terça-feira, julho 28, 2009

Once upon a time.

E eu lá expliquei - confessei? - pacientemente que a geração de 60 no Porto não usava flores no cabelo, mal conhecia os Jefferson Airplane e praticava o amor livre..., depois do casamento:).
Outra mão levantando-se, teimosa, entre mim e o regresso a casa.
- As festas de garagem eram assim tão boas? Os meus pais quase choram no ombro um do outro se falam nelas!
Rosto miúdo, vestido menineiro, olhos atentos, voz firme, o namorado devia andar a toque de caixa...
Como eu andava:). Mas nas festas de garagem, se não havia pecados por julgar, tu abrigavas o rosto no colo do meu pescoço e ao longo dele subia a voz rouca que os outros desconheciam e eu lembrava de madrugada, não se pode ter tudo, a recordação abria o riso nervoso dos neurónios de par em par mas fechava-lhes a porta do sono ou transformava-o em desdobramento apimentado, credo!, como se pode acordar tão deliciosamente exausto?
Tu dizias que tinhas de estar cedo em casa, dobravas a cabeça para trás, "vamos?". A beira-rio. A tua mão na minha face, "vem cá". E eu, de tão obediente!, quase me antecipava à ordem e procurava-te os lábios...
A rapariguinha, severa e à espera. Mas explicar-lhe como? Por descargo de consciência,
- Ainda se dança slows nas discotecas?
(Porque não a valsa, Júlio? O fandango, o quick step? Por amor de Deus...).´
- Eram fixes.
E pirei-me.

26 comentários:

ana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Su disse...

...a recordação abria o riso nervoso dos neurónios de par em par mas fechava-lhes a porta do sono ou transformava-o em desdobramento apimentado, credo!, como se pode acordar tão deliciosamente exausto?
....

amei.. o riso nervoso dos neuronios....e a exaustão:)

jocas maradas ...smepre..de tempo

andorinha disse...

Também amei:)

"...como se pode acordar tão deliciosamente exausto?"

:)

"Como eu andava..."
E fazia/m ela/s muito bem, afinal não são as raparigas sempre mais precoces e maduras?:))))))

Belos tempos!
A maltinha dos vintes não vai perceber nada dsto, mas também não se pode ter tudo, né?:)

Augusto disse...

Ó se percebo,como percebo!
É maravilhoso acordar deliciosamente exausto,banhado de Amor,untado de Paixão.

Amo-a muito...muito.

Eva Gonçalves disse...

Há coisas que, mesmo por descargo de consciência, nunca serão entendidas por quem nunca passou por elas...
:)ah.. de festas de garagem(no meu caso era mais log cabbin, mas vai dar ao mesmo)...I remember... yum,yum...

Anónimo disse...

Gosto mais de o ler a falar de amar. Quando fala de política é realmente muito bohring…
Não há diferença nenhuma. Quando é paixão, é igual hoje como ontem, na garagem, no carro, dentro ou fora de casa. O resto do mundo não existe. E não há coisa pior e melhor ao mesmo tempo, mas muito má mesmo. Perder o controlo do que se sente é assustador. Dar ao outro um poder absoluto sobre nós é terrível. Por isso, a tal linha de fronteira é essencial para a nossa subsistência. A paixão é péssima de tão sublime. Invade as nossas fronteiras com um terrorismo que não desmobiliza. E um dia tudo aquilo em que acreditamos é língua morta. Não temos qualquer controlo sobre nós. Não há nada mais assustador. É mesmo o pior que nos pode acontecer. E no entanto….”Mais vale experimentá-lo que julgá-lo”.

lobices disse...

...Profe: isto não se faz... fazer recordar esses tempos...........
...meu primeiro baile: tinha 15 anos... ano de 1960... não era preciso saber dançar... a magia estava no slow, no sentir o corpo e a cabeça encostada no ombro...
...isto não se faz, Profe...

andorinha disse...

Lobices, tá calado, homem:)))
Eu também já lhe disse o mesmo, é muita nostalgia junta e o corpo e a mente não aguentam:) Loooool

De qualquer forma fomos uns privilegiados por vivermos esses tempos.
Só nós, os "velhotes":) sabemos do que estamos a falar.

ana disse...

