sexta-feira, dezembro 16, 2005

Directos ao coração.

Maria,
Que coincidência estranha! Recebo o teu mail, cheio de uma tristeza funda e solidária que me faz desejar correr a dar-te colo, e a 2 emite a História dos blues. Um homem e uma guitarra; a dor, o racismo e a pobreza a céu aberto. Compreendo o teu horror à injustiça não mediática que nos rodeia. Mas porque sou bem mais velho, lembro-a nas cruzes do Ku Klux Klan, no discurso de Luther King, na morte anónima de Skip James. Maria, admiro o teu escândalo e a necessidade que sentes de ir à luta. Admiro-te o suficiente para me sentir envergonhado por ouvir blues no conforto da sala. Receio que a velhice também seja isto - refugiar-me nas palavras para esconder a preguiça que torna difícil as barricadas, mesmo simbólicas. Saber-te nelas enche-me de orgulho e receio. Porque me rejuvenesces e afastas ao mesmo tempo. Pouco - muito!:( - importa: fazes o que tem de ser feito, pobre do amor que "dura" à custa do puxar de rédeas de alguém. Vai. Logo veremos se ainda consigo, ao menos, seguir-te à distância de um beijo, de um sorriso, de um olhar. Se não conseguir é porque já não te mereço.
Boa noite e bom caminho.

100 comentários:

Anónimo disse...

O blues, que para permanecer fiel continua primário - outra coisa desvirtuá-lo-ia - será inabalávamente uma referência inexcedível de aceitação de raças, movimentos, ideologias e, bom-gosto, num cocktail delicioso.
Não é intimista, como alguns pretendem, pode mesmo ser violenta!
É necessário BOM GOSTO para suportar ouvir mais que duas músicas seguidas.
Quem tem mesmo (bom gosto)? A maioria diz que sim. Mas .... confontem-se ...
Será fácil desmontar esse conceito de "bom gosto". A sonoridade não é fácil... e eu ... fico extasiado!

Anónimo disse...

Porque sim e
'Porque me rejuvenesces e afastas ao mesmo tempo', como me fazem sentir todos os que já viveram muito, que tenhas
uma boa época de 'sonhos' e de 'beleza convulsiva', como exigia Breton

LR disse...

Que bom ter um sonho, uma barricada, uma bandeira.
Um dos sinais perturbadores deste tempo é haver cada vez há menos gente nova a lutar por uma ideia, inconformada, com vontade de mudar o mundo e a convicção pura de que o vão conseguir.
Uma ilusão poderosa, que fez Paris 68 (e antes Coimbra 62).
Professor, deixe lá:
WELL BEHAVED WOMEN NEVER MADE HISTORY
(Não é exactamente uma citação erudita retirada de uma fonte sisuda... É uma frase - divertida, ou sábia? - que vi uma vez escrita numa t-shirt!!!)

A Menina da Lua disse...

Pois é Professor!

O "conforto" nem sempre nos dá tranquilidade ...o que vale é que temos " as palavras para esconder a preguiça que torna difícil as barricadas, mesmo simbólicas"...:)

Ao contrário do que muitas vezes se tem valorizado, as mulheres são capazes e têm tido excelentes protagonismos em defesa dos "Direitos" e dos "Grandes Valores"...São igualmente admiráveis na luta pelas injustiças. Ao pensar nisto lembra-me o recente filme " Fiel Jardineiro" onde mostra a coragem, determinação e profunda sensibilidade que a figura feminina demonstrava pela luta dessa "grande causa"...

Como nota final, devo dizer-lhe que gostei particularmente destas suas palavras; pela lucidez, pela sensibilidade e pelo ar "despojado" com que os sentires são "ditos" e assumidos...

Tilangtang disse...

Então vem...mesmo com a distância...

Gosto de ouvir este Júlio a falar

Anónimo disse...

Ola Julio, porque é que a criação dos nossos refugios identificam sempre as nossas impossibilidades? por preguiça e por que dá jeito? a todos nós, a começar por mim.

Moon disse...

Boa tarde!

Que texto bonito. Anda inspirado Professor.
Essa Maria...:))))

Mário Santos disse...

Tenho a certeza que a há-de conseguir seguir :)

amok_she disse...

«(...)Receio que a velhice também seja isto - refugiar-me nas palavras para esconder a preguiça que torna difícil as barricadas, mesmo simbólicas. Saber-te nelas enche-me de orgulho e receio. Porque me rejuvenesces e afastas ao mesmo tempo.(...)

...uma das possíveis (pra mim das mais prementes) razões para a 'fatal' atração q o homem mais velho sente por uma jovem...e ñ a perversa e banal razão de trocar "uma de quarenta por duas de vinte"...

...o pior, muitas vezes, é q 'a jovem' procura no 'mais velho' o pai...e nem sempre os desejos se encontram...

lobices disse...

"...Receio que a velhice também seja isto - refugiar-me nas palavras para esconder a preguiça que torna difícil as barricadas, mesmo simbólicas..."
...
...Amigo Profe: recuso-me a aceitar esse receio; refugiarmo-nos nas palavras nunca será isso...
...um abraço

amok_she disse...

...oh Lobo, podes recusar o receio, mas...se ele existe ñ será por o recusares q desaparece...

...e cada um refugia-se no q lhe dá mais afago à alma, homem...irrrrra! q mania a tua!

amok_she disse...

...olhe, Prof...tente esta receita ...pode ser q ajude...;-)

RECEITA PARA FAZER O AZUL

Se quiseres fazer azul,

pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,

que possas levar ao lume do horizonte;

depois mexe o azul com um resto de vermelho

da madrugada, até que ele se desfaça;

despeja tudo num bacio bem limpo,

para que nada reste das impurezas da tarde.

