terça-feira, dezembro 13, 2005

Com efeito...

Ofício de suicidas


Poucas as palavras, pequenos seus desígnios,
nomeiam sempre realidades banais,
triviais signos, factos consumados,
e, ao fundo, sórdida presença da morte.
Ofício melancólico, construir estas grades,
estas escassas lápides do tempo que nos passa,
ofício de suicidas, tentar reter
o rasto da luz em sílabas de sombra.


Juan Luis Panero, Poemas.

67 comentários:

noiseformind disse...

Seja!!!!!!!!!!!!: )

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Passei no Sábado pelo S.Bentinho e ele diz que já tem candidata para o casório. Vá lá e traga a rapariga ao jantar de Natal:).

Anónimo disse...

Se fosse a si... não a levava :D... atrás daquele gesto de generosa hospitalidade há uma óbvia intenção analítica... e então se não houver Benfica...

"Just kidding, just kidding"- isto não é o que parece! ;)

andorinha disse...

Júlio,
Desculpe intrometer-me em conversas de homens:), mas ainda quer mais mulheres no jantar???
Fica muito desequilibrado!:)
Já somos treze para quatro!:)))

Julio Machado Vaz disse...

cêtê,
O Benfica é antes do jantar. Se perder, aqueles desgraçados vão-me aturar a telha!

Andorinha,
Só o Noise exige a atenção de umas dez ou sente-se rejeitado:)))).

andorinha disse...

Júlio,
1 - Não vamos nada perder, não seja pessimista.
2 - Não será tanto assim - duas ou três serão suficientes, penso eu.:)))

noiseformind disse...

Andorinha,
Mas eu sou casto e ignoto nessas coisas da sedução, do beijinho e de segurar a mão, oficialmente são 13 para 3 ; ))))

Ju,
O santuário novo (com os famosos elevadores de transportar gado) tem para a minha família uma importância disforme. Lembro-me do meu pai estar na falência e mesmo assim entregar uma tença elevada para a construção "da gruta". Eu olho para ele como a prova do absurdo humano, o meu pai olha para ele com a mitigância de milagre presenciado em directo ; ))))))) E olha que por mais a brincar que estejas foi na Estalagem dos Corvos que "fiz amor" pela primeira vez quando regressei a Portugal entre quatro paredes (em abono da verdade, 12 horas antes dessa premiére tinha feito na cascata da Abadia pela primeira vez "amor aquático").
Atenção de umas 10 ou 15????? A Andorinha é testemunha que mesmo com muitos Kolmi de sereias avulsas consigo ser homem de uma mulher só, nem que seja só por 2 horas e mesmo que seja com o interesesiro propósito de um repasto de bacalhau ; )))))))))) e a Gata Borralheira não passava a ser Mr. Hyde à meia-noite? ; ))))))))))))))))))))))))))))

noiseformind disse...

Aliás, a Gata Borralheira é um Dr. Jekyll e Mr. Hyde contado ás criancinhas ; ))))))))))))

Anónimo disse...

O silêncio e os ofícios...
Quantas vezes as palavras, em realejo, migram sem criatividade, em trilho fixo, arrastando cada geração por um mundo que já não é o seu, com hálito de bafio.
Ficam por dizer as coisas mais belas - escritas em letras pequeninas, ficam por explorar os atalhos e as rotas de outros saberes, mas as roupas… essas, restam limpas. E no fim, do rodopio, no fim de cada dia, falta o tempo, falta a tela e o instrumento. E falta o vazio e a solidão que permite crescer por dentro até ao infinito.
Boa noite para todos!

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Quanto ao teu Pai, lá dizia o Gedeão: vê gigantes, são gigantes... O resto: parece impossível, seu sacrílego, o que diriam as freirinhas?:).

noiseformind disse...

Quanto ás freirinhas confesso:
foram subornadas através da compra de um nro considerável de terços na loja delas ; ) estas ablações do capitalismo são torpes mas efizaces. E aqui no blog atire a primeira quem em tempos mais juventosos não sonhou em dar largas à@ transmontan@ que havia em si por aqueles lugares ermos : )

A Menina da Lua disse...

AAAHHHHHHHHHHHHH
professor essa de o Noise querer a atenção de pelo menos dez...teve imensa piada:))))).

Noise

Seu mimado! não tem vergonha nenhuma! o que vale é que me parece que elas não fazem grande sacrifício...será? :)))))))))

Julio Machado Vaz disse...

Maria Almeida,
Intrusões dessas são sempre aceites de braços abertos no Murcon:). Boa noite, maralhal, sleep tight.

Anónimo disse...

Acabadinho de chegar via mail ...
Um miminho para os Benfiquistas:
> É por isso.....
> Eis o porquê da Televisão ter o dever de transmitir
> mais jogos do BENFICA...
>
> Tudo fica compreensível se atendermos a alguns dados
> estatísticos:
>
> Quando os jogos do PORTO são televisionados:
> * a produção da industria NO PORTO cai 22%
> * o movimento do comércio NO PORTO cai 35%
> * o movimento dos restaurantes cai 40%
> * o movimento nas ruas NO PORTO cai 89%
> * os shoppings têm queda de movimento de 62%
> * os clubes sociais, os hipódromos, a bolsa de
> valores e as lojas finas:
> queda de 96%
> * diminui em 89% a circulação de veículos das marcas
> Porsche,
> Mercedes, Ferrari,
> Maserati, Volvo, Jaguar, Cherokee, Audi, Honda,
> BMW...
>
> Quando os jogos do BENFICA são televisionados:
> *os assaltos à mão armada diminuem 67%
> * redução de 42% dos assaltos nos semáforos
> * os assassinatos caem 44%
> * o movimento de travestis diminui em 99,9%
> * os sequestros sofrem uma redução de 58%
> * as revoluções nas cadeias caem 91%
>
> Assim se entende a preferência por transmissões de
> jogos do BENFICA

(e venho eu de propósito aki para isto?! ;])

Pamina disse...

