domingo, outubro 23, 2005

A "Idade das Trevas".

Foi assim que me descreveram a Idade Média na disciplina de História:(. Ao ler-vos, pensei quantos anos foram necessários para ouvir pela primeira vez a expressão Renascimento do século XII, por exemplo. Ou conhecer um bocadinho da poesia trovadoresca... Aqui vos deixo parte de um poema desse genial malandreco:) que foi Guilherme de Poitiers, nono Duque da Aquitânia:


J'ai en effet pour nom maître infaillible
et jamais mon amie ne m'aura une nuit
qu'elle ne me veuille avoir le lendemain
car je suis bien de ce métier, je m'en vante
si instruit
que je puis en gagner mon pain
en tous marchés.


Que ego!:).

61 comentários:

noiseformind disse...

Eu sabia que ias aproveitar Éme... lá no fundo sabia ; )

noiseformind disse...

Nem Benfica, nem Adoelscentes sexies... nada... ; )))))))))))))))

noiseformind disse...

E claro, escolhes trovas de um um excomungado. Afinal quem é convencido, quem é? Para teres castigo tens primeiro de assumir o crime, Boss, a essa regra obedecemos todos ; ))))))))

amok_she disse...

E só para a ave(zinha) ñ estar sempre a dizer q sou agressiva...dedico-lhe esta...

Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv'en [o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, se Deus me perdon,
pois avedes [a] tan gran coraçon
que vos eu loe, en esta razon
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!

Joan Garcia de Guilhade, CV 1097, CBN 1486, in Projecto Vercial


...depois ñ digas q nc te dou nada!!!...:->

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Que eu ia aproveitar não era difícil de adivinhar:). Quanto a assumir crimes, nem pensar! Nem sequer escapadelas, como diria o velho Woody:). A minha consciência desafia os lençóis dos anúncios de detergentes na televisão. E o Guilherme borrifou-se por completo na excomunhão e fez passar maus bocados a alguns clérigos, segundo julgo saber:).

Amok - Bem bonito:).

andorinha disse...

Júlio e Noise,

Vocês andam combinados, andam, andam...:)))
Quanto ao poema, penso que a auto-confiança é algo a ser incentivado.
Não vejo onde está o mal.:)
Já basófia é diferente...

paulo pisco disse...

Com este ego pode-se viver nas trevas?

Anónimo disse...

Como se diz basófia em inglês?

Anónimo disse...

Bazouthe, ;)

andorinha disse...

Adenda
Quando falo no poema, refiro-me ao poema de Guilherme de Poitiers, como é óbvio.:)

amok_she disse...

...oh rapariga!, mas alguém aqui iria achar q te referirias ao outro???!...para tal teria de te sair o totomilhões...mas a ser pago em sentido de humor!:->

...começo a ter pena de ti e um dia destes faço como os outros...calo-me!...ou então, se estiver numa de generosa, ofereço-te um espelho...mental!, como é óbvio!:->

Anónimo disse...

Já que estamos a prestar homenagem à Poesia Medieval:

Levade, amigo, que dormides las manhaas frias,
Todalas aves do mundo d’amor diziam:
Leda m’ando eu

Levade, amigo, que dormides las frias manhãas
todalas aves do mundo d'amor cantavam:
Leda m'ando eu

Todalas aves do mundo d’amor diziam,
Do meu amor e do vosso en mente aviam:
Leda m’ando eu

Todalas aves do mundo d’amor cantavam;
Do meu amor e do vosso comentavam:
Leda m’ando eu

Do meu amor e do vosso en mente aviam;
Vós lhis tolestes os ramos em que siiam:
Leda m’ando eu

Do meu amor e do vosso i comentavam;
Vós lhi tolhestes os ramos em que pousavam:
Leda m’ando eu

Vós lhis tolhestes os ramos em que siiam
E lhis secastes as fontes em que beviam:
Leda m’ando eu

Vós lhis tolhestes os ramos em que pousavam
E lhis secastes as fontes u se banhavam:
Leda m’ando eu.

