sexta-feira, outubro 10, 2008

A politicazinha...

SEM CUJO CONCURSO Fernanda Câncio

Nos últimos 26 anos, em Portugal, os homossexuais passaram de criminosos (até 1982) a deficientes e doentes mentais (até 1999), para verem em 2001 reconhecida a igualdade na união de facto e em 2004 especificamente interdita, na Constituição, a sua discriminação. Poucas lutas pela igualdade na lei foram tão rápidas nas suas conquistas. Falta a última batalha, a do casamento. E quem se indigna com o facto de até há muito pouco tempo um homossexual ter sido na lei portuguesa um criminoso e um doente não pode ignorar que a proibição do casamento é resquício disso.Hoje vai-se votar o casamento das pessoas do mesmo sexo no parlamento. É um dia histórico. Mas o partido da maioria vai votar contra, alegando que não está a votar contra o casamento das pessoas do mesmo sexo mas contra "o oportunismo do BE e de Os Verdes". Entendamo-nos: é claro que BE e Verdes querem entalar o PS. É também claro que o PS correu a entalar-se. Se crê na sua justificação, o PS só podia abster- -se, dizendo: "Não podemos votar a favor por não nos considerarmos mandatados eleitoralmente para tal, mas pela mesma razão não podemos votar contra." Vota contra, porém, alegando "juízo de oportunidade", enquanto o presidente da bancada, Alberto Martins, assegura ser não só a favor do casamento das pessoas do mesmo sexo como ver nele uma questão de "direitos fundamentais". Martins e companhia votam, portanto, contra a Constituição. E contra todos os cidadãos cujo direito à igualdade é prejudicado pelo não acesso ao casamento. E esta hecatombe de princípios para quê? Para ensinar o BE e os Verdes a respeitar o PS, "sem cujo concurso dificilmente uma alteração deste tipo jamais se fará". É uma justificação tão boa como as outras, as do costume: "O assunto não é prioritário"; "O País tem tantos problemas, o mundo está numa crise económica, o que é que isso interessa?"; "Já não se pode ouvir falar disso"; "Não houve ainda debate suficiente". Lógico, não? Não houve debate suficiente mas já não se pode ouvir falar disso. Durante uma crise económica não se pode falar de direitos das pessoas (falar de direitos das pessoas deve prejudicar a resolução das crises económicas). E, o mais lógico de tudo: se estamos a falar de homossexuais, como é que isto pode ser prioritário? Pois é. O nada prioritário tema do casamento das pessoas do mesmo sexo está em debate na sociedade portuguesa desde as legislativas de 2005, foi focado nas presidenciais de 2006 e é periodicamente tema de colunas de opinião. Causa discussão acesa no partido da maioria. Mas não mereceu até hoje um único grande debate no horário nobre das TV portuguesas. Nem o Prós e Contras, do canal público, lhe pegou. Se não é prioritário não dá debate, se não é debatido não se torna prioritário. Podia ser a lógica da batata, mas é mesmo a da fobia. Tão fóbica e pouco lógica que, mesmo "sem ampla discussão", 42% dos portugueses - segundo sondagem da Católica - já são a favor do casamento das pessoas do mesmo sexo. Não é ainda a maioria, não; é só grande parte do eleitorado do PS. Oooops.

Jornalista - fernanda.m.cancio@dn.pt

36 comentários:

thorazine disse...

:)))

São ridículos todos os argumentos dados para votar não..;(

Tanto a Fernanda Câncio como a Judite de Sousa são excelentes exemplos de isenção jornalística!

PS - Ou é mais uma prova que a "Nanda" é a "testa de ferro" do Diogo Infante! ;))))

Canseiroso disse...

«Tão fóbica e pouco lógica que, mesmo "sem ampla discussão", 42% dos portugueses - segundo sondagem da Católica - já são a favor do casamento das pessoas do mesmo sexo.»