Boa noite,

Bom poeta no post e tertúlia bem-disposta nos comentários.
Andorinha, como tu disseste: "há mais marés que marinheiros".

Ana/Azulcereja:
O Viktor enviou-lhe 2 e-mails com as indicações sobre a colocação da imagem no perfil para o endereço donde veio o seu e-mail. Por um comentário seu no outro post, penso que não os terá recebido. Se preferir receber noutro endereço, por favor envie-nos esse endereço e nós repetimos as mensagens.

Anónimo disse...

ESPEJO NEGRO

Dos cuerpos que se acercan y crecen
y penetran en la noche de su piel y su sexo,
dos oscuridades enlazadas
que inventan en la sombra su origen y sus dioses,
que dan nombre, rostro a la soledad,
desafían a la muerte porque se saben muertos,
derrotan a la vida porque son su presencia.
Frente a la vida sí, frente a la muerte,
dos cuerpos imponen realidad a los gestos,
brazos, muslos, húmeda tierra,
viento de llamas, estanque de cenizas.

Frente a la vida sí, frente a la muerte,
dos cuerpos han conjurado tercamente al tiempo,
construyen la eternidad que se les niega,
sueñan para siempre el sueño que les sueña.
Su noche se repite en un espejo negro.

Juan Luis Panero

Aqui: http://amediavoz.com/paneroJuanLuis.htm

Não conhecia, mas depois de ler uns quantos, escolhi este. E vou continuar a ler.

Ainda bem que existe o Google :)))))

Lena b

Anónimo disse...

Deliciosa, esta entrevista de Panero a Mar González Veiga:

Me asombró enormemente la claridad de pensamiento que muestra Panero ante todos los temas. Sabe lo que tiene y lo que quiere y sus juicios son siempre rotundos, sin resquicios para dudas. Ello le proporciona esa actitud, quizá un tanto arrogante, de quien sabe por donde ha de moverse. Se confiesa hombre de carácter rebelde, dispuesto a enfrentarse a todo lo que le venga impuesto. Rebeldía que se remonta ya a su época adolescente:

"Yo cuando fui interno al Real colegio Alfonso XII de El Escorial -que era el colegio más caro de España y por otro lado el más bestia, pues nunca había fumado un cigarrillo ni me había tomado una copa-, allí fue lo primero que aprendí: a fumar y a beber brandy. Mi padre pensó que me iban a arreglar y fue todo lo contrario, basta que... por lo menos hay caracteres, el mío ha sido siempre bastante de llevar la contraria".

Por ese mismo afán rebelde inició su peregrinación por América:

"A América la primera vez fui para casarme con mi primera mujer: Marina Domec, en Nueva York. Yo en realidad no tenía muchas ganas de casarme, pero ahí volvemos, cuando me llevan la contraria... Resulta que a mi madre no le caía bien Marina Domec, a los padres de Marina no les caía yo bien. El caso es que habíamos tenido una relación, pero ella se fue un año a México, y yo pensé que se había acabado la historia. Después me escribió para decirme que venía a Europa. Nos reunimos en París, lo pasamos muy bien. En fin, París era una fiesta. Entonces decidimos casarnos en Nueva York, porque nadie quería que nos casásemos. Me fui a NY y en principio íbamos a estar quince días para casarnos y ya está, pero me gustó muchísimo la ciudad, me quedé tres meses, luego seguimos a California, desde allí seguimos a México. Pasamos un año en América. Luego la vuelta a España se me hizo muy cuesta arriba, me quedé dos años y volví otra vez allá".

Aqui:
http://www.ucm.es/info/especulo/numero13/panero.html

Obrigada, professor JMV, por (me) ter apresentado este poeta!

Lena b

Anónimo disse...

Tu, oh demente velho descarado,
Escândalo do sexo masculino,
Que por alta justiça do Destino
Tens o impotente membro decepado:

Tu, que, em torpe furor incendiado
Sofres d'ímpia paixão ardor maligno,
E a consorte gentil, de que és indigno,
Entregas a infrutífero castrado:

Tu, que tendo bebido o méstruo imundo,
Esse amor indiscreto te não gasta
D'ímpia mulher o orgulho furibundo;

Em castigo do vício, que te arrasta,
Saiba a ínclita Lísia, e todo o mundo
Que és vil por genio, que és cabrão, e basta.

Anónimo disse...

auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Anónimo disse...

Com efeito, é ofício impossível tentar reter qualquer rasto porque, gasto o tempo, restam novos tempos.

Anónimo disse...

Como simples leitor de poesia, parece-me que o autor do poema postado, vê a arte em geral, nomeadamente a poesia, como imitação da vida quotidiana, e daí o seu sentimento de desencanto, de frustração até.Contudo, escritores houve e há, que têm uma visão diametralmente oposta, e se o Prof JMV e os demais murcons me permitem, cito um poema de um poeta do passado que reza assim e que exemplifica essa opinião geometricamente oposta;
"Primavera Precoce", de Wang

Quem disse que a pintura deve parecer-se com a realidade?
Quem o disse vê com olhos de não entendimento
Quem disse que o poema deve ter um tema?
Quem o disse perde a poesia do poema
Pintura e poesia têm o mesmo fim:
Frescura límpida, arte para além da arte
Os pardais de Bain Lun piam no papel
As flores de Zhao Chang palpitam
Porém o que são ao lado destes rolos
Pensamentos-linhas, manchas-espíritos?
Quem teria pensado que um pontinho vermelho
Provocaria o desabrochar da primavera?

