segunda-feira, dezembro 12, 2005

O outro espírito natalício.

Maria,
Que maldade!, perguntares ao psi como vai a contagem decrescente para o Natal:(. Perguntavas ao Avô e ele te diria que sobreviveu ao Toys'r'us - ou lá como se escreve... - com um sorriso nos lábios e muita paciência na caixa, pensando em mãos e olhares ávidas dos netos. (Nota importante: não exagerar, a miudagem desenvolve uma "ideologia consumista" aterradora.) Mas o psi recebe muita gente que despe as máscaras usadas à luz das lâmpadas na rua. E que teme os holofotes escrutinadores dos outros... Confessam desejar que tudo passe a correr e cheguem os Reis para os libertar de tristeza republicana; recordam fantasmas do passado; viram e reviram os medos do futuro; perguntam, sorriso amargo, se não há uma pastilha que os faça dormir por dentro até Janeiro, enquanto funcionam por fora. Estou soturno e em pleno delírio de auto-piedade? Soturno talvez, mas jamais ouvirás de mim um lamento. É verdade que o riso não abunda na minha profissão ou, quando chega, leva as pessoas porta fora a gastar melhor tempo e dinheiro. Mas não me imagino a fazer outra coisa, sou um ouvidor. Só não te ouço a ti? Perdão, mas é uma surdez selectiva, apenas acontece quando me azucrinas o juízo! Ups... Just kidding, Maria, just kidding.
Júlio, dois ouvidos ao teu dispor:))))).

73 comentários:

Anónimo disse...

Um abraço.

a disse...

É uma época um bocado hipócrita, e extremamente consumista, mas felizmente para mim, não me afecta a esse nível. não fico deprimida, só enjoada!
Mas tb tem coisas boas (e hipócritas, porque só acontecem nesta altura, mas pelo menos acontecem) o pai vem passar o natal connosco, dá-se comida e roupa aos pobrezinhos, junta-se a família, escrevem-se postais (ultimamente têm sido substituidos por sms, mas eu ainda escrevo) e trocam-se prendas (é tão bom dar como receber, a não ser que nos dêem algo que n tem nada a ver connosco, aí é uma risota).
Já começaram os jantares.... mais um mês e voltamos à "normalidade"!

River disse...

Pois bem Professor, admito que tb gostava de "fugir" até Janeiro...

Todos os anos penso: Como vai ser este ano, será diferente? O que vou fazer? Onde e com quem vou estar???
Todos os anos penso: É este ano que vou pró Brasil, pra praia esquecer-me que é Natal... acabo por nunca o fazer, pelas miudas, pelos amigos... (e até à 2 anos atrás pq ainda havia a minha avó-mãe até aos seus 92 anos...)

Na reduzida familia ñ há grande espirito natalicío (consigo entender, e está resolvido e trabalhado na minha cabeça; que foi pq partiram os elementos nucleares mais cedo que o previsto, cedo demais mesmo!),
então após o divórcio, achei que o melhor para as 2 miúdas eram passarem a consoada com o pai em casa dos avós.
Ali sim, é à séria! Com muita gente, entre primos e tios e afins... criançada e com direito a Pai Natal e tudo!
Há músicos, gente que toca e canta, e dança!!! Uma festança!
Seria portanto egoísta da minha parte (só eu sei como resisti a ñ fazê-lo), querer as miudas comigo nessa noite pra ficarmos as 3 8ou eventualmente tb com o meu pai nos anos em que ñ viaja)...
Julgo que tomei a melhor decisão (para as minhas filhas), ao permitir-lhes em adultas as melhores recordações e "imagens" do Natal! Exactamente pq eu ñ as tive, e tenho pena!

Mas ñ vejo a hora de estar na fila do Toys´R us a pensar no sorriso dos meus netos a correr lá pela minha casa!!! :o) Mas só daqui a muuuuiiiitooooos anos! :o)))))

Bem-haja Professor pela ternura!
PS. a Maria é neta?

Anónimo disse...

Elizabeth
Olá senhor Prof. Julio Machado Vaz. Plenamente de acordo com o texto que escreveu. Nesta epoca gostava de "hibernar" e só acordar em Janeiro.
Um beijinho.
Elizabeth

Anónimo disse...

Elizabeth
Olá senhor Prof. Julio Machado Vaz. Plenamente de acordo com o texto que escreveu. Nesta epoca gostava de "hibernar" e só acordar em Janeiro.
Um beijinho.
Elizabeth

Anónimo disse...

Elizabeth
Ops peço desculpa .Cliquei 2 vezes

Anónimo disse...

O contagiante, esmagador e alucinado tempo das festas de inverno com o folclore do consumo e do deserto de ideias.
Como fugir? Envenenando e embebedando a alma e rindo com as crianças...

Su disse...

gostei de lê-lo
gostaria de acordar em janeiro...
em relação a surdez selectiva, ela existe ..esse just kidding... é para não ficar pelo selectivo?;)
jocas maradas

psttt gostei do azucrinar o juízo:)
sabemos fazê-lo tão bem))) consegue ser melhor que o natal...just kidding;):)))))))))

Anónimo disse...

A Maria não sou eu ou será o "just kidding" amaciador...

Não falo assim tanto, falaste mais tu na chamada que era minha... é, os "dois ouvidos" não são para o meu dispor... nem o amaciador...

jingle bells... jingle bells

Anónimo disse...


Todas as pessoas que vêm aqui têm um QI! Mesmo aqueles que vêm chatear.

Li algures que o QI de um doutorado é de 141 em média.

O QI de um Licenciado é de 115 em média.

A Sharon Stone tem QI de 154 (ou melhor, teve num teste)

Qual será o QI do Murcon, será 155? (Mais do que a Sharon Stone!)

E o QI do Noise, e o da Angie, e o do gajo que escreveu um poema às 4 da manhã e assinou «Luisa sem VAZ»?

O da Marta Crawford deve ser 20-30 pontos abaixo do do Júlio, logo 155-25=130.

O da Gabriela Moita 7-8 pontos acima do da Marta, logo 137-138.

E por aí...

Anónimo disse...

Todos os anos as coisas vão sendo diferentes, melhor...pior? Não sei!
mas tenho saudade do Natal família, conversa, estórias... sonhos com sabor a desejo e daquele jogo do "raspa" com pinhões... tudo embalado pelo cheiro da canela...

MT disse...