Este excerto da jornalista F. Cancio, é bem elucidativo do frenesim pouco inteligente e muito agitador, que está presente nesta discussão e que não me agrada.
Começa por ser sinónimo desse frenesim a conclusão da jornalista, que usando sondagens da Univ Católica, acentua os 42% dos portugueses que JÁ SÃO, a favor do casamento das pessoas do mesmo sexo.
Este JÁ SÃO , surge de forma arrogante e preconceituosa, como um imperativo de obrigatoriedade, que ultrapassa todo a lógica de seriedade do tema.
Não aceito por isso insinuações provocadoras de quem trata estas matérias, com este tipo de leviandade.
Cabe-nos a todos uma dose muito importante de decisão, quanto a uma questão que já é parte integrante da sociedade e que agora procuro sê-lo de pleno direito. Por isso, deve-se exigir que se discuta para lhe conhecer os contornos, sem que para isso se tenha que aturar políticos pouco esclarecidos, sejam eles homossexuais ou não. Tanto mais que se pretendem usar os preceitos legais, de onde sobressai nada mais nada menos, o poder legislativo, de modo a instituir-se um modo de vida que sem ser nenhuma moléstia, é com certeza uma alteração radical dos procedimentos sociais, com resultados imprevisíveis para o futuro. Falando do casamento entre homossexuais , obviamente…

thorazine disse...

Esse "Já são" é só uma mensagem de esperança..

Visto pela prespectiva que a não aceitação de maneiras de ser diferente da nossa, que incluí a orientação sexual, como resquícios (podres) da programação pré-histórica, a Fernanda está esperançosa que a malta evolua em tempo útil..

"..Estou a pensas nas reacções que levam a preconceitos raciais e culturais e que se baseiam em emoções sociais cujo valor evolucionário residia no detectar de diferenças em outros indivíduos - porque essas diferenças eram indicadoras de perigos possíveis - e no promover de agressão e retraimento. Este tipo de reacções deverá ter produzido resultados extremamente úteis numa sociedade tribal, mas não é nem útil nem aceitavel no mundo actual. É evidente que é importante saber que os nossos cérebros continuam equipados com a maquinaria biológica que nos leva a reagir de um modo ancestral, ineficaz e inaceitavel, em certas circunstâncias. Precisamos de estar alerta para esse facto e apreender a controlar essas reacções individualmente na sociedade em que vivemos. "

António Damásio in Ao encontro de Espinosa

:)

Fora-de-Lei disse...

A "Nandinha" em cada 10 artigos que escreve, 11 são sobre a homossexualidade. Sinceramente, questiono-me como é que ela ainda consegue manter a sua actividade profissional...

Mas isso agora não interessa. Vou aqui deixar uma pergunta, sincera na minha curiosidade, e para a qual eu gostaria de obter uma resposta (sincera) de quem possa passar por aqui e que se ache (sinceramente) capaz de responder. Aqui vai a pergunta:

- Existem exemplos de homossexualidade na etnia cigana ?

Gonçalo Rosa disse...

A maioria percentual ou a falta dela (os tais 42%) é, na minha opinião, irrelevante para a questão. É até caminho perigoso a seguir, pois remete o tema em debate para se somos mais a favor ou mais contra... e a decisão para a vontade da maioria. E isso é totalmente inaceitável, dado que o que se discute é o direito de duas pessoas do mesmo sexo poderem casar (pelo cívil), sem que este direito ponha em causa qualquer outro direito.

Não compreendo muito bem a necessidade que muitos casais, heterosexuais e homossexuais, têem em se casar... mas que diabo, é um direito que assiste a qualquer um... por que não a todos ?

Gonçalo

JFR disse...

Por razões que já expus, em comentário ao post anterior, o PS não podia apoiar a proposta do BE. E, discordo de Fernanda Câncio quando diz que o PS se devia abster. Não, essa seria uma posição hipócrita. Pior, seria abrir a porta ao que considero obsceno: que a abertura da legislação ao casamento de homossexuais, franqueasse a porta da adopção por homossexuais casados. A abstenção significa uma indiferença quanto ao conteúdo do que está sendo votado. E, o conteúdo do projecto apresentado pelo BE, é pobre. Extremamente pobre. Propositadamente pobre. Senão, vejamos o projecto, onde, para além de um extensíssimo preâmbulo, se alteram três artigos do Código Civil e se dá, ao mais importante, artº 1577º, a seguinte nova redacção:

“Artigo 1577º
(…)
Casamento é o encontro de vontades, solenemente formalizado, de duas pessoas que pretendem constituir uma família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código.”