Su Dong Po "

Bom dia professor e demais murcons

Lobo das Estepes

Anónimo disse...

Olá a todos os Bloguistas destas bandas, tenho que me render às evidências, isto por aqui até é bem divertido. Muito embora para mim "treta" seja melhor mesmo ao vivo e a cores,por aqui também se pode fazer exorcismo à mente, vão-se fantasmas, almas penadas e outros seres do além...Prof JMV, o tempo é aquilo que qisermos fazer dele e não ele de nós...inté...

Anónimo disse...

A primeira vez que fui a Barcelona, vindo de Prat LLobregat (aeroporto) fiquei espantado com o cenário que se nos depara nos eus arredores.
Uma autêntica cidade funerária estende-se pelas colinas como um réplica à cidade viva.
Já tinha visto uma cidade viva de mortos no Cairo, mas esta surpreendei-me por estar num local mais elevado que a própria Barcelona.

Anónimo disse...

Ontei tive um estampanço com a minha mota.

Pensei no que tinha escrito sobre o Natal pois mais tarde vi um homem de barbas brancas com um casaco vermelho acompanhado de muitas criancinhas.

Será que o Bibi deixou crescer as barbas??? :-))

Anónimo disse...

gatonima 3:31 PM

A propósito de orvalho...

-------------------------

Sei porque sou assim pequeno
Nasci numa noite de orvalho
Por azar, encolheu-me o corpo
Mas por sorte, cresceu-me o...

LR disse...

Posia...
-E os Poetas?
-Conhecemo-los por dentro, mas como serão por fora?

Não resisto a deixar aqui, não um poema da minha poetisa preferida, mas um testemunho acerca dela.
Um filho sobre a sua Mãe:

..........

E ELA DANÇA...

Às vezes, quando a casa estava adormecida à noite, ela dançava pela sala fora, tal qual como escreveu ("bailarina fui mas nunca bailei"). Às vezes, convencia-se que havia ladrões em casa e acordava-me do sono para espreitar debaixo da minha cama, e às vezes havia ladrões a sério, com cara de assassinos e crachá da PIDE, que chegavam pela alvorada do dia, mas verdadeiramente ela não tinha medo dos ladrões nem dos esbirros do "velho abutre": só tinha medo de fantasmas.
Naquela casa, aprendemos cedo duas coisas sobre a poesia. A primeira, era que os poetas eram todos uns personagens extraordinários, que apareciam a horas imprevistas e diziam coisas surpreendentes. De todos, o mais fantástico era o Ruy Cinatti, que nos convenceu que era o nosso irmão mais velho, regressado de outra vida em Timor e que esteve à beira de conseguir transformar-nos em guerrilheiros contra a precária disciplina familiar. Vinham e iam constantemente poetas tristes ou alegres, cerimoniosos ou tumultuosos e até um, o Ruy Belo, que me levava à Luz ver o Benfica e jogava futebol comigo no jardim.

A segunda coisa sobre poesia que aprendemos é que a poesia é para ser dita e para ser escutada: é oral, não cabe nos livros. Eu não sabia nada de aritmética, nem de botânica ou mineralogia mas, aos dez anos, já tinha aprendido, de ouvido, a recitar sonetos de Shakespeare em inglês do século XVI, ou o "Erl König", do Goethe, em alemão. E quando ela trouxe para casa um disco com poemas do Lorca recitados em espanhol pela Germaine Montero, ouvi-o tantas, tantas vezes, que fiquei a saber de cor o imenso "Llanto por Ignácio Sanchez Mejia". À mesa, entre a sopa e o prato principal, dentro de um automóvel a caminho do sul ou na missa das sete da tarde na Igreja da Graça, de repente ela começava a recitar poesia com a mesma naturalidade com que os outros falavam de coisas triviais ou respondiam em latim ao "orate, frates!" do padre. Às vezes, naquele terror que as crianças têm que os pais pareçam estranhos em público, apetecia enfiarmo-nos pelo chão abaixo quando, à mesa de um café no Chiado, ou numa loja, em plenas compras de Natal, ou caminhando connosco pela rua de mãos dadas (por vezes, distraída, perdia-nos), ela começava a recitar poesia em voz alta, como se o mundo inteiro à sua volta lhe fosse de repente absolutamente alheio. Um dia, no eléctrico a caminho de casa, ela fixou-se num letreiro, por cima de uma janela, que rezava assim: "se alguma janela o incomoda, peça ao condutor que a feche." E então, no meio daquele silêncio envergonhado dos passageiros, que fingem não ver e não se ouvir uns aos outros, ecoou a voz dela, clara e silabada, recitando um poema: "se alguma janela o incomoda, peça ao condutor que a feche e que nunca mais a abra."
A mim, todavia, ensinou-me o mais importante de tudo: ensinou-me a olhar. Ensinou-me a olhar para as coisas e para as pessoas, ensinou-me a olhar para o tempo, para a noite, para as manhãs. Ensinou-me a abrir os olhos no mar, debaixo de água, para perceber a consistência das rochas, das algas, da areia, de cada gota de água. Ensinou-me a olhar longamente, eternamente, cada pedra da Piazza Navone, em Roma, sentados num café, escutando o silêncio da passagem do tempo. Fez-me mergulhador e viajante, ensinou-me que só o olhar não mente e que todo o real é verdadeiro. Quem ler com atenção, verá que esta é a moral que atravessa toda a sua escrita.
A outra lição decisiva foi a da liberdade. Não só a liberdade física, não só a liberdade na luta pela justiça, "num sítio tão imperfeito como o mundo", mas ainda a liberdade na busca de um caminho próprio onde as coisas tenham uma ética e façam sentido e, acima de tudo, a liberdade da nossa própria solidão. Prémios, condecorações, homenagens, são-lhe de tal forma alheios que ninguém mais o entende. Dêem-lhe, sim, silêncio e tempo, manhãs como a "manhã da praça de Lagos" e noites com "jardins invadidos de luar". E ela dançará. Ao longo das sílabas dos poemas, como dançava na minha infância.

