sábado, julho 21, 2007

Por cá é assim tão diferente?

Debate em torno da exposição do corpo
Sensualidade na publicidade gera nova polémica em Itália
A exploração do corpo feminino em publicidade e nos mais variados programas de televisão transformou-se em debate nacional em Itália, onde críticos vêem no fenómeno um sinal de derrota das conquistas feministas



«A Itália é o país das mulheres nuas» e «Onde as mulheres são apenas objectos» foram os títulos dos dois principais jornais italianos esta semana.

Os artigos faziam referência às jovens bonitas, com pouco ou nenhum talento, que aparecem de biquínis, e roupa interior minúscula ou mini-saias em quase todos os programas televisivos e peças publicitárias do país.

O assunto veio à tona depois do jornal inglês Financial Times ter publicado um artigo de quatro páginas no qual criticava o tratamento reservado às mulheres em Itália: «o uso de bailarinas em todos os géneros de programas televisivos, as peças publicitárias dominadas por alusões sexuais, a mulher como objecto, destinada a excitar os órgãos genitais dos homens em vez do cérebro».

Adrian Michaels, autor do texto, diz que o mais surpreendente é a ausência de protestos. De acordo com ele, «aparentemente, as mulheres não vêem nada de mal em terem os seus corpos expostos inutilmente para divulgar qualquer produto».

No centro da polémica, está a campanha publicitária da rede de telemóveis TIM, com cartazes e outdoors, espalhados por todos os cantos do país, com a imagem de uma famosa ex-apresentadora de televisão com apenas um biquíni vermelho.

Um representante da TIM, que não se quis identificar, disse à BBC que o nível de erotismo na publicidade e na televisão italiana reflecte a cultura do país.

De acordo com ele, quem inventa as campanhas são os publicitários. «Eles fazem pesquisas de mercado e detectam o que pode melhorar as vendas. Se o retorno é positivo, quer dizer que a maioria dos italianos está satisfeita».

«Não acredito que a televisão e a publicidade em Itália sejam melhores ou piores do que em Inglaterra, ou nos Estados Unidos. Apenas mostra como é a realidade cultural italiana».

Emma Bonino, ministra italiana e protagonista de muitas lutas feministas nos anos 70, diz ter a sensação de que o feminismo já não existe no país.

A ministra lembra que em 1976, 11 por cento do parlamento eram mulheres. Passaram três décadas e o número é o mesmo.

SOL com agências

21 comentários:

AQUILES disse...

Não é nada diferente. As jovens até lutam por alcançar um lugar ao Sol nesse meio. Veja-se os inquéritos avulso feito a jovens e os resultados limitados das suas respostas. E tende a piorar. As jovens predispoem-se a muita coisa para triunfar, lá nesse "meio". Se soubessem o que vai pelo meio artistico e da comunicação....

CêTê disse...

«o uso de bailarinas em todos os géneros de programas televisivos, as peças publicitárias dominadas por alusões sexuais, a mulher como objecto, destinada a excitar os órgãos genitais dos homens em vez do cérebro».


"em vez do cérebro"- Fantástico!;P

Enquanto houver interesses recíprocos que se pode fazer?;/

(já alguém pegou na garrafita de gáz da menina? Bem feita- para quem a comprou- consumidores acéfalos!lol


Que este andar, com a lnha Dove1), ninguém escapará a tornar-lhe num objecto sexual- nem que seja de burka!;))) Qualquer dia até eu vou a um casting (de burka, claro!;)))




Bom fds!;]



1) Que fora de brincadeiras eu acho um fenómeno!

Su disse...

por cá é bem pior.......
......ou não se nota sem ser com sondagens pesquisas e afins
---------------jocas maradas

Fora-de-Lei disse...

O pior de tudo é que eu nunca vi nenhuma gaja boa a combater a exploração do corpo feminino pela publicidade...

andorinha disse...

Boa noite.

Não, não é, os homens portugueses são tão machistas quanto os italianos.:)
Raramente vejo publicidade porque não me desperta interesse, não me considero influenciável neste aspecto e não ligo, mas então quando aparece esse tipo de anúncios em televisão, faço zapping instantaneamente.
Não suporto mesmo ver mulheres usadas como isco para vender não importa o quê.
Os homens babam-se e se calhar até compram, por isso nada como ir de encontro ao gosto dos telespectadores masculinos...por alguma razão exercitam mais os orgãos genitais do que o cérebro:)

Outra coisa que me irrita sobremaneira são os anúncios "só" para mulheres donas de casa ( outra face da mesma moeda).
Por exemplo anúncios a detergentes em que elas gritam histericamente porque a roupa está branquíssima, o marido já pode fazer um brilharete no escritório porque a camisa que estava cinzenta,agora está mais branca do que a neve; outra quase que chora porque tem a cozinha inundada por não ter usado determinado produto na máquina de lavar e como estes, mais.
Só temos duas hipóteses: ou a mulher objecto ou a fada do lar:(
Mais uma forma de se perpetuarem artificialmente diferenças de género.

