sexta-feira, março 29, 2013

Boa Páscoa, gente.

O céu chora, desesperado, em Cantelães. É um lamento que aceito sem surpresa ou escândalo. Educado por uma tribo de padres e ateus ecuménicos, capazes de se porem de acordo sobre princípios éticos que jamais precisaram de adjectivar, nunca vi a Fé ou a sua ausência como fronteiras entre as pessoas. Filho de Deus e do Homem ou apenas do segundo, lembramos hoje a morte de alguém que nos disse para amar o Outro como a nós mesmos. E alguns responderão que ultrapassaram a meta estabelecida – amaram filhos, netos, pais, avós, amigos ou amantes mais do que a si mesmos. Não o nego. A minha profissão é escutar, certas histórias de vida desconhecem palavras como egoísmo, ressentimento, vingança, sobranceria. Mas como Humanidade, herdeira no seu todo de tão magnífico sonho, esquivo por alheio à nossa natureza, em que as sombras pedem meças à luz, não estivemos à altura de tão grande Paixão. Bom seria que não nos refugiássemos na auto-piedade estática do remorso ou na indiferença cómoda de quem não acredita. Olhemos em volta. Para tentar mudar um cisco deste mundo, mecanicamente selvagem mas com donos de carne e osso, que tritura os mais fracos para “os proteger”, não é preciso acreditar em Deus - basta crer que ainda somos capazes da mais elementar decência solidária.

232 comentários:

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Unknown disse...

Janita,

Depende por onde se anda. A fraqueza era tanta que lá tive que que fazer como o beija-flor. Colher as flores das rocas e expremer o mel.

http://en.wikipedia.org/wiki/Hedychium_gardnerianum

Janita disse...

Pedro.

Ainda não aprendi a colocar links nos comments, sorry!

Um dia lá chegarei!!

Do 200 gostei segui o link e entendi bem a mensagem!:)

Do 201, mais, mais recente (?) fiquei com a pulga atrás da orelha...!

andorinha disse...

Pedro,

A Bea já te contagiou com o mel?
Melados...:)))))))))))))

Unknown disse...

Janita,

A este lugar: http://2.bp.blogspot.com/-TB_S3_QZ8hA/UUY_d6seSlI/AAAAAAAAAFU/u6qLTL1qoao/s1600/F1000011.JPG

Estacionasse na Fazenda das Flores e segue-se o caminho a pé até lá abaixo.

O caminho "201", é entre a Fajazinha e a Fajã grande antes de passar pela Aldeia da Cuada.

E no fim do almoço recomedo um banho no Poço do Bacalhau que fica a caminho da Ponta da Fajã.

Nas Flores.

Caidê disse...

Afadigada, fogem-me as palavras, fico ausente delas.
As notícias e o quotidiano têm trazido vazio temperado com coisa nenhuma.
Ouvir ainda oiço. Ler, um pouco. Ensimesmar outro tanto.
Não há verde, apenas desconforto.
Por mim, partiria arpara outros mundos, outros parceiros, outros mercados. Há alturas em que é o divórcio a solução mais saudável.
Preparar novas alianças, empresariar as forças que ainda estão vivas e deixar planificadamente o Euro e o projeto UE. Destruiram-no quando o fragmentaram em dois mundos, cada um em sua latitude, cada um no seu trem, a vapor talvez uns tantos, em grand vitesse talvez outros poucos. É altura de fazer o transfer - não está incluido no preço da tarifa. Mas há que levar bagagem - alguma de que lançar mão. É chegado o tempo de "começar de novo". Como amantes de partida, mas preparados para largar, para rumar em novos destinos.
Ainda ouço. Ouço música. Mais a que ainda me brota de um qualquer lençol subterrâneo a que chamaria profundo rio da imaginação, do sonho e da crença.
Ainda tenho vontade, essa vontade ainda capaz de dar locomoção à vida por viver num lugar por reconquistar a estes mouros neocontemporâneos, podres como holocaustos desarmados.
Abraços para todos os que se achem ainda c

Caidê disse...

construtores de uma nova civilização, de uma nova civili-cidade.