(Nuno Fernandes Torneol)

Su disse...

a idade das trevas..pois claro é isso q nos dizem os prof de historia qd fizemos o liceu...esquecendo-se de tudo o q de bom houve nessa época....
lembro-me q na altura até o nome iadade das trevas me assustava ..ehehe
enfimmm a escola, os programas, o sistema....
aí funciona o estuda por ti mesmo:)

qto às ofensas verbais de amok versus andorinha ..chega amok , sabemos q és iluminate, mas não precisar de achar q és lanterna do saber

noise ..como já te disse, és uma sabichão, mas andas correndo, estas já na chegada e alguns ainda não começaram a corrida...ops ok eu sei vou a meio devagar, pois meu coração não aguenta :)))) jocas

prof como sempre ....coerente

gosto de passar por aqui
viciei-me ... e como os outros dei conta já já tinha o vício, mas este é um q me faz bem:)))

jocas maradas e meus lindos em qq blog comentamos o post e não os telhados de vidro ou não de cada um, afinal todos temos espelho em casa, mas a maioria prefere ver só a cara dos outros

tenho dito

+ jocas maradas, desta vez cheias de trevas

Anónimo disse...

Eu julgo que não podemos falar num Renascimento, mas em Renascimentos. No fundo, os ciclos da Fénix. A alternância encadeada do caos para a ordem e para o caos rumo a um inexorável futuro ....

amok_she disse...

oh, su, cara...deves estar um bocadito ofuscada pr'ai com as luzes, mas te garanto q ñ as minhas!...eu sou mais prás bandas das trevas...quer no saber, quer no vislumbrar...defeito meu, eu sei...q ando meio cá, meio lá, entre o ficar e o voltar prá caverna...e ainda só sai até à porta...:-> :->:->

amok_she disse...

...mas pronto!, eu já ñ digo mais nada!...antes q me cai uma gripe de aves em cima!!!:->

Anónimo disse...

Sou uma leitora assidua deste blog. Como eu muitas mais pessoas. Há referências a este blog em variadissimos blogs, alguns dos quais dos mais visitados. Porem, não vejo aqui, na caixa de comentarios, nenhum comentario feito por essas pessoas. Aliás, são sempre os mesmos que aqui comentam. Transformaram a caixa de comentarios numa espécie de chat, onde se fala de tudo e pouco do post em questão. Como eu muitas pessoas veem cá, para ler APENAS E SÓ o professor.
Apetece-me referir alguem que deizxou um comentario ali no outro post
"Pois, a mim, isto não espanta. Basta ler os comentários ao "post" do brasileiro sobre as armas: inutilidades, ignorâncias, ataques pessoais que só revelam ignorância e mesquinhez, erros de ortografia primários, feira de vaidades inútil, vazio absoluto. Com poucas excepções. O "Murcon" não merecia isto. Para aliviar as frustrações diárias, haverá outros processos mais aconselháveis. "
Até se diz pela blogosfera "se vais ao murcon não vas a caixa de comentários.".
enfim.
Cumprimentos
Alice Santos

Su disse...

olha fica na caverna - a de platão- q ficas bem lá
jocas maradas para ti de qq como te julgas iluminada, como todos os q lá estavam ( na caverna)

amok_she disse...

Até se diz pela blogosfera "se vais ao murcon não vas a caixa de comentários.".
enfim.
Cumprimentos
Alice Santos
12:15 AM


...mas a cara Alice Santos não resistiu e truz, catrapuz...veio!!!...oh rica, conte lá à gente q foi q veio cá fazer...à caixa q lhe disseram - algures pela blogosfera!:-> - para não vir!!??...ora, a rica sempre me saiu cá uma desobediente!tesss, tesss:->

...eu devo ser burra, mesmo, mas...se ñ vêm cá...como sabem o q cá se passa para alertarem - blogosfera fora, note-se!:-> - para ninguém vir...?!?...ele há cada coisa mais misteriosa...:->

Pamina disse...