No PS, há muitos deputados, dirigentes, militantes e votantes que, conhecendo ao que pode conduzir esta redacção, não está de acordo. E, por isso, exige que os representantes do partido na Assembleia votem contra.

A jornalista entra em contradição, quando diz que o tema está em debate desde 2005, para de seguida afirmar que não mereceu ainda um grande debate na TV. Então em que ficamos? É sim ou não, conforme dá jeito?

E, por outro lado, usa o resultado de uma sondagem mas não lhe dá o seu verdadeiro valor. É que 42%, ainda não são maioria e, menos ainda, uma maioria segura que permita que o direito dos casais homossexuais a ter vários dos direitos que o casamento consagra - mesmo que seja por uma diferente figura jurídica, tal como existe em alguns países (GB, alguns Nórdicos) – não seja revogado por uma qualquer maioria que disso discorde e que possa surgir no futuro. Os 42% são, sim, uma esperança de que a sociedade se vai transformando e que irá, a seu tempo, encontrar a solução justa para a não discriminação.

lobices disse...

...é tudo uma questão de falta de poder das minorias
...o Povo, afinal, não é quem mais ordena...

goncalo disse...

Vão-me perdoar a deformação profissional, mas não consigo falar deste assunto, tal como sucedeu com a despenalização do aborto, sem o enquadrar primeiro numa perspectiva jurídica.
Para permitir o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, é necessário mudar primeiro a noção de casamento que consta do Código Civil, na qual se diz que a procriação é a finalidade do casamento. Bem sei que esta noção em si mesma pode levantar dificuldades de ordem prática. Imaginam o Conservador a perguntar a um casal heterossexual se pretendem procriar? E, perante a resposta negativa, a decisão irreversível - "Então não vos posso casar..."
Seja como for, é a noção que está em vigor na lei. Como a procriação não é possível entre pessoas do mesmo sexo, das duas uma: Ou se cria uma figura jurídica autónoma, como sucede em alguns países europeus, ou então o casamento civil passa a ser uma união afectiva entre duas pessoas, ponto.

Laura disse...

E eis como a ordem do dia em Portugal passa assim a ser... aquele tema que não estava na ordem do dia das preocupações dos portugueses…

Não deixa de ser muito conveniente...
- Get it?
Suspeito que até às eleições iremos ter uns tantos entreténs do mesmo calibre.

cabecinhapensadora disse...

Concordo com o Gonçalo. Um direito é um direito. Dá-se sem ser preciso tanta conversa, tanta polémica de políticos à procura de outra coisa. E, quem quiser, usa. Afinal, e sem que nos lembremos, falamos duma sociedade do século XXI. Não foi a revolução francesa que consagrou a suposta igualdade de direitos e deveres entre os homens? Ou há meios homens? há, mas, se bem calha, não éo factor sexual que os determina; Aristóteles definiu o homem como um animal racional. Talvez me esteja a escapar alguma coisa, mas não vejo que...

andorinha disse...

Eu nem lhe chamaria a "politicazinha", mas sim a "política de m....".
Continua a ser o país que temos. Tudo isto me causa náuseas.

Concordo com o Gonçalo r, o casamento, para mim, também não faz qualquer sentido. Mas não deve haver entraves a quem o queira fazer, independentemente do facto de se ser homo ou hetero.
Isto é tão claro e límpido como água do Luso:)))))))

FDL (11.13)
Não sei se existem ou não, ainda não fiz esse estudo:)
Mas se não "existirem" não percebo qual o espanto; no Irão também não "existem" como afirmou orgulhosamente o seu presidente.
Não me lembro agora o nome do tipo

Mas agora responde-me tu a uma pergunta: por que te incomoda tanto que o teu vizinho do lado ou algum colega de trabalho ou até algum amigo ( não te estou a ofender, atenção):) vá para a cama com um gajo ou com uma gaja?
Não entendo, sinceramente...

mariam [Maria Martins] disse...

tal como por outras ocasiões, com amigos(as), ontem à tardinha, com a minha filha, bebemos um chá branco e comemos a última fatia que restava de um "Cheese Cake", a meias, no "nosso café" de sempre, tem o melhor "Cheese Cake" e bolo de chocolate que conhecemos... ainda conversávamos e lá entraram dois Homens trazendo mais duas caixas-de-bolos, é um casal do mesmo sexo, eram os antigos proprietários do café, que a pedido dos novos, mantiveram o hábito de continuar a fazer os bolos...