Começo por discordar das ideias supracitadas, de facto eu adoro o Natal e gosto de todas as coisas peganhentas ligadas ao Natal( que não aturo noutra altura do ano), adoro a noite de Natal,irrita-me somente a hipocrisia de dizer: "Feliz Natal" a gente que não conheço de lado nenhum, só por ficar bem. Querem que vos diga uma coisa: Não Fica!
Gosto de escolher os presentes e de ver o sorriso estampado no rosto das pessoas a quem os ofereço.
Aí represento o espirito natalicio por excelência, mas também é facto que só fico embebida por ele a partir de dia 23 e que acaba-se logo a 26, não tenho tempo nem paciência para mais.
Mas o texto por si escrito está fabuloso, e em relação a isso penso que a opinião é unânime.

blimunda sete luas disse...

Tem piada... Revi-me bastante neste post. Conheço bem esta sensação e escrevi hoje mesmo sobre ela.

Cumprimentos, descobri o seu blog há pouco tempo, mas a minha admiração por si já tem alguns anos.

Moon disse...

Ora viva!

Com o passar dos anos cada vez oiço mais pessoas a afirmarem
que o Natal não lhes diz nada. As razões apontadas são várias: entes queridos que morreram, crias que voaram para fora do ninho, famílias que se tornaram numerosas por adição de "apêndices" (noras e genros) mas sem por isso ficarem mais beneficiadas, o fim do amor, o custo de vida, enfim...
Tudo razões que naturalmente compreendo. Compreendo também que seja uma época de balanços e projectos para o Novo Ano e logo que obrigue a uma certa introspecção (e às vezes a encararmos coisas que passamos o ano a ignorar, afinal de contas a felicidade é muito difícil de fingir).
No entanto há uma coisa que eu não consigo compreender mesmo, que é uma boa parte dos adultos dizerem "que presentes só para os miúdos!". Então e nós (os adultos) não somos filhos de Deus também? Não compreendo mesmo! Para mim, é tão importante mimar os catraios como nós próprios e os outros crescidos. E eu adoro mimar-me e aos meus. Mesmo sem entar em consumismo exagerado, com alguma imaginação é possível arranjar suspresas para todos. E há lá melhor "recompensa" do que saborear sorrisos e olhares de surpresa e felicidade. Espero sinceramente que não me aconteça nada que me faça modificar esta maneira de ser e pensar. Adoro o Natal! As luzes, a música, o vento frio na cara (em dias como o de hoje). Só não gosto da confusão das lojas (mas raramente sofro com isso porque nesta altura já costumo ter tudo comprado) Que hei-de fazer? Sou um bocadinho "pateta alegre", sem dúvida!
Tal como eu não consigo compreender os "tais" adultos também eles não me compreendem a mim. Hoje entrei no trabalho de sorriso aberto e muito bem disposta. Levei logo com um: "Numa segunda feira tão contente?". Justifiquei. - O sol brilha, os passarinhos cantam, é Natal... - Olhares de "incompreensão". Desisti. -Pronto, não tomei as gotas hoje, contentes?" E por ali ficámos. Se as pessoas querem "curtir" a parte séria porque não deixar? Somos o país do fado! E os nuestros hermanos aqui tão perto e tão bem dispostos. é por isso que de vez enquando "fujo" para lá!:)))

Buenas noches, hermanitos!

Vera_Effigies disse...

Muito bonito o post. Os olhos das crianças são o brilho do Natal. Sem crianças o Natal é mais pobre.

Os adultos sabem brilhar como as luzes, apesar do brilho ser ofuscado pelo nevoeiro de apegos perdidos no caminhar dos anos...

Deve ser terrível ouvir as vivencias de cada um, mesmo fora do Natal.- Nesta época devem ser também assaltados pelos vossos fantasmas.:( Não deve ser fácil.

Perdi a magia do Natal muito cedo. A minha estrela polar deixou de brilhar no Natal dos meus 8 anos. O Natal tem-se repetido com esse brilho no coração,nunca mais foi a mesma coisa... :(

É do Natal que tenho a memória mais antiga. A primeira prenda que tive do Menino Jesus(não havia ainda o Pai Natal). Faço minha a estória de Manta http://mantadetecidos.blogspot.com/
se quiserem ler :)

Moon disse...

Já agora, os ouvidos são só para a Maria e nós? Snif, snif, snif.....
Também quero!

Anónimo disse...

Prof.
Para mim o Natal representa algo qe só acontece nesta época...
tenho um só irmão e só nesta época é que nos encontramos em casa de meus pais...
Se não fosse o natal onde iríamos nos encontrar?
No funeral de algum familiar?
Por isso por mim viva o Natal.
Eu quero o Natal

Anónimo disse...

O tempo foge como areia farinhenta numa ampulheta e no vórtice arrepia toda a atenção no cumprimento daquela que é para mim (também ;)) uma missão. Num intervalo que me permito fazer só o cheiro da tangerina comida ao aconchego da lareira me faz reconhecer a época. Toda a magia se dilui…o conhecimento traí de facto as alegrias mais puras…
Lembro-me então da única insónia anual que havia na véspera da manhã mais ansiada depois de dias a fio de (quase sempre ;)) infrutíferas prospecções pelos locais mais suspeitos da casa à procura dos desejos! E do prazer, demoraaaaaaaado, do desfrute partilhado com os amigos dos sonhos realizados.
Hoje de magia fica o exercício de adivinhação que se faz na escolha dos agrados para os que gostamos de facto! E o desafio é omitir as escolhas feitas até ao dia… Esse prazer não me era permitido quando era eu a receber e bem custava compreender porque não eram satisfeitos os meus pedidos por quem tão generoso era comigo (!?)… Mas resta a maçada das praxes, dos jantares e dos almoços e do boomerang de lembranças despachadas em correria regidas pelo magro orçamento que resta das outras…
E depois dos laços
E dos papeís
e dos amassos… ficam só as memórias dos mais pequenos e nada mais do que isso interessa.

Uma mão-cheia de gomos de tangerina para cada um! (Para si tb, Prof. ;])

Pamina disse...

Boa noite,

Relativamente à questíncula conjugal, acho que é sempre assim. Como é o ditado? "Casa de ferreiro espeto de pau". A mulher do jardineiro provavelmente queixa-se que ele deixa morrer as plantas todas do seu jardim e a do carpinteiro que ele em casa não prega um prego. Portanto, a do psi, especialmente em época de afluência...

Que os que não se enquadram na quadra se sintam particularmente deprimidos nesta época do ano, parece-me natural. Claro que há problemas mais "localizados", como, por ex., a morte recente de um parente, um divórcio fresco, etc. e outros mais estruturais, como o estar só, quando todos à volta falam na grande festa da família (se a pessoa for sensível a isto).
Não quero estragar o negócio aos psis, mas no último caso, porque não uma viagem até um país quentinho?