(MIGUEL SOUSA TAVARES, in Jornal Público, 12 de Junho de 1999)

LR disse...

Ah, esquecia-me:
Não sou pela luta (para mim fictícia e deveras ridícula)entre o Norte e o Sul.
Os meridianos e as latitudes estão dentro das pessoas, o que é que vale um sotaque?! Nada.

Mas, já que estou num sítio chamado Murcon (e em Roma seja-se romano!), sempre lembro:

- ELA era do Porto...

Poucos dias depois de ela morrer, por mero acaso não programado, almocei no Porto. E não por mero acaso (mas não por causa dela) almocei numa esplanada da foz velha, naquela zona abençoada semeada de poisos e de gente que conversa quase sempre de olhos virados para o mar.
Sem que ninguém o tivesse dito ainda, de repente saiu em palavras o que todos tínhamos na ideia:
-A Sophia era daqui. Viveu aqui. Pois claro! O mar sempre e sempre, na sua poesia, e às vezes seria até este mesmo mar.
Tive muita sorte em poder dedicar-lhe o meu pequeno requiem interior, justamente naquele sítio, que era o sítio dela (ao menos na minha cabeça), com os seus versos a correr na recordação, semi aldrabados pela minha memória!

Anónimo disse...

Dos mortos tratam os vivos..Os vivos tratam dos mortos...
Sejamos vivos-mortos.

Unknown disse...

Доброй ночи maralhal
Que é como quem diz: Boa noite maralhal

Anónimo disse...

"Poucas as palavras, pequenos seus desígnios,
nomeiam sempre realidades banais,
triviais signos, factos consumados,
e, ao fundo, sórdida presença da morte.
Ofício melancólico, construir estas grades,
estas escassas lápides do tempo que nos passa,
ofício de suicidas, tentar reter
o rasto da luz em sílabas de sombra." J.L.P.



Soneto

"Rudes e breves as palavras pesam
mais do que as lajes ou a vida, tanto,
que levantar a torre do meu canto
é recriar o mundo pedra a pedra;
mina obscura e insondável, quis
acender-te o granito das estrelas
e nestes versos repetir com elas
o milagre das velhas pederneiras;
mas as pedras do fogo transformei-as
nas lousas cegas, áridas, da morte,
o dicionário que me coube em sorte
folheei-o ao rumor do sofrimento:
ó palavras de ferro, ainda sonho
dar-vos a leve têmpera do vento."

Carlos de Oliveira, "Cantata"

É curioso verificar que a linha temática da poesia entendida como inscrição da vida no tempo, como uma espécie de resistência à erosão das coisas, ainda que infrutífera, também teve cultores por cá. Veja-se uma breve comparação entre J.L.P. e Carlos de Oliveira:

- O "ofício" do poeta como antecipação (e preparação) da morte (tópico no poema de J.L.P.) versus o ofício do poeta como construção e afirmação da vida (tópico no poema de C.O.). Este contraste não impede, contudo, que a morte surja sempre como um destino incontornável, nos dois poemas. Contra a erosão da vida, os poetas apuram o cinzel, para "tentar reter o rasto de luz" ou para "recriar o mundo pedra a pedra", mas tudo o que conseguem é
"construir [...]grades,
estas escassas lápides do tempo que nos passa" ou transformar "as pedras do fogo [...]nas lousas cegas, áridas, da morte".
A semelhança imagética é apreciável, nestes dois poemas, embora o primeiro termine com uma aceitação da inevitabilidade da morte e, no segundo, o sujeito de enunciação tente ainda resistir, alimentando a expectativa de conseguir transformar a dureza das palavras em brandura e, assim, fazê-las vencer a barreira do tempo. Contudo, a semelhança entre estes dois poemas parece traduzir uma espécie de pan-psiquismo (este conceito vem já de Antero de Quental) de sentido existencialista que se exprime pela ânsia do sujeito de se perpectuar, resistindo à morte, ou de encontrar um sentido para a vida, e a angústia resultante do confronto com a impossibilidade de concretizar esse desejo. No fundo, o que exprimem estes dois poetas são as angústias e os dramas inerentes à condição humana.


- Além de ter encontrado as afinidades mencionadas entre o poema de J.L.P. e este de C.O., lembrei-me também de Ruy Belo...
Quem não concordar com esta análise, que se pronuncie ;))))

Lena b

Anónimo disse...

Angie:

Também conhecia essse texto. O que me espanta é como M.S.T., tendo bebido na infância tanta subtileza e sensibilidade, venha a público, como comentador, esbanjar tanta arrogância e rudeza...

A influência do meio parece ter tido pouco resultado, neste caso...

Lena b

Unknown disse...

Dr. Murcon
Não gostei mesmo nada do poema :(

Anónimo disse...

corecções:

perpetuar

esse

Lena b

Anónimo disse...

Доброй ночи yulunga
que é como quem diz vaderetro com a morte keeu stou cheinha de vida.
Assim está melhor menina eslovaca?

