos professores e de todos os outros trabalhadores da Administração Pública será descongelada.


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Uma pergunta minha para os "psis de serviço": não será a ministra da educação uma mulher mal amada ? A sua habitual amargura / azedume no olhar (e na voz) denunciam qualquer coisa esquisita a esse nível. Bem, mas isto digo eu que - além de não ser "psi" - nem sempre sou da minha opinião... ;-))

andorinha disse...

CêtÊ (9.13)

"Andorinha, não te sabia do lado de cá!"
Deus meu!!!!!! De que lado havia eu de estar?!

Havia era de se gerar um movimento a nível nacional, mas também com os sindicatos que temos....

andorinha disse...

Ainda não li a proposta, mas dos pontos destacados pelo Viktor não concordo com nenhum. Alguns deles são mesmo uma aberração.

Pertinentes os comentários do Lobices e da Lusco_fusco que não sendo professores, podendo portanto analisar tudo isto duma forma mais desapaixonada,
se apercebem dos enormes riscos e de toda a incongruência que tal proposta apresenta.

Fora de lei(11.09)
Se ela é mal amada ou não, não sei; mas querer que o ensino em Portugal melhore, tomando constantemente medidas contra os professores, não será o melhor caminho.
Mas ela lá sabe...quem somos nós, reles professores, para contrariar tão sábias decisões?

CêTê disse...

Alguém influente que recomende à minedu uma consulta com o Noise. Com o professor NÃO! Tem mesmo de ser HARD.

andorinha disse...

Depois de ter lido a proposta, vou para os copos para "afogar as mágoas".:)

Até amanhã, gente:)

Vera_Effigies disse...
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Vera_Effigies disse...
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Vera_Effigies disse...

Somos todos boas pessoas e não dizemos mal de nós a ninguém na hora do aperto vi muita gente praticar o que não prega.
É errado a avaliação em causa própria.
Os pais se quisessem ser mais activos sê-lo-iam nas reuniões e se alguma coisa vai mal não deviam acobardar-se demitindo-se de agir contra o professor mauzinho porque ele fica a saber que é o pai do menino X.
Honestidade é actuar na altura certa, ainda que não se tenha a faca e o queijo na mão.

Todos cometemos erros e como dizem na minha parvónia "por um burro dar um coice não se lhe vai cortar a perna".
Quando a minha filha andava no ciclo a professora de ciências foi muito incorrecta, como tive oportunidade de lhe dizer.
Tinha por sistema mandá-los fazer trabalhos de grupo para casa, grupo esse que rodaria de casa em casa em cada trabalho. Chegou a vez da mãe da minha. Era um herbário, não tinham ainda chegado á matéria, e fiquei admirada por mandar fazer um trabalho sem conhecimentos nenhuns sobre o tema. Estávamos em Novembro. Tinham de acabar o trabalho até Março para que fosse exposto no dia da árvore. Naquele fim-de-semana, como sempre fui passa-lo na quinta da minha mãe. Colhemos as plantas metemo-las em cadernos feito de folhas de jornal e pusemos tijolos sobre eles para que a seiva desaparecesse mais rápido. Eu tinha feito um e sabia como se faziam como alguma da matéria estava esquecida comprei livros que me ajudassem a ajudá-las. Todos os fins- de- semana trocávamos de caderno das plantas.
Chegadas a Março e já com as plantas semi secas, as coleguinhas da minha filha vieram fazer o trabalho com ela tendo-me por orientadora. Usei método diferente do que está no livro porque agrafar plantas não me pareceu o método mais correcto.
Contentes com o trabalho e orgulhosas entregaram á professora que sabia onde e quem tinha ajudado. A primeira pergunta foi "MJ onde roubaste as plantas?" "Não vou considerar o teu trabalho, não tiveram tempo de secar as plantas desde Novembro. Sou bióloga há (n sei já o tempo) e não é possível fazê-lo em tão curto espaço de tempo. Esse ervário era da tua mãe."
Eu estava a trabalhar fui chamada ao telefone e a voz da minha filha era um soluço só, não conseguia explicar o que se passava. Fui á escola. Estava sozinha, as outras meninas que também tinham ligado ás respectivas mães evaporaram. Pedi que explicasse direitinho sem chorar o sucedido. Ouvi-a e sosseguei-a. Pedi que me dissesse onde estava a professora. Fui ter com ela e perguntei o que se passava já que recebi um telefonema da miúda em prantos. Ela ficou um tanto atrapalhada e repetiu a cena da bióloga ao que cortei " A senhora pode até ser bióloga há muitos anos, mas sinceramente, vai desculpar-me não parece perceber nada de plantas ou melhor do método de secá-las" "E mais, usou um método muito primário ao exprimir-se sobre o trabalho e nas das agressões verbais usadas. A senhora tem a faca e o queijo na mão. Exponha e tome em conta o trabalho para avaliação se quiser. A consciência é sua. Não é isso que fará da miúda o que a senhora quer. Mas só uma advertência, cuidado com as palavras que usa!" Dei-lhe as costas e deixei-a plantada na exposição.
Estava fula e mais revoltada pela cobardia das meninas e dos papás soft que não deram a cara.
Já em casa, mas ainda a cogitar se havia ou não de mover-lhe um processo, toca o telefone. Uma das mães a incitar-me a mover-lhe um processo, bla bla bla Ouvi-a. Deu-me a solução para o problema. No final respondi-lhe "Eu já disse á prof o que tinha a dizer. Se entenderem mover-lhe o processo estarei junto. Nunca encabeçarei a acusação." Tomei ali a decisão de não agir. Ficou indignada, problema dela, quando foi precisa não estava lá.
A sorte da professora é que era uma excelente transmissora de conhecimentos e pensei "O coice foi demasiado pesado, mas não lhe vou cortar a perna. Espero que não repita o coice."
Ela expôs e classificou o trabalho.