Quanto à Toys'r'us, sinto um misto de alívio e inveja. Não há crianças na família, o que me livra dessas coisas, mas, por outro lado, também não há olhitos a brilhar quando as prendas vão saindo dos embrulhos.
Antes que venha "you know who" dizer que isto é conversa de velha xéxé, pronto, admito que sem crianças há também a enorme vantagem de não ser preciso correr tudo no dia 25 (filho, mas hoje é feriado e as lojas estão fechadas), à procura de pilhas para o novo carrinho tele-comandado.

Bom começo de semana para todos.

Anónimo disse...

"Mas não me imagino a fazer outra coisa, sou um ouvidor."

Sou um ouvidor??? Mas onde é que já ouvi isto??? Bochechices...:)

Luisa Condeço disse...

Em casa de meus pais havia sempre uma discussão ao jantar de Natal, prendas abertas antes do tempo e ás vezes meio tristes (verdadeiro tempo de vacas magras)para além de um berro ou outro porque os meninos se estavam a divertir para além do que era permitido pelas regras... Hoje em dia e com dois filhos pequenos aprecio verdadeiramente o Natal, o construir da árvore brilhante no escuro da sala, a escrita da cartinha ao Pai Natal e a alegria esfusiante dos meus filhos pela manhã do dia 25, como se todo um mundo novo se abrisse ali, aos meus olhos, o mundo novo dos meus filhos. E perderia eu isto por alguma coisa!? Nunca, porque já perdi uma infãncia inteira! Um abraço e obrigada por este cantinho!

Anónimo disse...

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Vera_Effigies disse...
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andorinha disse...

Júlio,
Já a brindar-nos com prendas natalícias?:)
Obrigada pelo post, que é delicioso.
E já há muito que não tínhamos a Maria...
É "normal" que tenha duas perspectivas do Natal - enquanto psi e enquanto avô.
Com os netos o Natal tem uma magia muito especial, não é? As crianças e o brilhozinho no olhar.:)
Como psi muita gente lhe aparecerá nesta altura querendo hibernar até Janeiro...Será que também se deixa contagiar por eles???
Agora, com os netos não acredito.:)

Pessoalmente o Natal não é uma das minhas épocas preferidas. É o espírito consumista que invadiu tudo e todos, é a agitação e o frenesim enorme nas ruas, nos centros comerciais, nas feiras, em qualquer lugar, a pressa em comprar prendas para pessoas que às vezes nem significam nada para nós, mas sempre assim foi, é o hábito...lá terá que ser.
São os rituais naquilo que a palavra para mim tem de pior.
Não preciso nem gosto de pretextos ou datas fixas para estar com as pessoas, prefiro pensar que "Natal é sempre que um homem quiser" e ser eu a construtora dos meus Natais.
Mas reconheço que é difícil ficar totalmente à margem, há sempre algo a que acabamos por aderir.
Mas como já disseram aqui, é só mais um mês e volta tudo à normalidade.:)

Vera_Effigies disse...
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Vera_Effigies disse...

Nunca lhes aconteceu estrearem as prendas antes dos meninos? lolol
A minha filha e o primo têm diferença de 9 meses. No Natal dos dois anos deles uma das prendas, a cada um, era um triciclo, como ainda não estavam embrulhados (as crianças dormiam) e as duas irmãs resolveram fazer uma gincana no corredor com o árbitro de partida ali representado pelo marido duma delas, ihihih Os triciclos até faziam slyde... :)))
As crianças divertiam-se e os bebés dormiam... Tão perto e tão longe :o)

Hoje estou muito mal ou os erros sucedem-se :)

Anónimo disse...

Boa noite:

Quando eu era miúda, havia um ritual, lá em casa: todos os anos, pelo Natal, eu e os meus irmãos escolhíamos um brinquedo, de entre todos os que tínhamos recebido (novinho em folha, portanto), para dar às outras crianças que não tinham a mesma sorte. Bem sei que tudo isso era feito no contexto da tal caridade católica do antigo regime(cá em casa não era só nessa época que se cuidava desses assuntos), mas o facto de nos termos de privar de um brinquedo novo, por uma boa causa, podia também servir como antídoto ao tal espírito consumista (que nessa altura ainda estava longe das proporções actuais...).

Hoje continuo a gostar de oferecer coisas, e faço sempre questão de dar algo que sei que a pessoa vai gostar (o que me leva, às vezes a dar prendas em duplicado, quando fico indecisa), mas o que mais gosto nos natais - agora que os pais se mantêm católicos mas os filhos viraram ateus - são mesmo os jantares e os almoços em família, agora mais alargada com o neto, já crescido, e alguns/algumas "consortes".
Quando os pais se começam a transformar em patriarcas, as conversas em família tornam-se verdadeiramente interessantes e divertidas...

Lena b

Anónimo disse...

O problema do Natal são as divisões familiares. Para uns porque têm de se dividir por várias famílias, para outros porque se sentem cerceados de algo por essas divisões. Quantas vezes o Natal é um drama de gestão de tempos e espaços. E de emoções. Quanta angústia. Quanto silêncio. Quanta solidão. E sempre alguma depressão. Mas sempre um sorriso nos lábios. Ninguém gosta de dar a perceber o que vai lá pelos resquicios e intresticios da alma.

Vera_Effigies disse...

Um beijo sical. è verdade isso :)

Anónimo disse...

Sical disse...
O problema do Natal são as divisões familiares. Para uns porque têm de se dividir por várias famílias, para outros porque se sentem cerceados de algo por essas divisões.


É verdade. Tivémos sorte (eu e o meu filho)pelo facto de as tradições familiares serem desencontradas e as terras relativamente perto - pois dá para ele ter uma noite de consoada com a família da mãe e um dia de natal com a família do pai. Mas é raro...

Lena b

noiseformind disse...

