quinta-feira, agosto 07, 2014

Boa noite, gente.

23 comentários:

Caidê disse...

Só um miminho :)))

https://www.youtube.com/watch?v=LWVZ3ICRsCQ&list=UUDqfwLrmqoTkrhig1K_xhLg&index=43

Dia feliz, gente!

Pedro Costa disse...

Que saudades sinto de Sasseti :(
Noite do seu álbum Alice é... bonito demais.

andorinha disse...

Bom dia, gente:)))))





A ouvir...deliciada! Ainda fora do ninho...
Faço minhas as palavras do Pedro.


Beijinhos para vocês.

Impio Blasfemo disse...

Os fdp serão sempre fdp por mais que tentem convencer-nos que não são fdp e que tudo deriva da fdp da inevitabilidade.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/nunca-tantos-idosos-perderam-complemento-solidario-como-em-junho-1665774#/0

Saravá
Impio

PS – A ler, sobre o tema fdp, além do Luiz Pacheco, claro está….
http://www.recantodasletras.com.br/humor/11787

Caidê disse...

Impio
Os fdp vão todos para o Inferno. Bem merecem!

Professor
Sassetti ainda me é difícil. Podemos ter outro post hoje?

Abracinhos aos novos e velhos murcónicos.

andorinha disse...


Impio,

Claro que os fdp são sempre fdp por mais que se tentem travestir...


Here I am, this is me. There's nowhere else on earth I'd rather be...

https://www.youtube.com/watch?v=l1gcOUhI_UM


Have a nice Sunday:)

Caidê disse...


Andorinha

O teu videoclip é de uma frescura!...
Senti "She is my soul". Uma alma minha que se retrata assim numa jovem que pula no dorso de um cavalo livre, delicado no movimento e pronto para o salto como se de uma dança mais.

Estar na vida como num baile :))) Que ar fresco para um sunday!

A tua escolha acertou em cheio no alto do meu "cucuruto" :)))

Sejam leves e felizes neste dia.

Caidê disse...

Missão Im-possível de um Murcon In-visível

Pairava o poente na cidade de Ulisses. Rios eram 7 a descer a cidade, ela própria das 7 colinas.
Um Expresso quadrúpede inundava a estação vindo de Al-gharb. Mais uma moira encantada atracava no cais de uma saudade contada a dias de calendário. Chegou em Pessoa, uma amante do poema, toda ela doçura. A abraçá-la quatro braços tecidos de abraços. Era a cidade que a cumprimentava inventando corpos para sair da metáfora.

Jantar à luz elétrica, entre trincas de lombo deitado em cama de cenourinhas e degustares de fricassé de ave albardado com batatinhas ultra de forno. Verdes de salada, amarelos de milho doce. Tudo rematado com um pratinho quadrado e branco semi-cheio da singeleza de um doce de natas confecionado a rigor, entremeado com bolas de gelado, flores de chantilly e pedaços de frutos salteando tropicais e temperados.

O Parque das Nações, os olhos da marina a antecederem o sono noturno.

A noite, na cor de um quarto pintalgado de azul verão. O revigorar da deusa.

No outro dia, o novo Cais da Ribeira das Naus. Passeio pedestre. À vista, o relvado da praia em paisagem urbana, os corpos deitados com o sol a dormitar neles. Uma esplanada. Duas águas. Limão. Gelo num copo. Soprava Eolo de manso não passava das 17. O chapéu de sol amplo e grande da esplanada abria as varetas e borrifava os corpos sedentos de sentires vindos da água. Pareciam largar fumo, mas tão só libertavam vapor, que era água fresca.

Entre 7 dedos de conversa amena como a tarde ali começava um ir a banhos talvez burguês mas atualizado ao século em que se passa esta narrativa. E zás, para cima de um mini-vestido de azul cândido, para cima de umas pernas de mulher pintadas de uma cor alentejana e morenas um primeiro banho de água vertida de um copo de plástico sem peso. Antes gelo, ora água fresca. E de novo Eolo veio dizer que estava ali e veio banhar não já o vestido, depois tão só pernas. E de partida para o Terreiro do Paço (Manuelino) onde se foi o paço e restou o terreiro, no tempo desta narrativa curtido a esplanadas, a restaurantes, a gelatarias, a um Museu sobre a história desta cidade.