Por fim, peneira um resto de ouro da areia

do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal.


Se quiseres, para que as cores se não desprendam

com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.

Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez

ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre

na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor

até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.

Ambas a s cores te parecerão semelhantes, sem que

possas distinguir entre uma e outra.

Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,

iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,

algum dia, imitar o céu.

Nuno Júdice

Anónimo disse...

Angie
«Um dos sinais perturbadores deste tempo é haver cada vez há menos gente nova a lutar por uma ideia, inconformada, com vontade de mudar o mundo e a convicção pura de que o vão conseguir.»
Para mim o que é mais estranho é que a geração anterior à minha e a minha foram de lutadores algures na juventude. E depois acomodaram-se (ou aburguesaram-se) deixando mansamente a luta. Só passaram a usufruir prazer. E o pior são o que essas gerações fizeram aos seus filhos. Os que hoje não lutam. Buscam só prazer da vida, sem esforço e sem sofrimento, e também sem solidariedade. Por onde ficaram os mitos por que se lutou? Da revolução francesa só a Liberté ainda teve alguma aplicação. Os outros dois conceitos ficaram estagnados ainda no século XVIII.
O Che foi um idealista na juventude que se baralhou no meio da acção. As juventudes do Ocidente, de lutadoras exibiram-se em ambiciosas que só desejavam enriquecer. Hoje, em Portugal, procuram-se os cursos universitários que "dão" dinheiro. Os quais premeiam as notas altas e não as vocações. Notas baixas são sinónimo de futuro pobre. Os miúdos do liceu, actualmente, são pouco solidários e muito preocupados com as aparÊncias e cruéis na exibição dos bens dos pais, mesmo que alcançados de forma corrupta.
Lutar por ideais? Mas qual ideal? Quem idealiza hoje?
Não há ideais. Há preços.

Anónimo disse...

JMV
Quem não arrisca não petisca.
Sentado no sofá só medita

Anónimo disse...

Ó Jose_pardal vai-te foder

amok_she disse...

«Lutar por ideais? Mas qual ideal? Quem idealiza hoje?
Não há ideais. Há preços.»


...bem!, lá consegui ler-te...hoje!grrrr ...desculpa lá, mas traumatizada como estou com as "epístolas" 'noisianas', fico logo apavorada sempre q vejo as tuas e ...fujo a sete teclas...sete???... catorze!...vinte e oito...todas as q tiver ao alcance...

...mas, desta vez deu para ler...e claro q é isso mesmo: já ñ há ideais...e se os não há luta-se por quê???...ñ há ideias,ñ há ideais, ñ há causas, ñ há solidariedade...há interesses e parcerias...q fazer?...bem, aos tontos q mantêm os ideiais e acreditam q as ideias são fundamentais só nos resta ir andando, esperando ñ nos magoarmos demais ao ponto de nos transformarmos nuns cínicos...no mínimo!...aos outros, aos q embalaram no sistema...q tirem muitos lucros e...sejam felizes!...se forem capazes!(?):->

...mas, vá-se lá saber o q é a felicidade, né!?;-)

Anónimo disse...

VIVA A LIBERDADE!!!

amok_she disse...

...Pardal(inho)...há piús q ñ merecem o oxigénio q se gasta... poupa-te!...o desprezo é a moeda a usar-se para a estúpidez..'eles' ñ (nos) podem levar a melhor, nesta vida...;-)

Julio Machado Vaz disse...

Diabrete,
Miguéis, que bela ideia:). Leah é uma das minhas histórias de amor favoritas.

amok_she disse...

Serenidade ou punição?

...pois, mas...a serenidade, por vezes, advém (nos) duma certa capacidade de auto-punição...desde q a mesma ñ se transforme em 'martirização'...

Anónimo disse...

"Logo veremos se ainda consigo, ao menos, seguir-te à distância de um beijo, de um sorriso, de um olhar. Se não conseguir é porque já não te mereço."

Depois não se queixe... ;-))

amok_she disse...

Depois não se queixe... ;-))

...ñ sejas derrotista, homem...;-)

Anónimo disse...

Só abrimos assim a porta para ir embora ou para deixar sair quem sabemos que irá voltar de livre vontade.
Quando as almas se cozem a dois pontos as linhas são feitas de afectos que nem o tempo, nem as intempéries, nem a distância nem qualquer outra variável esgaça. Por isso se pode ser livre entre quatro paredes. Mas porque somos mantas de retalhos...

amok_she disse...

...ai, ai, ai, homem... cêtê...'tás cada vez melhor, com'ó vinho do Porto...;-)

Anónimo disse...

(não que importe para o caso, mas cabe esclarecer que não pertenço ao género citado - ;P)

Uma boa tarde (assexuadamente) ;]

amok_she disse...

xiiiiii, é verdade!, tens razão...até pq acho q já mais alguém fez esta confusão e...tu esclareceste, quer-me parecer...grrrr

...mas a questão é mesmo essa: ñ importa para o caso...q é a forma como te leio!...são os conteúdos, ñ as formas...q importam!...neste caso, claro!:->

...em todo o caso...desculpaaaaaaaa;-)

Filipa disse...

Oh Dr... essa musiquinha... O site abriu e a minha cadela deu um salto com o susto!!

Anónimo disse...

"pobre do amor que "dura" à custa do puxar de rédeas de alguém".
A sua duração não poderá ser longa, mais cedo ou mais tarde um deles irá apresentar uma "factura" demasiado elevada.