Há destes emplastros também. Mas há meios para combatê-los e acho que a frontalidade e em último caso os processos os resolvem.

Ao classificar uma professora assim de certeza não poderia ser isenta o suficiênte para a avaliar no desempenho das funções já que a nível pedagógico era uma nulidade.
MJ

Vera_Effigies disse...

AS avaliações devem ser feitas tendo em conta os trabalhos desenvolvidos e por pessoas isentas. Conhecedoras da matéria a avaliar, sem hipotese remota de suborno. E falo destas e de quaisquer avaliações profissionais. Há subornos que não são materiais que podem prejudicar uma avaliação que se quer acima de qualquer suspeita.
Que poderá alegar, em sua defesa, um profissional avaliado, assim sem critérios definidos, a não ser o da consciencia do avaliador?... E como avaliar consciencias para contrapor avaliações?

Nestas como noutras avaliações é uma medida que irá tornar locais de trabalho em perfeitos barris de pólvora. Onde um chefe fará as funcionárias prestar "provas de gabinete" para a avaliação ser completa.
Isto não lembra o diabo.
Razão tem um e-mail que circula por aí no qual morre o Bush a rainha de inglaterra e o nosso 1ª ministro. Encontram-se no inferno. o Bush pede ao diabo para fazer um telefonema porque quer saber como está o seu país sem ele. Fala cinco minutos e o diabo apresenta-lhe uma conta de 5€. A raínha faz o mesmo pedido quer saber como estÁ a Inglaterra sem ela. Fala dez minutos e paga o dobro. O Socrates faz o mesmo pedido mas fica cinco horas a falar com os ministros todos. Pergunta ao diabo o preço e ele diz-lhe:
-Tu não pagas nada. É chamada local.
:))))

Rui Diniz Monteiro disse...

Não são os pais que são incompetentes

(para quê insultá-los, chamando-os de incompetentes? Há alguém que goste de ser chamado publicamente de incompetente? Mesmo que com razão?)

É A PROPOSTA QUE É IMBECIL!

Como seria também se os contribuintes avaliassem os funcionários das finanças que recebem e aprovam ou não as suas declarações de impostos, ou os empreiteiros os fiscais das suas obras, ou os réus os juízes que os julgam, etc, etc, etc!!!

É que há uma coisa que se chama "conflito de interesses".
Este conflito existe
(esta explicação é para os ignorantes do governo - de facto numa coisa lhes dou razão: o sistema educativo que os formou é uma miséria!)
por exemplo, quando há uma relação em que a parte que avalia é interessada directa no resultado da actividade avaliada.
Ou ainda quando haja uma relação de litígio com a entidade de quem recebe os serviços.


A proposta é de tal modo cretina e demagógica que só pode ter 3 objectivos:
1º, Desviar as atenções de outras propostas realmente penalizadoras para os professores (por exemplo, funções atribuídas - 21 para o professor normal, em que cada uma é todo um programa; 29 para o professor titular... nem o Superhomem! Ou as que Viktor já referiu acima; ou o aumento da carga lectiva do secundário; etc).
2º, Vir a servir como moeda de troca para a(s) medida(s) que o governo quer ver realmente aplicadas.
3ºFazer subir a popularidade do governo junto dos pais, ao mesmo tempo que coloca mal os professores (e estes estão a cair direitinhos na armadilha ao hostilizarem os pais em vez de combaterem simplesmente a proposta de alteração da carreira).