De volta a casa, um jantar de já não sei, uma mudança de toilette, para uma incursão no Speakeasy, num ao vivo de Rui Drummond. Não sem antes ocorrer um ato de teatro grego. Quinta e Sexta são dias que se confundem quando se está de férias. Isto ao que creio. Superado o ato grego ao cabo de umas canções e de umas fotos, que viva a noite e a celebração.

No dia seguinte, porque há sempre um amanhã. Sair devagarinho do torpor do sono. Sempre angélico. E pedalar o dia até ao Concerto do Pedro no Casino do Estoril.

Suddenly, na ida a um WC eis que o grupo se perdeu da sua ninfa. Esta ali se perdia sem uma única tecnologia consigo. Ir ao palco e anunciar que uns amigos do peito estavam perdidos de uma ninfa estrangeira. Ou ela pegar um táxi estorileno e destinar “ Bairro X, número Y, a rua desconhecida, a cidade Lisboa”.

Ao canto de uma floreira, trauteava como o Pedro no palco. Ainda faltava um tempo para o fim do concerto ou para a hora de regressar à casa junto com quem de lá saíra. Para quê aflições? Tudo estará bem se acabar bem! Assim se passou – Ámen no desfecho.

Caidê disse...

Até à Parede, senhor motorista. Temos a Petra para ir buscar. Acabaram-se as férias junto à praia para a cachorra. Era para ela tempo de voltar à sua casa da cidade.

Antes do reencontro com a cachorra um lamber de luar pelo paredão da Parede e umas fotos de imemórias.

Depois….

O carro, um velho carro preto, com ares de quem em novo foi viatura com motorista, guinchava pela marginal. Cheio de ambrósio, não passava dos 80. À frente, a primeira dama, senhora dona Petra van der Walt. Atrás, as três senhoras. Na bagageira, a bagagem da cachorra. As três senhoras já pensando no que iam sonhar naquela noite.

Fez-me lembrar um acordar no Zmar este verão. Na tenda ao lado, um filho de três anos perguntando a um filho de cinco anos : “O que é que sonhaste hoje?”. E o de cinco “Sonhei com o papá”. Como as crianças são feitas de verdades surpreendentes! Veja-se.

Na manhã seguinte partia a ninfa. Ainda não voa. Apenas paira. Há-de voar como qualquer águia.

À tarde. Outra ave voando de sul para norte. Não viria. Instantes depois, que sim, que viria, pelas 20h, na estação dos 7 Rios, lá estaria.

À vez. É certo que com menos graça. Onde ri uma portuguesa, deveria rir uma e mais outra freguesa. Três ou quatro para compor uma serenata seria já delicioso.

Que ela nem pensasse em chegar e descansar. Faz doença parar. Viver é que é.

Prometido! À noite meia havia de entrar para a carruagem que a tornaria ao vale dos lençóis.
Casino de Lisboa. Café-concerto. Numa plataforma circular as mesas. Três donzelas, que a noite se não faria sem elas. Ao centro, o palco, num alto. Ginástica artística. Dois rapazes, um par cheio de domínio do seu corpo e de coreografia. Uma bingalhada de brincadeira, de seguida, com os cartões que por sorte ou azar nos tinham calhado na mesa. Sem nos apercebermos a nossa plataforma foi rodando e quando saímos já a mesa ( e nós à mesa) havíamos feito meia rotunda e já não nos encontrávamos onde nos havíamos sentado no início da viagem.

Cada momento é uma viagem, se nós o quisermos.
E tantas foram as viagens.