Pamina disse...

Boa tarde,

Diz o ditado popular: "Quem dá o que tem a mais não é obrigado". A pena pode ser tão importante como a espada e, se em consciência, mais não é possível, parece-me que a absolvição será merecida. Pecado seria a indiferença.

Desejo a todos um bom fds e boa viagem ao maralhal que vai ao Porto. Até à volta.

amok_she disse...

A complexidade é aquilo que o homem tem de mais fascinante em si.

...e mais não digo!:-*

Anónimo disse...

...to a amok_she at 1:32 pm:
...óh Professor perdoe-me utilizar a sua sala de estar para mandar a amok_she àquela banda!...

Anónimo disse...

A complexidade é aquilo que o homem tem de mais fascinante em si.

Anónimo disse...

Qd nos olhamos ao espelho

Anónimo disse...

amok_she:

No problem! ;]

(Não havia necessidade da MINHA parte de tal observação!)

Ah! O seu sumo de laranja já está pago.

e a tabaco da Diabrete TAMBÉM!

Anónimo disse...

Passo pelo Murcon, e leio.
Gosto, e por vezes apetece-me dizer coisas. Mas por agora só para saudar o diabrete_jr. Como o Murcon ficou muito mais livre.

Anónimo disse...

lobices 4:41 PM

"... óh Professor perdoe-me utilizar a sua sala de estar para mandar a amok_she àquela banda!"

Hehehehehe, desta vez o lobices não se aguentou à bronca. E se - em vez de "àquela banda" - fosse "à outra banda", não seria necessário. Acho que ela já lá mora... ;-))

noiseformind disse...

Ju,
Tenho o DVD da série e é delicioso ; )

Quanto à Maria, deixa-a estar, andas a exigir demais de ti. Quando o pedinte é muito exigente há que procurar outra mão mais estendida ou espírito com estômago-coração mais esfomeado ; ))))) não nos devemos martirizar demasiado com as coisas que nos parecem insignificantes, devemos sim ponderar se dar mais valor a algo nos poderá fazer transcender com o pessoas, chegar a uma felicidade maior e mais aquitante ; ) ou melhor, para continuar nos aqui-, aquiescente ;)

LR disse...

" Sical said...
Angie
«Um dos sinais perturbadores deste tempo é haver cada vez menos gente nova a lutar por uma ideia, inconformada, com vontade de mudar o mundo e a convicção pura de que o vão conseguir.»
Para mim o que é mais estranho é que a geração anterior à minha e a minha foram de lutadores algures na juventude. E depois acomodaram-se (ou aburguesaram-se) deixando mansamente a luta. Só passaram a usufruir prazer. E o pior são o que essas gerações fizeram aos seus filhos. Os que hoje não lutam. Buscam só prazer da vida, sem esforço e sem sofrimento, e também sem solidariedade. Por onde ficaram os mitos por que se lutou? Da revolução francesa só a Liberté ainda teve alguma aplicação. Os outros dois conceitos ficaram estagnados ainda no século XVIII.
...Lutar por ideais? Mas qual ideal? Quem idealiza hoje?
Não há ideais. Há preços."
1:56 PM

Sical, absolutamente de acordo.
A acomodação dos "sub 25" é traiçoeira: ou não têm tempo para perceber quem são, na idade em que devem; ou vão viver as revoltas e empunhar as bandeiras que não tiveram na juventude, quando já não estiverem na idade certa.
São demasiados os filhos a fazer pouco pela vida e a pensarem ipsis verbis pela bíblia dos pais. Não acho natural. (Os pais deles muitas vezes não foram assim). E são muitos os pais a educar os filhos (mesmo quando não podem) na frágil emancipação da vida acolchoada de confortos e facilidades (os tais "preços"...), sem que eles tenham de conquistar o que quer que seja: até a própria maturidade, feita da afirmação de si próprio, às vezes de oposição ao status (mal corre qd não é).
Assim, nem tão pouco há lugar ao respeito uns pelos outros (embora pareça). É tudo superficial e demasiado sem história...

E as gerações dos pais (dos que foram lutadores) aburguesaram-se?
Ah, pois foi: o mais possível. Por mim, até não acho tão pouco natural como isso. Bem ou mal, fizeram o seu caminho.
O que acho mesmo uma incorência é que nunca o admitam. E que os seus verdadeiros valores mudem (os fundos, o de estrutura, os que não se vêem). E ainda que transmitam uma educação sem "chama"; e que continuem convencidos (apesar dos sinais exteriores, que de facto pouco interessam), de que "façam o que fizerem" ganharam o direito de não prestar contas, à custa da uma juventude de irrepreensíveis feitos revolucionários!(também um "preçp?!)
Isso é que é o pior de tudo.
(Será 1 fatalidade histórica?!)

Quanto aos ideiais da Revolução Francesa, de que todos somos filhos (a gosto ou contragosto), lembro-me de ter lido recentemente um artigo de um politólogo francês (salvo erro, B. Jobert) que dizia + ou - assim: Na França actual, dos 3 ideais da Bastilha só um prevalece sobre os outros: a obsessão dos franceses pela "igualdade" é tal que os faz, se preciso for, abdicar da própria liberdade e da fraternidade para garantir a equidistância dos cidadãos perante a lei".
(Dá que pensar...se recordarmos o que por lá se passa!)

Anónimo disse...

===Professor Pardal===
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jump to: navigation, search
Professor Pardal (que apesar do nome não é um pardal, mas um frango)

E já tem o BIRUS CARAGU! NÃO deixemos que ele nos Influenza.

Anónimo disse...