Unknown disse...

Andorinha,

A bea picou-me duas vezes e nunca mais a vi. Só ficou o veneno! Mas já passou.

rainbow disse...


Agora tocaste-me Caidê, no fundo do coração.
Também ouço música e sonho com uma nova civilização, em que o humanismo prevaleça sobre os mercados, a ganância e a má fé.

bea disse...

João Pedro

não digas mentiras que te cresce o nariz.Nunca me viste. E muito menos quando armo em ouriço cacheiro.

Anfitrite disse...

Estou a ouvir a "Quadratura do Círculo" e fico louca.

Como é possível esta quadrilha, Tríade+governo, agir desta maneira? Usam de tudo para levar a água ao seu moínho. Deviam ser mortos! Agora proibem o regular funcionamento das Instituições e o pr não faz nada? Como chegámos até aqui?

http://www.tvi24.iol.pt/503/politica/tc-despacho-gaspar-despesas-ministerios-campanha/1438024-4072.html

Unknown disse...

Bea,

Estava a falar de picadas de vespa. Que ao contrário das abelhas, não largam o ferrão e assim continuam a picar.

bea disse...

Caidê e Rain

juro que não sei a solução. Não tenho alternativa como Seguro afirma ter(e desconfio que esteja como eu). Cada vez mais na beira do abismo e a dar passos em frente. Desanimo mesmo.

Anphy

desculpe, pensei que fosse como eu, e escrever a fizesse sentir melhor. Quem é que falou em editar? Escrever alivia a alma, põe-nos as ideias em linha e impede-nos o esquecimento do que escrevemos.

João Pedro

que raio é isso de eu dizer uma coisa no post e outra nos comments? tás variando...só pode. deve ser do verde da Fajã.

Janita disse...

Ó Pedro, mas essa imagem é o Paraíso na Terra. Não resisti a ficar-lhe com ela.
Desci a pé, até lá em baixo, mas não consegui distinguir a Fajazinha da Fajã grande, nem encontrei vestígios da Aldeia da Cuada!
Não almocei, nem tomei o banho no Poço do Bacalhau.:(

Será que esse Paraíso ficará algures por estas bandas?

http://www.youtube.com/watch?v=l7NTAwecEPA.

É que aqui nunca fui feliz e gostaria de ser. Quem sabe um dia?

bea disse...

Anphy

Chegando. E é o que se vê.

Pedro
Acerca de vespas:

a boa memória, "Vespa!" "vespíssima!"

a má memória, é uma picada muito bera, dói muito.

sou mais abelha que vespa. por várias razões.

Retiro-me. Com licença. Boa noite :)

Janita disse...

Já descobri! É esta!

http://www.acorestube.com/video/798/Faja-Grande-e-Fajazinha--Flores#video

Janita disse...

Não vá ainda embora, Bea!

Veja isto primeiro e dormirá melhor.

Caidê disse...

Rain
É este meu estado das coisas inside que me tem mantido longe das palavras e por via delas de vós também.

.........

Grande Professor - desta, o meu "velho" professor Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo.
Não pensa nada só com metade dos neurónios vê é muito à frente...

Lobo Xavier perdido - não sabe refletir, só sabe ler despachos, leis, artigos e pontos de artigos. Da mesma maneira que o VG só lida bem com Excel e se pudesse escolher uma Língua Materna falava Deutsch.
Ou não será isso quanto a Lobo!... Quiça a ascensão de PP talvez lhe traga elevador também.
Depois, Lobo vira a conversa para matéria da esfera do pessoal, converte pensamento sociopolítico em senso comum sobre emoções humanas - psicologizar é preferível a pensar sobre coletivos. É menos perigoso - sabemos! Torna a matéria pequenina e pobre. Desvaloriza o assunto, insulta os locutores.
Estratégias de trazer por casa, Sr. Lobo - por mim, já o ouvi falar aparentando licenciatura mais bem tirada.