Nem tudo eram rosas. Andávamos às cegas, agora andam esclarecidos. O corpo antecipava-se ao conhecimento, hoje o conhecimento antecipa os pedidos do corpo. A adolescência sempre um pau com muitos bicos…

A Menina da Lua disse...

Oh professor que belas lembranças!:)

A descoberta dos primeiros amores é algo indefinível...A mistura é virtuosa e quase mágica: bastante ingenuidade, muita generosidade, uma ponta de mistério e um enorme furor no sentir...:)

Mas concordo um pouco com a Paula: "andávamos às cegas" aliás como todas e qualquer adolescência...porem com regras e limites bem mais definidos e "justiceiros" que para um jovem de hoje seria qualquer coisa de inverosímil...

Dá para sentir saudades do "estado de graça" desses primeiros e antigos amores sim! no fundo, sempre os transportámos nesta longa caminhada até aqui assim chegarmos...

Cê_Tê ;) disse...

Essa do "pirei-me"... soa a "cagufa" ;P
Boa nôte. ;)

andorinha disse...

Paula,

"...agora andam esclarecidos."

Não me parece...basta ver a quantidade de gravidezes adolescentes. Crianças de 12/13/14 anos que se vêem, sem saber como, com um bebé nos braços.
Um destes dias vi uma reportagem que me arrepiou.
Todos sabemos que estes casos existem, mas ver as carinhas em concreto, saber das histórias de vida, saber das vidas para sempre "arruinadas" marca ainda mais.

Como dizia uma delas no final da reportagem do alto dos seus 15 anos:): "namorem, curtam, mas tomem precauções."

Mas como, se falar em "educação sexual", preservativos e afins leva os meninos a querer fazer sexo???????

No "nosso tempo":))))) andávamos às cegas, dizes tu.
E diz lá se não é bom, tactear, descobrir quase de olhos vendados...ainda hoje isso é bom se nos apetece:))))))



Cêtê,

A menina abstenha-se que este post não é para a sua idade:) Loooooooooooooool

Jinhos.

ana disse...

andorinha, os meus filhos têem 12, 14 e 15 anos e alem de os acompanhar a eles na escola, também acompanho os grupos em que estão inseridos, quer na escola, quer no desporto, reconheço que é um universo muito pequeno comparando com a realidade com que os professores vivem, mas fico sempre espantada com os conhecimentos que eles e os amigos têem e a abertura e naturalidade com que falam disso. também sei que têem tido muita sorte com os professoras que têem encontrado.
Também acredito que o conhecimento acelere a vontade da descoberta e os faça deparar com situações para as quais ainda não tenham amadurecimento psicológico (se é que lhe posso chamar isso, mas não me ocorre outro termo) para gerir. é impressionante como os rapazes são assediados pelas raparigas da mesma idade e mais velhas.

realmente no «nosso tempo» (acho que somos do mesmo) andávamos às cegas, pode ter sido poético, romântico, para a maior parte das pessoas. para mim não foi, mas eu não sou regra. não tenho saudades.

Fora-de-Lei disse...

A descrição do Professor está incompleta. Faltou referir que, depois de tanto "esfreganço", um gajo chegava a casa com uma dor nos tomates que até custava a andar... ;-)

E para se poder adormecer em "paz e sossego", lá vinha a célebre luta desleal dos "cinco contra um". Tempos deliciosamente (?) miseráveis. Hoje em dia a malta curte com as chavalas, "afia o lápis" e está a andar de mota. Não há dores de tomates para ninguém resultantes de horas a fio em continência permanente. De pau feito, só os santos...

ana disse...

ora fdl, aí está uma visão bem masculina da coisa... ;-))))

Tangerina disse...

... eu lembro-me de um slow no baile do liceu em que o meu parceiro (que eu mal conhecia) tremia todo abaixo da cintura e eu sem perceber porquê. Um mistério insondável que assim se manteve durante muito tempo... :-))

andorinha disse...

Paula,
Estamos a falar de realidades diferentes que coexistem no mesmo tempo e espaço.
Não contesto que haja miúdos com imensa informação e que falam de qualquer assunto com imenso à-vontade.
Mas depois há a outra face da moeda, para além de todos sabermos que informação só não chega.

