Sempre que uma sala de cinema termina lembro-me do filme "Cinema Paraíso". E fico triste por as gerações mais jovens não chegarem a conhecer o prazer de ir ao cinema à moda dos "bons" velhos tempos.
Atendendo a que hoje na televisão praticamente só os privilegiados (entenda-se os que têm acesso a canais privados) é que podem ver filmes. Sim, porque daqui a algum tempo, haverá nos canais 'normais' vida para além das telenovelas? Digamos que o panorama cultural não se afigura muito animador.
O poder económico mais uma vez dita as regras: quem pode paga canais de tv privados ou então tem acesso a aparelhos de DVD e compra ou aluga filmes o que me parece mais uma actividade (muitas das vezes) solitária e que contribui para a actual tendência de uma sociedade cada vez mais fechada e individualista:(
Talvez, quando já nenhum de nós/deles restar, surja a "nostalgia" do regresso a uma realidade ignorada. Talvez, então, se diga: - morreu mais um Centro Comercial.
Do que eu gosto no Porto é de poder passear nas ruas e sentir algo de familiar nas ruas. Apesar das grandes superfícies, ainda as mercearias de bairro funcionam e vislumbra-se calor humano. Há ternura no Porto. Já a minha Lisboa natal é está desumanizada. É fria, áspera e cruel. Por isso as estruturas políticas lá estão. Sentem-se confortáveis. Mas um cinema, numa determinada rua, que acaba, acaba com uma memória física de momentos de transcendência que se viveram quando a tela inebria a ponto das pessoas se envolverem nas personagens. Mas também as memórias desse templo, onde se rezaram juras conjuntas na escuridão da última fila, num entrelaçado de ansiedade de mãos e de enlevo de corpos. Os tempos mudaram. Esses espaços já não são necessários para os “entrelaços”. Hoje a sociedade é mais aberta, mais permissiva. Talvez já não haja é um certo encantamento do que se tentava copiar da tela, como se emoções pudessem ser decalcadas da película. Continuamos a atravessar o deserto das memórias da juventude pelos corredores das novas Catedrais de Consumo onde a música do órgão foi substituída pela música da mastigação da pipocas, arrotos de coca-cola e por ruídos bestiais perturbadores do encantamento que o altar proporciona. Quantos cinemas ainda restam no Porto?
ops moon nem fales no cinema paraiso, pq fico eu num buáaa de baba e ranhooo..pois sou assim exagerada.... qto aos centros comerciais..... existe vida para além deles?? eu tento descobrir, mas para tal já faço investigação científica..!!! jocas maradas e feliz 2006 cheio de sorrisos...opsss isto seria o céu...sorrisos, mas é que hoje estou assim....
Os cinemas (multiplex) estão cada vez mais cheios, e mais aptos às novas tecnologias. Os outros, pura e simplesmente vão ter de encontrar os seus nichos de mercado e desenvolvê-los, ou acabam pura e simplesmente, tal como o resto do comércio. Resta encontrar os respectivos nichos, o que é o mais difícil... Cinema... ia no Batalha.
Fecham cinemas, fecham grandes cafés, fecha isto, fecha aquilo. Não sei se é ou não por causa disso, mas a verdade é que cada vez se vendem / compram mais equipamentos de home cinema, máquinas de café expresso, playstations, etc, etc.
O caminho está traçado... vamos acabar todos fechados em casa !
Morreu o cinema Nun'Álvares?! É mais um que não conseguiu sobreviver à insistente busca da "modernidade". Desde que desapareceu o Monumental, pensei que já nada me espantava, mas hoje voltei a surpreender-me com a já prevista implosão do hotel Savoy da Madeira. Enfim...os custos de uma sociedade em permanente mudança.
Ahhhhh! Acho imensa graça a esse seu jeito que o faz ser ojectivo e pragmático...De facto tem toda a razão; cada vez mais deixa de haver pretextos para se sair e se as pessoas ainda por cima se rodeiam em casa de todos os meios e consumos de entreternimento, podem estar a "fazer a cama" para o seu próprio isolamento... Esperemos que surjam, como aliás já acontece, alternativas que as mobilizem para acontecimentos eventos ou práticas que as façam sair de casa.
Quanto à substituição de velhos cinemas por centros comerciais; é o resultado da lógica da lei do Lucro mas claro que ela só é válida se houver consumidores...e esses somos todos nós...
Quando fecha um cinema é só pessoas a queixarem-se que tal não devia acontecer e a culpa é das grandes superficies, pergunto quantas dessas pessoas iam a esses cinema s. É o publico que fecha estas salas e não os seus proprietários.
Chama-se a isso progresso, não é?:( Como já foi referido pela moon, fora de lei e ameninadalua cada vez mais se corre o risco de as pessoas optarem por usufruir de formas de entretenimento em casa Isso poderá efectivamente vir a acontecer. Mas podemos também ver isto por outro prisma. Estão a desaparecer os velhos cinemas de referência que estão a ser substituídos pelo enorme número de salas que existem precisamente nos centros comerciais. Penso que é uma tendência generalizada. Aqui em Guimarães havia dois cinemas já antigos e que passavam bons filmes; um deles já desapareceu e o outro ainda funciona mas está sempre "às moscas". Temos em contrapartida seis salas a funcionar no Guimarãesshopping. É preferível ter essas seis a funcionar do que não termos nenhuma. Não sejamos tão pessimistas nem radicais. É tudo uma questão de deslocalização.:))))))))
Contrastes Há uma vaga de antimilitarismo, de pacifismo, de não intervenção, de não beligerância, de neutralidade, de não ... qualquer coisa. Em contraste os jogos de informática são quase todos sobre guerras, futuras, passadas e presentes. Ele é a guerra dos impérios, romanos e outros ou guerra das estrelas. Agora também há um jogo, não virtual, onde se pode simular combates tipo rambo, mesmo que os jogadores sejam lingrinhas. Antigamente oferecia-se uma pistoila de plástico ou de fulminantes para as crianças se entreterem e desbatarem. Em contraste hoje oferece-se às crianças o culto da violência. Em compensação de tudo isto, as pessoas fecham-se em casa, não saem à rua com medo de não se defenderem. Ruas desertas, prédios castelares. Os fechos dos cinemas também decorrem disto. Os centros comerciais se não dão segurança, dão aconchego à manada.