Deixem viver quem vive

J.M.Vaz é um gosto vir aqui.

bom fim-de-semana
um sorriso :)

mariam

CrisTina disse...

Numa sociedade em permanente mudança é importante ponderar antes de decidir. Que sociedade queremos no futuro? As relações homossexuais devem ser respeitadas e aceites. Quanto aos casamentos entre individuos do mesmo sexo impõe-se um prévio debate construtivo. E porque não um debate sobre o que é o casamento na sociedade actual?

Fora-de-Lei disse...

andorinha 3:59 PM

"Mas se não "existirem" não percebo qual o espanto; no Irão também não "existem" como afirmou orgulhosamente o seu presidente."

Não estamos no mesmo registo... A minha "pesquisa" pretende ir mais longe.

non! mon amour! disse...

Eu cá acho que certas mentes continuam a funcionar desta maneira:

se interromper uma gravidez poderá não ser crime, toda a gente vai querer interromper pelo menos uma, por isso, legalizar o aborto ainda que com muitas limitações, é fomentar a sua prática, e isso é mau para a natalidade;

se o casamento de homossexuais for possível, as pessoas vão começar a ponderar casar com pessoas do mesmo sexo, e isso é meio caminho andado para se deixar de casar com pessoas do outro sexo, e isso é mau para natalidade;

e isto já para não pensar no que vai doer ao pensar e sentir "macho latino" ver casar entre si, as já tão raras candidatas ao casamento tradicional, e à vocação maternal...

será que se o alargamento fosse só para homossexuais masculinos, a resistência seria assim tão feroz ? e o medo da simulação do casamento, para dar a volta ao regime imperativo das Sucessões, da Segurança Social etc ? também assusta ? e quem ? um país pobre não se poderá dar ao luxo de correr estes riscos ? afinal a democracia tem um preço ? e deverá pagar o justo, pelo pecador ?

fiury disse...

tanto argumento "filosófico" para disfarçar um preconceito puro, da parte de alguns. de outros, a necessidade de manter o voto da poderosa e capitalista direita.
afinal,muitos socialistas gostam de ditaduras. vá lá a gente entender isto!

Anónimo disse...

É óbvio que num casamento Gay não pode haver qualquer vantagem económica. Pois a haver acontecia uma coisa absolutamente ridícula, que era os solteiros (e todos os outros) estarem a fazer descontos obrigatórios para ajudar os Gays nas suas despesas.

Note que sempre que uma classe tem uma vantagem económica, todas as outras têm uma desvantagem. (Penso que isto é óbvio para todos, o dinheiro não nasce, tem de se tirar de algum lado!)

Num casamento heterossexual, pelo contrário, já faz sentido que existam vantagens económicas em prol do aumento da natalidade e da sucessão.

Sendo assim, não pode haver uma equiparação entre o casamento Gay e o casamento heterossexual.

Naturalmente, por uma questão de organização não faz sentido que um casado homossexual aparente ter o mesmo estado civil que um casado heterossexual. Por isso, não podemos ter no BI "casado" no estado civil de um gay casado (com outro gay). Podíamos ter um "casado-gay". Mas pode ser embaraçoso.

Resta portanto um casamento meramente simbólico. Pode até ser feito internamente (dentro da própria comunidade gay), numa sede de associação de gays e lésbicas.

Quanto à discriminação, onde está a discriminação? É a discriminação dos solteiros (e todos os outros) não serem obrigados a pagarem as despesas dos Gays/do sexo Gay?!! É a discriminação dos BI não criarem a confusão entre o casado gay e o casado heterossexual?!!

