quarta-feira, setembro 12, 2007

Comunicado ao país murcónico.

O DN traz hoje uma amabilíssima nota sobre o meu regresso à TV. Acontece que a peça se baseia numa conversa telefónica e não num mail, atendendo aos prazos apertados. Daí o engano - e injustiça! - que me apresso a reparar: é verdade que considero a passagem do Sexualidades do primeiro para o segundo canal da RTP e de horas decentes para um horário de filme de terror uma forma encapotada de censura. Mas nunca por pressão do público em geral! Quando isso aconteceu, a RTP teve a honestidade de me enviar a chuva de cartas de protesto, incluindo algumas em nome de Conselhos Directivos, Associações de Pais e Alunos que se queixavam de assim ficarem privados do programa. As pressões vieram, ao que me foi dito, de grupos minoritários e de quem na própria RTP se opunha ao Sexualidades. Na realidade, lembro uma crítica que, quando o programa ganhou o Sete de Ouro, afirmava taxativamente que fora o público a "evitar" o fim puro e simples do mesmo. Arrisco o palpite que nem o público me teria salvo se não existisse já nessa altura uma alternativa televisiva, mais valia ter-me na prateleira do que na montra da concorrência:). Mas que sei eu? Sou um pobre psi!

14 comentários:

Teresa disse...

Pois a mim o que chateia é fazer um programa num canal de tv por cabo porque em nossa casa só temos os 4 canais básicos (o sr. meu homem fez o favor de se chatear com a "TV Cabo" e eu fiz o favor de me chatear com a empresa concorrente), logo não vou poder ver, não é?:(((
Fica o meu protesto veemente

Teresa

Álex disse...

eu concordo, ou seja, que gaita que seja na SIC Mulher (redutor diría até)

Joana Lopes disse...

Segundo li, o programa vai «competir» em horátio com o Expresso da Meia- Noite na SIC N. É pena...

Julio Machado Vaz disse...

Gente,
Tanto quanto sei, o programa foi proposto a canais abertos, que não se mostraram interessados. O que compreendo, não creio que seja gerador de grandes audiências. São as regras do mercado...

Julio Machado Vaz disse...

Gente,
Tanto quanto sei, o programa foi proposto a canais abertos, que não se mostraram interessados. O que compreendo, não creio que seja gerador de grandes audiências. São as regras do mercado...

JFR disse...

A censura do “Sexualidades” iniciou-se com a sua passagem no 2º canal. Para aqui, parecem estar destinados programas que interessam a um grupo restrito de espectadores ou, aqueles que fica bem manter nas estatísticas mas que se pretende sejam vistos pelo menor número de pessoas possível e daí, o seu diferimento para horas impróprias. Senão, como compreender que um tema “à volta de sexo” – sempre gerador em qualquer espaço de consumidores em grande escala -, comentado por um comunicador excepcional que alia o muito saber (não só sobre o tema) a uma linguagem simples, a uma forma positiva de encarar as nossas fraquezas, a uma presença afável, simpática e divertida, não seja transmitido num canal generalista, a horas decentes e que me arrisco a afirmar gerador de audiências muito superiores às de um medíocre concurso ou série televisiva.

Por isso, não creio que seja questão de estratégia a passagem deste novo programa na SIC Mulher. É, quanto a mim, a manutenção de uma forma de censura. Ou não será que o programa conseguiria níveis de audiência bem superiores às fracas prestações que a SIC generalista (3º lugar e sem um único dos seus programas normais nos 15 primeiros em Agosto) vem conseguindo com as suas doses de telenovelas que, afastaram muitos dos seus fiéis consumidores?

Por outro lado, se o cabo já é uma restrição, outra se junta pelo facto da conotação e objectivo do próprio canal ser dirigido a um público feminino. Ou seja, o nível de audiência será muito pequeno. E isso, sabem-no os responsáveis da SIC.

Assim, deduzo (talvez erradamente) que este tipo de temáticas só interessa (às televisões) por questões de imagem. Muito menos por considerarem verdadeiramente importante que as mesmas sejam discutidas em “canal aberto”.

