Igreja,
sexo e família
por ANSELMO BORGESHoje
DN.
Aí está um tema sobre o
qual a Igreja tem imensa dificuldade em falar. À partida, porque é em si mesmo
difícil. Mas a dificuldade aumenta na Igreja, porque, para lá de outras razões,
que talvez Freud ajudasse a explicar, está entregue ao papa, a cardeais, bispos
e padres, que devem ser celibatários e não têm propriamente família. Mas que o
tema é relevante, mostra-se, por exemplo, pela enorme importância dada pelos
media ao Sínodo que lhe foi dedicado, cuja primeira fase - segue-se um ano de
reflexão, que culminará na nova assembleia sinodal, em Outubro de 2015, e na
Exortação final do Papa Francisco, nos inícios de 2016 - concluiu no domingo
passado.
Quem foram os vencedores
e os perdedores? Há quem insinue que o Papa Francisco não conseguiu levar
adiante o seu projecto. Não creio nessa tese. É preciso perceber que se trata
da primeira fase do Sínodo. Depois, sobretudo, criou-se um clima e abriram-se
portas que já não é possível fechar. Votou-se um texto que, se em relação aos
divorciados e aos homossexuais, não obteve os dois terços necessários para a
aprovação, venceu, mesmo aí, por forte maioria, continuando, portanto, o
debate. Que haja tomadas de posição diferentes, é sinal de vida, embora a
Igreja não esteja habituada a este estilo de abertura democrática. Teve alto
significado o facto de o Papa ter mandado votar os vários pontos e publicar os
resultados, para que haja transparência e cada um assuma as suas
responsabilidades.
A Igreja não abdica da
doutrina, mas esta tem de ser aplicada na vida real, atendendo a dois
princípios: o da compreensão e misericórdia e o da não exclusão. Penso, assim,
possível antecipar, em termos gerais, o que se seguirá.
1. O casamento enquanto
união em amor fiel e estável por toda a vida, aberta à procriação, lugar
privilegiado de apoio mútuo e para a educação dos filhos, é um ideal de que se
não deve abdicar e pelo qual vale a pena bater-se. Mas, por outro lado, o
divórcio é uma realidade que não está em vias de declínio, e por razões
múltiplas. Há situações e situações. É inegável um ambiente de hedonismo, de
sociedade "líquida" e recusa de compromissos perenes. Pense-se também
que há 100 anos a esperança de vida na Alemanha era à volta de 35 anos, sendo
hoje de mais de 70; no tempo de Jesus, era à volta de 28 anos. Depois, se
tradicionalmente parecia que os casamentos aguentavam mais, isso também se
devia ao facto de as mulheres terem de aceitar ficar na penumbra e por vezes
quase escravizadas, o que felizmente hoje não aceitam. E há aquele pensamento
de Pascal, na linha da identidade processual e narrativa da pessoa: "O
tempo cura as dores e as querelas, pois mudamos: já não somos a mesma pessoa.
Ele já não ama esta pessoa que amava há dez anos. É isso: ela já não é a mesma,
e ele também não. Ele era jovem, ela também; ela agora é totalmente diferente.
Talvez ele ainda a amasse se ela fosse como era."
De qualquer modo,
pergunta-se: se, divorciados, recomeçarem a vida em amor, em dignidade, se
tiverem filhos que se esforçam por educar humana e cristãmente, poderá a Igreja
negar-lhes a participação plena na vida eclesial, incluindo a comunhão?
2. Será reconhecido o valor dos
casamentos civis e também das uniões de facto e da coabitação, que até poderão,
nalgumas circunstâncias, desembocar no sacramento do matrimónio. Quantos sabem
que só a partir do século IX foi exigida no casamento a presença de um padre e
só no século XII se começou a definir o matrimónio como sacramento?