Unknown disse...

Isola
O motor de busca a mim disse-me que era boa noite. Até prova em contrário acredito piamente

Anónimo disse...

eslovéquia, desculpe...
ou eslovénia?

Unknown disse...

is
Russa do má pelo, mesmo! Que era o que me chamava o Sr. António da padaria em miúda o que me punha furiosa.

Unknown disse...

ou do mau pelo, sei lá

Anónimo disse...

O natal é...

uma Orgia Assexuada!

(Daí eu ter perguntado doutra vez - Quem vai fazer SEXO no Natal? O dilema da mistura do Assexuado com o Sexual)

Anónimo disse...

Terá a menina quiçá roubado apenas pão ao padeiro?

Anónimo disse...

YULUNGAAAAAAAAA,

nem sabes o que te fiz,

REJUVENESCI-TE, mas tu ainda não viste!

YULUNGA REJUVENESCIDA, o meu AMOR!

Anónimo disse...

o motor de busca sabe-las todas... até enganar as meninas quiçá russas

Anónimo disse...

E porque hoje há poesia´....
Atrevo-me....

No te dejes engañar por mí,
no te engañen mis apariencias.
Porque son sólo una máscara,
tal vez mil máscaras, que me da miedo quitarme,
aunque ninguna de ellas me represente.
Aparento sentirme seguro,
que todo va de maravilla, tanto dentro como fuera:
aparento ser la confianza personificada,
poseer la calma como una segunda naturaleza.
Controlar la situación
y no necesitar de nadie.

Pero no me creas, te lo ruego.
Exteriormente puedo aparecer tranquilo;
sin embargo, lo que ves es una máscara.
Debajo, escondido, está mi verdadero yo
en la confusión, en el miedo, en la soledad.
Pero lo escondo.
No quiero que nadie lo sepa.
Me invade el pánico
ante el solo pensamiento de mostrarlo.
Por eso necesito constantemente
crear una máscara que me oculte,
una imagen pretenciosa que me proteja
de la mirada perspicaz.

Pero precisamente esa mirada es mi salvación.
Mi única salvación. Y yo lo sé.
Mas, cuando viene acompañada de la aceptación, del amor, entonces se convierte en lo único que puede liberarme de mí mismo, del mecanismo de barreras que he levantado; lo único que puede asegurarme de algo de lo que no logro convencerme a mí mismo: de que en verdad tengo algún valor…

Pero esto no te lo digo. No tengo valor para ello.

Temo que tu mirada no venga acompañada de la aceptación,
del amor.
Temo, quizá, que puedas cambiar de opinión sobre mí
que no me tomes en serio
y que tu sonrisa acabe matándome.

Tengo miedo, en el fondo, de no valer nada,
y de que tú te des cuenta y me rechaces.

Entonces sigo con mi juego de pretensiones desesperadas.
Con apariencia de seguridad por fuera
y con un niño tembloroso por dentro.

Exhibo mi desfile de máscaras
y dejo que mi vida se vuelva una ficción.
Te cuento todo lo que no cuenta nada
y nada de lo que en verdad es importante,
de lo que me atormenta por dentro.

Por eso, cuando descubras esta rutina,
no te dejes engañar por mis palabras:
escucha bien lo que no te digo,
lo que quisiera decir, lo que necesito decir,
pero no logro expresar.

No me gusta esconderme, te lo confieso.
Me encantaría ser espontáneo, honesto y sincero,
pero tienes que ayudarme.


Por favor, tiéndeme tu mano,
aunque parezca ser lo último que deseo.

Tan sólo tú puedes sacar a la luz mi vitalidad:
siempre que eres amable, atento y solícito,
siempre que tratas de comprender,
porque me quieres,
mi corazón palpita y renace.

Quiero que sepas lo importante que eres
para mí y el poder que tienes de hacer
emerger la persona que soy.
Basta con que lo quieras.
Te lo ruego, escúchame.

Tan sólo tú puedes derribar las barreras
tras las que me refugio,
tan sólo tú puedes quitarme la máscara,
tan sólo tú puedes liberarme de mi solitaria prisión.

No me ignores, por favor, no pases de largo.
Ten paciencia conmigo.

A veces parece que, cuanto más te acercas,
tanto más me rebelo contra tu presencia.
Es algo irracional, pero es así:
lucho contra lo que necesito.
¡Así es a menudo el ser humano!

Pero el amor es más fuerte que toda resistencia
y ésta es mi esperanza.
Mi única esperanza.

Ayúdame a derribar éstas barreras
con tus manos fuertes
a la vez que delicadas.

Porque un niño es siempre algo muy frágil.

¿Quién soy yo, te preguntas?
Soy alguien a quien conoces muy bien.
Soy cada persona que encuentras.
Soy tú mismo.

Unknown disse...

xelim
obrigadissima

is
quiçá...

Anónimo disse...

niño maravijoso
..que todo va de maravilla, tanto dentro como fuera..

Anónimo disse...

menina quiça
será quele adivinhou a cena da fonte da juventude?

Anónimo disse...

MIGUEL SOUSA TAVARES
Há tempos falou-se dele aqui…
Gosto de o ver, sim.
Contudo, com a primeira dama da TVi perde explicadamente o brilho do olhar e o sorriso arrepiado… Gosto da voz grave e do arredar da franja em cuidado desalinho.
Gosto da segurança das suas convicções - o que no mundo dele é a ordem certas das coisas.
Está para mim… como as “loiras” estão para os “homens”: perfeito na imperfeição. ;P


(Já alguém mais reparou que a maioria das “pivots” (?) e actrizes da TVi têm todas a boca como a 1ª? Bem pode ser impressão minha…)

Pamina disse...