É mesmo! A sociedade tende a regressar á caverna, mas uma caverna cockpit com comandos de controlo á distância. Falamos sobre os cinemas, comércios familiares, o individualismo gerado nesta sociedade e esquecemos que nós próprios o estamos a gerar ;-) A nossa abstracção da realidade por este meio (ciberespaço) é um dos exemplos disso. O ser humano é comodista e sempre lutou por ter tudo aquilo que o substituísse no que lhe ocupava mais tempo: criou tecnologias que lhe poupam tempo, desgaste físico e até intelectual; criou os grandes centros onde concentra a multiplicidade do comércio; máquinas que substituem o homem... A alienação não está só nos campos de futebol e nas novelas... Quantos de nós usam o PC para se abstrair da realidade, uns por comodismo outros por necessidade. A modificação da sociedade foi-se fazendo gradualmente e nós fomos seguindo porque somos comodistas. Inicialmente de forma gradual, hoje desumanizada. Não se pode ter tudo :( Antes para nos deslocarmos íamos de autocarro ou a pé, a conversar com o vizinho do lado sobre o tempo que, com distâncias grandes, podia abordar assuntos pessoais e fazer-se um amigo; cozinhavam á lareira onde a família se aquecia do frio e onde se proporcionavam conversas educacionais a estórias; no verão o calor era intenso nas casas e proporcionava encontros acidentais com conhecidos nos passeios nocturnos; de dia rumavam á praia ou ao rio ou uma qualquer esplanada de café onde reuniam com amigos. O calor humano perdeu-se por comodidade. É natural que os lugares do seu "culto" se adaptem ao individualismo brutal que se instalou. Na minha terra diz-se "Longe da vista, longe do coração", os vizinhos nem no elevador se encontram e se acontece, nem se sabe se são vizinhos. Vive-se debaixo do mesmo telhado. Dá que pensar!!! Abençoados sejam os cantinhos "jurássicos" que ainda conservam o cumprimento quando cruzam; onde todos se conhecem e têm afinidades; onde se reúnem numa qualquer sombra, no verão, a contar anedotas e estórias idas; onde se pode andar de noite sem se correr o risco de ser assaltado. Estamos a pagar o preço do que semeamos... :(( MJ
Há pelo menos 15 anos que acabaram os cinemas "à moda antiga" aqui na minha zona. Eram 4! Tive muita pena e tenho muitas saudades. Continuo a ir ao cinema apenas para ver determinados filmes. Os últimos que vi foi "Fiel Jardineiro" e "Proof". Sou uma grande fã de cinema. Lembro-me ainda de ter aí uns 14-15 anos e já tinha uma lista de 500 filmes no meu personal diary:)
Mas destinados a ficarmos todos em casa ...não:))
Fui ontem fazer mais uma "escalada" à Serra de Sintra. Digo escalada a brincar porque é mais uma subida às pedras altas lá no cimo da serra. E o meu filhote mais novo adora fazer estas aventuras. E eu sinto-me tão bem quando volto para casa...era algo que fazia todos os fins de semana com os meus pais e o meu irmão. Passear ao ar livre..."wandern" como dizem os alemães..também é muito bom e muito saudável...centros comerciais é de fugir. Não há nada mais stressante. Fico cansada, mas mesmo muito mais cansada do que andar 7 km a pé.:))
Fiquem bem and sweet dreams:)
E um ÓPTIMO ANO NOVO para todos vós!!!! :)*********************************
Fechou mais um cinema ou alguém deixou que mais um cinema fechasse? Cinema é (também) a memória de uma época. Quem deve suportar os custos da cultura, o proprietário do dito ou alguém, pago com o nosso dinheirito, para dinamize a cultura e preserve oa nossa memória? Se a colecção do Jo Berardo ia fugindo para o estrangeiro, se a memória da nossa música, nomeadamente gravações originais e únicas de grandes vozes do fado e da canção dos primórdios do sec.xx, jazem em inglaterra, à espera que alguém, neste torrão lusitano, perceba que 1 milhão de €, é um preço excelente para trazer para Portugal a "nossa memória", que não tem preço. Se apodrecem em museus, que ninguém visita, dezenas de automóveis, alguns raríssimos. E por falar em museus...porque será que estão vazios? É caro visitar um museu? Não é! O problema é que os museus em Portugal, estão vazios, ôcos, os cicerones drmitam e apodrecem juntamente com as relíquias. Serralves tem um modelo de gestão que resulta. Será que a lei do mecenato deveria ser mais favorável aos mecenas? Será que quem gere os dinheiros da cultura, deveria reavaliar as prioridades. Será que os subsídios que Manuel de Oliveira recebe, deveriam ser um padrão ou bitola, quando se atribuem subsídios a outras entidades geradoras de cultura? Será que devem existir subsídios? Será que passar a vida de mão estendida `"à lá caridad" é mesmo o nosso desígnio? Lá se foi o "Nun´Alvares" e a Casa do Garret, em Lisboa?! Vai abaixo por não ter interesse histórico...Por mero acaso naquele terreno vai ser construído um condomínio de luxo. Razãp tinha o Herman (há muitos anos, claro) "Isto não é cultura, mas "Colt"ura. Quem assim não pensar que atire a primeira bala...livra!!!
Os edifícios antigos lembram-me os velhos que o abandono silencia. Enrugados, curvados, de membros trémulos ou imóveis que rangem dolorosamente a quem os invade; o cheiro a bafio misturado com perfumes que precipitaram em nódoas bolorentas e com a da urina nem sempre disfarçada que nos arreda dos vitrais embaciados pelo tempo! A visita ao interior comove, quantas vezes, até ás lágrimas na partilha da revolta perante a pilhagem e o vandalismo. É mais um dos “Aquiles” da nossa cultura de que nos deveríamos envergonhar. Com eles, partem histórias e memórias, que não quisemos ouvir e que não saltam, infelizmente, gerações a não ser por obra de um qualquer excêntrico do nosso tempo.
(Fique descansado Professor : “isto” são efeitos secundários passageiros. Tempo livre a mais que resulta das férias e de novo acordo sobre distribuição de tarefas domésticas, é o que é ;]]]) Agora, brincando um pouco: também há pouco cuidado a escolher os nomes dos edifícios a preservar! “Pinto da Costa”- não estou a ver ABSOLUTAMENTE ninguém no Porto a demoli-lo! ;]]]
Eu queixo-me dos cinemas que não abrem. Em Leiria (que por acaso até é capital de distrito) há apenas 4 salas e por noite temos apenas 2 filmes à escolha. está ali à entrada da cidade um centro comercial a ser construído, prometendo muitas salas de cinema. O meu problema nem são bem as salas ou os edifícios. O meu problema são as películas. Pagar 4,5 euros para ver americanices, com o gajo do banco de trás a falar muito alto e dar pontapés na cadeira, com as pessoas a empurrarem-se pela escada e um cheiro nausante de pipocas...