Um dos responsáveis pelo fim do espírito familiar nataleiro foi sem dúvido o Cavaco. Sim, o tal da presidência ; )
O tipo rasgou o país de cima abaixo e agora não há família que não se queixe de que o filhinho a pode visitar.
E se há 30 anos era tudo entre a casa dos pais dela e a casa dos pais dele hoje a coisa é muito mais complicada. Há a casa dos avós, a casa do pai, a casa da mãe dele, a casa do pai dela e da mãe dela. E assim sem fazem 5 ou mais casas clamando a presença dos rebentos a partir de uma só.
Quando leio por todo o lado casais que assumiram relações de "normalidade" após o divórcio fico logo com água na boca perguntar: e então pq não passar o natal com o ex-marido, afinal dá-se tão bem com ele...
E logo respondem admirados "mas o Natal é para passar com os nossos". E pronto, mistério resolvido (seja pelo QI, seja por outro qq valor). O Natal é para passar com os nossos, os que nos pertencem. No fundo no fundo é para nós, no fundo é egoísmo puro. Alguém disse que isso era mau? ; ) Não... claro que não pessoal, claro que não ; )

Quando deixámos de sentir coforto com o Natal é pq já não temos ninguém que possámos chegar nosso. Dizia o Julinho no Estilhaços "estão para ali sozinhos, o gatito já morreu". E as amizades plásticas para consumo rápido virtual não servem para essa prova de fogo que é o Natal. Pq muita gente não tem família. São apátridas na arte de cultivar afectos e portanto são orfãos quando chega a altura de ter afectos seus. Na altura do Natal não há ninguém que seja seu, e é nesta altura que isso custa mais encarar. No resto do ano a marcação para um futura jantar ou saída nocturna basta para afastar essa cruel realidade. Já no Natal... nada a fazer... os "grande amigos" partem para as famílias e lá ficam os "amigos de aluguer" vazios de mãos e calores que não os do mais moderno aquecimento central ; )))))))))))

Pessoalmente passo a véspera de Natal com os pais. E com os irmãos. E com a irmã da minha mãe que mora ao lado da minha mãe e pelo menos um dos seus filhos (o que quer dizer que ou temos para regozijo a Mariana ou o Rafael, netas da minha tia). A tradição é muito simples: todas as iguarias servidas à mesa começam a ser preparadas no fim do jantar (ou seja, janta-se cedíssimo). Homens e mulheres atiram-se a tachos e panelas e lá começam a aparecer as filhós, as burregas, os pudins (toucinhos, abade de priscos, de manga) os folares variados e recheados de chila ou ovos moles) as nozes de ovos, tudo. A família Silva (apelidos maternos) tem por ponto de honra cozinhar tudo o que leva à mesa, não nos entregamos ás mãos de nenhuma confeitaria. E todos os anos lá vem uma nova receita, votada democraticamente. E depois os homens atiram-se ao café à pescador e as mulheres começam com as cantorias (e os homens mal acabam o café cantam também). Raramente a noite de Natal acaba antes das 4 da manhã, e desde que estou pela Tuga acabámos sempre a correr as ruas a cantar as Janeiras a colectar dinheiro para que na semana seguinte se entregue a ceia de Natal aos pobres da freguesia, normalmente com a companhia das outras famílias lá do cruzamento: os Azevedos, os Maraus e os Reizinhos, que isto de 200 anos juntos na mesma rua amplia bastante o significado da palavra "família" ; ))))))))))))))

Portanto, lamento a chatice e ser do contra, mas não percebo pq alguém quereria hibernar no Natal. Para mim é a semana mais importante do ano. No Natal reforço os laços com os meus genes e no Ano Novo reforço os laços com os meus memes. Mesmo valendo-me de todas as valências profissionalizantes não percebo pq carga de água alguém pode ser tão egoísta ao ponto de achar que o mundo deva andar TODO O ANO com o RAIO da neura que muita gente tem como cârrego interno. É como as pessoas que dizem que "ai meu Deus", "ai Jesus" estão sozinhas e depois se lhes dámos confiança atacam-nos e fazem-nos sofrer, fazendo-nos fugir delas a sete pés caso tenhemos um mínimo de auto-estima. Estão sozinhas... pudera... é mesmo para estar!!!!!!!! Ou será que fui a única pessoa aqui que viu a triologia MAtrix? Tudo a acção tem uma consequência! E se a consequência é ficar sozinho no mundo ou ficar no mundo com uma família que não se gosta e/ou um/a amante com quem não se tem ilusões de fazer outra família então isso é uma consequência da pesagem das decisões que quando tomadas dão origem a uma vida.
Já dizia o Homem da Filarmónica...
"A poeira de uma vida
deve ter algum sentido!
Uma pista, um sinal
de qualquer recordação,
uma frase onde te encontro
e me deixa comovido..."
E pronto, comovidos mas sozinhos ; )
Confesso, muitas pessoas forçam as respectivas caras-metades a exercícios para com as suas personalidades em relação a mostrarem um entusiasmo que não sentem verdadeiramente. Mas se andam a mentir ao mundo todo o ano expliquem-me: qual é o problema de MENTIR MAIS UM DIA????????????????????????????? Ou será que ter um amante é uma mentira de polichinelo e depois mostrar cara alegre no Natal é um problema deontológico de sete-cabeças????????????????????





Moon,
tens de arrastar para aqui mais alguns casados ;((((( que isto de aqui a caixa ter tantos solteiros e divorciados é uma barreira térmica à entrada do espírito natalício ; ))))))))))))))

Papeldeparede,
Bem fazes tu em vingar-te homem ; ))))))))))))

LR disse...

Fatal! Claro que até neste sítio tínhamos que chegar ao tema, não há como escapar! Não há como fugir à travessia da época: para se chegar ao outro lado, e ao novo ano, há que seguir por esta única, frágil e enfeitada ponte kitch disponível. Jingle bells, boas festas, e tudo soa ao de sempre, e soa bem.
Só há que aguentar a medida da abismal diferença.
-Haverá piores momentos?!

Não, não acho nada que sejam aqueles a quem este tempo nada diz que se deprimem com ele, como alguém aí disse.
Esses passam a ponte contrafeitos; ignoram estoicamente o desfile de convenções estabelecido; não querem saber – e a que propósito o fariam? – da axial discussão sobre a quinta essência do Natal e a adulterada corruptela que (todos?) dele fizemos; passam ao lado do programa das festas e é com indiferença que “não convidam nem são convidados”. Não, esses não sofrem nada. Nada mais que uma ligeira náusea, uma pressa no virar de página, um desejo de ar puro e do fim do cheiro a velas...
Possivelmente, esses sabem melhor o que querem do que os outros... Invejo-os.