3. Quanto à homossexualidade, não
se espere o reconhecimento do casamento de pessoas do mesmo sexo. Como já aqui
expliquei, a linguagem eclesiástica não fala em casamento, que vem de casa, mas
em matrimónio, que vem de mater (no genitivo, matris), mãe, o que significa
que, segundo a Igreja, a abertura à possibilidade da procriação é constitutiva
do casamento. Mas a linguagem mudou: os homossexuais "devem ser acolhidos
com respeito e delicadeza; deve ser evitada qualquer marca de discriminação
injusta". Será dada especial atenção às crianças que vivem com pessoas do
mesmo sexo.
4. Evidentemente, será necessário
rever a questão da contracepção, o que implica rever o pressuposto de uma
natureza fixa e imóvel, centrada na biologia. A sexualidade humana não se reduz
ao biológico e é próprio da natureza de o homem ser histórico e cultural e
intervir artificialmente, com responsabilidade, na natureza.
5. Em todos estes pontos vale um
princípio tradicional, retomado por Bento XVI, quando era professor:
"Acima do Papa encontra-se a própria consciência, à qual é preciso
obedecer em primeiro lugar; se fosse necessário, até contra o que disser a
autoridade eclesiástica." Não vale tudo, mas, para lá da moral reduzida a
normas e proibições, é preciso educar para a autonomia, para a liberdade na
responsabilidade e dignificação.
18 comentários:
Concordo. E ressalvo o último parágrafo do texto. Bento XVI subiu uns pontitos:)
Oxalá seja fiel antevisão e não apenas uma expressão desejante.
Um sábado TODO BOM!!!
Bom dia:)
Gostei bastante deste texto do Padre Anselmo Borges. Surpreende (ou não) sempre pela positiva.
Bom, depois duma semana de trabalho em que fui literalmente "atacada" de beijinhos e abraços dos "meus" meninos, vim aqui só para deixar-vos uma música.
https://www.youtube.com/watch?v=GhOap2Vldaw
Bom fim de semana a todos
Andorinha, we will keep in touch:)
Belo texto! Para ler ao acordar:)))...ou em qualquer altura.
Tal como a Bea, realço o último parágrafo.
Rainbow,
Estou a ouvir a tua musiquinha aqui nos trópicos.:)
Ou pensas que os trópicos são só aí?
Bou há bida...lol
Bom sábado, meninas...e gerente:)))
Bea
Fazendo a ponte com o anterior tema do andar de baixo via a ponte das ideologias dominantes, o discurso de um padre ortodoxo ao pensar sobre a actual situação da igreja versus o mundo talvez dissesse algo como: ”Se ao se desconstruírem os dogmas, as verdades da fé, a Igreja, os pós-modernos pensam que vão libertar o homem de alguma dominação ou opressão, estão mesmo num impulso de morte, destruindo a esperança do povo pobre, humilde e desorientado, por falta de tino sociológico. Essa tentativa de “desconstrução” da bíblia, da Igreja, dos dogmas, da Tradição, possivelmente, é o instinto de morte”. E aqui veríamos que a Igreja se apoia nos “pobres coitados sem tino sem sorte e sem razão de vida se não existir a fé em Deus e na Igreja”. E talvez seja este pensamento “dominante” que tenha feito com que a Igreja, apresentando a sua “secular luz orientadora” o seu “farol de fé”, o que os mais laicos chamariam “os dogmas da Igreja”, se tenha fechado sobre si em relação a uma sociedade que, no entretanto, evoluiu e olha para a actual igreja, com algum pragmatismo. E a pergunta que mais lhes surge na mente é bem simples:- “Para que serve a Igreja?...”. Numa sociedade utilitarista, em que o conceito base é a produtividade, a competitividade, a inflação, o défice, o salário versus a competitividade, numa sociedade virada para o glamour, a moda, o SPA, o automóvel de luxo. Para uma sociedade que não investe na vacina do ébola porque não tem viabilidade dado que os países africanos afectados não conseguem pagar os seus custos, o poder da Igreja ou pactua ou é impotente, dado que a fé pouco soluciona no mundo dos negócios. Já poucos temem a excomunhão e a descida aos infernos talvez possa ser negociada, por um bom gabinete de advogados, , talvez tenha recurso no Supremo, ou se perca o processo, pois não é isso que os tempos modernos nos ensinam? Tudo tem um preço, tudo tem uma alçapão, uma escapadela e a consciência apazigua-se facilmente, na missa de Domingo, basta confessar, e fazer a penitência que o padre estipula; o sinal da cruz, o telemóvel toca:- “Eh pá hoje não posso ir aí jantar, vou à bola com uns amigos meus….”! A manhã está feita, o Expresso debaixo do braço, as compras na bagageira e o almoço espera em casa. Abençoado Deus, se não fosse Ele, como seria possível viver?