Unknown disse...

Janita,

Quanto à pulga atráz da orelha. O melhor é mesmo usar coleira ou como substituto uma imagem bem conhecida!

http://2.bp.blogspot.com/-UyjNjGmIM8Q/UWSB0WKCT6I/AAAAAAAAADQ/SlzEuU1xS_Y/s1600/DSC_0014.JPG

Unknown disse...

Beijos e uma boa noite
Para todos

Anfitrite disse...

A Europa está onde Thatcher nos pôs
por FERREIRA FERNANDESOntem48 comentários

Ontem morreu um erro político. Margaret Thatcher teve também méritos e o maior foi ter posto na ordem os poderosos sindicatos de então, forças conservadoras. Ainda na esteira dos méritos, assinalo outro, que é notável num líder em democracia (em ditadura é fácil): era corajosa, a senhora. Graças a esses méritos, ela tirou a Grã-Bretanha da crise económica em que estava mergulhada e deixou de herança aos britânicos, de todas as classes sociais, uma relação mais saudável com o capitalismo - afinal, o sistema em que eles viviam, vivem e irão viver (até prova em contrário). Méritos, pois, alguns e fortes. Mas completamente derrotados pelo erro. Santificar o mercado, e para deixá-lo livre desregular os serviços financeiros, tornou Margaret Thatcher a mãe das crises atuais. A Europa está onde Thatcher nos pôs.

NOTA - Há dias, comentei aqui uma notícia publicada sobre duas deputadas da comissão parlamentar de Saúde que teriam felicitado o ministro por um feito que não o era, mas, isso sim, a invenção de um comunicado falso, do 1.º de Abril. Ironizei sobre elas terem caído na esparrela. Uma das deputadas, Isabel Galriça (CDS), fez-me saber que felicitara, sim, o ministro, mas por factos publicados num comunicado verdadeiro da Associação Regional de Saúde do Norte. Porque este comunicado existe e porque a Isabel Galriça diz que era a ele que se referia, a minha crónica foi despropositada. Eu devia ter ido fazer ironia para outro lado.



Anfitrite disse...

O triunfo do cansaço

por VIRIATO SOROMENHO-MARQUES08 abril 2013

Na célebre conferência sobre o inquietante destino da Europa, proferida em 1935, o grande filósofo judeu Edmund Husserl advertia: "O maior perigo da Europa é o cansaço." Ontem, o discurso do primeiro-ministro (PM) espelhou uma zangada fadiga. Em vez de usar a independência do Tribunal Constitucional (TC), traduzido no seu acórdão contra o OE, como um argumento de legitimidade democrática perante os credores, o Governo prefere transformar o TC no bode expiatório dos resultados negativos de uma governação que assumiu com alma e coração o ultimato dos credores em vez do interesse nacional. Ao recusar reconhecer que os maus resultados dos indicadores económicos se devem à falta de lucidez política e ao improviso técnico do programa de ajustamento, o PM mostra bem como o risco de falência que ameaça Portugal envolve não só as finanças públicas, mas as próprias instituições e valores democráticos. Ao longo dos últimos dois anos, este Governo desperdiçou todas as oportunidades de participar com voz própria no debate sobre o futuro da Zona Euro, tentando contribuir para uma frente de países capazes de fazer face à Alemanha e seus aliados. O Governo Merkel já mostrou que não percebe a força das razões. Seria necessário mostrar-lhe as razões da força em favor dos interesses europeus comuns. Mas nada disto acontece. Em Lisboa, mas também em Madrid, Paris e Roma, parece não existir um único estadista. O PM pede, ameaçadoramente, um consenso para continuar numa rota que consiste em colocar Portugal a fingir- -se de morto, sem pestanejar, perante as abomináveis exigências do diretório. Na fadiga da política, alimenta-se a crise com um novo e perigoso vigor.



Janita disse...

Caro Pedro Barbosa.

Escolhi a imagem, mas não como substituto à coleira anti pulgas.

