Uma semana que foi, musicalmente, inspirada. Gostei. E para a meditação do serão, para a semana: http://revoltadaspalavras.blogspot.pt/2011/10/trapeira-do-job.html
também gostei do blog que deixaste às 10:26. Só não entendi por que razão na caixa de comentários aparece além do nosso, o endereço de um amigo.
Mas é curioso, porque quem escreve julga que aquelas medidas de poupança europeia - não as restringe a Portugal – se extinguiram. E bem se vê que não pertence nem à enorme classe mais baixa e nem sequer à grande fatia da média baixa. Aquelas coisas continuam a fazer-se:) salvo, talvez, virar os punhos e os colarinhos das camisas e apenas porque sai mais caro - os arranjos de costura são pagos à hora e não compensa - ;compra-se em outlets e afins:)
Mas onde é que esta gente vive?! Onde é que vive este quarto de Portugal que não sabe que na casa dos mais pobres e dos remediados mas pouco, tudo continua a aproveitar-se e não há restos de refeições deitadas fora? Roupa velha...tanta coisa se faz com os restos, incluindo comê-los tal qual.
Bom, mau governo sempre houve quem. E sim, talvez haja que educar de novo para a parcimónia. Mas tanta gente que não a abandonou. E nunca viveu acima das suas posses por serem elas tão curtas ou não querer dívidas sem destino e impossibilidade de pagamento.
Estes artigos impressionam-me. Clarificam o abismo que separa os portugueses entre si. Oh, tá bem, sou um bocado idealista; é verdade, há quem tenha embarcado em facilidades sem poder pagá-las. Talvez por respirar l’ air du temps. Mas tantos nunca o fizeram. Por vontade. Ou condição.
Boa tarde a todos:) Gostei muito deste bocadinho. A bem dizer estava mesmo com saudade do lugar que considero um bocadinho meu. Não é bem “um bocadinho meu”, é mais “tenho aqui uma cadeirinha disponível”, trouxe-a de casa:) e onde gosto de me sentar a ver as vistas, a pensar quanta vez, a distrair-me com conversas que até nem me pertencem ou momentos de música.
Eu acho que grande parte daquelas medidas de poupança se extinguiram. Muito pouca gente as fará ainda. Quando ainda adolescente vivia em Lisboa, havia senhoras que apanhavam malhas em meias de vidro, collants ou lá o que era. Lembro-me de uma que trabalhava em casa, um rés do chão, e lá estava ela à janela a coser malhas enquanto dava duas de treta a quem passava...
"Gostei muito deste bocadinho. A bem dizer estava mesmo com saudade do lugar que considero um bocadinho meu. Não é bem “um bocadinho meu”, é mais “tenho aqui uma cadeirinha disponível”, trouxe-a de casa:) e onde gosto de me sentar a ver as vistas, a pensar quanta vez, a distrair-me com conversas que até nem me pertencem ou momentos de música."
João Pedro, ainda bem que tiraste as rodelas de pepino dos olhos - pelo menos na imagem.
Andorinha
também trouxeste a tua cadeirinha de casa, como na escola paga, a gente ia e levava o banquinho de sentar:)
Então vamos lá a ver:
"Mas houve um tempo em que as pessoas se lembravam ainda da época da infância, da primeira caneta de tinta permanente, da primeira bicicleta, da idade adulta, das vezes em que se comia fora, do primeiro frigorífico e do primeiro televisor, do primeiro rádio e de quando tinham ido ao estrangeiro."
Nas duas classes sociais que referi tudo isto se lembra porque:
*a época da infância não esquece a ninguém *se haja uma caneta de tinta permanente, não é esquecível. *há sempre só uma bicicleta - se há (como não a lembrar?) *a idade adulta é sem data, estilo semi-recta, sabes quando começa *as vezes em que se come fora continuam a saber-se (considerando comer fora todo o núcleo familiar; os Macdonald´s não valem) *o primeiro frigorífico não sei mas do primeiro televisor, toda a gente se lembra; *o rádio, se houve, não se esquece * Há alguém que se esqueça de qual foi a sua primeira viagem ao estrangeiro? quantas só existem na idade adulta! (não conta a ida a Espanha na malchamada viagem de finalista do secundário)
Nota: ora bolas,Andorinha, o mundo evolui, já não se apanham malhas, felizmente os collants ganharam à meia de vidro; melhor que isso são as meias com liga incorporada que cola na perna e se lembra de descolar sempre nos lugares mais impróprios (a parte má de umas meiinhas tão sexi e confortáveis).
Quanto aos pivetes tiranos... dá-se uma coça nos pais.
Rain
Um dos teus poemas vai para uma Antologia? Um beijinho de Parabéns. É porque tem valor.
"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida"
Eles não sabem, mas nós sabemos.
Bea,
Houve um tempo...esse tempo já não existe. Tu achas que os miúdos se lembram da primeira bicicleta, do primeiro telemóvel, da primeira vez que jantaram num restaurante e por aí fora? A primeira bicicleta, o primeiro telemóvel são logo substituídos, como lembrar-se deles?