Do que eu gosto é da sala da Marinha Grande, com cadeiras de pau, veludos vermelhos nas paredes, um cheiro entranhado a humidade e a mofo, um pica bilhetes mal disposto, mas, meus amigos, o Woddy Allen à borlix durante as festas da cidade!!! :)
Hoje à noite é fim de semana. Julgo que todos se vão deslocar para sítios onde possam passar para um outro ano em Euforia. Oxalá passem bem. Esta coisa dos anos é uma convenção necessária a um ordenamento da sociedade. Por essa convenção se deseja bom ano. No próximo ano aqui estaremos, espero que todos, a falar de cinemas a que já não nos adaptamos, de contrastes que nos baralham as certezas juvenis, de Marias, de putos. Só que não sabemos que filme vão passar na tela. Enfim. Quero desejar, naturalmente e com sinceridade, um bom ano a todos. Que possamos ser melhores pessoas. Desejo que tenham uma vida sóbria, mas uma óptima vida. É saudável sentirmo-nos bem. Bem Hajam
Boa noite, Murcons. Há muito tempo que não me dá para deixar aqui um comentariozito... embora vá passando, de vez em qundo, por este café... Ò Prof.: Bem prega Frei Tomás; Então e não foi o Sr. Dr. Jorge Sampaio que foi de braço dado com o Belmiro de Azevedo inaugurar uma grande superfície comercial na capital? Ai a memória do homem... Excelente ano a todos.
Nasci e cresci na terra adoptiva do Prof. JMV que só tinha cinema quando o rei fazia anos :) Em dia de cinema, era feriado concelhio,(exagero mas quase) vestiam-se as melhores roupas e lá fazíamos fila para sala improvisada, inicialmente nos bombeiros, a tela era um lençol branco. Na minha adolescência já havia cinema semanal, nos dias de mercado (segundas-feiras), na Casa do Povo. Também era improvisado, lembra os filmes antigos portugueses com o tripé e a fita a rolar (n tinha manivela :)) no meio da sala. Se por acidente alguém passava no foco da máquina, a sobra inundava a "tela". Eram só apupos(até estou a rir só de lembrar). Os filmes eram repetidos até á exaustão "Ben-Hur", "kung fou" e na época da Quaresma um filme religioso para não perder a clientela. Quem queria ver cinema ia a Braga. Eu adorava ir ver na santa terrinha pelos comentários que se faziam durante o desenrolar da fita. Esse era o verdadeiro cinema... ;-) E olhem que o pai do Manoel de Oliveira era de lá!!! Sei que fizeram recentemente, há 4 ou 5 anos, um edifício novo onde apresentam espectáculos. Ainda não visitei, não sei se tem sala de cinema. O Prof. conhece, foi orador nesse edifício há algum tempo. A cultura neste país sempre foi pouco divulgada. Mas como disse em comentários anteriores, não interessam pessoas cultas. Esta herança foi legada aos nossos governantes (pós 25 de Abril) pelo Salazar por fideicomisso ad eternum(?). Estamos condenados. Não há volta a dar-lhe. MJ
Mais uma vez... Prof JMV Muita saúde sempre. Desejo-lhe uma passagem de ano e um 2006 cheios amor, alegria e muita paz, com quem lhe der mais prazer ;-). Que o próximo ano seja a concretização de todos os projectos; que as ruminações sejam uma constante aqui e nas livrarias ;-)e que tudo aquilo que deseja, mas ainda não está convencido :o), lhe seja concedido. UM ABRAÇO E TUDO DE BOM
A TODOS os que por aqui passam com escrita ou sem ela Muita saúde e que 2006 seja tudo aquilo que desejam.
Faço minhas as palavras de sical (10.54) Desejo igualmente a todos um Bom Ano. Cá nos encontraremos para continuarmos as ruminações que já fazem parte integrante do nosso quotidiano. Fiquem bem.:)
Pois eu cheguei há bocadinho de um (cinema), ou melhor, na sequência do comentário da Andorinha, de um local onde há 14 salas: o "El" de Lisboa. Detesto centros comerciais, mas confesso que gosto do Corte Inglês (estou completamente rendida ao inimigo castelhano), pois é uma loja bonita e sempre me agradou mais o estilo "department store" do que lojas independentes cobertas. Lojas sim, mas na rua. Nunca percebi muito bem esta mania dos centros comerciais. Na Holanda, apesar de chover muuuuito mais do que em Portugal a vida das cidades, inclusive ao domingo, está nas suas ruas. Verifiquei que o mesmo se passava no Porto, mas provavelmente as lojas estavam abertas num domingo por causa da quadra do ano. De qualquer modo, gostei mais dessa área comercial do Porto do que da R.Augusta/Rossio/Chiado. O Porto é mais cosy.
Agradeço à Lusco Fusco os votos de Bom Ano e desejo também a todos um óptimo 2006.
... um cemitério particular de amigos, de cinemas, de ruas, mas um renovado espírito do lugar que, segundo Tadao Ando, está em permanente reconfiguração... e daí?
Daí 'por mais cruel perseguição, eu continuo a' adorar as gentes onde quer que se encontrem, ou se isolem; no Colombo ou em Cantalães.
A propósito de cinemas e dos imensos filmes que já vi, é curioso pensar que grande parte deles estão esquecidos, contudo há uns tantos e principalmente algumas cenas que me ficaram na memória que são magníficas e que me dão muito prazer lembrar. À semelhança das outras artes, o cinema tambem tem aquela capacidade de gerar emoções que nos tocam fundo e cujas cenas nos deixam em completa contemplação. Lembro-me de algumas por razões diferentes em filmes diferentes: "A Máscara" do Bergman que vi na adoslescência, " O cinema Paraíso", a cena de sobrevoarem a paisagem africana de avionete em "África Minha", todo o filme mas principalmente uma das cenas finais do "Cirano de Bergerac", são cenas muito belas e tocantes que me proporcionaram momentos de enorme prazer.
Para alem disso, continuo a lamentar que o acto social de ir ao cinema deixasse cada vez mais de existir porque, e lembrando-me das antigas sessões de cine clube e das sessões do Quarteto, serviam igualmente de convívio, troca de ideias e de espaço de aprendizagem de uns com os outros.
Já me estava a esquecer de vos desejar a todos UM EXCELENTE ANO DE 2006...e muito obrigado pela vossa companhia virtual durante este último de 2005...e beijinhos em especial para os que já tive o prazer de conhecer pessoalmente.
Bem, imagino que nenhum dos comentadores que participou até agora frequente qq cinema alternativo aos multiplex na cidade do Porto. Sim, pq ainda não li nada do Auditório do Campo Alegre, nada da programação alternativa dos Cinemas Cidade do Porto, não comentaram aqui nenhum filme que tenham visto nesses cinemas em 2005. Portanto, a típica e muito portuguesa... "é pena... é pena... não vou lá à 20 anos, aquilo não tem condições nenhumas... mas é pena... é pena".