Nada disto impede que venha a ser, em directo ou em diferido, um fiel espectador. Porque quero aproveitar, sempre, momentos de puro prazer.

andorinha disse...

JFR,
Concordo, em termos gerais, com a tua análise.

Só um ponto: pode ser que no início, o nível de audiência não seja muito elevado, mas se o programa for um sucesso ( e existem todas as condições para isso), houver uma boa divulgação e as próprias pessoas começarem a passar palavra, as audiências aumentarão, penso eu de que...:)

Ao fim e ao cabo, nem todos querem só telenovelas...

Anónimo disse...

Bom dia maralhal.

Dr. Murcon se conseguir uma participaçãozita, mesmo pequenina que seja, nos Morangos com Açúcar vai ver como depois eles se atropelam uns aos outros para terem um programa com um ex moranguito :-)
Mais dicas só como sua manager, ok?

APC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
APC disse...

Dentro em pouco teremos as mulheres deste país muito mais esclarecidas que eles, criando uma cada vez maior vala entre ambos os sexos, tornando-as progressivamente intolerantes e aumentando em flecha o número de divórcios (como se a dita tendência precisasse de uma ajudinha, lol); uma coisa nunca vista. Mal posso esperar! :-)

(Estou a brincar, evidentemente!)

:-)))

Um psi-abraço.

Laura disse...

Pesem todas as unânimes censuras à televisão que temos e às suas escolhas, e tudo o mais que sobre ela sabemos e criticamos, devo confessar que até achei a passagem do programa para a RTP 2 uma retumbante honra, ou uma espécie de atestado de qualidade inequívoca.

Quase tudo o que passa de verdadeiramente interessante na RTP toda (ou nas TV's todas em geral? ) encaixa no canal 2, com algumas excepções óbvias.

Já as horas da emissão eram uma afronta directa à maioria (embora por mim estivesse perfeito).
- Mas salvo o "Câmara Clara" e as séries tipo Anatomia de Grey e 24, quem se pode gabar de lá passar em prime time?

Depois do pior ter acontecido (a extinção do programa, contra a qual também me insurgi 'formalmente' pelos meios devidos), e depois de feito o mal, sem remédio à vista, palavra que não acho nada catastrófico que tenha transitado para a SIC Mulher!

Há o problema do acesso restrito, é claro, e isso é redutor à partida.

Mas a SIC-M "faz-se", como se costuma dizer. Tem 2 ou 3 programas bons e imperdíveis, que já têm excelente audiência e, sobretudo, qualidade.
Claro que omito os programas estrangeiros, porque com excepção das mini-séries (assim de repente só me lembro disso...) seriam todos descartáveis em bom rigor. Sobretudo no caso de virem a ter aproximações portuguesas, se o modelo for assim tão eficaz.

Fica a meu ver muito bem 'arrumado', Prof! Qual prateleira!!!
Montra, montra é que é!
Sem esquecer que há muitos homens, sobretudo dos sub-50, que vêem o canal.

Que diabo! Pondo agora de lado a questão importante do canal fechado, não estamos todos afinal reduzidos ao castigo de fazer zapping a toda a hora?

Então preparemo-nos: - estou convencida que muita gente irá cair na "rede"!

Aposto como vai ser um sucesso.

Maria disse...

Na Era da Fast Food cerebral é difícil, senão impossível, um programa de qualidade ter grande audiência...
E além disso, se por ventura as audiências aumentassem , o que fariam com toda aquela "papa" televisiva???

Hugo Cunha disse...

Parabens, pelo menos vai estar de volta á tv ainda que no Cabo,só tenho pena de ser á Sexta Feira(mas a Sic Mulher deve repetir creio depois avise os horários).Boa Sorte!!

joao de miranda m. disse...

Ah, não concordo. Programas bons como o Sexualidades têm que ser escondidos. De contrário, arriscamo-nos a ter um país culto e inteligente. E não queiram saber o que um país desses seria capaz de fazer...