E já agora, se um homem não pode entrar no balneário das mulheres apenas porque é homem então está a ser discriminado sexualmente, e apenas em função do seu sexo. Pura discriminação sexual! Isto é um recado que eu dou aos parvos que usam e abusam do termo "discriminação sexual"!

Quanto ao texto da Fernanda Câncio, mostra bem como há jornalistas que se perdem e se desviam completamente das questões essenciais. O que não é novidade nenhuma.

Se bem que eu pessoalmente até gosto dos textos dela, não pela sua qualidade de opinião, que é claramente fraca, mas por serem muito cómicos e inocentes.

Acrescento ainda que os "42% dos portugueses que já são a favor do casamento das pessoas do mesmo sexo", estão apenas a dizer que aceitam que a relação gay adquira um estatuto simbólico reconhecido socialmente, sem estarem propriamente a pensar no que isso significa. Aliás, se a própria Fernanda Câncio não chegou lá, não é de esperar que o zé povinho vá muito mais longe. Além de que sendo meramente simbólico, nem sequer é da conta da opinião do povo.

LR disse...

Suspeito que o FDL quer encontrar material para a tese de que a afirmação da homossexualidade está na razão directa da emancipação da mulher...
:)

andorinha disse...

FDL(10.57)

Pronto...só pretendi ajudar:))

Mas não respondeste às minhas perguntas, por isso continuo à espera, amigo e companheiro.
:)

Fora-de-Lei disse...

Laura 7:45 PM

Em relação à Manelinha do PPD, a Laura tem uma vantagem: para além de falar com muito mais regularidade (em vez de se achar muito importante, pensando que o mundo pára para a ouvir...), revela uma sagacidade que não está ao alcance de todo(a)s. Não acertou na mouche, mas andou lá por perto. Ainda tem uma tentativa... ;-)


andorinha 9:09 PM

”Não respondeste às minhas perguntas...”
(”Mas agora responde-me tu a uma pergunta: por que te incomoda tanto que o teu vizinho do lado ou algum colega de trabalho ou até algum amigo vá para a cama com um gajo ou com uma gaja?”)


A mim não me incomoda nada. Mas eu não me incomodo apenas com aquilo que me incomoda... ;-)

thorazine disse...

Pelo ponto de vista MACHO essa tese faz todo o sentido: só as gajas para permitirem um cenário tenebroso destes.. ;))

Andorinha,
Só o casamento permitiria a visita a hospitais ou prisões, herança de património comum, tomar decisões em caso de incapacitação! Não percebo porque é que casamento não faz qualquer sentido..

Se for por o nome dado ao acto pôr em causa o matrimónio dos casais hetero chamem-lhe, como foi sugerido ontem, "piaçaba" ou algo do género..:))

Em relação à adopção por parte de casais homossexuais, não sei o porquê de tanto asco: 99,99% das crianças que estão para adopção são frutos de relações heterosexuais falhadas...

Laura disse...

FDL
Eu nem tento mais...
Sou dos que tem dúvidas sobre algumas (muitas) coisas e engano-me bastas vezes (embora empenhe imenso as cremalheiras para tentar acertar)

Mas deve ser qlq. coisa assim : - estrutura machista da sociedd. 'zíngara'; tendência endogâmica; o homem como representação do poder, em cuja 'gramática' não cabe a rendição.
- Não?

Gosto dos zíngaros :)
(não vão agora interpretar-me mal).
Embora precisem de umas reformazitas (noutros campos de especialidade que não o que presentemente nos ocupa)

CêTê disse...

Boas! ;P

De novo os gays... ok.;P

Acho um desperdício em alguns casos mas pronto.;P

Continuo a ser preconceituosa sobre o tema do tipo: desde que não seja entre os meus...


Há dias falou um fulano muito interessante na TV sobre o assunto- tinha filhos de um casamento (obviamente hetero) anterior- achei piada ao discurso.
Fiquei a pensar que alguns pelo menos se puderem um dia a vir a adoptar crianças e a ter que partilhar rotinas comuns dos casais hetero se será assim tão romântico! Ao assumirem um compromisso à séria, estão a ver?
Enfim...
´

PILAR disse...

Acredito que se não sabemos respeitar a liberdade e intimidade do próximo, somos nós próprios que não estamos realmente interessados em ser seres livres!