O óbito, por definição, é uma das práticas mais osmósicas da Tuga. Até aqui alguém teve a lata de dizer que o Monumental tinha fechado, o que é absurdo, o Monumental continua a existir (e apesar de ser em Lisboa e eu viver no Porto fui lá 8 vezes este ano!!!). Claro que nao existe nos mesmos termos que existia, mas agora pode-se lá ver 8 filmes onde antes se viam 2 e as salas mais pequenas que a sala original servem apenas para obviar a falta de público e permitir racionalizar custos. Imagino os últimos anos do Batalha, em que naquela sala enorme se passeavam 3 ou 4 pessoas. Ou as salas Trindade, sempre ás moscas!!!! Ou os Stop, onde fui ver tantos filmes da minha infância (Cocoon- a Aventura dos corais perdidos ou o Música do Coração). Essas salas fecharam POR FALTA DE PUBLICO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E o mesmo se passou com o Nuno Alvares!!!!!!!
Não foi nenhum efeito maléfico de uns empresários ambiciosos. Foram as pessoas que deixaram de lá ir. É engraçado esta prática de memória que se faz excluindo as pessoas da própria responsabilidade. Queriam não ir ao Nuno Alvares e que ele continuasse aberto? Queriam ter um não-lugar preenchido pela realidade apenas para conforto da vossa memória passada? Por exemplo, a programação dos cinemas multiplex Cidade do Porto, e a Sala-Estúdio do Teatro do Campo Alegre tb está em funcionamento, portanto o que o RAM disse não faz sentido. O Passos MAnuel não tem de forma nenhuma o exclusivo da programação alternativa na Cidade. Além disso tem péssima condições, cadeira velhas e desconfortáveis, o som é baixíssimo, o ecran minúsculo... A Sala-estúdio do Teatro do Campo Alegre tem um ecran maior mas as pessoas ficam todas encaixotadas umas nas outras quando a sala enche um pouco mais. Os cinemas Cidade do Porto têm imagem de boa qualidade e bom som e têm a mesma programação que o Monumental ou o Quarteto em Lisboa.
Como movie-goer (e os 2278 pontos que tenho no meu cartão AMC Watcher fazem de mim um apreciador regular da tela) frequento impreterivelmente o AMC no Porto. Telas enormes, posição elevada em relação ao ecran, uma delícia. Qualidade muito superior ás salas Lusomundo, em que os ecrans têm cerca de metade do tamanho. E a qualidade com que se vê o filme para mim é fundamental para a memória que fazemos dele. Dou o exemplo do recente King Kong. O tamanho do ecran conta. Não se é menos cinéfilo quem vai ao Arrábida, afinal 20 salas permitem estreias bastantes gerais. Dou o exemplo do filme de Atom Egoyan que nos EUA estreou apenas em 20 salas, Where the Truth Lies. Em Portugal vai estrear no AMC, por exemplo!!!
E que eu saiba estes cinemas que estão todos agora a chorar baba e ranho não apresentavam filmes alternativos por vocação, fizeram-no a partir de meio dos anos 90 por necessidade. Antes disso eram cinemas generalistas como outros quaisquer.
Mas há sempre quem prefira sorver um pouco de memória e dizer "no meu tempo é que era". Pois... mas aposto que as mesmas pessoas do lobby da "baba e ranho" ao longo deste post são as mesmas que se eu lhes perguntar por O Maquinista ou por Grizzly Man ou por Inside Deep Throat não saberão do que estou a falar. Pq "não há tempo", pq "a vida cansa e o DVD está ali à mão", pq "há muitos canais na TVCabo".
Enfim, choram por causa da solução encontrada mas estão todos a montante do problema, contribuindo para ele. E se os que foram criados nas fortes tradições das salas de cinemas não as frequentam DIGAM-ME LÁ PQ CARGA DE ÁGUA QUEM NÃO FOI CRIADO POR ELAS TEM A OBRIGAÇÃO DE IR LÁ FAZER UM EXERCÍCIO DE MASOQUISMO? ; )))))))))))))
; ))))))))))))))))))))))))))))))))
Em 2006 já temos uma boa noticia: novo filme de Atom Egoyan aí a estrear ; )))))))))) Where the truth lies...
Caro sr noisformind (sim, porque educação a mim não me falta), quando escrevi que o Monumental tinha desaparecido referia-me obviamente ao edifício e não ao cinema como todos compreenderam, à excepção de si, pelos vistos. Ou então foi só para ter a oportunidade de dizer aos quatro ventos (como é seu costume) as vezes que já lá foi looooooool.
Um bom ano para si e veja lá se não é tão rezingão.
Maite, Quanto ao "Caro" podes estar descansada, há coisas que o dinheiro não compra, como por exemplo a minha atenção para comentários do tipo "comentar o comentário". A única coisa boa de estares agora aqui e que me merece euforia moderada é que re revezaste com a Amok_She pela 3ª vez. E escreves menos do que ela (pelo menos ela com o nick dela, dado que quando ela mete a "roupa" Diabrete ninguém a pára), o que tb joga a teu favor ; )))))))) portanto bem-vinda e bom filme ; ))))))))
The Best Ratings Does Not Mean The Best Values https://www.england.nhs.uk/blog/bringing-mental-and-physical-health-care-under-one-roof-the-cambridgeshire-experience/
40 comentários:
Sempre que uma sala de cinema termina lembro-me do filme "Cinema Paraíso". E fico triste por as gerações mais jovens não chegarem a conhecer o prazer de ir ao cinema à moda dos "bons" velhos tempos.
Atendendo a que hoje na televisão praticamente só os privilegiados (entenda-se os que têm acesso a canais privados) é que podem ver filmes. Sim, porque daqui a algum tempo, haverá nos canais 'normais' vida para além das telenovelas? Digamos que o panorama cultural não se afigura muito animador.
O poder económico mais uma vez dita as regras: quem pode paga canais de tv privados ou então tem acesso a aparelhos de DVD e compra ou aluga filmes o que me parece mais uma actividade (muitas das vezes) solitária e que contribui para a actual tendência de uma sociedade cada vez mais fechada e individualista:(
Talvez, quando já nenhum de nós/deles restar, surja a "nostalgia" do regresso a uma realidade ignorada.
Talvez, então, se diga: - morreu mais um Centro Comercial.
Ou então, existe a possibilidade de considerar, como Cruzeiro Seixas, que a nossa vida vai albergando, aos poucos, um cemitério particular de amigos.
Do que eu gosto no Porto é de poder passear nas ruas e sentir algo de familiar nas ruas. Apesar das grandes superfícies, ainda as mercearias de bairro funcionam e vislumbra-se calor humano. Há ternura no Porto. Já a minha Lisboa natal é está desumanizada. É fria, áspera e cruel. Por isso as estruturas políticas lá estão. Sentem-se confortáveis.