Boa noite

Papeldeparede(9.50),

Gostei do soneto de Carlos de Oliveira e do seu comentário. Os 2 últimos versos são muito bonitos e, como diz, o poeta assume aqui uma posição não resignada.

A propósito de escapar à lei da morte, como diz Camões, através da palavra, lembrei-me do famoso soneto de Shakespeare que começa assim:
"Shall I compare thee to a summer’s day?"
Vou transcrevê-lo aqui, na tradução de Vasco Graça Moura. Normalmente, não gosto de ler poesia traduzida, mas ele fez um óptimo trabalho, especialmente tendo em conta as diferenças entre as 2 línguas (parece-me mais "fácil" traduzir do italiano, como no caso da Divina Comédia).

Que és um dia de verão não sei se diga.
És mais suave e tens mais formosura:
vento agreste botões frágeis fustiga
em Maio e um verão a prazo pouco dura.
O olho do céu vezes sem conta abrasa,
outras a tez dourada lhe escurece,
todo o belo do belo se desfasa,
por acaso ou pelo curso a que obedece
da Natura; mas teu eterno verão
nem murcha, nem te tira teus pertences,
nem a morte te torna assombração
quando o tempo em eternas linhas vences:
enquanto alguém respire ou possa ver
e viva isto e a ti faça viver.

Anónimo disse...

Pamina:
É lindo, o poema de Shakespeare. Enquanto houver leitores, os poetas - e tudo o que por eles for nomeado - será eterno, através das palavras, porque permanecerá visível. Nomear as coisas, como dizia Sophia de Mello Breyner ;) é fazê-las aparecer.
Essa é uma das questões centrais na poesia contemporânea - e como já vem de Camões e de Shakespeare poder-se-á dizer que a poesia é a arte da constante reinvenção do já dito. Tal como a Natureza, evolui em círculos.

Lena b

LR disse...

papeldeparede said...
Angie:
Também conhecia essse texto. O que me espanta é como M.S.T., tendo bebido na infância tanta subtileza e sensibilidade, venha a público, como comentador, esbanjar tanta arrogância e rudeza...


Contrariamente ao que sente, não me sinto agredida pela arrogância de MST. Nem ponho aspas no termo, porque admito que assim seja e como tal resulte para muita gente. Prefiro porém chamar-lhe franqueza, inteireza e emocionalidade corajosa.
Tudo coisas que, concordo, poderiam ter uma combinação mais doce, mais "low power", mas ele é assim. É "high" em tudo, ao menos aparentemente.
Talvez seja por isso que na vida se gosta, ou não gosta, à flor da pele. Talvez seja por isso que, embora tentemos arrumar os nossos gostos em categorias e conceitos, tudo bem estabelecido, de repente (quantas vezes!) as amostras acabam por não caber nem a martelo no sítio onde "deviam" estar. E fogem para outra, se calhar antagónica, ou simpelsmente nunca encaixem exactamente em nenhuma.

Também detesto a arrogância, mas há qualquer coisa no MST que desfaz o efeito típico dessa característica. Ou melhor, e afinal, há qualquer coisa que me leva a pressentir que essa é uma mera capa, e não há nenhuma sobranceria por dentro.
Talvez um psi explicasse porque e que ele se exterioriza daquela maneira...
E não,não acho nada que o meio não tenha tido influência nele. Quem o lê não precisa sequer de imaginar: dá antes de caras com a sua sensibilidade, bem chapada nos seus escritos.
Não deve ser mesmo nada fácil ter sido filho de SMB e de FST. Por mim, acho que ele é um resultado muito equilibrado entre os dois!
E acho sobretudo que ele é um grande comentador, completamente livre, concorde-se ou não com o comentário. E aí, mais uma vez, não cabe em nenhuma das categorias que se conhecem entre a classe! Parece-me acima de tudo que ele não precisa de se proteger, alinhando em modelos. Pura e simplesmente pode dar-se ao luxo de ser ele próprio!
O que é ser livre naquele milieu tão especial
Nem todos podem...

noiseformind disse...

Isto hoje foi dia de pouca comentadura mas muita qualidade no que por cá se escreveu... não tanto como os comentários de ontem À noite (cof cof cof, presunção e água benta... (e eu como não tenho reumatismo...)) ; ) gostei dos porquês do miúda da azulcereja, é bom fazer as perguntas na idade certa, afinal há uma vida toda pela frente para conseguir respondê-las ; ))))))))))))))

Anónimos das 10 e 28
Crime crime é esse poema ser de autor anónimo ; (((( tanta beleza sem pena. Nunca saberemos quem o escreveu e no entanto... porém... toca a todos

Yullie,
Nem todos os poemas com a palavra "morte e suicídio" são maus ; ))))))) mas nós aqui somos todos democráticos guapa ; )))))))))) acho eu!!!!! ; ))))))))

Angie,
Isso de requiems a gente morre todos os dias um pouco, se for conscientemente (mas não conscientemente em excesso, claro) tanto melhor ; ))))))))))

Ameninadalua,
Eu sou totalmente anti-incomodar. Aliás, vou ao Jantar sem companhia, não acredito em namoros arranjados, sejam por que santo fôr!!! ; )))))))))) Já quanto a ficar no meu quarto enroscadinho isso é outra história ; ))))))))))))) eu sou muito enroscativo, enroscante... tipo cascavel mas sem o chocalho! ; )

O Ju tem de ser responsabilizado. Isto tem muita piada estar aqui a ouvir a Lucille do King

"And when the gas ran all over the floor, the building caught on fire, and almost burned me up tryin' to save Lucille. Oh I, I imagine you're still wonderin' why I call it Lucille, the lady that started that brawl that night was named Lucille."