Sofrer, sofrer, sofrem os que não conseguem escapar ao chamamento da época. Provavelmente vivida sem a alma lavada que se impunha. – Mas nisto, quem pode atirar a primeira pedra?! Todos estamos fartos de ter perdido há muito o fio da meada...Enjoados da pressão aquisitiva. Cansados, literal e fisicamente cansados da correria. Nostálgicos de qualquer coisa perdida que nunca vai reaparecer, mas que em cada ano se não desiste de voltar a procurar, persistindo nos mesmos vícios de perspectiva, ao ritmo contraditório com que teimosamente insistimos nos sonhos de sempre . Empurrados pelo desejo de ressuscitar o que está no fundo dos ritos, e das memórias, e acabando pelo meio dos papéis rasgados....com a sensação de mais uma vez, (pela enésima vez), ter traído o essencial!
Mas é claro: não há que ter ilusões. É claro que o “mapa do tesouro” para essa coisa intangível, que não é comprável, não nos foi roubado por ninguém: fomos nós mesmo que o perdemos!

Não, quem vive esta coisa (pelos melhores ou piores motivos) é que "se" sente, quando subitamente alguma coisa muda no cenário.
Quem gosta dos seus ritos “peganhentos” (adorei a expressão que alguém aqui usou!) é que se deprime. Peganhentas as pessoas, peganhentos os doces, as fitas colas dos embrulhos, as refeições de ida e volta em mega mesas que já ninguém aguenta, peganhentos os quilos implacáveis do pós-festa(!). Peganhentos os mimos, os colos e os infinitos carinhos das crianças.
Que é feito disso tudo? Desse tempo de Natais sem quotas, regulados em acordos de papel sem alma?

Pois é: aguentar a abismal diferença...
Toma e embrulha, tem-te nas canetas!
E o que é que se perdeu mesmo? Que dor, que ausência sentimos afinal? Será que é a falta de nós mesmos?! (e ele assim será provavelmente...mas que inglória, prosaica e terrível constatação!!!)
Ou a falta será apenas dos gestos? E do deliciosamente peganhento colo das crianças?
Ou destas mesmas, as ditas cujas, as crianças?!

Que é feito delas? Onde estão esses seres pequeninos que fazem girar a noite de Natal em torno delas?
Pois é: foram-se à vida, ou melhor, vão-se a dar corpo ao acordo de secretaria...
E nós com que ficámos?!
É bem feita: é para não sermos pais e mães galinha (que horror, odeio a expressão)! A vida toda (até ao dia D) a cuidar das crias exigentes, que nos consomem tudo. A vida inteira, todos entretidos nesse baile de amor.
Até ao dia D...

(E os olhares suspeitosos verbalizam enfim a ronda inquisitória que flutua há uns tempos, ameaçando quebrar o defeso inocente deste link confortável
-Mãe, que site é esse? Ai não é 1 site, é um blogue? Porque é que estás a virar o ecrã? Ai isso é que estás, não negues!..Agora passas o tempo nesse blogue? Que é que tem de especial? Fala de quê?!E achas isso interessante?!")
Que estranhas lhes devem parecer, a estes jovens adultos curiosos, estes mistérios incompreensíveis dos seus cotas! E como e os entendo... (ainda sou capaz!)

Sim, sim, confesso: “ desejar que tudo passe a correr e cheguem os Reis para (me) libertar de tristeza republicana”
(professor, esta é demais, nunca tinha visto o dia 6 a essa luz!).
-E não haverá mesmo uma pastilha que nos faça dormir por dentro até Janeiro?!
É que ia já comprá-la: seria o meu melhor presente de Natal!!!!

LR disse...

Penitencio-me pelo abuso do espaço (mas se houvesse castigo para isso, não me safava da prisão perpétua!)
Noise: desculpa lá...
Acho que não há nenhuma relação de causa-efeito no fenómeno, no que à vinda a este blogue diz respeito...
Mas pertenço mesmo ao grupo piroso dos divorciados!!!
Não me livro do anátema.
Lamento que tenhas de suportar a invasão...e a barreira térmica! (essa foi muito bem achada).
Mas sabes o que te digo? Aguenta-te no teu estatuto, qualquer que ele seja (dos dois restantes).
Sou (quase) 1 divorciada, mas sou talvez atípica: acredito 100% no casamento (embora agora, irremediavelmente, só no dos outros!) Mas acredito.
E não fosse a principal vantagem dos solteiros não terem descendência, considerar-me-ia agora isso mesmo.

Mesmo assim, como há quem tenha tido mais juízo que nós (leia-se eu)... felizmente, fora da nossa concha interior, ainda podemos ter o Natal dessa coisa espectacular que é a família.
(Gostei mesmo da tua descrição!)

Não penses portanto que ameaçamos o espírito natalício (embora enfie o barrete da barreira térmica, que estas cicatrizes demoram a sair).
É como dizes: o Natal é uma prova de fogo.
E olha, já agora...bom Natal e boas comezainas!!!

Anónimo disse...

Angie vai comprar um vibrador.

Anónimo disse...

"Uma Esquerda que apresenta como Candidato à Presidência um velho cujo nivel de inteligência parou há 20 anos atrás, e que na juventude pisou a Bandeira Nacional, não tem muito Futuro"

Quitéria Barbuda in "O Fim da Esquerda, o Início da Direita", Revista "Espírito", nº 12, 2005.

Anónimo disse...

noiseformind 3:21 AM

"Um dos responsáveis pelo fim do espírito familiar nataleiro foi sem dúvido o Cavaco. O tipo rasgou o país de cima abaixo..."

E não rasgou mais o país porque a malta ainda foi a tempo de o evitar... ;-))

Manolo Heredia disse...

O Balanço da Empresa e o Natal, é o que um homem quiser!
VIVA A CRIATIVIDADE!

Noise,
Tens o comentário mais interessante até às 10:10 horas.

Esmerem-se meninas!

Manolo Heredia disse...

Eu faço como o outro: meto a mão na algibeira e, num gesto largo, dou tudo o que tenho! (da algimeira aonde tenho menos!)

lobices disse...

...já vivi tantos natais... natais com os avós e os pais... natais com os filhos, a mulher, os sogros e os pais... natais com outras mulheres e seus familiares sem os meus filhos... natais que mais não foram que presenças solitárias em ambientes diferentes dos da infância, do abrir das prendas do pai natal que descia pela chaminé... já vivi tantos natais e nunca comprei prendas para oferecer... nunca comprei uma prenda para dar no natal... não sei comprar prendas... há sempre alguém que as compra por mim pela simples razão que não consigo comprar prendas... então, os natais servem para juntar as pessoas e abrirem as rendas que se oferecem mutuamente... em sinal de quê?... e nos outros dias que se oferecem a eles mesmos e/ou aos outros?... Ruídos?... Ruídos de fundo de uma infância marcada pelo fumegar da ceia, do cheiro a bacalhau e a couves e a bolo-rei; pela espera da meia-noite para ouvir o bater na janela do pai natal que tanto descia pela chaminé como entrava pela janela do quarto... esses natais que me deram e me fizeram tão feliz, eu nunca consegui fazer aos meus...
natais que se passam e ora nos afastam ora nos abraçam... depende dessa "hibernação desejada a que depressa chegue o Janeiro"...
...e se o riso não abunda, também não pretendo que a lágrima se instale...
...abraço-vos todos num único Natal

Manolo Heredia disse...