PS: Atenção que eu acho normalíssimo que um homem aprecie e se excite com a beleza ou sensualidade de uma mulher, mas isso é outra história.
Só faço esta ressalva para que não venha a ser acusada de ser fundamentalista:)))))
Tanto assim que eu gosto de piropos, dos que têm graça,claro.
Não sei se isto vai contra as "regras" do feminismo, mas no meu caso, os dois convivem perfeitamente:)

Se calhar até dava um bom tema para discussão: os piropos transformam a mulher numa mulher objecto?
Ou melhor: quem os diz, encara a mulher dessa forma?

andorinha disse...

FDL (11.07)
Nunca viste porque andas a dormir...
E o que deixas nas entrelinhas, ai, ai...só as desfavorecidas pela natureza é que protestam, porque não podem entrar nos anúncios, não é isso?:))))))) Looooool
Deus te dê juízo, homem!:)

Anónimo disse...

Eu k brinco com tudo -- neste este tema fico-me entre o riso e o choro...o k será + tipo - cara de parva. É k já não há pachorra nem corpinho k aguente tanto sexo explícito em tudo: até num simples iogurte! Às tantas o problema é meu que, últimamente até me comovo com um simples filme infantil e não consigo já achar piada a cenas de "amor" em k corpos rolam e rebolam ao longo da fita. Não será devido a esta vulgarização do sexo...? Sinceramente -- estou farta!

Ah...Cêtê: eu tenho a nova garrafinha Pluma e digo-lhe só k : foi meio caminho andado -- trago-a sozinha! K raio d'acéfala ME saí! :-))
Haja santa pa'cênciaaaa!!!!!!

Fora-de-Lei disse...

andorinha 11:11 PM

"E o que deixas nas entrelinhas, ai, ai... só as desfavorecidas pela natureza é que protestam, porque não podem entrar nos anúncios, não é isso?"

Até pela minha própria maneira de estar na vida, eu sou frontalmente contra a exploração da imagem da mulher. Mas para ser sincero, infelizmente tenho mesmo essa ideia, ou seja, que só as foleirosas é que protestam porque não têm qualquer hipótese de entrar num anúncio ou qualquer outra coisa onde o apelativo base seja o corpo da mulher. E o resto são tretas...

JFR disse...

Não só é igual por cá, como por todo o mundo livre. Aliás, muitos dos filmes publicitários são internacionais e dobrados nas línguas de emissão.

Por outro lado, julgo que o fenómeno não ocorre apenas com a exposição de mulheres. Hoje, é muito frequente, também, a utilização sensual de corpos de homens em publicidade.

Penso, ainda, que não se trata de um problema de machismo ou feminismo. Mas, apenas, de usar a enorme força do erotismo na actividade de promoção de produtos, pela atenção que desperta e recordações que permanecem. A um número muito vasto de potenciais clientes.

kim disse...

Porra!
Deixem-se dessas coisas;
existe algo melhor no mundo que um corpo feminino para nos elevar os sentidos??? hum...humm e inton se for bem retocado por esses programas de "cumputadori"...

andorinha disse...

FDL(11.26)

"Até pela minha própria maneira de estar na vida, eu sou frontalmente contra a exploração da imagem da mulher."

Ganda homem!´:)
Eu bem digo que por detrás desse nick....

Quanto ao resto, discordo. Não sou foleirosa e protesto e como eu haverá mais, felizmente:)

Anónimo disse...

"...existe algo melhor no mundo que um corpo .."

Ninguém diz o contrário -- não tenho nada contra o corpo: seja ele feminino ou masculino! Sou contra a vulgarização do mesmo!
E depois, Bimbo -- será k é o "corpo" k nos estimula...? Inicialmente o k nos atrai é o exterior -- isso 'tá de caras!, ninguém diz o contrário...mas depois, depois quando o tal "corpo" abre a boquinha e só sai asneira...? Continua a sentir-se estimulado?! Hummm...duvido. Só se pretendo isso mesmo e "apenas": o corpinho Danone! E lá vem o bendito anúncio..... :-/ :-))))

andorinha disse...

JFR,
Não deixas de ter uma pontinha de razão no que dizes:)
Já se vai vendo a "utilização sensual de corpos de homem em publicidade", mas num tipo de anúncios diferente, penso eu, publicitando produtos que têm alguma coisa a ver com eles, sei lá, desodorizantes, perfumes, etc, etc...

Ainda bem, também temos direito a regalar a vista:)))))

Mas lembrei-me agora de outros casos: aqueles concursos, e estou-me a lembrar concretamente do "Preço Certo", mas deve haver mais certamente, em que aparecem umas carinhas larocas, de pernas e mamas ao léu, com sorrisos plastificados ao lado dos prémios.
Nunca vi homens a fazerem esse trabalho. Porquê? Por que não enfeitam? Temos então a mulher objecto, a mulher bibelot.
É uma forma de ganhar dinheiro como qualquer outra, eu sei, mas...a minha costela feminista lida muito mal com isso.