Boa noite

JMV,
Gostei muito do post. Parabéns por esta pérola.:)

Se o Guilherme de Poitiers vivesse em Los Angeles ia ter um sucesso que nem o Richard Gere.

Uma noite descansada para todos.
Até amanhã.

andorinha disse...

Eu,ao contrário de outras pessoas, consigo normalmente cumprir as promessas que faço, inclusivé as que faço a mim mesma.
E como prometi a mim mesma que não iria gastar as minhas energias com gentalha que não a merece, decidi pura e simplesmente, não falar com inimputáveis.
Se isso os/as está a fazer perder as estribeiras, paciência, não posso nem quero, fazer nada.
Têm bom remédio - é falarem com gente da mesma laia e do mesmo nível.

Por isso, Amok, por mim podes dizer todas as merdas que te apetecer; em relação a mim vais continuar a falar sozinha.
O desprezo é difícil de suportar? Preferias que te desse troco?
Pois...mas eu aqui só falo com gente que acho interessante, o que não é manifestamente o caso.
Tu és simplesmente uma gaja que não está boa da cabeça e eu tenho mais que fazer.

amok_she disse...

«Su disse...

olha fica na caverna - a de platão- q ficas bem lá
jocas maradas para ti de qq como te julgas iluminada, como todos os q lá estavam ( na caverna)

12:26 AM »


...mas, será q há alguma coisa q se possa responder...nisto!?...q ñ seja com uma pergunta: tu leste o Platão... mesmo???...a Alegoria, pelo menos...?!?:->

Ni disse...

«et jamais mon amie ne m'aura une nuit/qu'elle ne me veuille avoir le lendemain». Muito bonito! Descontextualizei o excerto... mas que é bonito, é. Assim devia ser o prazer de 'renascer' diariamente com alguém... fosse na Idade das Trevas ou das Trovas!

«Existe sempre outro céu por cima do céu»

Jinhos

Nina

andorinha disse...

su (11.23)

Não te chateies que eu também não.:)

jocas maradas.

Anónimo disse...

Ó Amok k dizes a ist?

Anónimo disse...

Ei! O noise fêz a barba, já parece mais limpinho, ou menos badalhoco

amok_she disse...

Houve alguém que me ensinou como eu era cruel quando "obrigava" os outros a olharem-se ao espelho da sua própria menoridade...ensinou e, em geral, aprendi a conter-me, mas...de vez em quando esqueço os ensinamentos e a minha veia crítica exagera. Percebo-o quando vejo algumas pessoas perderem a noção do ridículo e fazerem certas figuras.

É claro que não tenho o direito de "obrigar" ninguém ao que quer que seja e menos ainda a olhar para dentro de si mesmo...

E nem o facto dessas pessoas fazerem jogo sujo, como seja o das piadinhas indirectas e as observações infantis - "ñ falo contigo!, mas... vai à merda!" ...eheheh, ñ sei quem é q está a perder as estribeiras:-> - deveria levar-me à crueldade de as expôr ao seu próprio ridículo. Não deveria, mas...eu levo isto na brincadeira e não pensaria que outros o levassem no oposto...tão ridiculamente!Enfim...

...para ñ falhar mais promessas, só posso tentar...ñ me deixar ir atrás de mais provocações...tentar, é o máximo q posso fazer!:->

a disse...

incentivada, tb eu me rendi a esta forma diária. passe por lá.

http://restoo.blogspot.com/

a

Anónimo disse...

que o senhor professor me desculpe, que eu cá não sou grande coisa na poesia trovadoresca nem no francês, mas diga-me lá, que estu com dúvidas: o gui tá a falar de coisar? é que me parece... - outra coisa que sempre me fez espécie foi caracterizarem a trovadoresca assim como que platónica e eu ia jurar que naquela época se fartavam mesmo de coisar, ó se ia!
a bem dizer, acho que é uma malandrice sua, senhor professor, que gosta de ser um menino bem comportado e depois atira umas destas pra ver se sacode as moscas.
olhe que daqui abalou um enxame...