Ke falta de imaginação a tua! Melhor numa reserva do que no frise! Ou terás, porventura, tendências necrófilas? Gostas de aves sem penas... que pena...

Vera_Effigies disse...

É realmente bonito o que escreveu, Mahatma. Isto de ser mulher e piegas traz destas coisas...

Sabe Mahatma, a indecisão fomenta a indecisão.
Por vezes as fugas são alarmes falsos aos incêndios incontroláveis e incontornáveis, que nos consomem. Fogos que apagam com palavras, atenções e sorrisos ainda que simbólicos; ou então, são tentativas vãs de reconstruir o "eu" que se dilui nesse calor abrasador que nos cerca sem amarras de atenção. Fogos que voam como anjos vestidos com mantas de desprendimento e desinteresse.

Voe livre como o vento. Está na hora de tirar essa preguiça :)
Um abraço

Anónimo disse...

Komo é evidente a falta ke o tungstênio te faz...jozezito, pardalito, santanazinho!? Não te mobilizes não pois a extinção te aguarda na redução do tamanho.IHIHIH

Anónimo disse...

(O franguito está a comer os cereais)

Anónimo disse...

De goela estreitinha ainda se engasga com a pipoquinha.
Ainda vai dar curto-circuito.

River disse...

Hj... só vou mesmo admirar, tanta ternura...
Que bom, qdo ela aparece...

bom fds!

andorinha disse...

Boa noite.

Júlio,
Estas suas conversas com a Maria são deliciosas, vão-nos directas ao coração.:)

Mas que dúvidas são essas???
Se escorraçar a preguiça, verá que a consegue seguir(à Maria, claro):)
Não se subestime.:))))))))))

Anónimo disse...

"oh superpataaaaa, vou entrar na próxima telenovela da TVI..."
Vem me paressia. 1-1? Sporting contra quem?

Anónimo disse...

Tem cada um, aqui,
não uma idade mas uma maturidade,
não um género mas um padrão,
não um estado civil mas um estado d´alma.
Nem sempre um nome, um rosto, um país, uma história…
E no xadrez virtual das metáforas e dos seus equívocos satisfaz-se, em coincidências de significados improváveis, a comunicação que de todo não existe mas que se procura.
Ás vezes, até parece, que uma garrafa que o mar devolve à praia foi escrita para nós. E não fosse a ironia que a aleatoriedade tem …

Boa noite!

amok_she disse...

fora-de-lei disse...

Hehehehehe, desta vez o lobices não se aguentou à bronca. (...)

5:31 PM


...se lesses os outros com mais atenção perceberias q o lobices nunca(!) escreveria aquela treta!...ñ por ñ ser capaz de me mandar a qq banda, mas...pq o seu ego nunca o deixaria largar posta sem a devida assinatura:->

amok_she disse...

...cêtê...eu diria q vale sempre a pena (ñ só qd a alma ñ é pequena) ...embora, nestes casos, ñ seja essencial sempre ajuda a entender certas coisas...às vezes...

Anónimo disse...

Angie
A igualgade que anda por aí muito debatida, é-o só intelectualmente.
Todo o mundo anda a demarcar a diferença, ou seja não igualar. O marcar a diferença tende, muitas vezes, a ser cruel. Eu, há uns anos, quando fui pela primeira vez ao Brasil, assustei-me com os condominios fechados.Era o marcar a diferença, excluindo os outros, mas ao mesmo tempo aprisionando-se nessa manutenção da diferença. Hoje, em Porugal, cultiva-se a diferença (que não é social, mas económica), mantendo-se um discurso hipócrita do piliticamente correcto.
Quanto à França, veja-se que ainda se fala muito dos imigrantes de 3ª geração. Ainda não são franceses? Até quando se vai contar para serem franceses de igualdade plena? Até à sexta ou décima geração? Discussões intelectuais e estéreis que não correspondem à relaidade.
Quanto ao outro filho da revolução francesa, nem vale a pena falar.
Por cá as únicas fraternidades que conheço são as dos militantes politicos, ou dos que estão irmanados no mesmo "negócio".
Se calhar estou com a minha "alma civica" ácida. Mas os tempos não me adoçam.

Manolo Heredia disse...

Angie,
«Um dos sinais perturbadores deste tempo é haver cada vez menos gente nova a lutar por uma ideia, inconformada, com vontade de mudar o mundo e a convicção pura de que o vão conseguir.»

Não são assim tão perturbadores. Pense assim:

O inconformismo, a vontade de mudar o mundo para melhor, surgem sempre associados à percepção que vastas camadas da população têm de que a sua sobrevivência está ameaçada ( a sua e a de seus filhos, netos…). A Revolução Francesa, os Descobrimentos (só para dar dois exemplos), surgiram em épocas em que grande parte da população passava fome e sofria toda a espécie de privações.
Os Ideais são memes que surgem como resposta à ameaça da sobrevivência, são elementos reguladores da Vida, e as pessoas abraçam os ideais como se fossem bóias de salvação no seu impulso para a sobrevivência. Quase sempre sem terem a consciência desse porquê.
Como todos os elementos reguladores da vida são, como nos fractais, uma variante dos ciclos feed back de realimentação positiva que caracterizam todo o tipo de regulação na Biosfera.
Os algoritmos que regulam esses ciclos são cegos, ocultos, deterministas. Ir contra eles é ir contra a Lei de Deus, pois eles são em si próprios a Lei de Deus.

Não sinta culpa de não ter sabido educar os seus filhos de acordo com os seus ideais. Eles, os seus filhos, são seres lançados num mundo diferente do seu, mundo esse, que por ser diferente também tem leis diferentes. Deixe-os viver a vida deles, no respeito dos princípios básicos da boa convivência social. Sem culpa.