Adenda irónica:
(ou talvez nem tanto)
Imaginemos que eu era professor do filho de um dos juízes do Supremo Tribunal de Justiça que considera «lícitos» e «aceitáveis» castigos físicos - como palmadas e estaladas - e que não as dar pode configurar "negligência educacional".
Irei ser avaliado negativamente por não aplicar uns valentes sopapos nos alunos?

lobices disse...

...Claro, Rui!... Os Pais não são incompetentes, a Proposta é que é imbecil... Claro!...

fiury disse...

bom dia

relativamente ao conteúdo da avaliação dos professores por parte dos encarregados de educação, já referi acima algumas sugestões. quanto à forma dessa avaliação e para contornar tão temiveis conflitos de interesse, sugiro que se opte por uma avaliação anónima, feita com cruzes, tendo por base as avaliações que encontramos nas formações. deverá ficar um espaço para observações e se o encarregado de educação quiser pode assinar. essa avalição deveria ter em conta a presença e opinião importante do aluno e evidentemente adapatada ao grau de ensino.deveria ser depositada fechada, num espaço neutro dentro da escola para que fosse tratada posteriormente. não deveria ser entregue ao próprio professor. em democracia também se aceitariam "votos" nulos, abstenções e votos em branco e deles se tirariam algumas conclusões.

CêTê disse...

Bom dia!
E imagianm o que vai ser nas escolas entre colegas? Não? Pois eu já estou a fazer uma pequena ideia...LOOOOOL E quando se têm filhos de colegas nossas, hum? Que perverso será ainda mais o sistema.
Colegas: alerta com as propostas de alteração nos Regulamentos Internos da Escola. Avaliação sim, participada sim: mas isenta.
PS- Quanto a Enc. de Educa. que fique claro que sendo eu também enc. de educação sei quais são os meus deveres e os meus direitos mas também E ENQUANTO ENC. de EDUC. o dominio da minha intervenção.

Rui Diniz Monteiro disse...

Fiury,
Aproveito o seu comentário para esclarecer e para me esclarecer, pelo que lho agradeço.

A avaliação anónima não evita o conflito de interesses, apenas o esconde.
Imagine que você é a encarregada de educação que vai fazer a avaliação anónima sobre mim:
EU SEI QUE VOCÊ A VAI FAZER E VOCÊ SABE QUE EU SEI!
Está a perceber? O conflito continua a existir, está é um pouco disfarçado.

Quanto ao "temível": não se trata de ser temível, trata-se de honestidade. Deixe-me que lhe pergunte o seguinte:
Você sentir-se-ia honestamente avaliada por alguém cuja vida do dia a dia dependesse profundamente (tem filhos, tal como eu, sabe portanto porque digo "profundamente") das suas decisões? É evidente que não.

Mas, olhe, eu até nem acho isto o pior da proposta do governo. Tratei dele aqui em resposta ao desafio do post do Professor.
Pior, pior é, por exemplo, o perfil de funções tão impossível de ser cumprido pela sua extensão e pela sua complexidade, que seja qual for a avaliação ou por quem for feita, o professor está sempre lixado (veja o artigo 36)!
Ou a obrigação de exclusividade que vai prejudicar fortemente os alunos dos cursos tecnológicos e profissionais, pois vão ter professores completamente a leste do mundo do trabalho em que é suposto eles integrarem esses jovens (veja o artº 111)!
Isto sim, isto são medidas graves. E há outras! Mas fico-me por aqui.

Sara Veiga disse...

Fiury

"pode passar,para além doque já referi, pela avaliação da adequação dos testes de avaliação à faixa etária tendo em conta um determinado desenvolvimento. a linguagem utilizada nos testes e muitas outras coisas que prometo lembrar-me e que têm sido tabu.....a quantidade de deveres.... "

Como professora e empresária na área do apoio ao ensino (vulgo centro de estudos), posso afirmar com toda a certeza de que a esmagadora maioria dos pais não tem a mínima noção de adequação da avaliação à faixa etária, da quantidade dos tpcs...

Não é por aí...

Vera_Effigies disse...