Este "debate" cansa-me.Entristeço ao constatar que existe em muitas mentes um grande défice democrático e pouca humanidade!

Fiquem bem!

andorinha disse...

Thora(7.28)

De quando em vez gostas de 'pegar' comigo, não gostas?
Tudo bem, estou habituada a aturar alunos:))))))))

Eu disse que a instituição "casamento" para mim não faz sentido, não tem qualquer significado. Se as pessoas se querem casar que o façam, não sou eu que as vou impedir...:)
Sejam homo ou hetero, capicce?:)

Fica bem, chavalito:)

Subscrevo na íntegra as palavras da Pilar.

Anónimo disse...

Correcções (, importante).

Reconheço que ter escrito "casamento gay só se for meramente simbólico" cria muita confusão. Basicamente estava apenas a dizer que não fazia sentido.

No entanto, o thorazine tem razão numa coisa, eu não falei de aspectos "administrativos", como por exemplo, direito de visita a hospitais e prisões (caso seja situação actual, pois eu ando mal informado), etc. Mas isso é uma questão completamente independente. Pois passa apenas por um ajustamento dos direitos concebidos pela União de Facto. E a luta então é aí, mas tanto para uma União de Facto de casais do mesmo sexo, como para casais de sexo oposto.

Portanto, para Gays. Casamento? Não. União de Facto? Sim. E isto não é uma opinião pessoal, mas sim racional.

Noto ainda, já reparei que o Professor Julinho tem uma certa tendência para confundir fantasias utópicas com a realidade, portanto dentro desta ideia, você pode continuar a ser a favor do casamento gay, optando então pelo mais saboroso (?) arrastar da fantasia utópica.

Acho que o Casamento Gay existe na Espanha, Bélgica e Holanda. Isto naturalmente significa que os políticos destes países não fizeram a avaliação correcta. O que também é uma situação perfeitamente vulgar. As pessoas precisam de tempo para pensarem bem, e os políticos ainda mais...

Anónimo disse...

Tinha-me esquecido,

Fantasia utópica mesmo é a adopção de crianças por casais homossexuais. (E portanto há mesmo certas regras que têm de ser diferentes para a União de Facto para casais do mesmo sexo vs do sexo oposto.)

Fora-de-Lei disse...

Laura 8:02 PM

"Gosto dos zíngaros :)"

Pelo seu esforço (mais ou menos bem sucedido) em acertar no alvo e porque gosta dos zíngaros, etnia mais imune do que nós a certo tipo de doenças e epidemias, deixo-lhe aqui a

FRASE DO DIA

A homossexualidade - ao contrário do que muitos imaginam - não é uma doença, mas ninguém quer tê-la.

Anónimo disse...

Mas a homossexualidade (em sentido estrito) é mesmo uma doença.

O que aliás prova que a maior parte de vós não sabe bem como encarar/interpretar esse "fenómeno". Uns ficam nervosos/perturbados; outros entram em fantasias utópicas.

Existem dois tipos principais de doenças individuais, que são definidas pelas leis da natureza:

1) a doença que impede/limita a sobrevivência do indivíduo

2) a doença que impede/limita a reprodução do indivíduo

Por exemplo, um homem que tenha esperma "estragado" equivale a um homossexual estrito (pois ambos não podem reproduzir).

Se bem que muitos homossexuais são bissexuais e nesse caso podem reproduzir.

Se bem que também pode acontecer uma coisa cómica. Por exemplo, um homem heterossexual que só faça coito anal com a mulher - sem excepção -, também vai ser doente (*). São doenças de reprodução.

E isso de ninguém querer ter a homossexualidade também está mal. Aliás, nem sequer faz muito sentido. (E os gays queriam então casamento heterossexual para "se livrarem" dessa coisa que não queriam ter.) O que acontece mais é umas - ou mais - pessoas terem medo de descobrir uma componente homossexual nelas. Mas depois até podem vir a gostar. (Enfim, vão-se entretendo.)

(*) - ou se calhar até não, se tiver um esperma com grande mobilidade e deixar o pénis depois encostado do lado de fora... quem sabe... não vão os espermatozóides descobrir uma passagem secreta.