Curiosamente, levou-me por um caminho bem meu conhecido e que lhe quero oferecer, retribuindo a sua amabilidade, mau grado as poucas horas de sono que terei esta noite, já que andei à pesca no meu blogue. Erro meu, que devia ter apenas meia-dúzia de etiquetas.

http://francis-janita.blogspot.pt/2010/10/amizade_31.html

Eugénio de Andrade, num poema igual ao publicado por si, posterior ao meu e:

http://francis-janita.blogspot.pt/2011/04/por-esse-rio.html

As "minhas" pontes sobre o Rio Douro, onde pode ver uma muito semelhante, senão igual, àquela que tão generosamente me ofertou, como alternativa à coleira.

Desejo-lhe uma boa noite, sem pulgas, como é obvio!!!

Anfitrite disse...

Caidê,

Também vi, ouvi e gostei. Já tinha deixado mais atrás um comentário "em directo". Não se esqueça que o Lobo Xavier está a tratar da "reforma do IRC".

Já agora mais um parecer in Jumento:

O estado a que isto chegou

Em Portugal o debate já não é uma questão política ou financeira, é um problema de higiene, começa a cheirar a ditadores em adiantado estado de putrefacção. O problema já não é de direita ou de esquerda, é de incompetência, de espírito vingativo, de má fé, de desrespeito pelos princípios mais elementares da democracia. Os ministros já se vingam do país só porque o TC fez o que lhe cabe, fiscalizar a legalidade das leis.

Temos ministros que não percebem que um acórdão do TC é muito mais do uma multa de trânsito que podia ter passado.


pode ser que alguém acrde antes de eu morrer de cansaço.

Bea,

Eu também escrevia muito, mas até esse hábito tive de perder, porque todas as minhas fechaduras eram rebentadas. Mesmo tendo aprendido estenografia, os últimos manuscritos, pu-los debaixo da torneira, para ninguém mais os ler.
Até a correspondência que me vinha dirigida era lida antes de me chegar às mãos, e alguma até destruida. As cartas mais lindas que recebi, para perservar algumas, tive de de lhes reduzir o tamanho, metê-las num saco de plástico e, imagine, meti-as no burado da saída da chaminé, porque nessa altura, não havia exaustores.
Aos poucos vou-lhe contando instantâneos da vida real, que perduraram para sempre.

Janita disse...

Esqueci-me de acrescentar que cheguei aos posts, através da sua foto:

1.

512 × 512 Murcon: For murconics only. Bom Natal:).

murcon.blogspot.com/2012/12/for-murconics-only-bom-natal.html
23 dez. 2012 – Os Amigos Os amigos amei despido de ternura fatigada; uns iam, outros vinham, a nenhum perguntava porque partia, porque ficava; era ...
2.

512 × 512 Murcon: Sorte a dele, se é fitado por um olhar que apaga neblinas:).
murcon.blogspot.com/.../sorte-dele-se-e-fitado-por-um-olhar-que.ht...
16 dez. 2012 –
Noite Até de madrugada falámos e bebemos, não interessa onde nem quais os assuntos. Sobre as nossas palavras calado o firmamento e ...

Janita disse...

Anfitrite.
Peço-lhe desculpa pela ousadia, mas não tem outro nick name e outro blog?
É que conheço um/a blogger que escreve no mesmo estilo, ao ponto de levar os assuntos e as pessoas à exaustão.

Unknown disse...

Bea,

Há coisas dificeis de explicar, tem que se enrolar muito papiro.

Janita e Anfitrite,

Volto a repetir: "A culpa é do papel higiénico, ninguém consegue deixar uma folha em branco"

http://2.bp.blogspot.com/-DADXGOLposQ/UWTBKywvmiI/AAAAAAAAADk/JBm-s5rIg0g/s1600/DSC_0724.JPG



Unknown disse...

Bom Dia;)

Ontem já me estava a passar com o desenrolar do papiro. O link da fotografia é o mesmo a legenda teve que mudar...