Fiury
Eu discordo completamente da avaliação por parte dos pais. Como diz é uma imbecilidade completa.
Se formos honestos e pensarmos bem no assunto (nós os pais), que competencia temos nós se até somos "chantagiados emocionalmente" por eles? Era o mesmo nos porem a avaliá-los, tenho a certeza que nenhum teria nota insuficiente.
Isto nem tem discussão o professor diz bem e tem o meu apoio incondicional "Avaliam o quê?: A educação? A forma de vestir? A beleza? "

Sara Veiga disse...

Mais uma vez, Fiury
sugere uma "avaliação anónima, feita com cruzes" de modo a evitar o conflito de interesses...
Perdoe-me a franqueza, mas isso é simplesmente ridículo.
Promoveria a leveza dessa avaliação, a desresponsabilização que me parece ser uma das metas desta medida... e não evitaria o conflito, apenas o disfarçaria, como disse alguém...

Se os encarregados de eduação quisessem realmente participar neste processo, envolver-se-iam nas estruturas já criadas... Sugiro que se consultem os dados existentes sobre a participação dos pais em reuniões ou outras actividades escolares...

Vera_Effigies disse...

emenda onde escrevi "como diz" queria dizer "como diz o Rui"

AQUILES disse...

Insisto.
Um pai, independentemente das suas habilitações, nunca é competente para avaliar um professor. Um pai é um outsider. Só pode aquilatar algo através do seu filho. O que nunca é uma avaliação objectiva. E para se avaliar é preciso ter-se competência especifica e não estar emocionalmente envolvido.
Embora eu seja um critico mordaz do nosso sistema de ensino, não concordo que os pais façam avaliações dos professores. É uma asneira crassa. E repito: Tem de haver uma avaliação séria e objectiva. É urgente e salutar para a eficiência do nosso sistema educativo.

viktor disse...

Rui,
Caro colega. Tem toda a razão. Quando vi este post, já tinha lido a proposta e considerei que a questão dos encarregados de educação era apenas um gota de água num oceano de medidas.

A questão dos perfis de professor e de professor titular é extremamente pertinente. Também devo destacar que a subida a professor titular irá funcionar por concurso. Isto é, se não abrirem vagas, o professor poderá ficar anos a fio à espera, mesmo que cumpra todos os requisitos e seja um profissional exemplar.

Quanto à exclusividade, a medida pretende acabar com situações de professores que exercem simultaneamente outra actividade profissional. Por exemplo, muitos professores de Educação Visual são também arquitectos e, apesar do vínculo à Função Pública, efectuam projectos, actividade essa que por vezes excede em muito o número de horas da actividade docente, com consequente prejuízo para os alunos. Claro que concordo com o colega Rui quando refere que um afastamento da vida empresarial irá sem sombra de dúvida colocar o ensino numa redoma de vidro. Assim, espero que se encontre uma solução de compromisso.

Outra questão da proposta prende-se com os professores dos Quadros de Zona Pedagógica. Estes professores são efectivos numa zona de cerca de 100km de extensão. A proposta apresenta a possibilidade dos docentes serem colocados em quadro de zona limítrofe. Logo, um docente poderá ser obrigado a leccionar numa escola a 200km de distância, embora seja efectivo na zona da sua residência.

Por último, resta-me concluir que a proposta apresentada pelo Ministério da Educação inclui medidas de tal modo polémicas que não reune o consenso necessário para a sua aprovação. Um Estatuto da Carreira Docente funciona quase como uma constituição e por isso deverá ser um documento amplamente discutido e consensual, com vista a uma verdadeira modernização da educação no nosso país.

CêTê disse...

Não é o meu caso mas já pensaram nos colegas que leccionam Matemática, Português e Fisico- quìmica? Que injusto será deduzir a sua competência em função dos resultados obtidos pelos alunos? E os colegas que trabalham com turmas de risco?
As srª Ministra e a sua equipa nem as penmsa! Encontrem-se, a bem dos sistema de ensino, @s professor@S que estão na origem dos traumas desta gente!

Cleopatra disse...

Não vou fazer, por ora, qualquer comentário a esta postagem.
Vou apenas dizer que, é a primeira vez que acedo ao seu Blog.
Que é a de muitas, mais uma vez que terei o prazer de o ler.
E que sou sua "fan incondicional" há muitos (alguns)anos.
E que nunca imaginei que um Blog pudesse ter tal nome.
Muito menos o Blog de um professor.
Sendo alfacinha de gema, ... acho um piadão!!!
Por hoje fico-me por aqui.

Cleopatra disse...

è verdade o que diz a Rosa Choque.
O Choque da Rosa tem que ver com facto de o Governo tentar controlar tudo e todos a todo o custo.
Antes era o nome da rosa...
Agora é o Choque da rosa ...
Pois...

tb disse...