Feel good, I am good!!!!!!!!!!!!!!!!

Posso defender aqui o MST? Eu sei que posso! ; ) O homem assume-se pleno, no melhor e pior que tem, e só por isso já merece uma medalha. É ele próprio, e sermos nós próprios é expormo-nos sempre a não sermos aceites na totalidade ou mesmo rejeitados na totalidade pelas partes que de nós não encaixam no bem-senso ; ( em muitos capítulos da vida porutguesa MST faz muita falta, tem sido um lutador feroz pela cidade de Lisboa e a forma como escreveu os seus livros mostra tanto de si como os momentos mais arrogantes. Um homem sem máscara é um homem sem psi (as palavras não são minhas, são da Paglia e aplicam-se segundo ela pela inversa ás mulheres "Uma mulher sem máscara é uma mulher com psi"). MST continuará a ter muitas coisas com que não concordo e muitas outras com que concordo. Acho que uma pessoa pode perfeitamente ser homófoba e ao mesmo tempo defender que devemos ver todos os nossos impostos bem gastos, não são universos que se interpenetrem. Nem ando a ver se os autores que aprecio tiveram posições machistas ou atacaram qq minoria (incluindo os que fazem parte de minorias). Num mundo Politicamente Correcto Camus nunca teria publicado mais do que um livro e Gandhi antes de ser um líder do povo indiano teria sido martirizado como um pedófilo. No dia em que possámos ser todos nós totais e todos tivermos essa coragem será um novo dia para a humanidade, que parece estar ainda muito longe de chegar. Discordar sim, mas achar que escrita ficcionada e opinião devem soprar no mesmo sentido dentro da mesma pessoa é remoque de somenos importância.

Por falar em remoque, onde é que anda a Amok_she? Será que o marido a meteu de baixa informática? Teremos de esperar que inventem pois um fogão com acesso à internet ; )))))))))))))

Anónimo disse...

"Deixem-se de querer formar intelectualóides de meia-tijela e devolvam ao povo os cursos Técnicos e Industriais do saudoso Salazar"

Quitéria Barbuda in "O Fim da República", nº 16, 2005.

Anónimo disse...

E o que é o amor?
Hihihihihihihihihih!

amok_she disse...

(...)Por falar em remoque, onde é que anda a Amok_she? Será que o marido a meteu de baixa informática? Teremos de esperar que inventem pois um fogão com acesso à internet ; )))))))))))))

2:06 AM


...e o piqueno a dar com a treta do marido!...tens umas imagens muito ultra-demodè não só em relação às cotas, como em relação às mulheres em geral...como em relação aos maridos!:->...ñ sei em q raio de mundo te moves, mas...por certo ñ é o meu! ...felizmente!...pra mim, anote-se já!:->

...e se isso fizer com q sejas mais rigoroso na tua escrita...anota aí!... eu não tenho marido!...às vezes dá-se esse nome qd as mentes(zinhas) ñ capatam mais, mas...esse não será, no meu caso!, o termo mais adequado, não é de todo!... talvez por isso eu não esteja obrigada - como o caro tanto teme!?!:-> - a essas tarefas menores ...do doméstico e de fogão, então, nem vê-lo!...e mesmo a quota q me cabe ñ me impede de fazer o q quero e gosto, qd quero e gosto...coisa q, últimamente, ñ inclui a participação mais activa neste espaço...e até já expliquei porquê, mas o rico só lê as besteiradas... :-> :->

Anónimo disse...

amok_she às 9:39 AM

"... do doméstico e de fogão, então, nem vê-lo!"

Eu é que havia de ser o teu marido... ias ver como elas te mordiam!

A Menina da Lua disse...

Noise

É impressão minha ou não gostaste da minha piada? :(

Deixa-te disso!...

Olha alem do mais eu não falei de que tu eras do tipo de "incomodar" e ainda muito menos que acreditavas em namoros arranjados!...até porque se o tivesse dito, estaria concerteza a faltar à verdade...

Anónimo disse...

Já agora mais um poema:
Aqui cultivei o meu jardim, aqui espero- as flores do amor
Repartidas por canteiros, tal como a Musa sabiamente as elegeu.
O ramo que frutos produz, os doirados frutos da vida:
Plantei-os alegremente, feliz os guardo agora.
Fica tu, Priapo, aqui ao meu lado- não preciso temer
Os ladrões, e colha livremente e saboreie quem quizer.
Dá apenas conta dos hipócritas e dos pálidos e púdicos criminosos:
Se algum se aproximar e espreitar o gracioso espaço,
Repugnando os frutos da natureza pura, então castiga-o por detrás,
Com a estaca que, encarnada, te cresce das ancas.

Anónimo disse...

Esqueci-me de assiná-lo:
Goethe

Anónimo disse...

Professor, palavras tão bonitas e tão boa disposição. Há algum segredo que você e o Noise queiram partilhar com a gente? ; ) ou têm "formúlas mágicas" diferentes para estarem sempre tão bem-dispostos? Eu admira-me a vossa constante alegria. Mesmo no pior momento, no mais triste dos seus textos há sempre janelas abertas para um sorriso, para a procura de bem-estar, sempre a descoberta de um fio condutor para um sítio melhor. Imagino portanto que nenhum de vocês precise de ir a um psi descarregar o barco das frustrações (nem precise de ser cínico e arrogante como o MST é às vezes). Mandem os ingredientes com os tempos de cozedura ; )

Quanto à Amok_She o vaticínio do Noise concretizou-se. Não tem nada a dizer do que o Professor disse, mas para para fazer-se de ofendida e vítima está por cá certinha hihihihihihihihihihihihihihihhihihihi

noiseformind disse...