Anónimo disse...

Olá a todos!

Pamina,

Uma pérola, de facto! Que auto-estima...
Mas, o sucesso de Guilherme de Poitiers não poderia ser também o do Andy Garcia? (Não sei se vive em Los Angeles)

Noisy,

Que Enciclopédia! Vergo-me perante tanta sapiência e erudição, caramba! Com uma cabecinha dessas, quem está preocupado com uns quilos a mais?
Sempre disse que o menino ia longe!
A superioridade intelectual não se disputa - contribui para o esclarecimento. Tenho dito.

Saudações,
Débora

Anónimo disse...

A nova "Idade das Trevas" já não está tão longe assim... chamar-se-á New World Order.

"Men often stumble on the Truth, but usually dust themselves off & hurry away..." - Winston Churchill

Anónimo disse...

"professor, que gosta de ser um menino bem comportado e depois atira umas destas pra ver se sacode as moscas.
olhe que daqui abalou um enxame..."

Anónimo disse...

Talvez isto:


"Efectivamente, tenho por nome mestre infalível
e nunca a minha amiga me terá uma noite,
que não me queira ter amanhã
porque domino este ofício e gabo-me disso,
tão instruído sou
que poderia assim ganhar o meu pão
em todos os mercados

Anónimo disse...

Está visto que, até na Idade Média, já havia malandrecos que davam sete sem tirar... ;-))

Anónimo disse...

De gabarola cada um tem o que pretende mas a/o parceira/o é que a/o suporta ...
e por cá somos todos nós
que frete

noiseformind disse...

Mentes perversas, mentes impúdicas.
Então o pobre Trovador a falar de sim como supremo cantor e já estão a passar a coisa para temas mais próprios de AB...Sexo? Shame on you, shame on you!
Nem todos os mercados são os de Sodoma e Gomorra. Existem os mercados do Amor, do canto, da poesia. Passando uma noite num baile a ouvir as canções doces do Trovador certamente uma jovem desejaria voltar a ouvi-lo, pq é que têm logo levar a coisa para o deboche? Ai, Ai, Ai...

; ))))))))))))))

O Renascimento do Sec XII quanto a mim só tem um problema: ausência de registo. Muito do que se fez era pura tradição oral e perdeu-se. O pouco que restou, conservado em Bibliotecas da Igreja em grande parte obviamente deuuma imagem rígida e um pouco ensandecida. Aliás, normalmente estes registos de poesia trovadoresca foram ao início conservados pela nobeza e só muito mais tarde tomados pelo Estado como parte da história. No mundo absolutamente escatológico predicado pela Igreja católica estas cantigas incomodavam. Como é que se cantavam estas coisas nas cortes dos "enviados de Roma", como por exemplo os Merovíngios se chamaram a si próprios depois da re-unificação de França? ; )))))))))))
Portanto, não é por termos 20 evangelhos em cada país da Idade Média e só 2 ou 3 "Cancioneiros" (o próprio nome indica a menorização a que o estilo esteve sujeito durante séculos) que ele terá sido menos importante ; ))))))))))

Sabendo-te apreciador da vida num país medieval, Éme (pq outro motivo continuarias em Portugal se não fosse por esse apreço pela assincronia?) deixo-te aqui este pequeno "cantinho" muito, muito, muito trovadoresco

Aliás, haverá pensamento mais humanista do que este?

Companho farai un vers [pauc] convinen
et aura-i mais de foudatz no-i a de sen
et er totz mesclatz d'amor e de joi e de [joven.

: )))))))))))))))))))

Esta imagem Teocentrica que temos da Idade Média não será mais pela tal falta de registo? ; )))

Anónimo disse...