Leiam o Público de hoje. Está lá (quase) tudo o que interessa saber sobre a globalização.
Mais nas entre-linhas do que nas linha, claro!

Anónimo disse...

O Noise referiu-se ao Natal como o momento de aconchego de estar com os nossos. No fundo sentirmo-nos de.
O Lobices que esteve em Natais em que não se sentia dos outros.
Parece-me que o Natal é para todos sinónimo de aconchego, de que se sente a falta ou se busca o conforto.
Por várias razões tornámo-nos errantes no afecto. O Natal é só um período de mitigações.

andorinha disse...

Boa tarde.

Noise(3.21)
Gostei do teu comentário, miúdo, mas queria rebater algumas coisas que dizes.
"Quando deixamos de sentir conforto com o Natal é porque já não temos ninguém a quem possamos chamar nosso."
Alto lá! Não é bem assim, não generalizes.:)
"São apátridas na arte de cultivar afectos e portanto são orfãos quando chega a altura de ter afectos seus."
Acho que estás novamente a exagerar.
Não sou apátrida na arte de cultivar afectos, não tenho é que os cultivar a 200% nesta época do ano. Como referi acima, o que mais me aborrece nesta época é toda a correria e confusão que se vê por todo o lado com toda a gente a fazer de conta que está muito feliz porque é Natal.
Eu gosto de cultivar afectos, claro, mas não gosto de datas marcadas no calendário para o fazer.
Repetindo-me "Natal é quando um homem quiser" e gosto de ser eu a construtora dos meus Natais.
Como não sou católica, a componente religiosa do Natal também não me diz nada, embora respeite, como é óbvio, as pessoas que vivem o Natal sob essa vertente.

Gostei de ler a descrição que fazes da forma como passas o teu Natal. Ficamos todos a conhecer um pouco mais de ti aqui nesta caixinha.
Eu passo com os meus pais e a minha irmã. Estás a ver, cedência minha ao espírito natalício.:)))
Com a minha irmã a minha relação é praticamente inexistente, como sabes, com o meu pai é tumultuosa( mas pronto, ele já é um velhinho de 84 anos) e com a minha mãe é excelente; gostava, por isso, de passar o Natal só com ela. Looooooooooooool
Looooooooooooool
Mas vês, passamos os quatro juntos e normalmente as coisas até correm bem. Não seria capaz de dar esse desgosto aos meus pais. Mas sinto sempre que estou a representar, entendes, não estou ali porque me sinta imbuída do tal espírito de Natal, porque isso confesso não sei o que é.

P.S. Os solteiros e divorciados não são nenhuma barreira térmica à entrada do espírito natalício.:)))))))))
Isto não tem a ver com o estado civil.:))))))))))

E agora até mais logo, gente, tenho que voltar ao trabalho.:(

Mário Santos disse...

Apesar da loucura natalícia me incomodar um pouco acabo por voltar à realidade e perceber que o nosso Natal somos nós que o fazemos. Portanto vou desfrutando de pensar nas prendas para cada pessoa, apreciar aqueles dois dias de alegria familiar e de me maravilhar com o Deus que se fez próximo de nós de uma maneira tão simples e bonita.

Noise, força nesse Natal :)))

um abraço a todos

Moon disse...

Hello!

Ainda a propósito do Natal...

Há quem diga: "Natal é quando um homem quiser". Discordo!

Natal, para ser Natal tem que ser na época própria, tem que ter rituais próprios e ser muito especial.
Há pratos e doces que eu só consigo apreciar no Natal e por isso, não os preparo durante o ano.
Há o "dolce fare nienti" (não sei se é assim que se escreve) do dia seguinte: comer, conversar, partilhar e apreciar filmes, livros e jogos recebidos, ter tempo para todos, para tudo e para nada. Ver pela milésima vez o "Música no coração", contar histórias da família aos mais novos e cantar canções de Natal.
E isso só acontece uma vez por ano: no Natal!

Há também quem diga: "Natal é das crianças."
- Isso é que era bom! Então não quero deixar "morrer" a criança que há em mim.
___________________________________

Noisinho:
Tenho que concordar com o Manolo. O teu comentário transporta para cenários deliciosos. Temos de volta o Noise do costume?
Quanto a "trazer" para aqui mais casados é assim: para isto, como para outras coisas, é preciso vir por gosto e vontade própria. Que divulguei, divulguei! (o tal problema da tagarelice). Agora só virá quem quiser.
E concordo com a Andorinha o espírito (ou a falta dele) nada tem a ver com o estado civil.

E agora, back to work.
Inté, maralhal

Manolo Heredia disse...

O Professor pôs o Murcon nos motores de busca da Internet!
Experimentem a pesquisar "Yulunga" ou "Noiseformind" no Google. É o Big Brother acabado!
Portanto meninas(os), cuidadinho com o que andam pr´aqui a dizer!
Deixou de ser o "cantinho" de que tanto fala o "lobices".

Anónimo disse...

Natal é a festa dos idiotas! A disponibilidade abismal das mentes capitalistas que enpacotam toda a atmosfera dos aprendizes da fé cristã.
O Natal é a festa de todos os tabus pecaminosos que articulam tudo aquilo que implica a hipocrisia dos elementos fundamentais ligados aos principios do sentimento do homem.
Eu digo: Morte ao Natal!
Eu digo: Que exista um veredicto fiel do paganismo a ordenar o sujeito perante a consciência histórica dos factos.
Meus senhores, poupem os perus! Sejam dignos de um facto moral que possa definir no futuro que o sagrado não morreu em prol da superficialidade dos vossos prazeres de pequeno burguês urbano depressivo que em nada fundamenta a unidade histórico-problemática das filosofias associadas ao pensamento da fé.
Eu digo, Morte ao Natal, perante a disponibilidade de um amanhã que encontre no limiar da vida a verdadeira lógica da argumentação do neo-paganismo.