Mas como é que as pessoas que não têm dinheiro para pagar rendas de casa compram bicicletas novas?!
E, mesmo que o telemóvel seja substituído - que é - o primeiro não se esquece:)
Além do mais, não é porque substituímos as coisas umas pelas outras que elas deixam de existir para nós. A memória ordena por grau afectivo. Podes esquecer o telemóvel que foi segundo ou terceiro; mas não se esquece nada que tenha sido primeiro; salvo se és amnésica:))
É verdade que há um tempo que passou, onde a duração das coisas se prolongava até delirem, num exagero vital de quase post mortem que não era de gosto mas de miséria. Onde a maior parte do que falaste era factor desconhecido. Quantos nunca comeram fora com os pais; não se lembram de uma saída em família, porque saídas não havia; as bicicletas eram um luxo de rico; os cinemas nem se sabia que existiam, etc, etc). E não me parece que seja isso de repetir. Hoje, as coisas valem pelo amor que lhes temos, pelo hábito de olhá-las no lugar; são constituintes do nosso mundo e merecem-nos respeito. Não sei o que pensas, mas a mim me descansa saber que elas me esperam quietas, nem aflitas nem tristes, apenas ali. A gente pega-se também a esse mundo inanimado, rotina relaxante dos sentidos no possível de haver. A velhice, entre tudo que arrasta, traz a serenidade sobre a vida, o sofrimento e a sua incompreensão longitudinal.
É claro que resisto a mudanças e substituições o quanto posso. Farei mal. Ou talvez não.
16 comentários:
:)))
Fique bem.
Uma semana que foi, musicalmente, inspirada. Gostei.
E para a meditação do serão, para a semana:
http://revoltadaspalavras.blogspot.pt/2011/10/trapeira-do-job.html
Aquiles,
Não conhecia o blogue. Li o último post. Gostei. Voltarei lá...
Obrigada pela dica...
E por estares muito mais presente...:)
Abraço saudoso, amigo.
Vou...fiquem bem.
Quando o ser humano... Não se põem a inventar. Até consegue! Fazer coisas que parecem impossíveis?
Boa noite. Deixo um resto para amanhã. A contrariar o ditado.
durmam Bem
"AMANHA DE MANHA" DOCE
http://www.youtube.com/watch?v=XKHUSvk7v6g&feature=kp
Was Cloudy Your Sunday?
Bom Dia:)
Aquiles
também gostei do blog que deixaste às 10:26. Só não entendi por que razão na caixa de comentários aparece além do nosso, o endereço de um amigo.
Mas é curioso, porque quem escreve julga que aquelas medidas de poupança europeia - não as restringe a Portugal – se extinguiram. E bem se vê que não pertence nem à enorme classe mais baixa e nem sequer à grande fatia da média baixa. Aquelas coisas continuam a fazer-se:) salvo, talvez, virar os punhos e os colarinhos das camisas e apenas porque sai mais caro - os arranjos de costura são pagos à hora e não compensa - ;compra-se em outlets e afins:)
Mas onde é que esta gente vive?! Onde é que vive este quarto de Portugal que não sabe que na casa dos mais pobres e dos remediados mas pouco, tudo continua a aproveitar-se e não há restos de refeições deitadas fora? Roupa velha...tanta coisa se faz com os restos, incluindo comê-los tal qual.
Bom, mau governo sempre houve quem. E sim, talvez haja que educar de novo para a parcimónia. Mas tanta gente que não a abandonou. E nunca viveu acima das suas posses por serem elas tão curtas ou não querer dívidas sem destino e impossibilidade de pagamento.
Estes artigos impressionam-me. Clarificam o abismo que separa os portugueses entre si. Oh, tá bem, sou um bocado idealista; é verdade, há quem tenha embarcado em facilidades sem poder pagá-las. Talvez por respirar l’ air du temps. Mas tantos nunca o fizeram. Por vontade. Ou condição.
Boa tarde a todos:) Gostei muito deste bocadinho. A bem dizer estava mesmo com saudade do lugar que considero um bocadinho meu. Não é bem “um bocadinho meu”, é mais “tenho aqui uma cadeirinha disponível”, trouxe-a de casa:) e onde gosto de me sentar a ver as vistas, a pensar quanta vez, a distrair-me com conversas que até nem me pertencem ou momentos de música.
Só vim tomar um cafezinho ao balcão...:)
Bea,
Eu acho que grande parte daquelas medidas de poupança se extinguiram. Muito pouca gente as fará ainda.
Quando ainda adolescente vivia em Lisboa, havia senhoras que apanhavam malhas em meias de vidro, collants ou lá o que era. Lembro-me de uma que trabalhava em casa, um rés do chão, e lá estava ela à janela a coser malhas enquanto dava duas de treta a quem passava...
"Gostei muito deste bocadinho. A bem dizer estava mesmo com saudade do lugar que considero um bocadinho meu. Não é bem “um bocadinho meu”, é mais “tenho aqui uma cadeirinha disponível”, trouxe-a de casa:) e onde gosto de me sentar a ver as vistas, a pensar quanta vez, a distrair-me com conversas que até nem me pertencem ou momentos de música."