Pulga,
Cada um é pró que nasce, é um dos meus lemas de vida ; ))))))))))))))))

Ameninadalua,
Eu o quê como? Chateado? Onde? Li, reli e treli o texto apontado como causa da minha suposta irritação e só constato que peguei na piada que já vinha de trás do Ju
; )))))))))))))))) tu tás bem? ; ) loooooooool

Anokezinha,
Sabes que isto são tudo saudades. E o teu marido deixar-te trabalhar fora de casa já mostra que ele te ama muito e segue as correntes mais modernas do pensamento ocidental, um tipo ás direitas, gostava de o conhecer ; )

Manolo Heredia disse...

Noise,
O MST não é homófobo, é alguém que combate ideologicamente a forma como os orgulho-gay recrutam "jovens indecisos quanto ás suas preferências sexuais" para as suas fileiras.
Mas isto é só um pormenor que não retira o mérito da tua defesa, que foi brilhante.
Pena é que as incoerências do MST não se fiquem só pela oposição homófobo <> defensor de boas formas de gastar o dinheiro dos impostos. Há dias, a propósito das escutas telefónicas ilegais esse senhor defendeu a subordinação do poder judicial ao poder político, o que considero grave. É com opiniões destas que se resvala para pinochadas.

amok,
Com que então "tarefas domésticas e fogão" são tarefas menores!? é porque ainda não provaste os meus filetes de polvo com arroz do mesmo, ou o meu bacalhau com espinafres!
Tem mulher mais maxista que muitos homens!

noiseformind disse...

Manolo,
São "menores" pq ela está habituada a elas. Para mim a cozinha não tem segredos mas admito que lavar a loiça é coisa que não joga muito com as minhas mãos delicadas. Já viste a fortuna que gasto em óleo de Jojoba? ; ))))

amok_she disse...

Anônimo disse...

amok_she às 9:39 AM

"... do doméstico e de fogão, então, nem vê-lo!"

Eu é que havia de ser o teu marido... ias ver como elas te mordiam!

10:08 AM


...'tá-se mesmo a ver pq raio nunca gostei de maridos!:->

amok_she disse...

Manolo Heredia disse...
amok,
Com que então "tarefas domésticas e fogão" são tarefas menores!? é porque ainda não provaste os meus filetes de polvo com arroz do mesmo, ou o meu bacalhau com espinafres!
Tem mulher mais maxista que muitos homens!

11:17 AM


...Manolo, Manolo...qq tarefa q me seja imposta...é e será sempre uma tarefa menor a q me furtarei sempre q possível!...felizmente da obrigação das domésticas tenho-me safado menos mal...

...mas, para mentes mais tacanhas e limitadas!...eu referi mt claramente para quem sabe ler e entender o que lê - coisa q os portugas têm uma dificuldade fenomenal,é certo! - q o q dá a menoridade às tarefas domésticas é a obrigação, a imposição! ...e se estas vierem dum marido, machão ainda por cima!, então ñ serão apenas menores, são um calvário!...do qual estou, sempre estive, e estarei...livre!!!:->

...oh pulga não sejas mais burra do q precisas!:->...quem sou eu pra vir aqui comentar as palavras do Prof!???...qt muito posso opinar sobre ideias, do mesmo ou dos restantes, mas...comentar O Prof!???...isso é coisa de pulga metida a besta, como toda a pulga q se preze!...:->

amok_she disse...

noiseformind disse...
Anokezinha,
Sabes que isto são tudo saudades. E o teu marido deixar-te trabalhar fora de casa já mostra que ele te ama muito e segue as correntes mais modernas do pensamento ocidental, um tipo ás direitas, gostava de o conhecer ; )

11:16 AM


...olhe, rico, por esse andar assusta as meninas todas!...olhe q hj em dia nem as cotas da minha cêpa admitem gajos q as [não]"deixem trabalhar"(???), ou [não]fazer outra coisa qq q lhes dê na gana!...é q nem sequer se coloca a questão, mas qual deixar, qual carapuça!?...é dito e feito...eles depois q se amanhem...:->

...e além do mais, lá está a tal coisa dos mundos mt diversos...gajo q é gajo - pra mim! - ñ tem frescuras dessas!, quer q a gaja seja bem apetrechada noutros itens q ñ incluem cama, mesa e roupa lavada como rol de serviços garantidos!...mas, enfim, já há algum tempo q se anda a constatar q esta geração actual, pelo menos no q toca aos gajos!, é mais retrograda q a minha...eles é q ñ admitem, claro!, ñ convém, né?!?...:->

amok_she disse...

...eh pá, oh pulga...cai na asneira de voltar atrás e ir ler-te melhor...porra!!!!...livra!!!! ...és pior do q li à primeira...é claro q à primeira só li o q me dizia respeito...:-> na minha próxima encarnação quero ser assim como tu... simples!!!:->

Raquel Vasconcelos disse...

Como sou sempre do contra e o poema me interessou... direi apenas que em Portugal se morre facilmente à espera de ajuda. Estou a ser exagerada, Prof? acho que não.
Também pode opinar que aqui não é lugar para tal observação... digo-a onde então?
É duro pedir ajuda e não a ter, ou tê-la em parcelas ridículas de 10 minutos.
Sentirmo-nos cobaias...
Hoje nem sequer estou cansada... estou apenas espantada.
Quantos suicidas podiam ter vivido?