Anónimo disse...

Li isto no Público:
«A direcção da Associação de Professores de Português (APP) diz-se "perplexa" com a decisão do Ministério da Educação de manter a obrigatoriedade do exame nacional à disciplina em todos os cursos gerais do 12º ano.»

Eu estou perplexo com esta associação. Será que sou só eu que estou com o passo trocado? Ou este país está senil?

andorinha disse...

Sical,
O país é que está senil, ainda não tinhas dado por isso?:)

amok_she disse...

Manolo Heredia disse...
(...)Os Ideais são memes que surgem como resposta à ameaça da sobrevivência, são elementos reguladores da Vida, e as pessoas abraçam os ideais como se fossem bóias de salvação no seu impulso para a sobrevivência. Quase sempre sem terem a consciência desse porquê.(...)
11:07 PM


...aformações (ou ideias?) como esta são tão redutoras como a ausência de ideias...:->

...como se as revoluções ñ tivessem como "pano de fundo", como semente germinadora, como frente impulsionadora, "gentes" idealistas cujo motor de arranque tem mais a ver com as ideias q com as necessidades mais prementes relacionadas com a sobrevivência...se assim fosse Africa seria o continente mais revolucionário!:->

...a questão dos ideias, das lutas, dos sonhos, parte sempre duma elite pensadora q, depois, consegue arrastar as massas sobreviventes, claro...relembre-se quem estava sempre na vanguarda das manifestações anti-Salazar: os estudantes, os professores, os pensadores...claro! ...q depois tinham os operários com eles e por aí fora...

...a ausência de ideiais tem mt mais a ver com a ausência de ideias duma elite pensadora q quase ñ existe...

Manolo Heredia disse...

Sical,

O ideal é que as pessoas dominem bem uma língua quando chegam à idade adulta, pois só o conhecimento de uma língua lhes confere capacidade de comunicação verbal e escrita.
O ideal é que em Portugal as pessoas chegassem à idade adulta dominando bem o português, mas, não sendo possível então que dominem bem o espanhol ou o inglês.
Deve ser isso que a APP quis dizer na Público.

amok_she disse...

...o país ñ está senil!...o facto de ter no poder uma corja de ignorantes ñ faz do país senil!...os ignorantes sempre fizeram o frete ao capital...é só por isso q o país parece senil...quem manda, quem tem o poder é a economia, não a inteligência, o saber...a economia só gera lucros - pra uma minoria! - e injustiça social pra maioria!...a inteligência, o saber, faria com que essa corja se apeasse rapidamente...por isso, ñ sejamos ingénuos: ao poder ñ interessa q o povo seja culto!...exames de português pra quê?, ensino de qualidade pra quê?, cultura pra quê?...pra depois desatarem a pensar pelas próprias cabeças????...vá de retro satanás!!!:->

Vera_Effigies disse...

Prof JMV
Muito obrigada. Gostei da visita :)
Tenho muita admiração pelo senhor, ou melhor pelo ser humano que o senhor é.
Um abraço
MJ
P.S.Se precisar de cicerone disponha :o)

Anónimo disse...

'dasse! p'ra quê?????????????

Manolo Heredia disse...

Amok,
É mesmo isso! Em África as condições estão criadas, faltam as elites.
O Ocidente encarrega-se de anular as oportunidades para que surjam essas elites. Uma das formas usadas é a "ajuda alimentar". Outra é a "ajuda ao desenvolvimento". As notícias que agora podemos ler sobre a reunião de hong-kong, dos parceiros da Organização Mundial do Comércio, mostram bem o que está em causa!

Manolo Heredia disse...

lusco_fusco,
Não seja lambe-botas. Ou então lamba as botas por EMail!

andorinha disse...

Sical,
A Associação de Professores de Português é que está senil de todo.
E senilidade ou ignorância, os efeitos práticos são os mesmos.
Quanto ao Ministério da Educação tomou finalmente uma medida acertada.

Manolo,
"O ideal é que em Portugal as pessoas chegassem à idade adulta dominando bem o Português, mas não sendo possível então que dominem bem o Espanhol ou o Inglês."
Valha-te Deus, homem!
Não consigo perceber(por mais esforço que faça) onde vais buscar estas ideias!
Os alunos depois de 12 anos de escolaridade não dominam o Português?
Não faz mal!!!!!!!!
Que falem Espanhol ou Inglês!!!!!!!

Anónimo disse...

'dasssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssase mesmo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Nas Universidades os nossos alunos mal sabem escrever!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Vera_Effigies disse...

Desculpe Manolo, não percebi, importa-se de ser mais concreto?

Vera_Effigies disse...

Manolo Heredia
Decididamente não me conhece, ou não seria tão leviano nesse seu comentário.

Anónimo disse...

Querelas pessoais num espaço virtual. Mas que raio é isto? ... se houvesse uma classificação netiana, o que deveríamoa chanar-lhe? blog? chat? ....... Não é uma coisa nem outra. As classificações existem. Quererá ser um desafio?

Manolo Heredia disse...

andorinha,
Você não é capaz de descodificar uma ironia!
Eu dou uns tópicos:
- As auto-estradas serviram para que as alfaces francesas "escorregassem" mais facilmente para Portugal. Foram feitas (as auto-estradas) dando como contrapartida a destruição da agricultura portuguesa.
- As centrais telefonicas portuguesas foram todas digitalizadas, para que as multinacionais pudessem controlar à distancia as empresas portuguesas que vão comprando. Foram feitas dando como contrapartida a destruição das pescas portuguesas.
- O TGV serve para que ... etc.