Guilherme(s) de Poitiers continuaram a existir no tempo e encontram-se ainda nos nossos dias... o convencimento é de sempre. Contudo e se nos posicionarmos na Idade Média, este Guilherme pode ter algumas ressalvas para não dizer "perdões"...No tempo em que a subalternização da mulher era tão mas tão evidente, haver alguem que apesar de tudo ainda admite(mesmo que indirectamente)haver a possibilidade de prazer na companheira e fazer disso motivo de vaidade e valorização pessoal, digamos que até tem sensibilidades...:)))))

Anónimo disse...

Agora que o noise está cada vez mais parecido com o Dr. Soares, começou a treinar a sua veia de canal de história. "No mundo absolutamente escatológico predicado pela Igreja católica". É absolutamente impagável.

Anónimo disse...

Não é para tornar à Vaca Fria, mas, curiosamente, até essa "tão evidente" subalternização da mulher pode ser matizada. Vejamos o que diz Régine Pérnoud:

«Enquanto uma Leonor de Aquitânia, uma Branca de Castela, dominam realmente o seu século, exercendo o poder sem contestação no caso da ausência, da doença ou da morte do rei, (...) a mulher nos tempos clássicos é relegada para segundo plano, o que se vem a transformar, no Século XIX, numa desaparição total do papel da mulher, em França sobretudo. (...) Será apenas no decorrer do Século XVIII [Oh, que ironia!] que o estudo do direito Romano, precisamente porque era o direito imperial, será admitido na Universidade de Paris. Ora, o direito Romano não é favorável à mulher, como também o não é à criança. É um direito monárquico que não admite senão um único termo. (...)Sem nos alongarmos, recordemos que certas mulheres desfrutaram na Igreja, e devido à sua função na Igreja, dum extraordinário poder durante a Idade Média».

Mais neste livrinho fascinente: «O Mito da Idade Média», Europa - América.

Anónimo disse...

E, noutros campos, uma certa imagem tradicional da mulher na Idade média, em certos meios clericais, era a de "Filhas de Eva", o que, entre outras coisas, lhes colava uma grande dose de lubricidade (portanto, não de seres assexuados). O problema é tendermos a olhar para a Idade média como um período monolítico. Será como se, no Futuro, alguém pegar nas posições, por exemplo, do antigo Bispo de Bragança, e fazer delas exemplo das posições do Século XX. A Idade Média, como qualquer outra época, teve diversas correntes de opinião, frescos debates de ideias e visões muito diferentes sobre o mundo e o Homem que coexistiam.

Manolo Heredia disse...

Noise,
A tua foto parece a frente dum BMW!
Vou passar a olhar para os BMWs com outros olhos!

Manolo Heredia disse...

Professor,
A Idade Média foi a grande responsável pela preparação dos povos do Ocidente para a Era Industrial Democrática. Por todas as razões e por mais esta:
De geração em geração só sobreviveram os genes da submissão que propiciam que largas camadas da população sejam capazes de se levantar a horas certas e fazer uma jornada de trabalho ordeiramente, alegremente, sem se importarem com as diferenças sociais.

Anónimo disse...

Da Idade das Trevas para a Idade dos Blogues

“Ok, há espaços para todos, mas isso também se dizia dos fornos dos campos de concentração. De qualquer maneira, se alguém for morrer nessa briga, seremos nós, os blogueiros de raiz, que rimam mensalão com mexilhão, que promovem a desconstrução dos modelos de texto, justamente para tirar a língua do armário e falar para caralho, com olhos de gente, sem tanta pose, sem a obrigação de ser um ser social, político, polido. Em pouco tempo, porque o tempo tem andado muito rápido, nós, os blogueiros de raiz, vamos virar a bossa-nova, a velha guarda, uns poucos mil acessos por mês.”
Escrito por Ozzymandhas in http://brasiliaeuvi.zip.net/ 27/09/2005

Anónimo disse...