Por acaso até acho que os maus alunos é sempre culpa dos maus professores...mas isso não tem nada a ver com o facto de achar que esta medida é completamente descabida e irreal.
Mas uma coisa é certa, como em todos os sectores de actividade há os bons e os maus profissionais e os professores não fogem à regra. Conheci de uns e de outros aquando dos meus tempos de estudante.
Agora que tanto se fala na pobreza do ensino também será bom reflectirmos que professores temos para formar gerações novas.
O meu filho teve um professor de português, a quem escrevi várias vezes, cartas fechadas para que o meu filho não as lesse, pois que nos testes de português, o professor dava erros.
Acho que há pais e pais, e há alunos e alunos, e há professores e professores. Assim como há governantes que mais parecem não o ser...

thorazine disse...

Concordo com a sua opinião Tb, eu que ainda no ano passado tive aulos no secundário digo que há muitos professores a cometer graves erros, não só ortográficos, mas muitas vezes de natureza moral!

Não concordo com a avaliação feita pelos pais, pois como também reparei, dá para trespassar a culpa dos pais para os filhos e dos filhos para os professores. Talvez a avaliação deveria ser feita por um orgão alienado do proprio estabelicimento de ensino.

thorazine disse...

Bem, hoje a minha ortografia foi para o galheiro, também! ;|

CêTê disse...

lusco_fusco,
Fez muito bem reclamar! Afinal o trabalho era seu também.
Se calhar é por causa desses tipos de "trabalhos de casa" que a srª ministra e a sua equipe acha que os os pais devem classificar os professores- pois se eles dão o litrinho. Eu nem sei como ela não se lembrou de também incluir os explicadores.
Mas sabe, lusco-fusco, dê por bem empregue o tempo que passou perto da sua filhota e no campo. Temos sempre de ver a parte mais terapeutica do azedo remédio. E para a próxima em vez de reclamar questione antes - a tempo de precaver injustiças para com os outros meninos que não tiveram mães tão atentas e dedicadas como a lusco!

CêTê disse...

Lobices,
mesmo que o agrado pela sua posição, face ao assunto aqui discutido possa parecer para alguns o único motivo para dizer o que vou dizer, acredite que é sincero: sinto-lhe aqui a falta quando não aparece- é uma das personagens deste blogue que me cativou. Não pense, contudo, que me estou a "atirar". ;] LOL

Até daqui a mais uns "testinhos"

andorinha disse...

Cêtê,
Tira-me a cara dessa tipa daí.:)))))))))))))))))))

Concordo com o que dizes do Lobices, também eu sinto a falta dele quando se ausenta deste cantinho. Tem uma sabedoria de vida que me encanta.
Aliás ontem referi que tanto ele como a Lusco_fusco deram contributos extremamente válidos e oportunos para esta discussão.
Isto sem me armar em avaliadora de comentários, of course!:)))

CêTê disse...

Chegou a hora de revelar a minha verdadeira identidade

CêTê disse...

tantararem



A REFVELAÇÃO SERÁ FEITA AOS PRIMEIROS MINUTOS DO DIA DEPOIS DE HOJE

Fora-de-Lei disse...

Um marceneiro é o owner de um processo de transformação em que o input é a madeira e o output é, por exemplo, um móvel. A qualidade do seu trabalho é, naturalmente, avaliada pelo cliente, ou seja, por quem compra o móvel. Ao marceneiro compete-lhe avaliar o desempenho do seu fornecedor de madeira para que possa continuar a trabalhar com qualidade.

Por sua vez, um professor é o owner de um processo de transmissão de conhecimentos em que o input é a "criança em bruto" e o output é a "criança esmerilada". A qualidade do seu trabalho deve ser avaliada pelo respectivo cliente de "crianças esmeriladas", ou seja, pela Sociedade num todo (e por ninguém em particular). Ao professor compete-lhe avaliar o desempenho do seu fornecedor de "crianças em bruto", isto é, os pais dessas crianças.

Conclusão: é muito mais plausível que os professores avaliem os pais, nomeadamente através das regras de disciplina e educação que as "crianças em bruto" trazem de casa dos papás, do que o contrário.

Mas isto digo eu que, para além de não ser professor, nem sempre sou da minha opinião... ;-))

noiseformind disse...

Lord of the number!!!

CêTê disse...

FDL
Conclusão: é muito mais plausível que os professores avaliem os pais, nomeadamente através das regras de disciplina e educação que as "crianças em bruto" trazem de casa dos papás, do que o contrário.