Julio Machado Vaz disse...

Xelim,
E você parece incapaz de abandonar o tema, não acha?:). A sua chaveta sobre o conceito de doença implica que quem não desejar ter filhos se arrisca a levar com um diagnóstico de doença mental. No que se refere às decantadas leis da natureza, não se esqueça de que alguns tipos de macacas procuram os machos durante o estro mas preferem as fêmeas no resto do ano, acumulando assim sexo procriativo e recreativo:). Quanto à nota deixada, olhe que não são precisas passagens secretas!, alguns espermatozóides são capazes de seguir as vias normais, provocando, por exemplo, a gravidez de uma mulher anatomicamente virgem. Como diria o Pessa - e esta, hein?:).

Unknown disse...

Continua a fazer-me bastante confusão as relações homossexuais, "perontus" faz-me cá confusão à cabeça.
O casamento sinceramente é-me indiferente, pois a minha confusão prende-se com a relação em si não com a união tenha ela o nome de união de facto ou casamento ou o que lhe queiram chamar.
Se fosse a referendo votaria sim.

Agora, independentemente do tema que a Assembleia está a votar ler isto:
Mas o partido da maioria vai votar contra, alegando que não está a votar contra o casamento das pessoas do mesmo sexo mas contra "o oportunismo do BE e de Os Verdes". é gravissímo, é de uma falta maturidade politica, de um gozo atroz.
Não votam contra o casamento mas sim votam contra o oportunismo da oposição.
Braços de ferro é coisa de miúdos mimados. Assuntos que são levados à Assembleia são coisas de gente crescidinha e são para serem levados a sério e não usados como guerrinhas partidárias.
Só demonstram que se estão a cagar para os assuntos, para Portugal e para os portugueses.
Na Assembleia faz-se de tudo: brinca-se à politica, lê-se jornais e dorme-se.
Por esta altura deviam estar todos unidos mas era a resolver a crise em que nos estamos a afundar.

Anónimo disse...

Correcções e explicações múltiplas

«E você parece incapaz de abandonar o tema, não acha?» = «A sua insistência no tema está-me a deixar um bocado aflito», pois tem um quadro do tema já bem pintado ao seu gosto.

Mas quanto ao "abandonar o tema", eu até escrevi pouco, tendo em conta que sei mais sobre homossexualidade do que os próprios homossexuais.

«A sua chaveta sobre o conceito de doença...» -> não é minha, são as leis da natureza

«...implica que quem não desejar ter filhos se arrisca a levar com um diagnóstico de doença mental.» -> Arrisca-se, desde que tenha boas condições de saúde e económicas para ter filhos. Pensando no caso das mulheres, que é mais fácil, pelas leis da natureza, podemos dizer que qualquer mulher deve ter um impulso maternal suficientemente forte. Se bem que em termos de espécie, esta doença tem tendência a corrigir-se a si própria, por razões óbvias, já que o impulso maternal é basicamente hereditário.

Segunda resposta. Não se arrisca necessariamente. Pois o papel do psiquiatra também é ser compincha. E se uma doença não requer tratamento, não precisa de ser diagnosticada.

«No que se refere às decantadas leis da natureza, não se esqueça de que alguns tipos de macacas procuram os machos durante o estro mas preferem as fêmeas no resto do ano, acumulando assim sexo procriativo e recreativo:).» -> Prova apenas que o sexo recreativo em si não constitui um impedimento à reprodução, desde que em período adequado seja substituído pelo sexo reprodutivo. E portanto não viola nenhuma lei da natureza.

«Quanto à nota deixada, olhe que não são precisas passagens secretas!» -> na verdade eu pensei "passagens secretas", simulando uma interpretação popular do acontecimento, do zezinho que é um bocado inculto e ficou surpreendido pela sua joaninha ter aparecido grávida pois eles tinham feito apenas coito anal. Foi por isso que eu escrevi «e deixar o pénis depois encostado», para dar aquela ideia que o líquido seminal ia escorrer depois até à vagina. «Como diria o Pessa - e esta, hein?:)»

Julio Machado Vaz disse...