Penso e sinto igualzinhoooooooooo:)
Inté...
Rainbow? Como a "via"! É só paleio de encher. Um lembrança...
"fizeram os dias assim - trovante"
http://www.youtube.com/watch?v=4ebKuHv8574
Se estão nos próximos 20 minutos por aqui vejam o fim de tarde aqui na ilha. Piquem as várias câmaras:
http://www.spotazores.com/cams/lagoa-do-fogo
Andorinha:)
Obrigada pelos parabéns e pela canção, tão apropriada aos dias de ontem e de hoje. Atchim!!!:(
Aquiles
Obrigada pelos parabéns que deixou no andar de baixo. Pois, muito la Palisse indeed:)
Bea
Merci:) e não tens que pedir desculpa.
Pedro
Gostei da canção que me "ofertaste":)
E tudo leva a crer que um dos meus poemas vai parar a uma Antologia de Poesia. Recebi hoje a notícia, mas ainda não acredito.
Anfi
"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida"
João Pedro, ainda bem que tiraste as rodelas de pepino dos olhos - pelo menos na imagem.
Andorinha
também trouxeste a tua cadeirinha de casa, como na escola paga, a gente ia e levava o banquinho de sentar:)
Então vamos lá a ver:
"Mas houve um tempo em que as pessoas se lembravam ainda da época da infância, da primeira caneta de tinta permanente, da primeira bicicleta, da idade adulta, das vezes em que se comia fora, do primeiro frigorífico e do primeiro televisor, do primeiro rádio e de quando tinham ido ao estrangeiro."
Nas duas classes sociais que referi tudo isto se lembra porque:
*a época da infância não esquece a ninguém
*se haja uma caneta de tinta permanente, não é esquecível.
*há sempre só uma bicicleta - se há (como não a lembrar?)
*a idade adulta é sem data, estilo semi-recta, sabes quando começa
*as vezes em que se come fora continuam a saber-se (considerando comer fora todo o núcleo familiar; os Macdonald´s não valem)
*o primeiro frigorífico não sei mas do primeiro televisor, toda a gente se lembra;
*o rádio, se houve, não se esquece
* Há alguém que se esqueça de qual foi a sua primeira viagem ao estrangeiro? quantas só existem na idade adulta! (não conta a ida a Espanha na malchamada viagem de finalista do secundário)
Nota: ora bolas,Andorinha, o mundo evolui, já não se apanham malhas, felizmente os collants ganharam à meia de vidro; melhor que isso são as meias com liga incorporada que cola na perna e se lembra de descolar sempre nos lugares mais impróprios (a parte má de umas meiinhas tão sexi e confortáveis).
Quanto aos pivetes tiranos... dá-se uma coça nos pais.
Rain
Um dos teus poemas vai para uma Antologia? Um beijinho de Parabéns. É porque tem valor.
João Pedro, esqueci-me de agradecer, obrigada pelas músicas
Rainbow,
:)
"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida"
Eles não sabem, mas nós sabemos.
Bea,
Houve um tempo...esse tempo já não existe.
Tu achas que os miúdos se lembram da primeira bicicleta, do primeiro telemóvel, da primeira vez que jantaram num restaurante e por aí fora?
A primeira bicicleta, o primeiro telemóvel são logo substituídos, como lembrar-se deles?
Fiquem bem.
Mas como é que as pessoas que não têm dinheiro para pagar rendas de casa compram bicicletas novas?!
E, mesmo que o telemóvel seja substituído - que é - o primeiro não se esquece:)
Além do mais, não é porque substituímos as coisas umas pelas outras que elas deixam de existir para nós. A memória ordena por grau afectivo. Podes esquecer o telemóvel que foi segundo ou terceiro; mas não se esquece nada que tenha sido primeiro; salvo se és amnésica:))
É verdade que há um tempo que passou, onde a duração das coisas se prolongava até delirem, num exagero vital de quase post mortem que não era de gosto mas de miséria. Onde a maior parte do que falaste era factor desconhecido. Quantos nunca comeram fora com os pais; não se lembram de uma saída em família, porque saídas não havia; as bicicletas eram um luxo de rico; os cinemas nem se sabia que existiam, etc, etc). E não me parece que seja isso de repetir.
Hoje, as coisas valem pelo amor que lhes temos, pelo hábito de olhá-las no lugar; são constituintes do nosso mundo e merecem-nos respeito. Não sei o que pensas, mas a mim me descansa saber que elas me esperam quietas, nem aflitas nem tristes, apenas ali. A gente pega-se também a esse mundo inanimado, rotina relaxante dos sentidos no possível de haver. A velhice, entre tudo que arrasta, traz a serenidade sobre a vida, o sofrimento e a sua incompreensão longitudinal.
É claro que resisto a mudanças e substituições o quanto posso. Farei mal. Ou talvez não.
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