LOOOOOOOOOOOOOL já tens o meu voto, pá!
e por falar nisso...
eu não sei quem sou, nem para onde vou. ;]]]]]

CêTê disse...

noise, LOOOOOOOOOOOOOOL não perdes um! mas com quem? LOOOOOOOOOOOOL

thorazine disse...

Fora-de-lei,
Gostei bastante da tua inversão da questão! :)))

Aliás, daqui a uns anos com a engenharia genética, com a base de dados nacional genética facilmente vai ser culpar os "fracos" genes dos pais! :)

ASPÁSIA disse...

Boa noite

Realmente só neste jardim à beira-mal espalhado é que podia surgir um absurdo destes... Ah ah ah... e o próximo passo seria pôr os alunos a avaliar os professores...
Mas antes isso que alguma praga de mosquitos... Deus nos defenda...

Solidarizo-me com os professores que têm sido o bombo da festa destes últimos ministérios...

thorazine disse...

Eu também, apesar de já ter sido expulso de uma aula de português por uma professora chamada Teresa, só por ter cantado Quim Barreiros! :))

Vera_Effigies disse...

Cêtê
Eu nunca lá iria se fosse pelo trabalho. Sei que a minha filha
apesar de ficar ofendida com a ameaça ne não classificação, ficou muito mais quando pôs em causa a honestidade dela perante a turma. Isso é que me fez "passar dos carretos". Eu tinha consciência de que o trabalho estava perfeito e que todas aprenderam a matéria em causa. Era uma colecção de plantas que causava inveja. Ela não pôde deixar de o classificar com 5.
MJ

noiseformind disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
noiseformind disse...

Thoraman,
Speaking how genetics influence our everyday life...

noiseformind disse...

Lord of the number plus 10!!!!!!!!!!!!!

noiseformind disse...

So, when U're thinking about ramming some serious peace of pussy are U actually thinking about THAT pussy? Or are your genes saying "Go Get Pussy! Go Get Pussy! Go Get Pussy!"?

E tb fica concluído que os trolhas não são trogloditas sociais mas homens avançados dado que possuem um desejo sexual (expresso, pelo menos) muito superior ao do homem médio. Não se ouve frequentemente um empregado de balcão de um banco dizer "Queres ver o tamanho do meu spread? É grande, mas vais gostar dele assim!"
; ))))))))))))

noiseformind disse...

Go get pussy...
Go get pussy...
go get pussy...
Go get pussy...
Go get pussy...
go get pussy...
Go get pussy...
Limitações naturais do estudo: esquecem a envolvente histórica do posicionamento do desejo feminino e masculino. Esquecem o drama das mulheres porutugesas que são modernas prá caramba mas só conseguem ter sexo à antiga, ou seja, "vai ser tã bom, n foi?". Estudos deste tipo são tão interessantes como uma análise do crescimento das unhas dos pés. Adianta uma mulher ter um grande gene de desejo sexual, se esse gene não for activado por um meio sexualmente rico à sua volta é como se não estivesse lá. Enfim... os gajos da genética e as suas manias deíficas...
Go get pussy...
go get pussy...
Go get pussy...
Go get pussy...
go get pussy...
Go get pussy...
Go get pussy...

ILCO disse...

Portugal e os lobbys... enfim é a nossa sina! Os das Farmácias está difícil mas lá se vai dobrando, agora os profs...
Eu pergunto será mesmo uma avaliação cientifica ou sómente de comportamento? de cumprimento de horários? de disciplina? enfim tantos aspectos também são tão, ou mais importantes, que saber ensinar ...
Mas é o que se vê quando alguém tenta mudar o status quo...
Eu também gostava de me reformar aos 52 anos com a reforma por inteiro!

Fora-de-Lei disse...

só 11:50 AM

"Portugal e os lobbys... enfim é a nossa sina! O das Farmácias está difícil mas lá se vai dobrando, agora os profs..."

E quando é que o governo entende dobrar o lobby dos banqueiros ? Até quando os bancos vão continuar a ganhar escandalosos milhões e a pagar menos IRC do que qualquer outra empresa ? Ou será que existe "masculinidade" para dobrar os mais fracos ?! SÓ ?

Manolo Heredia disse...

Acho muito bem!
O prof de desenho da minha filha + nova sai sempre ao meio-dia e meio, mesmo quando a aula´devia acabar à 1H. A prof. de português do ano passado chamava "peixeiras" às miúdas que eram + irrequitas (ou até malcriadas, quem sabe).