"A good example of an invention that bring to life just benefits"

bea disse...

Anphy!!!

não a imaginava com a importância de uma Mata-Hari. Lêem-lhe as cartas, e tudo o que escreve?...

Admiro-a. Sou incapaz de fazer isso a qualquer coisa que me escrevam ou eu escreva. Bom, não é bem assim, por impulso rasgo umas coisas; nesses momentos, o que me esteja debaixo do nariz tem breve fim:).

Gosto dos seus instantâneos, Anphy. Ainda que os não entenda e por vezes me seja impossível destrinçar realidades factuais de imaginárias.

Estou em consonância com o Zé Viriato, que é uma pessoa isenta e muito capaz de análise política, ainda que não atire fogachos nem peça meças. A qualidade não precisa de enfeites. Basta-lhe o ser.
O jumento também bate na mouche. Mas a coragem do Zé é diferente.

Pedro

deixa, não expliques. os inexplicáveis também existem.

e sejam felizes

Unknown disse...

Bea.

Pode-me dar um exemplo ou remeteu para 10 de Abril?

Anfitrite disse...

Bea,

Nada do que eu escrevo é imaginação. Há um termo que eu não quero usar, mas garanto-lhe que não sou, mesmo. A minha realidade tem sido bem mais dura do que eu a pinto.

Hoje já não me lêem porque estou sozinha. Mas por ter passado por isso, fui incapaz de ler um papel que não me pertencesse e limitei-me a acreditar nas pessoas. Até nisso tive azar, porque fui enganada, à grande e à francesa. Eu pressentia, mas não queria ver.
No entanto até hoje sobrevivi. Acho que o pior já passou. Só espero é não vir a sofrer muito, fisicamente. E há uma coisa que eu não admito: É que duvidem de mim!
Nem gosto de mentiras piedosas. Por isso trato as coisas pelos nomes e até fico irritada(?), quando oiço dizer nos media: morreu de doença prolongada. Não gosto de eufemismos.

E se lhe contasse as histórias com telefones, ainda ficava mais admirada. Mas isso são apenas pormenores. E o que me chateia no meio disto tudo, é que o raio da sensibilidade, não diminuiu, nem um bodadinho. Nem posso dizer que sou dura como a urze(Torga). Nem sou daquelas que dizem: "Antes
quebrar que torcer". Sou muito flexível. Não cedo nos princípios, mas deixo os outros imporem a sua autoridade, para depois eu lhes dar a volta, à minha maneira, quando o assunto vale a pena. Também lhe digo que não tenho preço e nem de borla me dou. E, às vezes, até me sinto culpada por não ter estado presente em algumas situações que poderia ter sido útil, mas não estive porque não dependia de mim.
Os defeitos também sâo muitos. Parecer dura como aço, que não sou, ser bruta a dizer as coisas, quando vejo chicos-espertos, por isso numa me meti na política partidária. E hoje poderia estar muito melhor, sem ter prejudicado ninguém. Bastava ter recebido o que tinha direito. Não ter a força suficiente por lutar por um ideal. E não conseguir ser meiga com as pessoas, ou melhor dizendo, melíflua. A minha mãe dizia que quando eu era pequenina, limpava a cara quando me davam um beijo. Não sei se seria por ficar lambuzada. O certo é que hoje não me lembro de tar levado um beijo, a não ser aqueles vulgares de despedida e só em viagens longas. Não agradecer nada, só para ser bem educada, etc. Só faço o que sinto. Fico-me por aqui.

Janita,

Não tenho outro blogue. Como disse não gosto me me expor, embora não pareça. Mas se exite algum assim gostava de conhecer e pode usar o meu endereço, para dizer qual é, porque aí, eu ficar-lhe-ía agradecida. Sabe eu agora não quero deixar as pessoas adormecerem, porque precisamos de muita força.

Abraços para quem quiser. Fiquei mais gentil depois de me ter exposto.

Anfitrite disse...