Mas um cinema, numa determinada rua, que acaba, acaba com uma memória física de momentos de transcendência que se viveram quando a tela inebria a ponto das pessoas se envolverem nas personagens. Mas também as memórias desse templo, onde se rezaram juras conjuntas na escuridão da última fila, num entrelaçado de ansiedade de mãos e de enlevo de corpos. Os tempos mudaram. Esses espaços já não são necessários para os “entrelaços”. Hoje a sociedade é mais aberta, mais permissiva. Talvez já não haja é um certo encantamento do que se tentava copiar da tela, como se emoções pudessem ser decalcadas da película. Continuamos a atravessar o deserto das memórias da juventude pelos corredores das novas Catedrais de Consumo onde a música do órgão foi substituída pela música da mastigação da pipocas, arrotos de coca-cola e por ruídos bestiais perturbadores do encantamento que o altar proporciona.
Quantos cinemas ainda restam no Porto?
ops moon nem fales no cinema paraiso, pq fico eu num buáaa de baba e ranhooo..pois sou assim exagerada....
qto aos centros comerciais.....
existe vida para além deles??
eu tento descobrir, mas para tal já faço investigação científica..!!!
jocas maradas e feliz 2006 cheio de sorrisos...opsss isto seria o céu...sorrisos, mas é que hoje estou assim....
Os cinemas (multiplex) estão cada vez mais cheios, e mais aptos às novas tecnologias.
Os outros, pura e simplesmente vão ter de encontrar os seus nichos de mercado e desenvolvê-los, ou acabam pura e simplesmente, tal como o resto do comércio.
Resta encontrar os respectivos nichos, o que é o mais difícil... Cinema... ia no Batalha.
Fecham cinemas, fecham grandes cafés, fecha isto, fecha aquilo. Não sei se é ou não por causa disso, mas a verdade é que cada vez se vendem / compram mais equipamentos de home cinema, máquinas de café expresso, playstations, etc, etc.
O caminho está traçado... vamos acabar todos fechados em casa !
Morreu o cinema Nun'Álvares?! É mais um que não conseguiu sobreviver à insistente busca da "modernidade". Desde que desapareceu o Monumental, pensei que já nada me espantava, mas hoje voltei a surpreender-me com a já prevista implosão do hotel Savoy da Madeira. Enfim...os custos de uma sociedade em permanente mudança.
Fora-de-Lei!
Ahhhhh! Acho imensa graça a esse seu jeito que o faz ser ojectivo e pragmático...De facto tem toda a razão; cada vez mais deixa de haver pretextos para se sair e se as pessoas ainda por cima se rodeiam em casa de todos os meios e consumos de entreternimento, podem estar a "fazer a cama" para o seu próprio isolamento...
Esperemos que surjam, como aliás já acontece, alternativas que as mobilizem para acontecimentos eventos ou práticas que as façam sair de casa.
Quanto à substituição de velhos cinemas por centros comerciais; é o resultado da lógica da lei do Lucro mas claro que ela só é válida se houver consumidores...e esses somos todos nós...
Quando fecha um cinema é só pessoas a queixarem-se que tal não devia acontecer e a culpa é das grandes superficies, pergunto quantas dessas pessoas iam a esses cinema s. É o publico que fecha estas salas e não os seus proprietários.
Boa tarde.
Chama-se a isso progresso, não é?:(
Como já foi referido pela moon, fora de lei e ameninadalua cada vez mais se corre o risco de as pessoas optarem por usufruir de formas de entretenimento em casa
Isso poderá efectivamente vir a acontecer.
Mas podemos também ver isto por outro prisma. Estão a desaparecer os velhos cinemas de referência que estão a ser substituídos pelo enorme número de salas que existem precisamente nos centros comerciais.
Penso que é uma tendência generalizada. Aqui em Guimarães havia dois cinemas já antigos e que passavam bons filmes; um deles já desapareceu e o outro ainda funciona mas está sempre "às moscas". Temos em contrapartida seis salas a funcionar no Guimarãesshopping.
É preferível ter essas seis a funcionar do que não termos nenhuma.
Não sejamos tão pessimistas nem radicais.
É tudo uma questão de deslocalização.:))))))))
Contrastes
Há uma vaga de antimilitarismo, de pacifismo, de não intervenção, de não beligerância, de neutralidade, de não ... qualquer coisa. Em contraste os jogos de informática são quase todos sobre guerras, futuras, passadas e presentes. Ele é a guerra dos impérios, romanos e outros ou guerra das estrelas. Agora também há um jogo, não virtual, onde se pode simular combates tipo rambo, mesmo que os jogadores sejam lingrinhas.
Antigamente oferecia-se uma pistoila de plástico ou de fulminantes para as crianças se entreterem e desbatarem. Em contraste hoje oferece-se às crianças o culto da violência.
Em compensação de tudo isto, as pessoas fecham-se em casa, não saem à rua com medo de não se defenderem. Ruas desertas, prédios castelares.
Os fechos dos cinemas também decorrem disto. Os centros comerciais se não dão segurança, dão aconchego à manada.
É mesmo! A sociedade tende a regressar á caverna, mas uma caverna cockpit com comandos de controlo á distância.
Falamos sobre os cinemas, comércios familiares, o individualismo gerado nesta sociedade e esquecemos que nós próprios o estamos a gerar ;-)
A nossa abstracção da realidade por este meio (ciberespaço) é um dos exemplos disso. O ser humano é comodista e sempre lutou por ter tudo aquilo que o substituísse no que lhe ocupava mais tempo: criou tecnologias que lhe poupam tempo, desgaste físico e até intelectual; criou os grandes centros onde concentra a multiplicidade do comércio; máquinas que substituem o homem...
A alienação não está só nos campos de futebol e nas novelas... Quantos de nós usam o PC para se abstrair da realidade, uns por comodismo outros por necessidade.
A modificação da sociedade foi-se fazendo gradualmente e nós fomos seguindo porque somos comodistas. Inicialmente de forma gradual, hoje desumanizada.
Não se pode ter tudo :(
Antes para nos deslocarmos íamos de autocarro ou a pé, a conversar com o vizinho do lado sobre o tempo que, com distâncias grandes, podia abordar assuntos pessoais e fazer-se um amigo; cozinhavam á lareira onde a família se aquecia do frio e onde se proporcionavam conversas educacionais a estórias; no verão o calor era intenso nas casas e proporcionava encontros acidentais com conhecidos nos passeios nocturnos; de dia rumavam á praia ou ao rio ou uma qualquer esplanada de café onde reuniam com amigos.
O calor humano perdeu-se por comodidade. É natural que os lugares do seu "culto" se adaptem ao individualismo brutal que se instalou.