Já percebeu agora? Só falta que a destruição da Lingua-pátria seja posta à venda como contrapartida.

Fim de explicação.

Manolo Heredia disse...

Lusco_
Não a conheço, de todo. Nem interessa para o caso.
Limitei-me a comentar o seu comentário: A forma como se exprimiu é indecorosamente do tipo lambe-botas.

Vera_Effigies disse...

Verdade, não me conhece. Mas não pretendo explicar-lhe nada. O comentário do senhor não me faz :). Tenho a certeza que a quem me dirigi me perceberá.
Fique bem.

Manolo Heredia disse...

lusco_
Eu fiz um comentário. Não um pedido de explicações.

Anónimo disse...

Serão as querelas, ou a "visita" do Sr. Professor?
Um abraço a todos. É tempo de (Natal)!?
.....

Vera_Effigies disse...

Comentário que nas entrelinhas mostra curiosidade :o) Vai rebentar lol porque não sou de dar explicações a ninguém ;-)Salvo a quem me merece tê-las.


PS Tem razão "Atento", peço desculpa. Foi sem intenção criminosa ;-)Mas detesto classificações á priori.

Anónimo disse...

... SR. PROFESSOR:
depois desta declaração da/do Lusco Fusco, jamais alguém lhe perdoará a falta de visita.......... !!!!!!! :)))))))))))))))
M.P

Manolo Heredia disse...

nem só as ordinarices e os palavrões são inestéticos.

Vera_Effigies disse...

Prof JMV
Eu peço desculpa, mas estes fãs do Mahatma, não querem milagres por terreno alheio. Mas eu explico para não estragar essa devoção, a visita não foi física, foi "visita". Pronto. Está melhor assim?...
Umas aspas fundamentais que esqueci de colocar. Mil perdões.
Lá se ia a reputação do Mahatma ;-)
Um abraço


O QUE FAZ A FALTA DE ASPAS

Vera_Effigies disse...

TEm toda a razão Manolo.

andorinha disse...

manolo (12.06)
Não, a uma sexta-feira a esta hora, não sou capaz de descodificar ironias.
E como já tens feito comentários do mesmo calibre, não deu para perceber.
Mas obrigada pela explicação, de qualquer modo.:)

Até amanhã, maralhal.

Anónimo disse...

.

Anónimo disse...

,

Anónimo disse...

Parece que o Noise trocou a banda larga pela gástrica.

Anónimo disse...

Professor Pardal-Diabrete jr:
Será que existe uma cotovia na sua gaiola, é que estou quase, quase apaixonada pelo cientista satánico que é o nosso passarito.
Quanto ás marcas de preservativos nada como os Zig Zag que os Cuidados de Saúde Primários (vulgo Centros de Saúde) fornecem de borla...

Anónimo disse...

Prof JMV:
Caramba não é assim tão velho como diz,e ficar embalado, enroscado e quedo na sua sala a ouvie Blues não é pecado tão grande para se martirizar desta forma, a Maria (seja ela quem for) tem a força da juventude para provavelmente fazer tb sua a "Batalha" dela e o prf que seja a sua trincheira, tão necessária nesta "batalhas". Trincheira com som de Blues, melhor ainda...

Anónimo disse...

A verdade escraviza. ;-)

PM Não é possível evitar-se as guerrinhas pessoais, entre a criançada? :-)

Foi só um desabafo. Deixem o vosso ego em casa.

Posted by anti-comuna

noiseformind disse...

Irmãos em Éme, hoje é dia grande para todos nós. Tal como para os cristãos o Santíssimo é exposto nas Igrejas tb hoje o nosso Cristo Vivo estará patente no nosso templo (improvisado, é certo, que ainda são poucos os crentes e muitos os infiéis) para nos dar a sua saudação Perui et Bacalhaui. Vinde pois com Amor no coração e 20 oiros na algibeira para pagar o dízimo gastronómico e orai ardentemente ao Mahatma para que na sua lucidez, rectidão e temperança no guie por entre os meandros das garrafas de vinho e nos faça chegar de volta a casa cheios de espírito e não apenas satisfeitos com o repasto.

OREMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

blogico disse...

Depois de me ter rendido a "Muros", devoro agora "Estes difíceis amores" numa sala com vista sobre a rua Anselmo Braamcamp. A afinidade geográfica permite-me saborear ainda mais este delicioso livro. Mas não é só isso... Gostava de um dia conseguir escrever assim...

Cumprimentos ao Professor e ao seu Maralhal

Anónimo disse...

Que tenham um bom repasto e um bom convivio. Tenho pena de não poder ir até aí

Anónimo disse...

Ontem, ao despedir-se do Público, Miguel Sousa Tavevares disse isto:
«O "bloco central", governando à vez, desperdiçou os 20 anos mais propícios do país e temo que, de facto, o tenha tornado inviável para sempre.»
O João Salgueiro há tempos também disse que Portugal era inviável.
Será que ainda vamos a tempo de pedir, e de joelhos, aos espanhóis para tomarem conta do país?
Será que alguém ainda acredita neste país?
Manolo, Amok, Andorinha, convergimos no mesmo. Concordo com os vossos comentários. Eu acho que o problema do país não é o orçamento mas sim a mediocridade. E o dar-se mérito à mediocridade é que nos tem transportado ao estado actual. E na senda da Amok, se a inteligência não supera a mediocridade, não há solução a dar-lhe.

Anónimo disse...