De repente, começou a aparecer por aqui um nº exagerado de bloguistas a atacar o Noisy por tudo e por nada. Porque será?

Anónimo disse...

Sou novo por aqui. Achei o Blog muito atraente. Vi-o como um espaço onde se pudesse debater de forma sã os temas propostos pelo professor. Como este da Idade das Trevas. Esta expressão foi uma consequência da Queda do Império Romano do Ocidente quando os bárbaros forçaram os "limes" do império e impulsionaram um soçobrar de todo um desenvolvimento tecnológico, arquitectonico, literário, filosófico, etc. Os gregos chamavam bárbaros aos que não eram gregos, os que lhe eram estrangeiros, ou seja estranhos. Podia-se, por exemplo, e a propósito do Império Romano, reflectir sobre a civilização europeia, e de como lhe forçam actualmente as fronteiras. O que é causa e consequência. Epodia-se reflectir com mais ou menos simplicidade. Os contributos genuinos com certeza que são bem aceites.
Todavia eu vejo, com tristeza, muitos comentários agressivos e de forma gratuita. Alguns raiando a soberba. Porquê???? Não se pode simplesmente contribuir com mais ou menos modéstia, e de forma sã? O que se passa??? Isto é alguma arena? E que é feito do bom senso?

Usem o bom senso, por favor. O dia a dia já nos é tão agressivo, que bem podiamos prescindir de agressividade aqui e de usufruirmos deste espaço como um elemento de serenidade e de prazer nas nossa vidas. Há momentos na vida que devemos preservar para o nosso bem estar. A OMS há uns anos tinha como lema da saúde não só a ausência de doença como a existência de um progressivo bem estar fisico, social e psiquico.
Bem Hajam.

Anónimo disse...

Os Renascimentos, e não Renascimento, provam que nem tudo soçobra. A Idade das Trevas é uma expressão que não faz jus às mulheres e homens desse período.

Anónimo disse...

Olá muito boa tarde, peço desde já a todos desculpa por entreabrir esta porta, de momento fechada, e particularmente a si Professor, por "fugir" à poesia..., mas, só agora vi o que se andou passando...:((((((

Se calhar, por me sentir ter sido para o Porty como a "gota de água"que, certamente por respeito ao Professor a si próprio e aos amigos..., gentilmente se retirou para não fazer deste cantinho ringue e me deixar de óculos escuros em dia de nevoeiro..., com umas,(dado a certeza de seu olhar às vezes..., presumo...) "merecidas pedradas" bem assentes - pedras estas é claro! que feitas de palavras penso eu...:)
Muito gostaria de dizer que é bom termos certezas, as quais às vezes, são as "nossas verdades", que nem sempre são e até nem sempre temos...
Mais..., lamento sinceramente a sua ausência, gostava da música que amávelmente nos "dava":), e, às vezes, de o ler por aqui..., vai daí e porque:

"Não há problema horrível ao qual não se possa juntar alguma culpa e torná-lo ainda pior"

Bill Watterson, Calvin&Hobbes

e "Presunção e àgua benta, cada um toma a que quer..." - não sei... - ditado popular?:)

Vou continuar olhando..., às vezes, aprendendo, deliciando-me, sorrindo, concordando, discordando, interrogando, contrariando..., e sempre,(quase sempre):) ruminando..., mas, à "boa maneira bovina" tentar manter o bico calado e os dedos longe do teclado! Prometo.

P.S.(Post Scriptum) Noiseformind belo site:)
E para quem, às vezes, gostar de intervalar, aqui fica também este
http://www.publico.clix.pt/calvin_and_hobbes/

Anónimo disse...