Bea,

Esqueci-me da Mata-Hari. Eu não era importante, nem fazia espionagem. Tinha apenas valor para quem me lia e que não queriam que alguém pudesse ter alguma coisa a apontar-me. E porque lhes era útil também.

bea disse...

Olá Anphy :)
Obrigada por me responder.

Assim, de uma forma geral, até parece que também me descreve. Desconheço se a minha realidade será “ mais dura do que a pinto”. Se a pinte, serei sincera, talvez; a explanação das queixas não me resolve a vida e é tentação a que procuro não ceder com frequência.

Julgo que ainda confio nas pessoas e tb sou incapaz de ler qualquer escrito privado que me não seja dirigido, ainda que me esteja ao alcance da mão; “custa-me os dias da vida” pensar que alguém leia o que escrevo sem lhe ser destinado. E isto me lembra dificuldades a que resisti. Não sei como.
Lamento que lhe tenham feito o mesmo, Anphy. Mas antes de culparmos a desconfiança dos outros temos de saber se não a merecemos. Isso muda muito o sentimento com que se fica :) Pode crer que será sempre mais fácil se a Anphy for inocente. Mas, seja o que seja, passou. Gosto de si tal como a conheci (depois de se despir daquela farpela de autossuficiência que me assustava) e com tudo o que tem lá dentro. De bem e mal. E assim-assim.

Não me senti enganada, salvo em questões profissionais. Mas pode que.

Doença prolongada é cancro. E ponto. Não é bem uma mentira, mas sinaliza o medo civilizacional do bicho:)

Não admite que duvidem de si? Mas, Anphy, há-de ver que as suas histórias são por vezes um bocadinho inverosímeis. E nós a conhecemos apenas da escrita. Não nos dá vez? Bolas. Que os meus amigos duvidem de mim, ofende-me; pessoas que me não conhecem da mesma forma acho natural.

O que mais gosto em si é essa sensibilidade que não morre e a aborrece. Para quê ser como a urze? Julga que Torga foi mais feliz por isso? Por não ser capaz de tanta coisa que queria dizer e talvez não disse? Ele era urze, sim. Mas nem sempre por vontade.

Eu gostaria de ser assim flexível. Admiro-lhe tal qualidade, as pessoas flexíveis são mais sábias que as outras; no viver prático e teórico. Penso que luto por isso, sem grandes resultados práticos, diga-se.

Ninguém tem preço, Anphy. Quem se vende só se ofende. Mas damo-nos aos outros por amor a eles; e neles nos amamos a nós mesmos. E é assim em todo o tipo de amor. O mesmo. Que se repete: com pais e filhos, amantes e amigos. E etc.

“Poderia estar muito melhor sem ter prejudicado ninguém”? Não sabe. A vida de toda a gente poderia ser diferente da que foi. Se... eu hoje estaria com mais desafogo económico e também não teria prejudicado ninguém. Mas o meu pensamento seria outro, arrisco que muito diferente. Talvez até fosse mais feliz, seria menos esclarecida. Mas prefiro as angústias da realidade aos nenúfares do lago. Coisas.

E porque não recebeu aquilo a que tinha direito? Foi injustiça que lhe fizeram?

Lutar por um ideal…o pior disso é que não existem. O melhor, que fazem falta. O necessário, que os adaptemos a nós e os transformemos no possível. Fazermo-los valer a pena. Não consegue isto? Não acredito.

Parabéns por não conseguir ser melíflua. É uma parvidade. Não vejo porque encara como defeito. Detesto dar beijos sem mais. E entendo muito bem as crianças.

Beijar quem se gosta é um extraordinário, Anphy. Deve treinar :) não acredito que só se lembre de beijos de despedida e em viagens longas. Tem que ter família, gente de quem gosta. É que os beijos, embora diferentes, têm um ingrediente comum que é o que mais conta: são carinhosos, têm alguma espécie de amor dentro, e isso alimenta-nos um certo vazio permanente que não sei como se chama; mas creio que nos seja necessário que exista.

E pronto. Oh, já escrevi demais outra vez.

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