O patriotismo
Vasco Pulido Valente



Aparecem nesta campanha meia dúzia de ideias que mereciam ser discutidas, mas que se perderam na confusão geral. Uma delas veio em parte de Manuel Alegre e é a ideia de patriotismo. Não que Manuel Alegre tenha explicado muito bem o que pensa. Se, por um lado, se diz patriota, por outro também se diz cosmopolita, sem se aperceber que uma coisa excluiu a outra. De qualquer maneira, levantou a questão de saber em que pode assentar hoje o patriotismo português. Uma questão interessante: porque, tirando um cego amor à terra onde se nasceu, mesmo no caso extremo da Lapónia ou Alguidares-de-Baixo, o patriotismo precisa normalmente de uma razão: a paisagem, uma forma particular de sociedade, uma situação privilegiada no mundo, o que se quiser.
Ora, do princípio do século XIX até agora, o patriotismo português foi sempre, na essência, "retrospectivo". Mais precisamente, ignorou o Portugal moderno, em que nunca encontrou qualquer motivo de satisfação ou de orgulho, e glorificou o Portugal do século XV e do século XVI de que Os Lusíadas se tornaram o emblema. A famosa polémica de Eça com Pinheiro Chagas, que fez rir gerações, não passa da crítica à devoção "histórica" de Chagas, que Eça acusa de ignorar e, pior ainda, de esconder o país fraco, mesquinho e miserável de 1880. Depois disso, o patriotismo republicano, que assentava numa consciência aguda da inferioridade indígena, não trouxe nada de novo (basta ouvir o hino), excepto o ódio à Inglaterra, vista (erradamente) como inimiga em África e sustentáculo dos Braganças na Europa. E, por fim, Salazar, o representante por excelência da contra-revolução (e não do fascismo, evidentemente), empurrando Portugal para uma espécie de Idade Média mítica (os castelos reconstruídos com cimento, a nostalgia da vida rural, a cultura popular, a extraordinária exposição de 1940), tirou definitivamente o patriotismo da realidade e, a seu tempo, pregou connosco na suprema irrealidade da guerra colonial.
E em 2005: onde se irá buscar o fundamento para o amor da Pátria? Num Estado eficiente, numa democracia exemplar, numa sociedade inovadora e próspera, na integridade do ambiente, na ordem urbana, na ciência, na cultura humanística, na cozinha, na arte? Ou num mirífico papel internacional que só existe para a propaganda e a retórica? O bom senso deve supor que não. Fica, é claro, o patriotismo do futebol e das bandeirinhas do Euro. Será esse que Manuel Alegre anda por aí a recomendar?

Anónimo disse...

Meu querido, meu doce, meu terno amor,

Eu sou a carne, tu és o "cerne".
Como poderia existir sem ti?
Fica, no sofá, na esteira...
Em última instância – sabes! - morrerei por ti.

Maria, a ficcionada

Anónimo disse...

Sim Sical, a Amok é um belo exemplo disso

LR disse...

Manolo Heredia

Agradeço o consolo. Realmente. O meu comentário, contudo, não era propriamente uma queixa. Era mais uma constatação, que sinto ser partilhada por mais gente da minha geração. Não que todos fossem Ches, mas algures na vida se andou lá perto!
Quanto aos meus rebentos de 1.80 de altura...espero sinceramente ter-lhes transmitido os meus ideais.
Isto é: ainda não desisti!
Como lhes restam alguns centímetros da “outra” estatura para crescer... não vou deixar de os adubar todos os dias, metodicamente, mas sem fundamentalismos.
Não quero propriamente que eles pensem como eu, só quero que percebam que é preciso “pensar”. Viver além do palmo de nariz que cada um tem. Que é preciso olhar para todos os lados, perceber que nem todos somos iguais, e se possível experimentar as dores e as alegrias pelo prisma dos outros. Isso ensina-nos a encontrar as coordenadas no mapa, ainda que afinal não mudemos de poiso e continuemos de pedra e cal no sítio em que nos puseram à nascença...
Em suma: como já não sei quem dizia “Power is understanding”.
Três palavras e um mundo de chaves para a vida, se as quisermos entender!
A “compreensão” ou o conhecimento não se ganham só nos livros e nas competências académicas e profissionais. Tal como o verdadeiro poder não está nos cargos que exibimos no papel timbrado, nem no gabinete imponente que nos deixa a sós e tão encantados com o nosso umbigo, nem tão pouco nos cifrões da conta bancária. A velha história afinal! Há o ter e há o ser. Mais vale portanto ser! O que já não é pouco...

Também não dei ao inconformismo que falta à gente nova o sentido que lhe deu.
Continuo a pensar que é nos “teen” que fazemos os nossos alicerces, e não são precisas grandes clivagens históricas para que esse sangue na guelra se manifeste, ou justifique. Não acho nada. Por inconformismo entendo aqui a reacção saudável de quem abre os olhos para a vida real e se depara com um mundo contraditório, ilógico, onde as coisas não batem certo. Um jovem não tem ainda que “conceder”, como um adulto! Tem que questionar, tem que estranhar, como não?!! E depois reagir, mesmo que com os excessos típicos da generosidade! Enfim: acreditar numa ideia, lutar por ela, assumir, comprometer-se, não ser indiferente! Acredito que há momentos históricos que favorecem esse discernimento pró-activo. Mas há tanta coisa, tanta, que hoje em dia reclama intervenção cívica, para além das causas políticas (agora tão pouco escaldantes, tão águas mornas...)

Nota: Quanto ao que disse sobre o uso do português, plenamente de acordo consigo. E com o mesmíssimo Vasco Pulido Valente, citado na Visão desta semana: "Chegámos, como povo falante, muito próximo do grunhido".