Na minha terra diz-se "Longe da vista, longe do coração", os vizinhos nem no elevador se encontram e se acontece, nem se sabe se são vizinhos. Vive-se debaixo do mesmo telhado. Dá que pensar!!!
Abençoados sejam os cantinhos "jurássicos" que ainda conservam o cumprimento quando cruzam; onde todos se conhecem e têm afinidades; onde se reúnem numa qualquer sombra, no verão, a contar anedotas e estórias idas; onde se pode andar de noite sem se correr o risco de ser assaltado.
Estamos a pagar o preço do que semeamos... :((
MJ
Boa noite JMV e maralhal:)
Há pelo menos 15 anos que acabaram os cinemas "à moda antiga" aqui na minha zona. Eram 4! Tive muita pena e tenho muitas saudades. Continuo a ir ao cinema apenas para ver determinados filmes. Os últimos que vi foi "Fiel Jardineiro" e "Proof". Sou uma grande fã de cinema. Lembro-me ainda de ter aí uns 14-15
anos e já tinha uma lista de 500 filmes no meu personal diary:)
Mas destinados a ficarmos todos em casa ...não:))
Fui ontem fazer mais uma "escalada" à Serra de Sintra. Digo escalada a brincar porque é mais uma subida às pedras altas lá no cimo da serra. E o meu filhote mais novo adora fazer estas aventuras.
E eu sinto-me tão bem quando volto para casa...era algo que fazia todos os fins de semana com os meus pais e o meu irmão.
Passear ao ar livre..."wandern" como dizem os alemães..também é muito bom e muito saudável...centros comerciais é de fugir.
Não há nada mais stressante. Fico cansada, mas mesmo muito mais cansada do que andar 7 km a pé.:))
Fiquem bem and
sweet dreams:)
E um ÓPTIMO ANO NOVO para todos vós!!!!
:)*********************************
Fechou mais um cinema ou alguém deixou que mais um cinema fechasse?
Cinema é (também) a memória de uma época. Quem deve suportar os custos da cultura, o proprietário do dito ou alguém, pago com o nosso dinheirito, para dinamize a cultura e preserve oa nossa memória? Se a colecção do Jo Berardo ia fugindo para o estrangeiro, se a memória da nossa música, nomeadamente gravações originais e únicas de grandes vozes do fado e da canção dos primórdios do sec.xx, jazem em inglaterra, à espera que alguém, neste torrão lusitano, perceba que 1 milhão de €, é um preço excelente para trazer para Portugal a "nossa memória", que não tem preço. Se apodrecem em museus, que ninguém visita, dezenas de automóveis, alguns raríssimos. E por falar em museus...porque será que estão vazios? É caro visitar um museu? Não é! O problema é que os museus em Portugal, estão vazios, ôcos, os cicerones drmitam e apodrecem juntamente com as relíquias.
Serralves tem um modelo de gestão que resulta. Será que a lei do mecenato deveria ser mais favorável aos mecenas? Será que quem gere os dinheiros da cultura, deveria reavaliar as prioridades. Será que os subsídios que Manuel de Oliveira recebe, deveriam ser um padrão ou bitola, quando se atribuem subsídios a outras entidades geradoras de cultura? Será que devem existir subsídios?
Será que passar a vida de mão estendida `"à lá caridad" é mesmo o nosso desígnio? Lá se foi o "Nun´Alvares" e a Casa do Garret, em Lisboa?! Vai abaixo por não ter interesse histórico...Por mero acaso naquele terreno vai ser construído um condomínio de luxo. Razãp tinha o Herman (há muitos anos, claro) "Isto não é cultura, mas "Colt"ura. Quem assim não pensar que atire a primeira bala...livra!!!
Os edifícios antigos lembram-me os velhos que o abandono silencia. Enrugados, curvados, de membros trémulos ou imóveis que rangem dolorosamente a quem os invade; o cheiro a bafio misturado com perfumes que precipitaram em nódoas bolorentas e com a da urina nem sempre disfarçada que nos arreda dos vitrais embaciados pelo tempo!
A visita ao interior comove, quantas vezes, até ás lágrimas na partilha da revolta perante a pilhagem e o vandalismo. É mais um dos “Aquiles” da nossa cultura de que nos deveríamos envergonhar. Com eles, partem histórias e memórias, que não quisemos ouvir e que não saltam, infelizmente, gerações a não ser por obra de um qualquer excêntrico do nosso tempo.
(Fique descansado Professor : “isto” são efeitos secundários passageiros. Tempo livre a mais que resulta das férias e de novo acordo sobre distribuição de tarefas domésticas, é o que é ;]]])
Agora, brincando um pouco: também há pouco cuidado a escolher os nomes dos edifícios a preservar! “Pinto da Costa”- não estou a ver ABSOLUTAMENTE ninguém no Porto a demoli-lo! ;]]]
Ainda sobra o Passos Manuel!
fora-de-lei,
Muito bem visto.
Eu queixo-me dos cinemas que não abrem. Em Leiria (que por acaso até é capital de distrito) há apenas 4 salas e por noite temos apenas 2 filmes à escolha.
está ali à entrada da cidade um centro comercial a ser construído, prometendo muitas salas de cinema.
O meu problema nem são bem as salas ou os edifícios. O meu problema são as películas. Pagar 4,5 euros para ver americanices, com o gajo do banco de trás a falar muito alto e dar pontapés na cadeira, com as pessoas a empurrarem-se pela escada e um cheiro nausante de pipocas...
Do que eu gosto é da sala da Marinha Grande, com cadeiras de pau, veludos vermelhos nas paredes, um cheiro entranhado a humidade e a mofo, um pica bilhetes mal disposto, mas, meus amigos, o Woddy Allen à borlix durante as festas da cidade!!! :)
Bom ano para todos!!!
Hoje à noite é fim de semana. Julgo que todos se vão deslocar para sítios onde possam passar para um outro ano em Euforia. Oxalá passem bem. Esta coisa dos anos é uma convenção necessária a um ordenamento da sociedade. Por essa convenção se deseja bom ano.
No próximo ano aqui estaremos, espero que todos, a falar de cinemas a que já não nos adaptamos, de contrastes que nos baralham as certezas juvenis, de Marias, de putos. Só que não sabemos que filme vão passar na tela.
Enfim.
Quero desejar, naturalmente e com sinceridade, um bom ano a todos. Que possamos ser melhores pessoas.
Desejo que tenham uma vida sóbria, mas uma óptima vida. É saudável sentirmo-nos bem.