Meu caro Xelim,

Confesso-me incapaz de dialogar com todas as suas absolutas certezas:). Concordemos que discordamos e vamos em frente. Bom fds.

Anónimo disse...

Hipocrisias e homossexualidade:

- gay é aquele que copula com um homem. E copular com um homem é muito feio!!! Desde que tal aconteça, CLARO, fora do âmbito do sexo em grupo, onde há eles com eles e elas com elas ou outras experiências atrevidas muito normais! NORMALISSIMAS! Aí não faz mal, apesar da envolvência gay, é-se até muito macho!

- gay não pode casar, porque é muito feio!!! Gay tem que casar com uma mulher, ser normal e infeliz para o resto da vida. E é se quer. E se fosse no tempo da inquisição até ia parar à fogueira, para ficar mais quentinho. Ser infeliz é o que está a dar! Fazer os gays infelizes por algo que não afecta ninguém (o sexo entre eles) é altamente! Só espero que o meu sexo com o meu marido não ande a incomodar ninguém...

- gay não pode adoptar, porque é muito feio!!! É muito melhor deixar as crianças a apodrecer em lares colectivos onde muitas vezes chegam maus tratos e violações (dizem que o Carlos lá ia e levava o Cruz e que eram os meninos... e alguns políticos não gays também, parece. Com meninos não é gay, pois não?). Qualquer criança optaria por um lar a uma familia onde pudesse receber amor (se calhar os gays não sabem dar amor... deve ser isso). Deve ser isso...

O nosso mundo é de uma hipocrisia fantástica. Faz-me confusão marcar um Ser Humano, levá-lo ao fundo do poço da infelicidade só porque ele prefere copular com outro ele (ou ela com outra ela), num espaço de intimidade com o qual ninguém tem nada a ver.

É verdade, quando falo em gay excluo o castelo branco, claro, que é um excelente exemplo de classe. Farta-se de sair nas revistas e é chiquérrimo. Mas ele não é gay, tá?

Não me recordo de filme pornográfico que não contenha um quadro com duas females intimamente conectadas. Serão lésbicas? Parece que os senhores gostam dessas cenas e a coisa vende muito. Pronto, é isso, elas não são lésbicas, são só umas tolas!

Não me incomoda nada a homossexualidade e o lesbianismo. Não me incomoda a pornografia, nem a prostituição. Não me incomodam sádicos, masoquistas, fetiches e afins. Há espaços de liberdade que só a nós pertencem, por muito que os outros neles queiram entrar. Incomoda-me a pedofilia e o tráfico de carne humana para fins de exploração, nomeadamente, sexual. Incomoda-me a violação dos direitos humanos, nomeadamente a violação da privacidade de cada um "dormir" com quem bem entender, haja apenas o acordo das partes.

Júlio, acabe lá, pelo menos aqui, com a hipocrisia.

yes! my love! disse...

"No que se refere às decantadas leis da natureza, não se esqueça de que alguns tipos de macacas procuram os machos durante o estro mas preferem as fêmeas no resto do ano, acumulando assim sexo procriativo e recreativo:)." JMV

mas ~~ no reino dos ( animais ) humanos,

as fêmeas podem juntar o útil ao agradável - preferindo os machos o tempo todo - na exacta medida em que estes lhes " dêem " a possibilidade efectiva de acumular sexo procriativo e recreativo ~~ coisa desmasiado complicada senão mesmo impossível aos macacos e outros machos com falta dessa capacidade - essencial ao sexo recreativo - que é a inteligência!


E se isto não faz a diferença entre as fêmeas humanas e as fêmeas macacas,

pelo menos, reforça a diferença entre uns e outros machos - os inteligentes e os mesmo nada inteligentes!

Não sabia que as macacas eram assim tão espertas :) e já agora ?

e ainda que mal pergunte :

e os macacos ? não gostam de sexo recreativo ? ou não precisa~m de recorrer aos outros macacos para tal ? agora fiquei curiosa ~~

yes! my love! disse...

~~ coisa demasiado complicada, se não mesmo impossível, aos macacos e outros machos com falta dessa capacidade - essencial ao sexo recreativo - que é a inteligência!~

assim é que é ~~