Anónimo disse...

Está uma dia que faz prever uma noite linda! Espero que partilhem ou transpirem nos comentários o melhor do vosso convívio. E já agora façam notar que o Professor presta (mesmo na ausência e no silêncio) um verdadeiro e inestimável serviço público de elevada qualidade no domínio da Saúde (em múltiplas e complexas vertentes)- assim, que não nos prive nem condicione de receber o seus genéricos - eu que nem oportunidade tenho de o ouvir na rádio.. bem gostaria de ouvir aki (a par da musica ) os seus programas... mas quem sou eu...


Apartidariamente.1- Adianto já que não me importo que isto seja interpretado como "graxa"- porque é genuína e merecida e nunca fui classificada - academicamente falando, claro está!- pelo professor ;]



Apartidariamente.2- "Devo" um reconhecimento "público" ao "Manolo" pela pertinente diagnose-espelho, feita ;]

Anónimo disse...

angie,

Falar em gerações e nas limitações que as mesmas implicam é completamente absurdo.
Hoje não existem gerações a estabelecer modelos de comportamento.
Só mesmo uma mulher que tenha vivido à sombra do marido e depois aos 50 anos resolve divorciar-se é que pode pensar dessa maneira. A ponte entre o pensamento e a atitude é desenvolvido através de um discurso conservador, arrastado e fora de um contexto contemporaneo.

angie,
sobreviva sózinha, mas com a plena noção que a história do pensamento não mobiliza barreiras.

Depois, que ideais foram os vossos que falharam em tudo?
Falharam no conceito familiar - quantas de vós são divorciadas?
Falharam na educação dos vossos filhos, tendo em conta que os toxicodependentes são os filhos da vossa geração.
Falharam em termos profissionais - Professoras velhas e gordas aos 50 anos sem qualquer estimulo profissional

Hoje vcs sobrevivem aos 50 anos completamente sózinhas em busca dos ideais perdidos.


Projectam

A Menina da Lua disse...

Mediocridade, falta de patriotismo, défice em inteligência política, podem ser e são algumas das razões que apontam para o atraso do país mas há muito mais que isso e provavelmente com origens mais profundas e enraizadas nas cabeças das pessoas...Se nos questionarmos a nós próprios quais são os nossos verdadeiros "valores", talvez tenhamos alguma dificuldade em identificar aquilo que verdadeiramente nos move em termos individuais e de grupo...isto apenas é uma reflexão para ajudar a entender porque é que num país pequeno, com parcos recursos, se dá ao "luxo" de não ter consciência conjunta daquilo que quer e andar consequentemente num "marasmo político agressivo" que o leva desordenadamente a um desperdício de oportunidades?...

Quanto ao "combíbio" desta noite,e já que eu não posso ir:((, faço os meus mais sinceros votos para que se divirtam, que comam muito bem e principalmente que partilhem da agradavel companhia do Professor...

Anónimo disse...

Luisa tão simples,
tão mal parida e silenciosamente carente.

Anónimo disse...

Luisa,
com a excepção da presença da sua vulgaridade,
acredite que me fez sorrir.
O tempo agora, é como o tempo da sua avózinha:
Tudo nos parece raro, quando a raridade é uma questão do seu próprio reflexo. :)

Então, Luisa
tenho a certeza que a carissima é mais das frustradas
que se encanta com os vasos de faiança colorida.
Discutir consigo (ser de palavras inócuas) a problemática das utopias, seria o mesmo que manter vigente todas as ideias daqueles que fugiram de si. :)

Luisa, vá estender a roupa,
faça algo de útil e sinta a alegria de uma atitude vulgar a invadir esse corpo onde o mofo se caracteriza pelas suas próprias convicções (pressupostamente reconhecido na sua própria miopia).

Em relação á sua tentativa de ofensa banal :"Este garoto não é feliz! Que mulheres frustradas o criaram...". O que dizer de todos aqueles que deixaram a Luisa no armário?

Pamina disse...

Boa tarde,

Embora já me tivesse despedido ontem, passei por aqui antes de sair e resolvi deixar um poema de William Carlos Williams que se insere num estilo confessional– parafraseando o gémeo Dupont, direi mesmo mais, confessional- mas que, para satisfação de pardais, pintainhos, patas, melgas, libélulas e companhia, dificilmente se poderá classificar de coto-lamechas.

This Is Just To Say

I have eaten
the plums
that were in
the icebox

and which
you were probably
saving
for breakfast

Forgive me
they were delicious
so sweet
and so cold

Tradução:

Isto é só para dizer que

Comi
as ameixas
que estavam no
frigorífico

e que
tu estavas provavelmente
a guardar
para o pequeno-almoço

Perdoa-me
eram deliciosas
tão doces
e tão frias

P.S. Agradeço em meu nome e no dos outros participantes a todos os que nos têm desejado um bom jantar.

Raquel Vasconcelos disse...

Acabo de descobrir que com o firefox talvez aceda à caixinha de comentários mais facilmente. É que é complicado participar aqui, quando o diabo da caixa leva anos a abrir :/


Por agora ficam, um Bom Natal e algumas luzinhas à mistura :)
R.V.

amok_she disse...

...luisa, poupe-se!!!...eu já perdi a pachorra para lidar com pirralhada desta!:->

...em todo o caso, obrigada luisa...

LR disse...

Luísa: Surpreendente e simpática a sua solidariedade! Agradeço, como compete. Mas aquilo é mero ruído de fundo...Grunhidos, diria o VPV!!!