Os pais têm perfeitamente competência para avaliar os prof. sobre: ASSIDUIDADE, capacidade de impor disciplina.
Porém acho que deviam ser os alunos, a partir do 9º ano, a classificar os profs. Eles sabem perfeitamente quem tem capacidade para os motivar e para os ensinar.

Não vejo aonde possa estar o mal nestas classificações, que só serão um complemento à classificação oficial (servirão somente de confirmação).

CêTê disse...

Boa tarde, parece que há coisas (ainda)mais preocupantes do que a avaliação dos profs pelos enc.educ.


manoloheredia,
compreendo a sua posição mas não sendo eu de artes há coisas que o prof de EV lhe poderá explicar - há procedimentos em aulas prácticas que impossibilita o controle do tempo a rimtmo da campainha e isso não fara dele um pior professor. Quanto à linguagem, como deve saber, o tom e o contexto mudam o significado das palavras. Todos podemos tratar por "sr. Doutor" alguém que desprezamos e carinhosamente por "peixeirinha" alguém não sabe respeitar a sua vez nem sabe como fazê-lo. Á mesa em casa já se deve ter apercebido dessas situações não. Quanto à indisciplina que sabe o amigo de conduzir equipes que mudam de 45 ou de 90 em 90 minutos de adolescentes que cujos pais nunca puseram os pés na escola, e que só vão à escola por irem com a maré?

Desculpe-me mas há coisas que como MÃE, Encarregada de Educação, Educadora e Professora não posso deixar de aconselhar humildade e autoavaliação.
Porque é que antes de rotularem os professores não saber o porquê das coisas?

tsiwari disse...

Parece-me que o essencial da proposta está a ser esquecido por um fait-divers (a avaliação pelos pais). Isso é o menos preocupante...apesar de ridículo, em muitos casos.

preocupante é numa escola só poder existir 1/3 de professores titulares... q justiça há nisto? Se alguém trabalha numa escola onde há um número significativo de professores actualmente nos 9.º ou 10.º escalões, apesar de ter 18 anos de serviço e uma carreira cheia de Bons, pura e simplesmente fica estagnado no vencimento e nas atribuições. Então a progressão não depende do professor em si, mas de ter ou não "idosos" na escola a ensinar?

Como se entende que num diploma publicado agora, ainda se fale em 22 horas de serviço lectivo?- vide artigo 77.º - 24 segmentos de 45 minutos, é isso? Andam a escrever sobre o joelho...

Como se avaliam os órgãos de gestão? O Presidente - em portaria própria....como? Os vice-presidentes...?

O Presidente da Assembleia também tem que ser titular, (licenciado, portanto, no mínimo) mais especialista em que coisa das ESE's?

Os professores, individualmente, são responsáveis pelos índices de abandono escolar, da turma que leccionam? E do sucesso educativo das mesmas?

Um coordenador de departamento com, digamos, 20 professores... terá que os avaliar e assistir a 3 aulas de cada um??!!! 20 x 3 = 60 aulas?? Em que tempo?

A menção de Bom depende de uma permanência de, pelo menos, 97% das aulas previstas... Se tiver o azar - e toca a todos, infelizmente- de lhe morrer um progenitor...nesse ano não tem Bom, não progride.
Se um filho adoecer e precisar de acompanhamento....não progride.
Se o prof. adoecer, sem ser doença causada na escola(??), não progride...
Ainda há quem duvide da medida PURAMENTE economicista deste projecto?

Alguém consegue entender o que está escrito no ponto 1 do artigo 61.º? Que n e N são aqueles?

Prémios pecuniários de desempenho??!! Já vamos nisto?

Como se justifica um atraso de 10 minutos, pela manhã, porque, por exemplo, apanhamos uma fila de camiões em trânsito lento? Porque tivemos um furo num pneu? Com atestado? Não nos esqueçamos que o horário dum professor é analisado ao minuto...

O que querem dizer no artigo 109.º, alínea b) do ponto 2???
Substituir na componente não lectiva? Alguém q

tsiwari disse...

que exerça pelo professor a coordenação de departamento, por exemplo? Não entendo...

fiury disse...

teresa

deve valer a pena ver hoje na rtp o programa:" quando a violencia chega às escolas"

fiury disse...

relativamente a alguns comentários aos meus comentários devo dizer que "imbecil" e "ridiculo" são adjectivos que na minha opinião não devem constar na avaliação que alunos ou encarregados de educação devem fazer dos professores,embora seja muito frequente o uso de termos muito mais ofensivos por parte dos professores relativamente aos alunos, especialmente até ao 9º ano, em idades em que poder dos professores tem vindo a ser exercido muitas vezes em clima de terror!