Saravá
IMPIO
Impio,
Amanhã penso no que escreveste. Hoje não atino:))))
Mas conheço muito poucos católicos "verdadeiros", de facto.
A maioria apazigua a consciência na missa e nas confissões, como dizes.
A pergunta que deixas, Blasfemo é do caraças!
Abraço
Olha Ímpio, por vezes até te entendo à primeira. Não é o caso.
Começo por responder à última questão: pode-se viver sem Deus, esse ser transcendente. Mas sempre se arranjam uns deusesinhos caseiros. Quem tem fé - mesmo que pequenina - prefere o deus transcendente.
Para que serve a igreja?
pois, a igreja como instituição, muito francamente deveria ser exemplo de pobreza, bondade e serviço do outro. Nos casos em que não é...erra. suponho que por ser constituída por homens que sobrepõem tanta vez os interesses materiais e a fome de poder ao resto.
Mas a verdadeira igreja é cada homem. Que serve apenas para ser homem: viver e ajudar a viver procurando o bem comum. A maior coisa que podemos fazer por nós e pelo mundo é cumprir religiosamente a nossa humanidade. Ou tentar, que sendo humanos, deixamos tudo pela metade.
Provavelmente não foi nada disto que afloraste, mas foi o que entendi e me apeteceu responder:))
Bea
Sendo claro, penso que a actual Igreja se afastou substantivamente da sua génese inicial e embora tenha já perdido o seu poder temporal, por lei ou decreto, a realidade é que ainda não o perdeu. Talvez para isso contribua o conceito de Estado e por isso o Estado do Vaticano. É que de facto existe uma diferença entre um Estado e uma Organização. Mas isto levava-nos longe. Numa frase, se aparecesse um Cristo II talvez pregasse contra a sua própria Igreja e talvez esta o pretendesse pregar na cruz, por difamação.
Um vulgar cristão, que vai ao Domingo, lavar a consciência pela confissão, sai de lá satisfeito e com a alma lavada para os pecados da próxima semana. A consciência fica aliviada, porque no final, Deus na sua OmniPresença, OmniPerdoa.
E a mudança na Igreja quando se faz? Ah, aqui a maioria dos padres diz, ou pensa:” ”Se ao se desconstruírem os dogmas, as verdades da fé, a Igreja, os pós-modernos pensam que vão libertar o homem de alguma dominação ou opressão, estão mesmo num impulso de morte, destruindo a esperança do povo pobre, humilde e desorientado, por falta de tino sociológico. Essa tentativa de desconstrução da bíblia, da Igreja, dos dogmas, da Tradição, possivelmente, é o instinto de morte”. E a Igreja tem de permanecer assim viva, não é, direi eu? De facto quando ameaçam o povo pobre e humilde de lhe destruírem a esperança e de estarem a fazer deliberadamente a desconstrução da bíblia, dos dogmas, da Tradição e a correr para a morte por instinto, o povo pobre e humilde assusta-se e não quer, direi eu. E daqui a Igreja perpetuar os seus eternos dogmas.