E tudo assim foi porque a Fábrica de Braço de Prata encerrara para férias, porque a Quinta da Regaleira ficou apenas virtual tal como a Anphy. Se assim não tivesse sido, a narrativa já não teria sido esta, mas outra.

Entre-mentes, uma anfitriã fez uma paragem pelo supermercado. Era preciso pão fresco. Na caixa, à sua frente, uma avó muito pequena com uma neta de meio palmo. A menina tinha querido ir às compras com a avó. Para a menina um chocolate. A avó tinha-lhe posto umas moedas numa carteirinha. E ensinava a menina a pagar à saída. Já lambuzada de prazer, a garotinha recebia o chocolate que comprara com as suas moedas. No fim, chorava como Madalena porque o caixa lhe ficara com as suas moedas e ela queria de volta os seus tesouros. “Quero o meu dinheiro!”, sufocava a criança. O caixa, um jovem estagiário, atrapalhado, lá se lembrou de dar o cêntimo do troco não à avó, mas à gaiata, que lá calou o seu pranto. Como pode acabar em bem um episódio do quotidiano de uma pequena princesa : ficar com o chocolate e com o cêntimo na carteira e tudo acaba bem resolvido.

Este agosto de 2014 teve estes dias assim. Seria imperdoável não os narrar. Para tanto, aqui vim.

rainbow disse...



Allô:)

Começo pela Andorinha

És um perigo miúda, e também atrais o perigo...:)
Mas olha, num dos próximos anos vais ter de organizar uma visita (murcónica e não só) à Quinta da Regaleira.

Anfi

Minha virtual amiga, já falta pouco para o seu aniversário, né?
Eu nunca me esqueço de nada...:)

Caidê

(agora nós)

Que inspiração!!:)))
Comovida e sem palavras com a tua narrativa (já se pode dizer esta palavra?:)), resta-me citar uma anfitriã cinco estrelas:

"Nós temos planos para a vida, mas a vida tem planos para nós"

E deixar um abraço de carinho e gratidão para ti (and my two new friends).
E uma música para vocês os três especialmente, mas que também dedico à Andorinha, à Anfi e a todos os murcónicos:

https://www.youtube.com/watch?v=oXRQYsrnZqA

Caidê disse...

Rain

Depois dos concertos ao vivo de tanta palavra e carinho trocados, te estou grata também, como não poderia deixar de ser, e os teus dois novos amigos anseiam rever-te em breve, como sabes. Valeu!

Thanks pela música - cheia de sentidos :)).

Dedico esta à Andorinha, a ti, aos nossos companheiros destes dias e aos Murcons que regressam ou partem de férias.

https://www.youtube.com/watch?v=GLEJAyYor9E

andorinha disse...


Venho tomar um café tardio com a minha gente. Se tiver insónias, não faz mal:)))


Caidê,

Fico contente por ter acertado no alto do teu cucuruto:)

A ouvir Diana Krall...e a balançar como nos concertos. Thanks:)


Quanto à tua narrativa, pá...fabulosa!
E mais não digo, as palavras que pudesse dizer não estariam à altura.
Digo apenas que é lindo ler sobre afectos.



Rainbowzita:)

Não digas que atraio o perigo senão toda a gente foge de mim:))))

Fica combinado. Organizo a visita com todo o gosto. Mas não são precisos pretextos para encontros de amigos. Ou melhor, qualquer pretexto é bom:)

Adorei a canção. Adoro o Pedro, como sabem.
As pontes entre nós não cairão porque a construção é sólida.


Abraço comovido para vocês. Fiquem bem:)

Impio Blasfemo disse...

Caidé

Belo conto. Bom ser criança e ficar com os chocolates e os céntimos na carteira. Mau ser velho em Portugal; cada vez há menos céntimos na carteira e chocolates nem vê-los..

Abraço
IMPIO

rainbow disse...


Já aqui tinha deixado, mas faço um bis:)


Aos Amigos

Contigo, minha âncora
e minha vela
permaneço quieta no teu ombro.
Ou sigo, quando me empurras
suavemente rumo ao oceano
para descobrir novos horizontes
desbravar novos caminhos.
Por ti, minha pérola
meu tesouro meu cofre
repleto de conchas raras
de novelos e contradições,
sou livremente cativa.