Desculpem lá pois não conhecia o Sr. Guilherme de Poitiers, mas aqui para nós acho que ele tem qualquer coisa de Zezé Camarinha e de M.M.Carrilho.
Sobre a Idade Média não nos podemos esquecer que é dessa altura a Canção dos Nibelungos (que mais tarde seria editada em CD por Wagner). A partir do séc. XI predominou a música profana da I.M. com os trovadores franceses como arautos da bandalheira, embora o sexo recreativo estivesse mais divulgado na nobreza do que no resto do pessoal. Enfim, manias.

Pamina disse...

Boa tarde,

Débora (4.10),
Pois é, o Senhor Duque mostra uma grande confiança nas suas capacidades. Claro que pode ser publicidade enganosa.:)

Quanto ao Andy Garcia, por acaso só me lembrei do American Gigolo e por isso mencionei o R. Gere, mas eu adorei esse filme. Penso que se refere ao "The man from Elysian Fields" (não sei o título em português), com um quase irreconhecível Mick Jagger num fantástico papel.
Para quem não viu, é um filme sobre uma amizade masculina e duas belas histórias de amor: uma entre uma mulher e o marido enfermo e outra entre um gigolo e a sua própria mulher. Como já disse, gostei imenso deste filme. Obrigada por mo lembrar.:)

Noise (11.17),
Tens razão. Mea culpa. A minha visão foi mesmo um bocadinho restritiva.:)

Maralhal,
Se me permitem, sobre o papel da mulher (de mulheres) na I. Média, aconselho os livros de Georges Duby:
"Dames du XXIIe siècle"- I e II

Até logo.

andorinha disse...

Boa tarde.

sical(2.08)

Subscrevo na íntegra o teu comentário, que alíás vem já na sequência de outro do mesmo teor que fizeste no post anterior.

"Achei o blog muito atraente. Vi-o como um espaço onde se pudesse debater de forma sã os temas propostos pelo professor."

Também é essa a minha forma de ver este espaço. E para mim isto também não é uma arena, é uma tertúlia. Os ânimos por vezes aquecem um bocado mas são coisas que normalmente já vêm de trás.
E depois é a velha história - agressividade gera agressividade.
Mas tens toda a razão no que dizes - muitas vezes assuntos que seriam um excelente tema de discussão são abordados pela rama porque as pessoas se dispersam com apartes e provocações.
Subscrevo na totalidade o teu último parágrafo. Usemos o bom senso.:)

Pamina disse...

Correcção: "Dames du XIIe siècle".

Anónimo disse...

Boa tarde pessoal,
fiquei surpreeendida pela negativa, hoje qd aqui entrei, concordo com os comentários do "sical", e lamento tanta tinta derramada, sem frutos sãos para colher, só fruta podre!
Se num Blog, onde "penso eu" aqui passamos para beber e saciar e nossa necessidade de comunicar, partilhar os nossos pensamentos, num ambiente livre, acontecem "desairos" e não estamos aqui para ganhar ou perder, como é que nos iludimos e pedimos á "gente com poder" que pense no Mundo, na paz, em transmitir AMOR á humanidade? Isto que se passou é o exemplo vivo de que cada vez só se olha para o umbigo..........

Anónimo disse...

Isto que se passou é o exemplo vivo de que cada vez "mais" só se olha para o "próprio" umbigo..........

Didas disse...

Foi a idade média e os anos 80...

Anónimo disse...

A Idade Média não é idade das trevas, pelo menos para os portugueses. Foi nesse período que Portugal nasceu, bem sei que o nosso ânimo não anda muito elevado mas acho que é exagero pensarmos que antes de 1140 "esta área" estava mais desenvolvida. A menos que sejamos todos descendentes de Sócrates.

Anónimo disse...

E o Cavaquinho e a Maria?
O cavaquinho não mete a família na campanha, mas deixa-se fotografar com os 5 netos, antes da entrada no seu "monumento", com 10 bandeiras portuguesas atrás sobre fundo azul...com hordas de fotógrafos e seguranças.
Este já não é o Renascimento Carolíngeo, mas o Renascimento Cavaquíngeo!