E foi isto que quis dizer.
Andorinha
Para perguntas difíceis, exigem-se respostas fáceis de perceber, claras!
Abração
Saravá
IMPIO
Bea,
Ainda não li a resposta do Impio, mas digo já que partilho esta tua opinião.
"Mas a verdadeira igreja é cada homem. Que serve apenas para ser homem: viver e ajudar a viver procurando o bem comum. A maior coisa que podemos fazer por nós e pelo mundo é cumprir religiosamente a nossa humanidade. Ou tentar, que sendo humanos, deixamos tudo pela metade."
Sim, tentarmos ser melhor cada dia, por nós e pelos outros.
Impio,
Fiquei ainda mais confusa com a tua resposta, confesso.:)))
Vou ler de novo...
"Numa frase, se aparecesse um Cristo II talvez pregasse contra a sua própria Igreja e talvez esta o pretendesse pregar na cruz, por difamação."
Concordo! Ficaria escandalizado com as coisas que tem sido feitas em nome d'Ele.
Toda a deturpação do que foi a sua mensagem.
Mas isso está-se a inverter com este Papa. Tem dado passos significativos no sentido não só de fazer voltar a Igreja aos tempos de Cristo, mas também de se actualizar face às mudanças emergentes na sociedade.
"A consciência fica aliviada, porque no final, Deus na sua OmniPresença, OmniPerdoa."
Haverá sempre estes, claro, aqueles para quem a religião dá um jeito do caraças. Desculpa a linguagem terra a terra.
A religião utilitária...
"De facto quando ameaçam o povo pobre e humilde de lhe destruírem a esperança e de estarem a fazer deliberadamente a desconstrução da bíblia, dos dogmas, da Tradição e a correr para a morte por instinto, o povo pobre e humilde assusta-se e não quer, direi eu. E daqui a Igreja perpetuar os seus eternos dogmas."
É isto que não entendo. Já não entendi ontem e hoje continuo na escuridão:)
As pessoas, pobres ou não, querem ver mudanças na Igreja. É isso que constato diariamente.
Dogmas? Haverá, certamente, mas aí não me pronuncio, não tenho conhecimentos para tal. Mas há muita coisa que pode e deve mudar. Se não mudar é que a Igreja corre o risco de ter cada vez menos adeptos porque as pessoas vivem cada vez mais de acordo com a sua consciência e os seus valores e não segundo ditames antiquados que nada têm a ver com o século em que vivemos.
Há várias vozes na Igreja que admiro e que se têm pronunciado no sentido de uma cada vez maior aceitação das diferenças. E isso é altamente positivo.
Abraço,Blasfemo:)
Andorinha
Diz o Passos Coelho :” Não se pode pensar em reestruturar a dívida porque isso era mau para Portugal”. Há portugueses que discordam, outros concordam e uma grnade maioria terá dúvidas se será verdade se será mentira. E porque motivo será? Para mim por falta de informação e capacidade de entendimento de tudo o que se liga a esta problemática: E daqui, a opção dos portugueses recai sobre uma questão de fé, de querer acreditar na solução ou de não querer acreditar na solução. Quem fica a ganhar? Pois o Passos Coelho que consegue passar a mensagem, pela via do medo, pela via da incerteza.
Diz a Igreja:” Se alterarmos os nossos dogmas colapsamos. E depois quem vos conduz no caminho do Senhor? Melhor será mantermos a Tradição”. E uma parte dos portugueses discorda ou é indiferente, uma outra parte concorda em absoluto e se calhar uma boa maioria (somos um país com forte preponderância católica) fica na dúvida. E quem ganha? Pois parece-me óbvia a resposta. O Conservadorismo da Igreja. E porque motivo será? Admito que seja porque uma boa parte dos portugueses tem medo do Além e acredita na intermediação da Igreja para o caminho nesse Além e teme que as alterações na estrutura, nos dogmas da Igreja, possa influir, de alguma forma, nessa intermediação.