Bem Hajam
Achei piada a este que encontrei agora; falta aqui a versão masculina, mas é giro na mesma:
Traída em pensamento
Teus olhos côr do mar
Me encantaram quando os vi
Teu cabelo côr da noite
Me veio ensombrar a vida
Vivo esta paixão doentia
Toda a noite e todo o dia
Não consigo tirar-te da mente
Desde o primeiro dia
Ao sol recordo tua pele
Bronzeada e tão macia
Á noite quando me deito
Sinto um cheiro que inibria
Sei que me amas
Sei que me queres
Mas sinto que pensas
Nas outras mulheres
Recorda o momento
Em que escrevo este poema
Pois será o primeiro dia
Do resto das nossas vidas.
Deitada no nosso leito
Com a minha cabeça em teu peito
Sinto que já fui traída
Nem que seja em pensamento.
Inês Lopes - Oeiras
Eu nem me lembro do último filme do Nun´Álvares, mas acho que foi o Ben-Hur.
Boa noite, Murcons.
Há muito tempo que não me dá para deixar aqui um comentariozito... embora vá passando, de vez em qundo, por este café...
Ò Prof.: Bem prega Frei Tomás; Então e não foi o Sr. Dr. Jorge Sampaio que foi de braço dado com o Belmiro de Azevedo inaugurar uma grande superfície comercial na capital? Ai a memória do homem...
Excelente ano a todos.
Nasci e cresci na terra adoptiva do Prof. JMV que só tinha cinema quando o rei fazia anos :)
Em dia de cinema, era feriado concelhio,(exagero mas quase) vestiam-se as melhores roupas e lá fazíamos fila para sala improvisada, inicialmente nos bombeiros, a tela era um lençol branco. Na minha adolescência já havia cinema semanal, nos dias de mercado (segundas-feiras), na Casa do Povo. Também era improvisado, lembra os filmes antigos portugueses com o tripé e a fita a rolar (n tinha manivela :)) no meio da sala. Se por acidente alguém passava no foco da máquina, a sobra inundava a "tela". Eram só apupos(até estou a rir só de lembrar).
Os filmes eram repetidos até á exaustão "Ben-Hur", "kung fou" e na época da Quaresma um filme religioso para não perder a clientela.
Quem queria ver cinema ia a Braga. Eu adorava ir ver na santa terrinha pelos comentários que se faziam durante o desenrolar da fita. Esse era o verdadeiro cinema... ;-)
E olhem que o pai do Manoel de Oliveira era de lá!!!
Sei que fizeram recentemente, há 4 ou 5 anos, um edifício novo onde apresentam espectáculos. Ainda não visitei, não sei se tem sala de cinema. O Prof. conhece, foi orador nesse edifício há algum tempo.
A cultura neste país sempre foi pouco divulgada.
Mas como disse em comentários anteriores, não interessam pessoas cultas. Esta herança foi legada aos nossos governantes (pós 25 de Abril) pelo Salazar por fideicomisso ad eternum(?).
Estamos condenados. Não há volta a dar-lhe.
MJ
Mais uma vez...
Prof JMV
Muita saúde sempre. Desejo-lhe uma passagem de ano e um 2006 cheios amor, alegria e muita paz, com quem lhe der mais prazer ;-). Que o próximo ano seja a concretização de todos os projectos; que as ruminações sejam uma constante aqui e nas livrarias ;-)e que tudo aquilo que deseja, mas ainda não está convencido :o), lhe seja concedido.
UM ABRAÇO E TUDO DE BOM
A TODOS os que por aqui passam com escrita ou sem ela
Muita saúde e que 2006 seja tudo aquilo que desejam.
MJ
Num País em que o Estado é conivente com a demolição da casa de Almeida Garrett...
...sendo seu proprietário o Ministro da Economia...
... não teço mais comentários!
Num País civilizado - antítese deste rectângulo - isto não aconteceria...
Lusco,
Estou em Cantelães. Sem cinema:))).
Júlio e maralhal,
Faço minhas as palavras de sical (10.54)
Desejo igualmente a todos um Bom Ano.
Cá nos encontraremos para continuarmos as ruminações que já fazem parte integrante do nosso quotidiano.
Fiquem bem.:)
Pois eu cheguei há bocadinho de um (cinema), ou melhor, na sequência do comentário da Andorinha, de um local onde há 14 salas: o "El" de Lisboa. Detesto centros comerciais, mas confesso que gosto do Corte Inglês (estou completamente rendida ao inimigo castelhano), pois é uma loja bonita e sempre me agradou mais o estilo "department store" do que lojas independentes cobertas. Lojas sim, mas na rua.
Nunca percebi muito bem esta mania dos centros comerciais. Na Holanda, apesar de chover muuuuito mais do que em Portugal a vida das cidades, inclusive ao domingo, está nas suas ruas. Verifiquei que o mesmo se passava no Porto, mas provavelmente as lojas estavam abertas num domingo por causa da quadra do ano. De qualquer modo, gostei mais dessa área comercial do Porto do que da R.Augusta/Rossio/Chiado. O Porto é mais cosy.
Agradeço à Lusco Fusco os votos de Bom Ano e desejo também a todos um óptimo 2006.
Até pr'ó ano!
... um cemitério particular de amigos, de cinemas, de ruas, mas um renovado espírito do lugar que, segundo Tadao Ando, está em permanente reconfiguração... e daí?
Daí 'por mais cruel perseguição, eu continuo a' adorar as gentes onde quer que se encontrem, ou se isolem; no Colombo ou em Cantalães.
Fiquem os centros até que que venha o deserto.
Caro Prof. Julio Machado vaz, quero em primeiro lugar-lhe agradecer-lhe pela resposta do post anterior, com a qual concordo perfeitamente.
Quero desejar-lhe a si e aos seus, Feliz Ano Novo e um ano de 2006 cheio de saude, coisas boas e força de lutar pela vida e por viver.
Um abraço e até um dia destes.
A propósito de cinemas e dos imensos filmes que já vi, é curioso pensar que grande parte deles estão esquecidos, contudo há uns tantos e principalmente algumas cenas que me ficaram na memória que são magníficas e que me dão muito prazer lembrar. À semelhança das outras artes, o cinema tambem tem aquela capacidade de gerar emoções que nos tocam fundo e cujas cenas nos deixam em completa contemplação. Lembro-me de algumas por razões diferentes em filmes diferentes: "A Máscara" do Bergman que vi na adoslescência, " O cinema Paraíso", a cena de sobrevoarem a paisagem africana de avionete em "África Minha", todo o filme mas principalmente uma das cenas finais do "Cirano de Bergerac", são cenas muito belas e tocantes que me proporcionaram momentos de enorme prazer.
Para alem disso, continuo a lamentar que o acto social de ir ao cinema deixasse cada vez mais de existir porque, e lembrando-me das antigas sessões de cine clube e das sessões do Quarteto, serviam igualmente de convívio, troca de ideias e de espaço de aprendizagem de uns com os outros.