No meu livro intitulado: "Um Natal sem drogas", sustento a opinião dos mais humildes perante um vinculo existente de enunciados múltiplos que confronta o homem perante o rugido do consumismo infernal das sociedades capitalistas.

Zacarias Mendonça de Saramago e Moreira e Sá.

Anónimo disse...

Estive a ler aquilo que escrevi e sim, posso adiantar que concordo comigo próprio.

Zacarias Mendonça de Saramago e Moreira e Sá.

Anónimo disse...

Epah, tive a ler novamente e já não concordo assim tanto com aquilo que escrevi.
Afinal, começo a gostar do Natal e peço desculpa pela minha indecisão mental.

Manolo Heredia disse...

Paula,
Faço votos para que tenha razão. O certo é que desde Julho que faço comentários aqui e o meu nik só aparece desde Novembro, à semelhança de outros que fazem comentários com a mesma frequência neste mesmo período.
E já agora porquê 'boateiro'? É bom que aqueles que têm "niks" pouco usuais (como eu) saibam que ficam muito + expostos ao "rastreio" do Google.

Isa Maria disse...

Passe no meu blog, se lhe der trabalho para isso, e verá como eu estou precisada dessa pastilha que me adormeça até Janeiro. Era uma ideia genial.

Anónimo disse...

Para mim o Natal é uma seca, direi mais, é uma estupidez pegada.
Já não consigo aturar mais o Pai-Natal da Coca Cola a fazer milagres nos filmes da época, a ouvir sempre as mesmas canções na rua, a vêr os reclames na televisão em contínuo despejo de brinquedos que só mesmo por obrigação é que conseguem ser vendidos e a vêr as famílias atordoadas pela época a esvaziarem os stocks das lojas como se não houvesse amanhã.
Até compreendo que esta data seja muito importante para o nosso comércio decrépito mas, com franqueza, bem podiam espalhar o espírito por uma data mais alongada.
Se calhar o Verão é mais propício às reuniões familiares, e não se consome tanto açúcar e ovos (que fazem mal) e mais cerveja e tremoços (que sabem bem).
Já sei que há famílias que esperam por esta data para se chatearem uns aos outros em troca dos presentes.
Mas, nem todos somos parecidos.

Anónimo disse...

Não se esqueçam que no caso de o Natal acabar sempre se pode dar às crianças os brinquedos por altura da Páscoa (Easter Bunny), pelo Carnaval (não sei) ou mesmo no Halloween (penso que em Janeiro)

Julio Machado Vaz disse...

Manolo,
Eu pus o murcon nos motores de quê?:)

andorinha disse...

Júlio,
Boa pergunta.:)
Eu ia perguntar o mesmo...
O que mais irá esta gente inventar???

andorinha disse...

Manolo,

Porque és tão desconfiado, homem?
Parece-me que a Paula e a afterdream já explicaram essa história dos motores de busca.
Confesso que não percebi nada:)))))))))))) mas não me faz diferença nenhuma!
E é claro que este continua a ser o nosso "cantinho".
Big Brother???????
Que imaginação!!!!

Vera_Effigies disse...

Ai senhor pardalito, está muito mais macio!!!!! Esse banho de penas fez-lhe bem,que macio!!!!!!
Assim o Pai Natal vai trazer-lhe muita Alpista. :)))))

Vera_Effigies disse...

eheheheeheh
Espertinho!!! Deves é ter seguido o meu conselho da quadra :))))))
Tas calminho..... :o)

Anónimo disse...

Gosto do Natal. Gosto de tudo o que ele trás e das oportunidades que oferece... Gosto.
(Não entendo por que razão as pessoas ficam tristes e trazem o passado à memória. Certamente que nada terá a ver com o Natal.)

Anónimo disse...

Visitem o site da Yulunga! Afinal ela é Russa! Imaginem!
Foi o motor de busca que disse.

http://www.livejournal.com/users/_yulunga_/

Vera_Effigies disse...

Este pardal benzeu-se! Estou a procurar queixo :)
Volto mais logo.

Eduardo Leal disse...

Pois eu, do alto dos meus 40 e poucos (que se tudo correr bem não serão poucos muito tempo) continuo a gostar do Natal.
Abomino os Reis, não por serem Magos, porque a sabedoria nunca fez mal a ninguém, mas por não se terem atrasado um ano inteiro, que sempre teríamos festa todo o ano.
A minha Maria, que no caso vertente não é Maria no sentido literal do termo, também adora o Natal e queixa-se com aquele descontentamento algo contente do cansaço que as coisas boas nos provocam.
No Natal... damos valor à luz, à pequenina luz que é o "salto de pardal" do solestício de Inverno.
A sociedade é consumista... e não fosse ser coisas ainda piores o mundo sobreviveria a isso. Eu acho que era capaz...
Gostei do seu blog.
Não é todos os dias que se pode ouvir falar (com a força das palavras escritas o Prof. JMV.

Anónimo disse...

Olhem só e não é que o Pardal Jr. se "converteu" às 8:29!? Mas que bem!

Anónimo disse...

O Natal é...

um fenómeno de auto-excitação social! (E do comércio também!)

E o Pai Natal é a mascote! (O significado biblico cada vez é mais insignificante)

E agora, quem vai fazer SEXO no Natal?

noiseformind disse...

Manolo,
Acabei ontem de ler Freedom Evolves, o último de Daniel C. Dennett. Aí está uma boa prenda para dares a ti próprio este Natal, não te parece? ; )))) quanto aos posts são como os filmes pornográficos: umas vezes são bons, outras são maus e não são vistos por todas as pessoas da mesma forma ; )))

Andorinha,
Mas os solteiros tb são solidários na sua "solidão", não somos? Mesmo que seja só por duas horitas ; ))))))))))))

Matahary,
Nem eu... nem eu...

Manolo,
Olha que assim ficas mal visto homem. Ninguém se mete nos motores de busca. Eles é que vão fazendo actualizações e quanto mais linkado a partir de links já existentes estiver um nome mais rapidaemnte e mais intensivamente aparece nos motores de busca, mas a Paula e o After já bateram nessa tecla qb ; )))))))

Fora-de-lei,
É o chamado... RASGANÇO loooooooooooooooool tb conhecido por "pesadelo das virgens e/ou miudagem em instituições públicas"

Angie,
E eu pertenço ao pretenso grupo dos solteiros ; ))))))))))) o que tb não abona nada em meu favor. 3 casas, 3 carros, 13 cães (e cadelas, para ser mais preciso) e nenhum matrimónio. Diz a minha Santa Mãe que já foi a São Bento da Porta Aberta e à Abadia em meu benefício para que em breve encontre alma-gémea. Mas ela se calhar anda assustada ou então ainda não chegou À idade legal para "contrair" matrimónio.