E não falei enquanto professora, não tem nada a ver.
Aliás em férias nem me quero lembrar que sou "isso":)))
Falei tão só enquanto cidadã sempre atenta ao mundo que me rodeia:)

Quanto às vivências do "nosso tempo", cada um tem as suas, pessoais e intransmissíveis:)

FDL,
Loooooooooooooooooool

Tadinhos de vocês...
Sobreviveste, não sobreviveste?:)

Tagerina,

Loooooooool Loooooooooooooooooool
Estava com frio, moça:)))))

CrisTina disse...

Era diferente, mas nem por isso menos intenso...

Bartolomeu disse...

A propósito de bailes de garagem:
O grupo de amigos do Amâncio organizava sempre que possível um desses bailaricos a que o Amâncio se furtava sempre.
Os amigos intirgados com tanta objecção, cercaram-no certo dia, obrigando-o a confessar-lhes o seu segredo.
-É que... não posso sentir o corpo de uma rapariga encostado... ahhh... o malvado lá de baixo ganha de imediato tamanha rijeza... sinto-me envergonhado...
Já podias ter dito, opina de imediato um dos amigos mais experientes, sei de que modo vais poder ir ao próximo baile que for organizado, sem correres esse "risco".
No dia do baile seguinte, a conselho do amigo, o Amâncio segurou "o-de-lá-de-baixo" com uma fitinha de nastro atada à volta da perna.
Na primeira dança, o Amâncio receoso da eficácia do «amanho» dançou ainda mal tocando o corpo da rapariga. Apesar da intumescência, nada saltou do local onde fora amarrado.
Na segunda música, já confiante, Amâncio convida uma menina linda para dançar. Mal começaram ela pergunta-lhe o nome. Amâncio responde ele seguríssimo, enquanto lhe cinge a cintura e lhe penetra o olhar. Alem de beleza, o corpo da dançante menina possuía requebros de uma sensualidade extrema. Tão explusivo coqueteil, originaram um aumento perigoso da tumefacção... a fitinha de nastro cedeu e a dançante menina sentiu que algo forte, latejante e saborosamente ardente se instalara repentinamente entre as suas côxas.
Num suspiro semi-desfalecido, pergunta-confirmando «Oh... Amâncio».
Amanse-o a menina se fôr capaz... eu, já não consigo fazer nada deste malvado!

Eva Gonçalves disse...

rrrrssss é caso para dizer Bartolomeu, tanto trabalho por uma coisinha de nada...

Bartolomeu disse...

Mas... não são as pequenas coisas da vida as mais importantes, Eva?
;)))

Eva Gonçalves disse...

:) Absolutely! Although...aparently, size doesn't matter, though I've always thought a man must've made that up...

Bartolomeu disse...

man does many things but this ... is the nature that gives ... or give ... or does not.
;)))
Thank's google translate, fo the help!!!

Tangerina disse...

Bartolomeu e Eva,


:-)))

(batendo com o indicador na secretária e fazendo um ar sisudo)

jzjzjz... daqui a nada lembram-se de dijzer que a rapariguinha queria era levá-lo para ojz arbustojzjzjzjz...

Obrigada google trnajzlate pela ajuda jzjzjzjz

;-P

Bartolomeu disse...

Bom... é natural jzjz, que a rapariguinha queira jzjz que o rapaz queira jzjz levá-la para os arbustos jzjzjz...
majzzz pelo meio do proxexo jzjz ambos têm um catálogo de condixionantes jzjz xoxiaizzz e pexoaizzz que têm de benxer jzjz...jzjz...
no fim jzjzjz o arbusto é que está bem... ezzztá onde lhe compete jzjz e xe não for voyeur ainda benefixia jzjz dos abanões jzjz que lhe fajzzem soltar as folhas velhazzz...
;)))

Unknown disse...

Lindo!!!
Adorei este seu post
recordou-me coisas giras... nos anos 80 tb era um pouco assim
Festas na garagem e os slows eram a oportunidade para o primeiro beijo apaixonado...
mas já tinhamos passado a fase do jogo do "bate-pé", "quarto escuro" e "verdade ou consequência"... não acontecia literalmente nada para fazia o coração bater mais forte ;)

Tempos deliciosos!

Maria David