Falha que seria imperdoável:))
Já me estava a esquecer de vos desejar a todos UM EXCELENTE ANO DE 2006...e muito obrigado pela vossa companhia virtual durante este último de 2005...e beijinhos em especial para os que já tive o prazer de conhecer pessoalmente.
Bem, imagino que nenhum dos comentadores que participou até agora frequente qq cinema alternativo aos multiplex na cidade do Porto. Sim, pq ainda não li nada do Auditório do Campo Alegre, nada da programação alternativa dos Cinemas Cidade do Porto, não comentaram aqui nenhum filme que tenham visto nesses cinemas em 2005. Portanto, a típica e muito portuguesa... "é pena... é pena... não vou lá à 20 anos, aquilo não tem condições nenhumas... mas é pena... é pena".
O óbito, por definição, é uma das práticas mais osmósicas da Tuga. Até aqui alguém teve a lata de dizer que o Monumental tinha fechado, o que é absurdo, o Monumental continua a existir (e apesar de ser em Lisboa e eu viver no Porto fui lá 8 vezes este ano!!!). Claro que nao existe nos mesmos termos que existia, mas agora pode-se lá ver 8 filmes onde antes se viam 2 e as salas mais pequenas que a sala original servem apenas para obviar a falta de público e permitir racionalizar custos. Imagino os últimos anos do Batalha, em que naquela sala enorme se passeavam 3 ou 4 pessoas. Ou as salas Trindade, sempre ás moscas!!!! Ou os Stop, onde fui ver tantos filmes da minha infância (Cocoon- a Aventura dos corais perdidos ou o Música do Coração). Essas salas fecharam POR FALTA DE PUBLICO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E o mesmo se passou com o Nuno Alvares!!!!!!!
Não foi nenhum efeito maléfico de uns empresários ambiciosos. Foram as pessoas que deixaram de lá ir. É engraçado esta prática de memória que se faz excluindo as pessoas da própria responsabilidade. Queriam não ir ao Nuno Alvares e que ele continuasse aberto? Queriam ter um não-lugar preenchido pela realidade apenas para conforto da vossa memória passada? Por exemplo, a programação dos cinemas multiplex Cidade do Porto, e a Sala-Estúdio do Teatro do Campo Alegre tb está em funcionamento, portanto o que o RAM disse não faz sentido. O Passos MAnuel não tem de forma nenhuma o exclusivo da programação alternativa na Cidade. Além disso tem péssima condições, cadeira velhas e desconfortáveis, o som é baixíssimo, o ecran minúsculo...
A Sala-estúdio do Teatro do Campo Alegre tem um ecran maior mas as pessoas ficam todas encaixotadas umas nas outras quando a sala enche um pouco mais. Os cinemas Cidade do Porto têm imagem de boa qualidade e bom som e têm a mesma programação que o Monumental ou o Quarteto em Lisboa.
Como movie-goer (e os 2278 pontos que tenho no meu cartão AMC Watcher fazem de mim um apreciador regular da tela) frequento impreterivelmente o AMC no Porto. Telas enormes, posição elevada em relação ao ecran, uma delícia. Qualidade muito superior ás salas Lusomundo, em que os ecrans têm cerca de metade do tamanho. E a qualidade com que se vê o filme para mim é fundamental para a memória que fazemos dele. Dou o exemplo do recente King Kong. O tamanho do ecran conta. Não se é menos cinéfilo quem vai ao Arrábida, afinal 20 salas permitem estreias bastantes gerais. Dou o exemplo do filme de Atom Egoyan que nos EUA estreou apenas em 20 salas, Where the Truth Lies. Em Portugal vai estrear no AMC, por exemplo!!!
E que eu saiba estes cinemas que estão todos agora a chorar baba e ranho não apresentavam filmes alternativos por vocação, fizeram-no a partir de meio dos anos 90 por necessidade. Antes disso eram cinemas generalistas como outros quaisquer.
Mas há sempre quem prefira sorver um pouco de memória e dizer "no meu tempo é que era". Pois... mas aposto que as mesmas pessoas do lobby da "baba e ranho" ao longo deste post são as mesmas que se eu lhes perguntar por O Maquinista ou por Grizzly Man ou por Inside Deep Throat não saberão do que estou a falar. Pq "não há tempo", pq "a vida cansa e o DVD está ali à mão", pq "há muitos canais na TVCabo".
Enfim, choram por causa da solução encontrada mas estão todos a montante do problema, contribuindo para ele.
E se os que foram criados nas fortes tradições das salas de cinemas não as frequentam DIGAM-ME LÁ PQ CARGA DE ÁGUA QUEM NÃO FOI CRIADO POR ELAS TEM A OBRIGAÇÃO DE IR LÁ FAZER UM EXERCÍCIO DE MASOQUISMO? ; )))))))))))))
; ))))))))))))))))))))))))))))))))
Em 2006 já temos uma boa noticia: novo filme de Atom Egoyan aí a estrear ; )))))))))) Where the truth lies...
Caro sr noisformind (sim, porque educação a mim não me falta), quando escrevi que o Monumental tinha desaparecido referia-me obviamente ao edifício e não ao cinema como todos compreenderam, à excepção de si, pelos vistos. Ou então foi só para ter a oportunidade de dizer aos quatro ventos (como é seu costume) as vezes que já lá foi looooooool.
Um bom ano para si e veja lá se não é tão rezingão.
Maite,
Quanto ao "Caro" podes estar descansada, há coisas que o dinheiro não compra, como por exemplo a minha atenção para comentários do tipo "comentar o comentário". A única coisa boa de estares agora aqui e que me merece euforia moderada é que re revezaste com a Amok_She pela 3ª vez. E escreves menos do que ela (pelo menos ela com o nick dela, dado que quando ela mete a "roupa" Diabrete ninguém a pára), o que tb joga a teu favor ; )))))))) portanto bem-vinda e bom filme ; ))))))))
Worst Than An Educational System That Live In Ignorance
Is An Educational System That Live Of Promises
http://www.telegraph.co.uk/news/0/us-election-how-age-race-and-education-are-deciding-factors-in-t/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3832791/
The Best Ratings Does Not Mean The Best Values
https://www.england.nhs.uk/blog/bringing-mental-and-physical-health-care-under-one-roof-the-cambridgeshire-experience/
🌍
ninguém vai de caixão para a água
https://www.google.pt/search?q=eondoic+do+not+leave+your+back+four+old+woman+underwater+sharing+memory+on+a+rock+to+the+top+of+the+mountain&ie=UTF-8&oe=UTF-8&hl=pt-pt&client=safari
🐢🤛🏿😆✌🏿🦶🏾🖐🏿👏🏿🐘🇬🇧
Enviar um comentário