Bom dia a tutti:)




andorinha disse...


Impio,

São férias, pá! Ficamos com os chocolates e os cêntimos:)))


Rainbow,

"Livremente cativa" é bonito.
É a única boa forma de cativeiro:)

Beijos aos dois...


...e a quem vier por bem.

(O Verão põe-me ainda mais beijoqueira...) loooool

Caidê disse...

Ímpio
O conto foi real, que o digam a Rain e a Andorinha.
Os meninos do conto também foram reais.
Tudo coisas que enternecem e que a escrita tem de eternizar. Assim, a escrita se faz um vício bom:))).
Já este país, já os mais frágeis deste país,..., aguardam o milagre, começando como naquelas ruas de Londres cheias de vozes clamando o fim do pavor, do desamor, do terror da faixa de Gaza. É doentia esta des-civilização!

Sociopsiquiatras ponham esta gente em tratamento! Pleeaase!

Andorinha
O teu cucuruto está mais compostinho? :)) Já passou!...

Rain
Para a próxima quero o chocolate e o cêntimo :)))
Bisa ou trisa à vontade. Faz tão bem ler sentires:))

Amigos, bom berço.

Ficai com:
https://www.youtube.com/watch?v=9mqhuNrdwFw

Caidê disse...

:((((

https://www.youtube.com/watch?v=DiCxqbT2Ru8#t=294

andorinha disse...

Caidê,

Não foi para o berço, mas ouve-se com agrado em qualquer momento, o grande Cohen.

Shiu! Não tive nada no cucuruto...lol"...


"...
e se os olhos para lá da tua porta ver souberem,

outras correntes sempre terás para alimentar

onde a terra geme para parir vida nova

e aguarda as tuas mãos de oleiro com que sempre a inventaste."

Amadeu Ferreira, excerto de O alimento das correntes, do livro Norteando.


Porque as férias também são tempos de boas leituras. Ainda não li, mas recomendo já:)
O Amadeu, para além de um ser uma jóia de pessoa, é um grande escritor.
Depois não digam que não vos avisei:))))))))


Vou...

Impio Blasfemo disse...

Caidé

Nunca duvidei que o “conto” era real. Devia ter usado outro termo, talvez “história vivida”, por vezes faltam-me as palavas.
Ando à procura de boa música no youtube. Deixo-te esta sugestão: Pablo Milanês
https://www.youtube.com/watch?v=DWeDpWjozlQ

Abraço e boas férias
IMPIO

Caidê disse...

Impío

A tua sugestão, esse protesto musical tão bonito, foi muito bem escolhido. Gostei muito. Obrigada.

Reajo com um excerto de Jorge Palma "Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar..."

Abraço e boas férias também para ti.

rainbow disse...

Andorinha

Tens razão. As pontes não cairão, pois a construção é sólida.
Senão, home work para ti nas férias: os dias da semana...:))

Caidê

Para a próxima também quero o chocolate e o cêntimo:))
Merci pela Diana Krall e por Leonard Cohen.

Boa noite a todos,
e uma música do tamanho da paz:

https://www.youtube.com/watch?v=sT9Z_W6X3Bs

rainbow disse...


O dia inteiro longe de tecnologias, só soube agora:(
Vi quase todos os filmes dele, mas houve um, talvez menos conhecido, em que ele morre, que ficou no meu coração:

https://www.youtube.com/watch?v=RmZ-FuBThuQ


andorinha disse...


Passamos pelas coisas sem as ver

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade.


Trouxe do outro lado. Porque é belo! E porque nos deve fazer pensar...


Rainbow,

Em férias já confundia as horas, agora os dias da semana...lol

Partiu um grande actor, sim. Não vi todos os filmes mas ficou-me no coração.

Continuação de boas férias, gente:)