Meus caros, essas dos bons-sensos e do "vamos aprender uns com os outros" e da SANIDADE -o que é a sanidade?- é de um irrealismo babaca, de missa dominical. Aprende-se muito cedo, na vida e não aqui. E quanto à agressividade é melhor lembrarem-se do vosso primeiro sinal de vida. Não teriam sido uns grititos?

Anónimo disse...

Antes buondi:

noiseformind disse...

APR,
E não esquecer que só no séc XVI é que a Igreja tem confiança bastante na subalternização da mulher PARA A TIRAR DOS COROS, surgingo assim (à custa de uns milhares de pares de testículos perdidos durante 500 anos) os castratti para ocuparem o seu lugar???????????

E em que, nos códigos civis de todas as Nações Europeias a mulher passa a perder o poder de amnistrar bens com o casamento, (algo que se mantém intocado ao longo de toda a Idade Média... portanto... não exagerem nas queixas tá bem?), direitos esses que em alguns países só passaram a ganhar com o Séc XX (como o caso do tal farol da França, que teve um avanço enorme depois da Revolução Francesa nestas matérias mas depois passou todo o Sec XIX a recuar).

Thomas Whitabby disse em plena Câmara dos Comuns em 1781: "Os interesses do casal são os interesses do homem" e a Lei das Heranças que aprovou durou, impoluta, até 1904! ; )))))

As fortunas colossais geradas pelos Descobrimentos fizeram com que a mulher fosse feita peão de estratégias comerciais e de facto a endogamia AUMENTOU entre os Sec. XVI e XIX, como forma de manter interesses familiares unidos, uma vez que as vendas de companhias a terceiros eram altamente taxadas pelo Estado. Portanto se houve altura em que as mulheres estiveram amordaçadas e na sombra foi desde o final do Sec XVI até ao Sec XIX. Aliás, a mulher na estrutura produtiva da Idade Média é essencial dado que as batalhas eram feitas corpo a corpo, com grande nro de perdas. Ora o combate com munição passou a fazer com que as batalhas tivessem desfechos muito mais rápidos, fazendo com que a taxa de cobertura de mulheres por homens aumentasse como nunca (Roma tinha exercitos permanentes por exemplo, que mantinha constantemente as cidades com taxas de géneros desiquilibradas). Ora a partir do momento em que a principal dedicação é o comércio e que a produção em si deixa de ter valor comercial é natural que as mulheres, que não podiam possuir bens com o casamento, fossem afectadas, sendo segregadas para o papel de mães. Aliás, o nro de pintoras (em que o trabalho é mais público, está ligado a exposições) cai a pique no sec XVIII, aumentando consideravelmente o nro de mulheres que se dedicam ás artes decorativas (cerâmica, tecelagem), mais ligadas ao lar (como por exemplo Angelica Kaufman). Aliás, precisamente antes da Revolução Francesa, as mulheres começavam a assumir-se.

"However, women’s perceived dominance was only temporary. With the fall of the monarchy during the French Revolution, aristocratic salon society came to an abrupt end, and with it, women’s influence. No matter how progressive their Enlightenment ideals, men upheld the "inferiority" of the female sex. The philosopher Jean-Jacques Rousseau, for instance, argued that education should prepare women only for their primary duties of wife and mother. In art, the predominant style, rococo, was practiced primarily by men in spite of its "feminine" traits of delicacy, pale colors, lavish ornamentation, and curvilinear forms."

"[It is] difficult to convey an idea today of the urbanity, the graceful ease, in a word the affability of manners which made the charm of Parisian society forty years ago. The women reigned then: the Revolution dethroned them.
Elisabeth-Louise Vigée-Lebrun, 1835"

Texto em Inglês Retirado daqui

Portanto... afinal de que se queixam mesmo as mulheres em relação à Idade Média? ; )))))))))))))))))))

Joana disse...

Idade das trevas e e a nossa...

Roberto Iza Valdés disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Roberto Iza Valdés disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.