Aliás, MEUS CAROS. Se se diz CONTRAIR matrimónio é pq não é coisa BOA. ; ))))))))))))))) contrair contrair só conheço as doenças e os músculos ; )))))))))))))))))))))

noiseformind disse...

Eduardo Leal,
Bem vindo e mantenha essa frontalidade de ter foto e tudo no perfil. Nós somos mais cobardezinhos ; ))))))

A Menina da Lua disse...

Imaginem uma família de nove irmãos, mais respectivas cunhadas e cunhados, sobrinhos (cerca de trinta) com respectivos (as) maridos e mulheres e ainda sobrinhos netos... tudo junto num espaço único em que para alem da imensa mesa, se festeja com a participação de todos sem excepção em diversas iniciativas que vão desde a música , declamar poesia, cantar, teatro e outras quaisquer surpresas e brincadeiras que normalmente se ache por bem apresentar. Aqui por vezes sente-se que a individualidade tem pouco espaço mas ganha-se sem dúvida em coesão e espirito de partilha de família ...a níveis tão elevados que tenho sobrinhos já adultos que fazem contagens decrescentes até ao dia de Natal, tal é a importância que dão à festa....
O Natal é por e para a família mas hoje tembem tem uma expressão bem mais alargada; partilham-se votos de Boas Festas, organizam-se jantares e almoços entre amigos, trocam-se presentes, contactam-se amigos ou meramente conhecidos porque é Natal...
Tambem reconheço que existem os tais excessos e principalmente os consumistas... mas passar por cima do Natal seria para mim passar por cima daquilo que desde sempre me marcou como sendo a festa onde a alegria tem a sua expressão mais sincera...

Anónimo disse...

Noise said:

Papeldeparede,
Bem fazes tu em vingar-te homem ; ))))))))))))

Homem??? Looooooooooool

É verdade! Uma vez mascarei-me de Che Guevara no carnaval! Tinha 15 anos. A boina com a estrelinha até assentou bem! Foi o único homem que fui....por fora! looooool

Não sei se o espírito natalício combina com travestismo... Acho melhor perguntarmos ao papa...

Lena b

LR disse...

NOISE:
Pois é, eu bem te digo que te anguentes nesse teu estatuto! Já tens muito em que pensar...

Alguém, partindo da máxima
-"O casamento é uma instituição" dizia com castigadora ironia:
- Como é possível que uma pessoa saudável queira passar a vida inteira dentro de uma "instituição"?!"
(LOLLLLL...Os portugueses e o seu gosto pelos "calembours"!!!)
Se calhar a coisa pode ser mesmo um manicómio...portanto pensa bem que para doidos já bastam os que tu aturas por ossos de ofício!
- Quem te valia depois?!

Quanto à tua santa mãe, sugiro-te que a sigas na próxima peregrinação: estou desconfiada que, mais do que uma alma gémea para ti, o que ela deseja é o seu "resultado"... E verás se o que ela deixa lá por S. Bento em tua intenção não são afinal senão umas pequenas figurinhas em cera: uns Noisinhos que lhe invadam a casa nos próximos Natais e restantes dias do ano!!!
O problema é fácil de resolver: know-how não te falta!!!
Qualquer mãe anseia pelo prolongamento dos filhos...

E by the way..."contrair" vem de CONTRATO, não te faças de desentendido!
Isso: a mesma raiz do termo aplicado às dívidas e outras coisas feias da vida! A onda semântica não é das melhores, convenhamos!!!
Fazes portanto bem em te cortar...qualquer negócio merece uma aturada reflexão.
Porque a maior parte das pessoas não sabe no que se mete, e isto é literal, parte legal incluída!

(Mas dou-te uma dica jurídica à borla, para o caso de o S. Bento fazer a vontade à tua mãe em todas as frentes (véu e grinalada incluído), e te veres alguma vez em assados:
- o casamento é ÚNICO negócio jurídico em que o legislador não protege a boa-fé das duas partes! Isto é, não há sequelas algumas para quem vier um dia a quebrar os termos do acordo, ainda que se prove que no seu espírito nunca esteve o cumprimento integral das suas cláusulas...Portanto, a garantia de quem compra ou vende é muito maior do que a de quem se casa! Good news for you, faz lá a vontade à tua santa mãe e não precisas de stressar...)

River disse...

noiseformind said...

"Angie,
E eu pertenço ao pretenso grupo dos solteiros ; ))))))))))) o que tb não abona nada em meu favor. 3 casas, 3 carros, 13 cães (e cadelas, para ser mais preciso) e nenhum matrimónio. ..."

CONTINUA A DIVULGAR AQUI OS TEUS BENS MATERIAS E O SUPLÌCIO DA TUA MÃEZINHA ACABA NUM INSTANTE! :o)))))))))))))))))

amok_she disse...

...oh pardal, tu tomaste a pastilha do Prof, aposto q tomaste! tesss...tesss...

amok_she disse...

http://www.livejournal.com/users/_yulunga_/

...yul, a menina é um prodígio e ñ dizia nada à malta!???!...com frqanqueza!!!eheheheh

Anónimo disse...

Prof,
Gostei muito do seu post...como sempre soube lançar o mote certo e os resultados estão à vista: uma chuva de comentários muito interessantes!
De tudo o que li marcou-me especialmente uma passagem da Luísa onde diz “já perdi uma infância inteira”. É duro, muito duro sentir o que isto significa.
Ao longo da minha vida muitas vezes me senti privilegiada ao me lembrar que tive direito a “ser criança”, tive uma infância boa felizmente! A ela devo muito daquilo que sou hoje…Enquanto adulta já senti a terra tremer várias vezes e fiquei bem abalada mas aguentei-me de pé, tudo porque tenho uns alicerces mais fortes do que betão!
Gosto do Natal tanto como gosto de ir oferecendo e recebendo presentes durante o resto do ano! Não deixo nada para fazer nesta quadra que já não faça o resto do ano e também não espero por esta altura para que se proporcionem “reencontros”. É importante lembrarmo-nos que um ano tem 365 dias.
Quem sentir vontade de hibernar nos dias 24 e 25 está perdoado…feitas as contas ainda sobram 363:).
Bom Natal
p.s- A nossa presença é o melhor presente para quem realmente nos valoriza.

Anónimo disse...

13 cães e cadelas.... que amigo