E depois, sejamos honestos, é imensamente reconfortante acreditar que, uma vez confessados, os pecados ficam perdoados. Roubei, matei, violei, esmurrei, mas fico perdoado, senão pelos homens, pelo menos por Deus. Isto reconforta!
E mais claro não consigo ser.
Abração
IMPIO
Impio,
Quanto a Passos Coelho, concordo.
Quanto à confissão "utilitária" já disse também que concordo contigo.
"Se alterarmos os nossos dogmas colapsamos. E depois quem vos conduz no caminho do Senhor? Melhor será mantermos a Tradição”."
É aqui que está o busílis! Tenho uma visão diferente, não me parece que seja isso que está a acontecer.
Há ainda muito conservadorismo a ser vencido, mas as coisas vão mudando.
É ver o que diz o Papa, o Padre Anselmo Borges, Frei Bento e haverá mais, certamente.
Sopram ventos de mudança e eu, embora não seja católica, aplaudo.
Abração
Para os cinéfilos, a minha aventura cinéfila de hoje:
Pois decidi ir ao cinema, e como a sessão era muito cedo, fiquei sozinha na sala.
O filme "Gone Girl" ou "Em parte incerta" é de David Fincher, o mesmo que realizou "O estranho caso de Benjamin Button" e é um misto de thriller psicológico e policial sobre um jovem casal em que a mulher, uma loura lindíssima e muito inteligente, se revela uma sociopata.
Com uma realização hipnótica e reviravoltas surpreendentes,e uma excelente interpretação de Rosamund Pike, que tinha visto no filme "Orgulho e Preconceito", e que dificilmente reconheci, é um filme que nos deixa a pensar e repensar na condição humana, na sociedade actual e no poder dos media.
Voltando à minha "aventura" a dada altura, com um tema pesado aliado ao facto de estar sozinha na sala, deu-me um "ataque" de paranoia, que me fez cobrir o pescoço com a mão, e assim fiquei. E não é que passado algum tempo, a personagem feminina degola um homem? Aí, é que já não tirei a mão do pescoço:))
Conclusão: um filme que vale a pena ver, pelo argumento baseado num best-seller, pelas interpretações, mas sobretudo pela realização.
E foi assim a minha tarde de domingo, um pouco "hitchcockiana" com laivos de nonsense:)
Boa noite a tutti
Abraços
Ímpio
Acerca do que a igreja é e do que devia ser…ela afastou-se muita vez: quando fazia cruzadas contra infiéis que eram afinal, fiéis a outro deus e até, por vezes, com civilização mais adiantada; quando criou a malvadez da inquisição e deu carta livre aos instintos mais bestiais; de todas as vezes em que se aliou a reis e poderosos na mira de maior poder, esquecendo a vocação de pobreza do seu fundador.
Cristo não está contente com o que dele fizeram. A igreja tem um lado muito miudinho, picuinhas, de se agarrar a leis e normas –que ela criou - excluindo quem as não cumpre. Contudo, as que Cristo deixou são simples e poucas. E é verdade que permanecem ideais. Mas é um ideal bonito amar os outros como a si mesmo. E bom.
Os vendilhões do templo existirão ad eternum. Julgas que Cristo foi crucificado por ter nascido naquele tempo? Infelizmente somos os mesmos, em qualquer hora de qualquer século o destino de um Cristo é a cruz ou o que se assemelhe. Hoje talvez uma bala, a cadeira eléctrica…morreria na mesma injustamente.