CêTê disse...

Andorinha, gostei de te ler- em particular no 1º comentário. (subscrevo na íntegra)

(não vou corrigir os meus erros ortográficos para não os acentuar-;(((()

bjnhs

Unknown disse...

Boa noite!
Há muito tempo não os cumprimentava :)

A imagem do corpo feminino, tendo em conta a publicidade, é a que mais vende. Alguém, por acaso, esqueceu a imagem da "menina da botija"? Ninguém.
Pois é, nem as mulheres esqueceram :)
Nós mulheres temos de nos render. O "bicho" mulher perante a publicidade é mais aliciado que o "bicho" homem, seja a publicidade com ou sem imagens femininas.O homem tem de ter algo que o capte (ihihihih), nada melhor que uma Deusa.
Os publicitários descobriram o "defeito" deles, e bem!
Pelos vistos o defeito não é do feminino, mas do masculino :)))))
Beijokas

lobices disse...

...acho que não estou a entender
...exploração do corpo feminino em publicidade?
...e os anúncios a perfumes e fatos de banho e outros feitos por "esbeltos" corpos masculinos nus? Sim, já houve um em que ele anda nu pelos corredores; surgem em duches, etc.
...na mulher, ainda não vi nenhum anúncio com uma mulher nua
...agora, exploração?
...acho que não: a "malta" é que se quer expôr a troco de um pouco de fama e de muito dinheiro
...se me propusessem um anúncio desses todo nuinho, eu ía LOL o que não prometo é que desse uma boa imagem eheheheh
...viva o corpo!!!!!!!!!!!!

Marx disse...

Não sabia, como revela aqui "um representante da TIM", que também há uma "excepção italiana". No caso, a de parelhar ragazzas com fritadeiras ou mico-ondas em tudo o que é concurso na TV. A tirada do articulista do jornal inglês também é gira. «... excitar os órgãos genitais dos homens em vez do cérebro.» Que é o que costumam fazer, excitar o cérebro, a middle-class que não prescinde das páginas 2 dos tabloides lá do sítio. E ficarão tão excitados, no cérebro, que até prescindirão de fazer as palavras cruzadas ou o sudoku no fim do Sun e derivados. Estes beefs são os campeões da moralidade. Fora de portas...

Migmaia disse...

Boa tarde,

Não é de estranhar que, nesta sociedade consumista, a mulher seja o objecto mais apelativo e utilizado na publicidade. Independentemente da perspectiva de quem quer que tenha sido responsável pela criação, o corpo da mulher é como uma escultura, uma manifestação de arte. O homem, do ponto de vista estético, terá menos atributos.
Tratando-se de uma questão de mercado, e considerando que o poder aquisitivo das mulheres tem vindo a aumentar, reflexo da cada vez maior participação social, é natural que ao homem também seja dado esse papel. Penso que de uma seguradora, mas surgiu recentemente um spot (made in Portugal) em que os Homens eram o objecto do desejo.

Confesso que, as minhas resistências às tentações, variam na razão inversa da qualidade do objecto apresentado. Não sou tipo Ironman...

A propósito de publicidade e numa outra perspectiva:

Estava um cego sentado numa calçada de Paris, com um cartaz a seus pés a dizer: “ Sou cego, por favor ajude-me!”. Um publicitário que passava, reparou nas poucas moedas que se encontravam no boné, e resolveu alterar o que o cartaz dizia sem pedir autorização.
Ao final da tarde, quando fazia o percurso inverso, reparou que o boné estava cheio de moedas e notas. O cego, ao reconhecer as passadas perguntou: o que é que foi que escreveu? O publicitário respondeu: Nada que não tenha a ver com a sua realidade.
Contava a história que o cego nunca soube o que estava escrito: Hoje é primavera em Paris…e eu não posso vê-la!

Anónimo disse...

Essa da Primavera em Paris está o máximo! Também não reajo bem a "chorinhos" tipo: sou cego -- o k tá na cara! Não tenho tusto : o k tbm é real! -- poesia pura, foi a proposta e, aí eu alinho e até contribuo.

Tenho tbm o meu "chorinho", aqui vai: Quero ir a Paris! Não posso morrer sem lá ir...mas tenho 3 filhas universitárias e a coisa tá feia. Será que verei a cidade luz...antes k se apague a minha...?! :-)))
Será k terei de participar num anúncio da Dove anti-age para o conseguir............? :-/

AQUILES disse...

Eu continuo a focar a questão nos meandros nebulosos do "meio". Não é só a exposição da imagem de uma menina bonita. É tudo que que se passa antes, até lá se chegar a essa exposição. E o depois. Porque essa vida é muito mais curta que a dos futebolistas. E nem todas são de topo, pelo que os dramas se intensificam muito mais.

Bruno Inglês disse...

Eu gosto dela nuas... não me venham dizer que sou machista.