Anónimo disse...

Bom dia maralhal.
Esta notícia cheira-me a coisa manhosa.
A noticia é muito bonita, mas não explica de que forma os pais podem avaliar os professores. Vão visionar vídeos das aulas? Vão avaliá-los segundo o parecer dos filhos?
Se calhar o visionamento de vídeos não seria má ideia para alguns pais verem o comportamento exemplar das suas crias. Temos visto casos em que pais vão bater nos professores por estes terem repreendido alunos ou mesmo por os terem castigado. E já nem falo do tipo de castigos de quando eu andava na escola, aquilo era reguada que fervia :-) Claro que também há professores que abusam um pouco do seu estatuto.
Não sei de que forma se faz, mas esta não será a forma correcta de levar os pais a terem um papel mais activo na vida escolar dos filhos. Mas esta atitude parece-me no mínimo perigosa.
Acho que o Governo se está a meter por um mau caminho e se está a descartar de uma avaliação que só a ele lhe compete fazer. Está a colocar a carreira de pessoas em mãos de outras que não têm capacidades para o fazer por mais cursos que tenham. Ser-se doutorado ou formado é uma coisa, ter-se capacidade de avaliar professores é outra.
Resumindo e muito à laia de bom português:
Quero ver como o Governo vai descalçar esta bota porque isto vai dar merda, ai vai, vai.

andorinha disse...

Yulunga, bom dia:))))))))))))))))))
O resultado vai ser esse, vai.Também é só o que a ministra sabe fazer.

Chinezzinha disse...

[...]

indigente andrajoso disse...

boa noite.

de uma forma idílica até parece fazer sentido, se for incluido mais alguns permissas na equação, tais como, quem irá dar formação aos pais? quem irá garantir a verdade? quem irá controlar as "vinganças"? com base em que dados os pais avaliam?, etc, etc...

enfim tanta coisa para dizer nada...

curiosamente portugal no seu xico espertismo e nacional porreirismo procura sempre pensar que tudo esta bem ao mesmo tempo que acusa alguem pelo facto de tudo estar mal...

pelo que tenho visto nas noticias o ministério cada vez mais atribui as culpas aos professores, ao mesmo tempo que o senhor presidente cavaco vem dizer "pois na altura preferimos fazer estradas..."

enfim, bons tempos em que os professores tinham o lugar certo de importancia na sociedade, afinal de contas acimentam aquilo crescemos

galvao-luiz disse...

Como quero progredir, naturalmente,
vou já tomar as seguintes medidas:

1. Chamar os pais todos para a assistir às minhas aulas e assim, melhor se pronunciarem e avaliarem o meu desempenho.

2. propor uma "Sala de chuto" para os alunos mais irreverentes, junto à Sala dos alunos.
(preciso de fomentar a minha boa imagem junto dos alunos que poderão ter alguma pouca empatia por mim).

3. Propôr que o jardim seja substituído por uma plantação de "canabis sativa"


4. Propôr que os laboratórios sejam transformados em "laboratórios de produção de MDM".

5. Propor a abolição de faltas aos alunos.

6. Propor o espancamento público (no pátio da escola) das professoreas com mais de 48 anos.

7. Propor a abertura da escola no fim-de-semana com "festas da cerveja" seguida duma Rave e de um after-hours.
(iniciam-se as actividades lectivas logo na 2ª feira de manhã ainda com os alunos todos na escola).

Agora é que vai ser progredir!!!

Obrigado Srª Ministra
E Srs Secretários de Estado

(Quando começamos a avaliar os médicos e os constructores civis?)

galvao-luiz disse...

Srª Ministra,

O Ministério não é a sua Quinta de Sintra.

E os professores não são os inimigos do Ministéro.

Os Professores são os seus funcionários institucionalmente leais e fiéis aos interesses, primeiramente dos alunos e do país.


Já existem mecanismos para penalizar os maus profissionais.

Preocupe-se com a indisciplina, violência e falta de condições das escolas.

Trabalhe, trabalhe.

Pérola disse...

Não sou nova por aqui, mas sim a comentar aqui!
Só que desta vez o tema também me toca, porque sou mãe, e devo dizer que há muitos Pais com capacidade para avaliar os Professores, mas há mais ainda que não o conseguiriam fazer de uma forma justa e com conhecimento de causa. Depois, falta saber o nível de isenção dessas avaliações...
Mas que existem muitos Professores que deixam muito a desejar, a nível de competências específicas da disciplina que leccionam, isso é bem verdade!