Bom. Detesto confissão e confessionários. Penso que se a igreja abolisse tal ritual seria uma boa ideia. E descreio de alguém que goste. Mas só quem que não é crente pode encarar a confissão com tão estranha leveza: confessas, és perdoado e podes voltar a pecar. Ao contrário, penso que pelo facto de existir um perdão é que a pessoa se sente obrigada ao esforço da emenda (o último CD de António Zambujo chama-se “Rua da Emenda”:). O cristianismo é uma religião muito exigente, embora a maioria dos crentes o desconheça por se ater a preceitos exteriores que não têm origem em Cristo. Em qualquer religião o que importa é de ordem espiritual.
O que eu acho mesmo é que se alguém contar aos pobres a tua conversa acerca de instinto de morte eles não entendem minimamente :).
Rain
Já me desaconselharam esse filme:) acho que não vou ver. E quem o fez gosta de David Finch e não confirmou nesta película.
Bea
Quem te desaconselhou o filme, terá os seus motivos pessoais, baseados nos seus gostos pessoais.
Este filme é uma sátira à sociedade moderna, aos relacionamentos, ao poder dos media, que David Fincher sabe levar ao espectador duma forma nada politicamente correcta.
É também uma metáfora, e sendo tudo isto, é um filme bastante polémico, dividindo opiniões. Eu gostei.
Beijinho.
Bea e Andorinha
O texto que estás entre aspas e que volto a reproduzir não é meu mas sim de uma doutoranda em teologia; faz parte da sua tese de doutoramento que li em diagonal. "Se ao se desconstruírem os dogmas, as verdades da fé, a Igreja, os pós-modernos pensam que vão libertar o homem de alguma dominação ou opressão, estão mesmo num impulso de morte, destruindo a esperança do povo pobre, humilde e desorientado, por falta de tino sociológico. Essa tentativa de “desconstrução” da bíblia, da Igreja, dos dogmas, da Tradição, possivelmente, é o instinto de morte”.
Parece-me óbvio que ela defende a Igreja e o seu conservadorismo. Peguei neste texto e comecei a fazer o seu contraditório, ou, por outras palavras, tentei dissecar o texto, descontruí-lo: Obviamente o texto não representa o que penso e sinto; estou e estarei no polo oposto.
Saravá
IMPIO
Impio,
Ufa! Finalmente fez-se luz!
Não me tinha apercebido de que o texto não era teu e daí não estar a entender nada...
Citando a Bea, "O que eu acho mesmo é que se alguém contar aos pobres a tua conversa acerca de instinto de morte eles não entendem minimamente :)."
Pois não. Se nem nós e não somos pobres:))))))))))
A propósito deste tema acabei de ver na RTP2 uma entrevista de Maria Flor Pedroso a um padre que é também teólogo e médico, de seu nome José Manuel Pereira de Almeida.
Não vi do início,mas vi bastante.
Não conhecia este padre mas gostei bastante de o ouvir.
As suas ideias vêm na sequência dos ventos de mudança que sopram na Igreja. Fico agradavelmente surpreendida com pessoas assim.
Há uns tempos atrás seria impensável ouvir gente bem posicionada na hierarquia da Igreja com discursos destes.
Quem puder, veja a entrevista. É interessante!
Rainbow,
Tens cada aventura!:)))))
Também já vi um filme ou dois sozinha em salas de cinema e não gostei muito da sensação:)
Quanto ao filme com duas opiniões tão divergentes, fiquei tentada a ir ver...
Fiquem bem:)
Gerry Mulligan & Chet Baker My Funny Valentine Carnegie Hall Concert
http://www.youtube.com/watch?v=Y0YKbwrM_Ys
Pois estou de volta com o My Funny Valentine e desta vez com dois músicos de eleição Chet Baker no trompete e Gerry Mulligan no saxofone barítono. É bastante raro ouvir um bom sax barítono.
Também gsotei do solo de piano
Saravá
Impio
Ímpio
estou com a andorinha, ufa...
espero que a tese seja brasileira porque o português também está estranho - até pensei, crente em ser afirmação tua, que estivesses com sono. Fiquei mais descansada.
Rain
não há como ver o filme e desfazer dúvidas:)).
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